845 - HELMUT HALLER

Ainda em idade adolescente, Helmut Haller entra para o emblema da sua terra natal. No Augsburg termina a formação e, já na segunda metade da década de 50, chega à equipa principal. Apesar de exibir uma forma física pouco condizente com o padronizado para um atleta de alta competição, o atacante impressionava pelas suas capacidades técnicas. Ainda que apontado pelo excesso de peso, era também inegável que a suas habilidades faziam dele um jogador excepcional.
Bom de “drible” e com uma capacidade de passe bem acima da média, Haller rapidamente chamaria a atenção dos responsáveis máximos pelo futebol germânico. Com apenas 19 anos, num jogo disputado a 24 de Setembro de 1958, estreia-se pela principal selecção da antiga República Federal Alemã. A partir desse particular frente à Dinamarca, o atleta começa a ser um dos nomes habituais na convocatória da “Mannschaft”. Tal era a sua importância para o grupo que, em 1962, é chamado ao Mundial. No Chile reforça o estatuto de titular e joga 3 das 4 partidas disputadas pelo seu país.
Como resultado da participação no Campeonato do Mundo, Haller vê o seu valor subir em flecha. Com a liga alemã ainda em tempos de semiprofissionalismo, e com a sua cotação em alta, o interior-direito não resiste à chamada vinda do “Calcio”. Atraído por um salário substancialmente maior, factor que levaria alguns directores do futebol germânico a apelidarem-no como mercenário, o atleta segue para Itália. No Bologna, logo à 2ª temporada, vence o “Scudetto” e é eleito o jogador do ano. Todavia, e mesmo com o título de 1963/64 a embelezar-lhe o currículo, a federação continuaria a apontar-lhe a sua “traição” e a mantê-lo arredado da equipa. Mais de 2 anos após o afastamento, o jogador vê a sua “pena” revogada e começa a participar na qualificação para o Mundial de 1966.
Com a presença da sua selecção em Inglaterra, o atleta começa a merecer a atenção dos que acompanhavam o certame. Sem ser um avançado puro, o interior começa a destacar-se pelos golos conseguidos. À conta dos seus remates certeiros, e da ajuda dada nas manobras ofensivas, o conjunto germânico avança no torneio. Já depois de eliminar a União Soviética nas meias-finais, a Alemanha Ocidental enfrentaria a equipa da casa. Em Wembley, logo aos 12 minutos, Helmut Haller inaugura o marcador. Embora insuficiente para arrecadar o título de campeão, o tento conseguido na final contribuiria para que o jogador conseguisse alcançar o 2º posto na tabela dos melhores marcadores.
A sua 3ª participação em Campeonatos do Mundo viria numa altura em que Haller já representava a Juventus. Ao contrário do que se passaria no México 70, durante o qual haveria de ser afectado por uma grave lesão, a sua contribuição para o sucesso da “Vecchia Signora” seria notável. Pelo emblema da cidade de Torino, o internacional alemão venceria mais 2 “Scudettos” (1971/72; 1972/73). Nas competições da UEFA chegaria à final da Taça das Cidades com Feira de 1970/71 e à final Taça dos Campeões Europeus de 1972/73. Tendo sido derrotado, respectivamente por Leeds United e Ajax, a falta de um título continental tornar-se-ia numa das brechas da sua carreira.
Mesmo tendo já ultrapassado a barreira dos 30 anos de idade, Haller continuaria em Itália por mais algumas temporadas. É já com mais de uma década de “Calcio” que o alemão decide voltar ao país natal. De regresso ao clube que o tinha lançado no desporto, o atleta permaneceria aí até ao fim da sua carreira. Mesmo a disputar os escalões secundários, o jogador continuaria a atrair multidões. A sua popularidade era enorme e, na temporada de 1973/74, uma partida frente ao TSV 1860 München chamaria uma imensidão de adeptos ao Olímpico de Munique. A procura de um lugar nas bancadas foi tal ordem que, ainda hoje, a venda de bilhetes para esse jogo é tida como recorde mundial num jogo de 2ª divisão.

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