Ainda como elemento do Sporting Clube da Beira, Manaca despertaria a cobiça dos grandes emblemas portugueses. A actuar como interior, os dois prémios de Melhor Marcador ganhos em Moçambique, seriam o tónico para que o Benfica e o FC Porto tomassem a decisão de lançar ao futebolista propostas para a mudança. Porém, como menor de idade, a transferência ficaria dependente da autorização do seu pai. Ao ser um aguerrido adepto do Sporting, o progenitor do jovem praticante recusaria as ofertas de ambos os clubes e só quando de Alvalade chegou um novo convite é que o cenário começou a mudar.
Depois de chegar a Lisboa para a temporada de 1965/66, onde o máximo que conseguiria seria a presença na equipa de “reservas” dos “Leões”, Manaca, na época seguinte, acabaria chamado à categoria principal do Sporting. Num plantel maioritariamente composto pelos recém-vencedores da Taça dos Vencedores das Taças, a sua entrada no “onze” transformar-se-ia numa missão quase impossível. Pouco jogaria e como solução para potenciar as suas qualidades, surgiria a hipótese do empréstimo.
Com a passagem pela Sanjoanense a conferir ao atleta o traquejo suficiente para enfrentar um contexto competitivo mais exigente, o regresso ao Estádio de Alvalade abriria a Manaca a porta a novas oportunidades. Ao entender que o jogador poderia render mais noutras posições, a adaptação perpetrada por Fernando Vaz levá-lo-ia para o sector mais recuado da equipa e, de forma positiva, representaria uma mudança de paradigma na sua carreira. Já como lateral-esquerdo, mas que também podia actuar pela direita ou no centro, a regularidade com que passaria a ser chamado a jogo elevá-lo-ia ao estatuto de elemento essencial no esquema táctico. Como titular do Sporting, a hipótese de uma chamada à selecção nacional surgiria no horizonte como um passo natural. No entanto, as críticas lançadas na empresa ao seleccionador Manuel da Luz Afonso, retirá-lo-iam dos planos da Federação e o defesa jamais alcançaria a tão almejada internacionalização.
Mesmo afastado da “camisola das quinas”, Manaca continuaria a ser importante nos sucessos dos “Verde e Branco”. Na obtenção de títulos, o defesa ajudaria ao triunfo em 6 competições. Após a conquista do Campeonato Nacional de 1969/70 e da Taça de Portugal do ano seguinte, o atleta assumir-se-ia como peça fulcral na vitória da edição de 1973/74 da mais importante prova do calendário futebolístico português e, ainda, em 3 outras caminhadas vencidas da “Prova Rainha”.
Curiosamente, numa altura em que era tido como um dos melhores atletas do conjunto leonino, Manaca acabaria por deixar o Sporting. Especulados desentendimentos entre diferentes facções do balneário, levariam o defesa a sair do emblema alfacinha. Seguir-se-iam a curta passagem por Boston Minutemen, onde jogaria ao lado de Eusébio, António Simões, Nelson Fernandes e Jorge Calado, e as experiências com as cores do Vitória de Setúbal e do Sporting de Braga, orientado em ambas por Mário Lino.
Depois de, pelos minhotos, ter ajudado à vitória na Taça da Federação Portuguesa de Futebol e da presença, na mesma temporada de 1976/77, na final da Taça de Portugal, Manaca, por uma última vez, voltaria a Alvalade. Surpreendentemente, após uma época em que participaria em grande parte das pelejas, uma remodelação do plantel arrolaria o atleta como um dos elementos a dispensar. O Vitória de Guimarães abrir-lhe-ia as portas. Todavia, seria no regresso ao Minho que viveria um dos momentos mais polémicos da sua caminhada profissional.
Já no final da 2ª campanha ao serviço do conjunto vimaranense, num desafio frente ao Sporting, o jogador marcaria na própria baliza e, com a vitória dos “Leões”, praticamente afastaria o FC Porto da corrida pelo Campeonato Nacional. Na sequência do lance, os responsáveis dos “Dragões” viriam a público acusar o jogador de ter sido corrompido pelos adversários. Nada ficaria provado, mas o estigma colar-se-ia ao defesa e, recorrentemente, é alvo de novas conversas – “Esse autogolo serviu para distrair o povo português e afastar aqueles que eram os mais cumpridores do que é o futebol, dando espaço de manobra a 20 anos de vergonha, mentira e negócios obscuros. Aproveitaram para fazer isto tudo, como se fossem vítimas de uma cabala (…).Depois desse acontecimento, controlaram, dominaram, fizeram do futebol português aquilo que ele é hoje”*.
Na 1ª divisão, envergaria ainda o emblema do Estoril-Praia. Com a passagem pela agremiação sediada na Linha de Cascais, Manaca chegaria a um cômputo de 15 temporadas no escalão máximo do nosso futebol. Mais tarde, jogaria ao serviço do Peniche, onde também encetaria as funções de treinador. Como técnico passaria depois pelo Sacavenense, antes de viajar para o Canadá, onde passaria a residir.
*declarações de Manaca sofre o episódio, incluídas no artigo publicado em www.record.pt, a 27/04/2010
Depois de chegar a Lisboa para a temporada de 1965/66, onde o máximo que conseguiria seria a presença na equipa de “reservas” dos “Leões”, Manaca, na época seguinte, acabaria chamado à categoria principal do Sporting. Num plantel maioritariamente composto pelos recém-vencedores da Taça dos Vencedores das Taças, a sua entrada no “onze” transformar-se-ia numa missão quase impossível. Pouco jogaria e como solução para potenciar as suas qualidades, surgiria a hipótese do empréstimo.
Com a passagem pela Sanjoanense a conferir ao atleta o traquejo suficiente para enfrentar um contexto competitivo mais exigente, o regresso ao Estádio de Alvalade abriria a Manaca a porta a novas oportunidades. Ao entender que o jogador poderia render mais noutras posições, a adaptação perpetrada por Fernando Vaz levá-lo-ia para o sector mais recuado da equipa e, de forma positiva, representaria uma mudança de paradigma na sua carreira. Já como lateral-esquerdo, mas que também podia actuar pela direita ou no centro, a regularidade com que passaria a ser chamado a jogo elevá-lo-ia ao estatuto de elemento essencial no esquema táctico. Como titular do Sporting, a hipótese de uma chamada à selecção nacional surgiria no horizonte como um passo natural. No entanto, as críticas lançadas na empresa ao seleccionador Manuel da Luz Afonso, retirá-lo-iam dos planos da Federação e o defesa jamais alcançaria a tão almejada internacionalização.
Mesmo afastado da “camisola das quinas”, Manaca continuaria a ser importante nos sucessos dos “Verde e Branco”. Na obtenção de títulos, o defesa ajudaria ao triunfo em 6 competições. Após a conquista do Campeonato Nacional de 1969/70 e da Taça de Portugal do ano seguinte, o atleta assumir-se-ia como peça fulcral na vitória da edição de 1973/74 da mais importante prova do calendário futebolístico português e, ainda, em 3 outras caminhadas vencidas da “Prova Rainha”.
Curiosamente, numa altura em que era tido como um dos melhores atletas do conjunto leonino, Manaca acabaria por deixar o Sporting. Especulados desentendimentos entre diferentes facções do balneário, levariam o defesa a sair do emblema alfacinha. Seguir-se-iam a curta passagem por Boston Minutemen, onde jogaria ao lado de Eusébio, António Simões, Nelson Fernandes e Jorge Calado, e as experiências com as cores do Vitória de Setúbal e do Sporting de Braga, orientado em ambas por Mário Lino.
Depois de, pelos minhotos, ter ajudado à vitória na Taça da Federação Portuguesa de Futebol e da presença, na mesma temporada de 1976/77, na final da Taça de Portugal, Manaca, por uma última vez, voltaria a Alvalade. Surpreendentemente, após uma época em que participaria em grande parte das pelejas, uma remodelação do plantel arrolaria o atleta como um dos elementos a dispensar. O Vitória de Guimarães abrir-lhe-ia as portas. Todavia, seria no regresso ao Minho que viveria um dos momentos mais polémicos da sua caminhada profissional.
Já no final da 2ª campanha ao serviço do conjunto vimaranense, num desafio frente ao Sporting, o jogador marcaria na própria baliza e, com a vitória dos “Leões”, praticamente afastaria o FC Porto da corrida pelo Campeonato Nacional. Na sequência do lance, os responsáveis dos “Dragões” viriam a público acusar o jogador de ter sido corrompido pelos adversários. Nada ficaria provado, mas o estigma colar-se-ia ao defesa e, recorrentemente, é alvo de novas conversas – “Esse autogolo serviu para distrair o povo português e afastar aqueles que eram os mais cumpridores do que é o futebol, dando espaço de manobra a 20 anos de vergonha, mentira e negócios obscuros. Aproveitaram para fazer isto tudo, como se fossem vítimas de uma cabala (…).Depois desse acontecimento, controlaram, dominaram, fizeram do futebol português aquilo que ele é hoje”*.
Na 1ª divisão, envergaria ainda o emblema do Estoril-Praia. Com a passagem pela agremiação sediada na Linha de Cascais, Manaca chegaria a um cômputo de 15 temporadas no escalão máximo do nosso futebol. Mais tarde, jogaria ao serviço do Peniche, onde também encetaria as funções de treinador. Como técnico passaria depois pelo Sacavenense, antes de viajar para o Canadá, onde passaria a residir.
*declarações de Manaca sofre o episódio, incluídas no artigo publicado em www.record.pt, a 27/04/2010
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