586 - REAL

Tendo feito a sua formação em emblemas da região, AD Estação e Teixosense, seria na passagem para o escalão de sénior que o Sporting da Covilhã veria nele um bom reforço.
Ao jovem Real era dada assim, nessa temporada de 1983/84, a oportunidade de representar o mais conceituado clube da Beira Baixa. O salto das divisões amadoras para à 2ª Divisão, de todo atemorizaria o corajoso médio. Lutador, incapaz de virar a cara a uma disputa, a maneira como foi conseguindo impor-se nos “Leões da Beira”, acabaria por ser a prova cabal das suas capacidades.
O reflexo da sua postura, de todo o seu carácter, via-se em campo. A cada jornada que passava, a sua presença no miolo da equipa beirã, era, cada vez mais, importante. A sua relevância no seio do plantel do Sporting da Covilhã, alcançaria a sua dimensão máxima, aquando da subida da colectividade à 1ª Divisão Nacional. Num plantel que contava com elementos com algum traquejo, mas ao qual faltava, no seu todo, a experiência de grandes competições, a irreverência de Real acabaria por merecer o devido destaque.
Curiosamente, e apesar de ter representado clubes com maior tradição no contexto português, seria apenas ao serviço do Sporting da Covilhã que Real jogaria naquele que é o nosso escalão máximo. Essas duas temporadas, a de 1985/86 e a de 1987/88, seriam, por assim dizer, as precursoras de uma nova etapa na sua carreira. A mudança de que falo, viria com sua transferência para a Académica. Em Coimbra representaria, sem qualquer deslealdade para com os outros emblemas, o clube com mais tradição e grandeza, em toda a sua carreira. As suas exibições seriam condizentes com o estatuto dos “Estudantes”. Contudo, a Académica atravessava uma fase menos boa da sua história e, mesmo tendo em conta a qualidade dos planteis (Dimas, Fernando Couto, Latapy), a almejada promoção acabaria por nunca acontecer.
A segunda metade da sua vida profissional, acabaria por ser um périplo com diversas paragens. Alternando entre a Divisão de Honra e a 2ª Divisão “B”, o centrocampista, para além do regresso ao Sporting da Covilhã, vestira as camisolas de outros clubes, como o União de Lamas e o Benfica de Castelo Branco.
Seria já na recta final da sua vida de futebolista que aceita voltar ao clube da sua terra natal. Na vila do Teixoso, comanda os seus companheiros a uma das melhores aventuras daquela colectividade. “Carrega” com o clube nas distritais e, já na condição de treinador-jogador, consegue, para a época de 2001/02, levar o Teixosense aos “nacionais”.

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