778 - JOÃO CARDOSO

Tendo dividido a sua carreira entre o Sporting de Braga e o Belenenses, foi no Restelo que tudo começou para João Cardoso. Com a “Cruz de Cristo” ao peito, o defesa daria os primeiros passos como sénior. Logo nessa temporada de 1970/71, a qualidade que apresentava, aferida pelos responsáveis técnicos, levá-lo-ia a conquistar um lugar no “onze” inicial. Tanta habilidade faria dele, desde bem novo, um dos nomes habituais no escalonamento da equipa. Como homem da lateral-esquerda, haveria de ajudar o emblema lisboeta a atingir aqueles que foram os melhores resultados do clube durante essa década.
Sob o comando do argentino Alejandro Scopelli ou, posteriormente, orientado por Peres Bandeira, o Belenenses conseguiria atingir os lugares cimeiros da tabela classificativa. Como consequência desses bons resultados, o grupo acabaria por conseguir qualificar-se para as provas europeias. Na Taça UEFA, e apesar de ter ficado sempre pela primeira ronda, os embates frente ao Wolverhampton Wanderers (1973/74) e FC Barcelona (1976/77) ficariam na memória de todos os adeptos da modalidade. Igualmente inesquecível seria a imagem de João Cardoso no final da partida em Camp Nou.Com o terminar da 2ª mão, onde só nos derradeiros instantes da partida os “Blaugrana” derrotariam os portugueses, o defesa não haveria de conseguir disfarçar a sua tristeza e acabaria lavado em lágrimas – “Se há derrotas que custam, esta foi uma das que mais doeu, sofrendo o terceiro golo nos últimos minutos, quando estava 2-2 e já a pensar no prolongamento”*.
Foi durante esse período de maior sucesso do Belenenses, que João Cardoso conseguiu a sua primeira chamada à principal selecção nacional. Ele que até já tinha, nos escalões de formação, um percurso recheado de internacionalizações, conseguiria, em Abril de 1976, o seu primeiro jogo pelos “AA”. Convocado por José Maria Pedroto, o lateral, nesse particular frente à Itália, entraria para o lugar do benfiquista Barros e daria início ao seu percurso com as cores de Portugal.
Com o final da temporada de 1976/77, a sua ligação aos “Azuis” conheceria o fim. Contratado pelo Sporting de Braga, o atleta daria continuidade ao seu trajecto profissional. No Minho, a qualidade exibicional manter-se-ia, como provam as 7 partidas feitas com a “camisola das quinas”. Também no novo clube, João Cardoso ajudaria a atingir metas importantes. Preponderante nas manobras da equipa, onde se manteve como titular, as provas europeias fariam igualmente parte da sua agenda. Mesmo sendo de louvar estas participações na Taça UEFA e na Taça dos Clubes Vencedores das Taças, o maior destaque da sua passagem pelos, agora conhecidos, “Guerreiros do Minho”, acabaria por ser a presença na final da Taça de Portugal de 1981/82. No Estádio do Jamor, com o defesa a jogar a totalidade dos 90 minutos do encontro, os bracarenses seriam derrotados pelo Sporting (4-0). Curiosamente, essa partida acabaria por sublinhar aquele que foi o principal revés da sua carreira. É que apesar de, por algumas vezes, ter conseguido estar à beira de importantes conquistas, João Cardoso abandonaria os relvados sem conseguir para o seu palmarés um troféu importante.


*retirado de “https://belenensesilustrado.blogspot.pt/” (09/12/205), citando a página do “Facebook” de João Cardoso

1 comentário:

Francisco Emanuel disse...

Um jogador com uma carreira interessante principalmente a passagem pelo grande Barcelona.
Um abraço.
Autografos Futebol