Com boa parte da formação a cargo do Vitória de Guimarães, não seria muito longe da “Cidade Berço” que César Peixoto faria a sua estreia como sénior. Embora relegado nos escalões inferiores, não demorou muito tempo até que de um dos emblemas de maior tradição em Portugal mostrasse interesse na sua contratação. Do Caçadores das Taipas iria parar ao Restelo e, desse modo, daria o primeiro passo em direcção a voos maiores – “(…) surgiu a hipótese do Belenenses, e havia mais duas equipas da I Liga. O meu feeling foi o Belenenses, não sei porquê. Na altura também apareceu o Gil Vicente, que era aqui ao lado. O treinador era o Luís Campos, que inclusivamente me ligou, a dizer que iam jogar ao Estádio da Luz na semana seguinte e que eu seria titular. Era muito aliciante, eu estava na terceira divisão!”*.
A adaptação a uma realidade bem diferente não seria fácil para o esquerdino. Apesar de andar ainda longe da titularidade, a vontade que tinha em vencer no futebol levá-lo-ia a superar as dificuldades inerentes a um cenário competitivo bastante exigente. Com Marinho Peres no comando do Belenenses, César Peixoto acabaria por fazer uma segunda volta acima das expectativas. As boas prestações acabariam por abrir novas portas ao atleta e, no final dessa temporada de 2001/02, surge o convite do FC Porto.
Estando os “Azuis e Brancos” à beira de encetar um dos mais notáveis capítulos da sua história, César Peixoto acabaria por gravar o seu nome nos anais do clube. Logo nessa primeira temporada no Dragão, e tendo José Mourinho como treinador, o extremo-esquerdo seria peça importante na conquista da “dobradinha” e da Taça UEFA. Na campanha seguinte, apesar de menos utilizado, o jogador contribuiria ainda para outra vitória no Campeonato Nacional e, bem mais importante, ajudaria os “Dragões” a vencer a “Champions” de 2003/04.
O pior é que, ainda no decorrer da fase de grupos dessa inesquecível Liga dos Campeões, César Peixoto sofre uma grave lesão. Com um período de recuperação enorme, o jogador, que por essa altura já tinha assumido um papel importante no delinear do “onze” portista, perde espaço na equipa. A mazela sofrida no joelho em nada contribuiria para o seu desenvolvimento como atleta e, segundo as palavras do próprio, tal infortúnio acabaria por marcar o resto do seu trajecto – “Era uma altura crucial na minha carreira, em que podia dar o salto que sempre quis ter dado. Acabei por ficar lesionado durante uns seis, sete meses. Mais tarde, tive que ser emprestado ao Guimarães, voltei para o FC Porto, afirmei-me novamente, era o melhor marcador da equipa ao final da primeira volta, estava de novo a abrir-se tudo e mais alguma coisa, e acabei por me lesionar outra vez. Fiquei quase um ano e meio parado, até fui para Espanha e não consegui jogar”*.
Mesmo sem conseguir voltar aos níveis exibicionais de antigamente, a César Peixoto seriam dadas outras oportunidades. No regresso da “La Liga”, onde vestiria as cores do Espanyol, seria o Sporting de Braga a abrir-lhe as portas. Pela mão de Jorge Jesus, o esquerdino voltaria às boas exibições. Adaptado, desde os tempos em que trabalhara com Co Adriaanse, a lateral, o atleta acabaria por ser chamado à principal selecção nacional. Para além do particular disputado frente ao Brasil, há que não esquecer a vitória na Taça Intertoto de 2008/09. Para além do já referido, a sua passagem pela “Cidade dos Arcebispos” empurrá-lo-ia, mais uma vez, na direcção de um dos “3 grandes”. No Verão de 2009, e acompanhando o seu treinador, o internacional luso deixa o Minho para voltar a Lisboa.
No Benfica, sem nunca conseguir ser titular indiscutível, César Peixoto sagra-se de novo campeão nacional. Dois anos passados na “Luz” e com mais 2 Taças da Liga a engordarem o seu palmarés, o defesa entra na derradeira fase da carreira. De volta ao Minho, desta feita para envergar o emblema do Gil Vicente, ainda teria tempo para jogar mais uma final da Taça da Liga. A partida, que terminaria com o marcador em 2-1, ficaria decidida em favor do seu antigo clube, o Benfica.
O fim do seu percurso como futebolista conheceria um fim abrupto. Após não ter acompanhado os seus colegas numa visita a uma escola, a direcção dos “Galos” abrir-lhe-ia um processo disciplinar. Na sequência do mesmo, César Peixoto seria despedido, com os responsáveis do clube a alegarem quebra dos regulamentos internos – “Fui para tribunal e venci, mas, aí sim, fiquei desiludido com o futebol, desmotivado e sem vontade de continuar a jogar. Tinha a oportunidade de o fazer, mas não tive força de vontade”*.
Após concluída a contenda, o antigo internacional decidir-se-ia pelo “pendurar das chuteiras”. Recentemente, abraçou novas funções e, com destaque para os programas da RTP, tem-se dedicado às tarefas de comentador desportivo.
*retirado da entrevista de Diogo Pombo, publicada a 08/04/2017, em http://tribunaexpresso.pt/
A adaptação a uma realidade bem diferente não seria fácil para o esquerdino. Apesar de andar ainda longe da titularidade, a vontade que tinha em vencer no futebol levá-lo-ia a superar as dificuldades inerentes a um cenário competitivo bastante exigente. Com Marinho Peres no comando do Belenenses, César Peixoto acabaria por fazer uma segunda volta acima das expectativas. As boas prestações acabariam por abrir novas portas ao atleta e, no final dessa temporada de 2001/02, surge o convite do FC Porto.
Estando os “Azuis e Brancos” à beira de encetar um dos mais notáveis capítulos da sua história, César Peixoto acabaria por gravar o seu nome nos anais do clube. Logo nessa primeira temporada no Dragão, e tendo José Mourinho como treinador, o extremo-esquerdo seria peça importante na conquista da “dobradinha” e da Taça UEFA. Na campanha seguinte, apesar de menos utilizado, o jogador contribuiria ainda para outra vitória no Campeonato Nacional e, bem mais importante, ajudaria os “Dragões” a vencer a “Champions” de 2003/04.
O pior é que, ainda no decorrer da fase de grupos dessa inesquecível Liga dos Campeões, César Peixoto sofre uma grave lesão. Com um período de recuperação enorme, o jogador, que por essa altura já tinha assumido um papel importante no delinear do “onze” portista, perde espaço na equipa. A mazela sofrida no joelho em nada contribuiria para o seu desenvolvimento como atleta e, segundo as palavras do próprio, tal infortúnio acabaria por marcar o resto do seu trajecto – “Era uma altura crucial na minha carreira, em que podia dar o salto que sempre quis ter dado. Acabei por ficar lesionado durante uns seis, sete meses. Mais tarde, tive que ser emprestado ao Guimarães, voltei para o FC Porto, afirmei-me novamente, era o melhor marcador da equipa ao final da primeira volta, estava de novo a abrir-se tudo e mais alguma coisa, e acabei por me lesionar outra vez. Fiquei quase um ano e meio parado, até fui para Espanha e não consegui jogar”*.
Mesmo sem conseguir voltar aos níveis exibicionais de antigamente, a César Peixoto seriam dadas outras oportunidades. No regresso da “La Liga”, onde vestiria as cores do Espanyol, seria o Sporting de Braga a abrir-lhe as portas. Pela mão de Jorge Jesus, o esquerdino voltaria às boas exibições. Adaptado, desde os tempos em que trabalhara com Co Adriaanse, a lateral, o atleta acabaria por ser chamado à principal selecção nacional. Para além do particular disputado frente ao Brasil, há que não esquecer a vitória na Taça Intertoto de 2008/09. Para além do já referido, a sua passagem pela “Cidade dos Arcebispos” empurrá-lo-ia, mais uma vez, na direcção de um dos “3 grandes”. No Verão de 2009, e acompanhando o seu treinador, o internacional luso deixa o Minho para voltar a Lisboa.
No Benfica, sem nunca conseguir ser titular indiscutível, César Peixoto sagra-se de novo campeão nacional. Dois anos passados na “Luz” e com mais 2 Taças da Liga a engordarem o seu palmarés, o defesa entra na derradeira fase da carreira. De volta ao Minho, desta feita para envergar o emblema do Gil Vicente, ainda teria tempo para jogar mais uma final da Taça da Liga. A partida, que terminaria com o marcador em 2-1, ficaria decidida em favor do seu antigo clube, o Benfica.
O fim do seu percurso como futebolista conheceria um fim abrupto. Após não ter acompanhado os seus colegas numa visita a uma escola, a direcção dos “Galos” abrir-lhe-ia um processo disciplinar. Na sequência do mesmo, César Peixoto seria despedido, com os responsáveis do clube a alegarem quebra dos regulamentos internos – “Fui para tribunal e venci, mas, aí sim, fiquei desiludido com o futebol, desmotivado e sem vontade de continuar a jogar. Tinha a oportunidade de o fazer, mas não tive força de vontade”*.
Após concluída a contenda, o antigo internacional decidir-se-ia pelo “pendurar das chuteiras”. Recentemente, abraçou novas funções e, com destaque para os programas da RTP, tem-se dedicado às tarefas de comentador desportivo.
*retirado da entrevista de Diogo Pombo, publicada a 08/04/2017, em http://tribunaexpresso.pt/
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