1143 - BETO VIDIGAL

Sendo o mais velho dos irmãos futebolistas da família Vidigal, Beto, entraria para “O Elvas” ainda em idade de formação. Na temporada de 1982/83 surgiria a oportunidade para estrear-se no conjunto principal do emblema alentejano. Depois de 2 primeiras campanhas em que a habitual adaptação a um contexto competitivo mais exigente levá-lo-ia a ficar na sombra de colegas mais experientes, as suas capacidades haveriam de pô-lo em plano de destaque. Nesse sentido em muito contribuiriam as aptidões técnicas, visão de jogo e forte componente física. Aliás, dir-se-ia de si ser o mais habilidoso do “clã” e até o irmão Toni haveria de concordar com tal avaliação – “Era craque. Nos tempos de hoje, estava no Sporting, Benfica ou FC Porto e jogava de caras. Era muito bom”*.
Como um dos elementos em destaque no conjunto elvense, Beto Vidigal tornar-se-ia num dos pilares do regresso da equipa ao patamar maior do futebol português. Depois de ajudar à promoção, a época de 1986/87 tornar-se-ia na da sua estreia na 1ª divisão. No convívio com os “grandes”, manter-se-ia como um elemento relevante nas manobras tácticas do treinador Carlos Cardoso e, com a saída deste, de António Medeiros. Um dos factores para tal, seria a sua inteligência, permitindo-lhe actuar em diferentes posições dentro do terreno de jogo. Fosse no meio-campo ou em funções com pendor mais atacante, fosse descaído para a esquerda ou em lugares mais centrais, a verdade é que as suas exibições raramente seriam alvo de aferições negativas.
Com o alargamento a 20 equipas, o “O Elvas”, apesar do 16º posto na tabela classificativa, conseguiria prolongar a estadia na 1ª divisão por mais uma temporada. No plantel manter-se-ia Beto Vidigal e sempre merecedor de rasgados elogios. Contudo, a campanha de 1987/88 tornar-se-ia na última do atleta no escalão máximo. A mudança para o Louletano encetaria uma caminhada que perpetuaria a sua carreira pelos escalões secundários. Mesmo ao conseguir exibições de bom nível, a verdade é que o jogador não voltaria aos escaparates principais. Seguir-se-ia, na recém-criada divisão de honra, a passagem pela União de Leiria. Depois viria um curto regresso ao “O Elvas”, a Naval 1º de Maio, o Vila Real e, como derradeira etapa na sua caminhada competitiva, o envergar de novo da camisola azul e oiro.
Numa carreira de futebolista sénior que atingiria as duas décadas de duração, as 13 campanhas disputadas com o “O Elvas” fariam dele um dos históricos do emblema alentejano. A sua ligação manter-se-ia depois de deixar os campos. Como treinador, tendo chegado a adjunto da equipa principal, Beto Vidigal fortaleceria, ainda mais, a sua ligação com a equipa fronteiriça.

*retirado da entrevista conduzida por Romilson Teixeira e publicada em https://davidjosepereira.blogspot.com, a 28/03/2021

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