856 - HÉLDER POSTIGA


Embora tendo começado pelas “escolas” do Varzim, seria no FC Porto que Hélder Postiga faria grande parte da sua formação. Ainda em idade júnior começaria a ser chamado à equipa “B”, para, na temporada de 2001/02, fazer a estreia pelo conjunto principal dos “Dragões”. Com contratação de José Mourinho para treinador, o avançado passa a ser mais utilizado, acabando por conquistar um lugar no “onze” inicial. Na época seguinte, e já na condição de titular, participa numa das melhores campanhas da história do clube. O Campeonato, a Taça de Portugal e a Taça UEFA, todos conquistados durante 2002/03, acabariam por transformá-lo num dos atletas mais cobiçados na Europa.
Com a cotação em alta, o avançado acabaria por continuar a carreira em Inglaterra. Apesar de ser visto como uma grande promessa, a verdade é que a sua ambientação seria mal conduzida. Para piorar, Glenn Hoddle acabaria despedido. Afastado o “manager” responsável pela sua contratação, a sua adaptação ao Tottenham ficaria ainda mais comprometida – "Fui eu que escolhi o clube, até porque na altura havia alternativas, até mais vantajosas do posto de vista financeiro. Mas eu apontei para ali... Foi complicado: nunca tinha saído do país, não falava a língua, era muito novo. Estava muito habituado à família, aos amigos, aos meus sítios... Cá, quando chegava alguém para a equipa, fazíamos questão de mostrar os melhores restaurantes, os bairros mais simpáticos para viver, de criar um ambiente que acelerasse a adaptação. Eu, em Londres, não tive nada disso (…)”*.
Apesar de 2003/04, em termos de clube, ter acabado por ser uma temporada negativa, a chamada ao Euro 2004 compensaria esse desaire. Convocado por Luíz Felipe Scolari, Hélder Postiga acabaria por ser pouco utilizado no certame organizado em Portugal. Contudo, a sua participação no desafio referente aos quartos-de-final, empurraria a selecção em direcção à derradeira contenda do torneio. Frente à Inglaterra, com a equipa lusa a perder por 0-1, o avançado entraria em campo aos 75 minutos. Já com a segunda parte bem perto do fim, o ponta-de-lança marcaria o golo que levaria o jogo para o prolongamento. Com tudo a acabar num empate a 2, seguir-se-iam os “penaltys”. No desempate, a atrevimento do atleta ficaria na memória de muitos. Chamado à “marca dos 11 metros”, e demonstrando uma calma impressionante, o avançado concretiza o “castigo máximo” à moda do polaco Panenka.
O regresso ao FC Porto, envolvido na ida de Pedro Mendes para o emblema londrino, faria com que Hélder Postiga entrasse numa fase conturbada da sua carreira. Não conseguindo agradar aos treinadores contratados pelos “Azuis e Brancos”, o jogador acabaria por ser emprestado por duas vezes. Saint-Etienne (2005/06) e Panathinaikos (2007/08) acabariam por ser os emblemas que, durante esses 4 anos de contrato, também acolheriam o atleta. Depois, viria uma grande surpresa e a sua transferência para o Sporting. Em Lisboa, o percurso do ponta-de-lança voltaria a estabilizar. Começaria a ser utilizado com mais regularidade e, para além de vencer a Supertaça de 2007/08, acabaria por ver o valor do seu passe aumentar.
 É na sequência dessa caminhada que da “La Liga” surge mais um convite. No Zaragoza, com a transferência a concretizar-se já após o começo da temporada de 2011/12, Hélder Postiga passaria as 2 campanhas seguintes. Apesar do bom desempenho do avançado, o clube acabaria por descer de escalão em 2013. Após a despromoção do emblema de Aragão, a carreira do internacional português como que entraria na derradeira fase. Durante esse último capitulo, tempo ainda para representar clubes como o Valencia, Lazio, Deportivo, Rio Ave e, consigo sagrar-se campeão em 2016, os indianos do Atlético de Kolkata.
Após decidir afastar-se dos campos de futebol, Hélder Postiga continuaria ligado à modalidade. Tendo “pendurado as chuteiras”, o antigo futebolista tem-se destacado como comentador desportivo, com participações em diversos programas da RTP.

*retirado do artigo de João Gobern, publicado a 16/07/2016, em www.dn.pt

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