1234 - MALTA DA SILVA

Descoberto no Sports Clube Portugal de Benguela, onde, em simultâneo, chegaria a praticar futebol e basquetebol, Malta da Silva aterraria em Lisboa para representar o Benfica. Para essa temporada de 1964/65, campanha em que as “Águias” alcançariam a 4ª final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, nos comandados do treinador Elek Schwartz, estavam, só para o sector mais recuado, nomes como Germano, Cavém, Jacinto, Raúl, entre outros. Com tamanha e tão ilustre companhia, as oportunidades dadas ao reforço recém-chegado de Angola seriam poucas. Mesmo podendo posicionar-se na direita ou no centro da defesa, a polivalência do jovem futebolista de pouco serviria e, na campanha de entrada na “Luz”, apenas participaria em meia-dúzia de partidas para o Campeonato. Nas campanhas seguintes, igual fado e seria somente no desenrolar da época de 1969/70 que a sua sorte mudaria.
Com Otto Glória de regresso ao emblema da Luz, Malta da Silva, finalmente, teria o ensejo de demonstrar todas as qualidades que, alguns anos antes, tinham feito os responsáveis pelos “Encarnados” interessarem-se pela sua contratação. Com fino recorte técnico, capacidade de passe superior, elegância e, contudo, sem deixar de ser combativo, o defesa começaria a ganhar espaço no seio do plantel. Fixar-se-ia na lateral-direita e conservaria a titularidade, mesmo com a chegada do treinador Jimmy Hagan. Aliás, seria sob a batuta do técnico inglês que mais brilharia. Tal destaque não passaria despercebido aos homens da Federação Portuguesa de Futebol, que começariam a ver em si um elemento capaz de ajudar aos desígnios futebolísticos da nação. A primeira presença em campo com a “camisola das quinas” chegaria, a 17 de Fevereiro de 1971, pela mão de José Gomes Silva. Depois dessa partida frente à Bélgica, calendarizada para a Fase de Apuramento para o Euro 72, o seu nome voltaria a ser chamado a representar Portugal e, no total, somaria 5 internacionalizações “A”.
Após 11 temporadas a representar o Benfica, a ligação entre o clube e o atleta conheceria o fim. Malta da Silva partiria depois de participar em 191 pelejas oficiais, de marcar 1 golo e com o currículo enriquecido pelas conquistas de 7 Campeonatos Nacionais e de 2 Taças de Portugal. Seguir-se-iam o Viseu e Benfica e a viagem em direcção ao “El Dorado” do futebol dos anos de 1970. Entraria para a North American Soccer League em 1977, onde reencontraria a companhia de António Simões, seu antigo colega nas “Águias” e até no, ainda agora referido, emblema beirão. Nos Estados Unidos da América começaria por envergar as cores do San Jose Earthquakes. Passaria também, já na disputa da American Soccer League, pelos Rhode Island Oceaneers. Cumprida a curta vivência do outro lado do Oceano Atlântico, regressaria a Portugal numa fase marcadamente descendente da carreira profissional. Encetaria, então, um trajecto de alguns anos pelos escalões secundários, durante o qual sobressairiam os seus desempenhos como treinador-jogador. Benfica de Castelo Branco, onde contribuiria para uma subida à 2ª divisão, Lusitano de Vila Real de Santo António e Pêro Pinheiro transformar-se-iam nas colectividades do aludido período.

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