688 - CIPRIANO SANTOS


Tendo entrado para as categorias inferiores do Sporting perto de atingir a maioridade, Cipriano Santos rapidamente começaria a demonstrar características que o destacariam dos demais. Sendo considerado um dos primeiros guarda-redes que, em Portugal, mostraria verdadeiras aptidões para a defesa da baliza, o jovem atleta saltaria directamente da 4º categoria e, sem passar por qualquer um dos restantes patamares, passaria para a equipa principal.
Coincidência, ou não, com a promoção do jovem atleta, o Sporting daria início a um ciclo de vitórias que, logo na sua temporada de estreia, culminaria com a vitória do clube tanto no Campeonato de Lisboa, como no Campeonato de Portugal. Essa época de 1922/23, num grupo onde pontuavam atletas como o mítico Francisco Stromp, seria o ponto de partida para uma carreira que elevaria Cipriano Santos a um dos grandes ídolos dos “verde e branco”.
Não conseguindo mais nenhum título nacional, mas acrescentando ao seu currículo mais 3 “regionais alfacinha”, também pela selecção nacional Cipriano Santos deixaria a sua marca. Numa altura em que o “rei e senhor” das redes portuguesas era o casapiano António Roquete, o guardião leonino era o segundo nas contas da equipa nacional. Ainda assim, o atleta natural de Almada, por duas vezes, conseguiria furar a hegemonia do seu colega. Tendo a sua estreia acontecido num particular frente à antiga Checoslováquia, a segunda dessas internacionalizações chegaria uns meses antes da presença de Portugal nos Jogos Olímpicos de 1928.
Na cidade holandesa de Amesterdão, Cipriano Santos, ao lado dos seus colegas de equipa Jorge Vieira e José Manuel Martins, acabaria por não participar em qualquer uma das partidas que levariam a “Equipa das Quinas” a atingir os quartos-de-final da competição. Mesmo sem conseguir qualquer presença em campo, nessas que seriam as primeiras Olimpíadas para o futebol do nosso país, nada na sua reputação sairia beliscado.
No que restaria da sua carreira, o guarda-redes dos “Leões”, manter-se-ia no topo do futebol português. Para além da consideração que conseguiria entre adversários e tantos outros amantes da modalidade, seria entre os associados sportinguistas que lograria os maiores louvores. Ora, já depois de deixar o clube e de, após representar Académica de Coimbra e Boavista, ter posto um ponto final na sua carreira de desportista, os préstimos do antigo guardião continuariam a ser reconhecidos no seu antigo clube. A prova de toda essa gratidão, passados alguns anos, viria aquando das bodas de ouro do clube, com a agraciação pela Medalha de Mérito e Dedicação.

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