690 - ARMANDO MARTINS

Tendo, nos meados da década de 20, surgido na equipa principal do Vitória de Setúbal, Armando Martins, cumpridos apenas alguns meses na dita categoria, faria por merecer a chamada à selecção nacional portuguesa. O jogo com a antiga Checoslováquia, de carácter particular, como que marcaria o ponto de partida para uma carreira que, desde o seu começo, alcançaria enorme realce.
É já depois do primeiro jogo por Portugal, disputado em Janeiro de 1926, que o extremo direito conseguiria um dos mais importantes títulos da sua vida desportiva. Ora, como ainda não havia sido formada a Associação de Futebol de Setúbal, os “Sadinos”, à altura, estavam incluídos nas provas sediadas na capital. Nesse sentido, a temporada de 1926/27 haveria de ter, para o Vitória, uma primeira metade de excelência. Conseguindo sobrepor-se aos favoritos Benfica, Sporting e Belenenses, e com Armando Martins a auferir de um grande destaque, os setubalenses sagrar-se-iam vencedores do Campeonato Regional de Lisboa.
Também no Campeonato de Portugal, na já referida época, os de Setúbal embarcariam em mais uma campanha memorável. Armando Martins, como um dos mais chamados ao “onze” inicial, assumiria novamente um papel de grande importância. Ao lado de nomes como os de Octávio Cambalacho, João dos Santos, Francisco Silva ou Artur Camolas (todos eles chegariam a internacionais) o atleta ajudaria o clube, pela primeira vez na sua história, a chegar à final daquela que era a prova maior do calendário nacional. Na derradeira partida, o Vitória acabaria por claudicar frente ao Belenenses, perdendo por 2-0.
Sensivelmente 1 ano após esta final, Armando Martins, que, de forma continuada, via o seu nome a ser incluído nas convocatórias da selecção portuguesa, é mais uma vez chamado por Cândido de Oliveira. Desta a feita, ao invés dos habituais particulares, a ocasião levaria o jogador a vestir a “camisola das quinas” naquele que era, à altura, o certame de maior importância no universo do futebol. Nos Jogos Olímpicos de Amesterdão, o atleta, com entrada em duas das partidas disputadas, ajudaria Portugal a alcançar os quartos-de-final.
Não foi só como praticante que Armando Martins viveu a sua relação com o futebol. Também na função de técnico, o internacional “luso” haveria de deixar o seu legado. Aos comandos do Vitória de Setúbal, levaria os seus pupilos à primeira final da Taça de Portugal, na história do clube. Mesmo tendo perdido essa edição de 1943/44 para o Benfica, o seu nome é um dos que mais estima merece a estima por parte dos adeptos “sadinos”. No percurso do emblema setubalense, o valor da sua figura é incalculável. Tendo sido um dos melhores futebolistas nas primeiras décadas de vida do clube, também a ele se deve o lançamento de outros atletas. Como exemplo, pode referir-se o nome de um outro craque do futebol português, Emídio Graça.

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