1458 - CURADO

Parte integrante das equipas de juniores da Académica de Coimbra nas temporadas de 1954/55 e 1955/56, António Nazaré Curado, sem que tenha logrado descobrir qualquer informação no hiato subsequente ao referido período, haveria de registar a primeira aparição na categoria principal da “Briosa” no decorrer da campanha de 1957/58. Porém, e numa altura em que era orientado pelo mítico Cândido de Oliveira, o jovem defesa, perante a presença de colegas bem mais experientes no sector mais recuado, casos de Mário Wilson, Mário Torres ou Marta, acabaria por revelar algumas dificuldades em impor-se no “onze” dos “Estudantes”. Ainda assim, como um dos bons valores saídos das “escolas” do clube, as suas qualidades segurá-lo-iam no plantel e o valor patente nas suas, ainda que poucas, exibições, mantê-lo-iam como elemento do grupo de trabalho.
Esse paradigma começaria a mudar a partir da temporada de 1959/60, mormente com a chegada ao comando técnico da agremiação beirã do argentino Óscar Montez. Nas campanhas seguintes, o mesmo registo de aparições, já com boa frequência, ainda sem aferir o jogador com força suficiente para assegurar um lugar a titular, mas a auspiciar, num futuro próximo, uma alteração desse contexto competitivo. A aludida transformação consolidar-se-ia na época de 1962/63 e numa altura em que a Académica de Coimbra apresentava como treinador outro nome inolvidável do futebol luso, ou seja, José Maria Pedroto. Sob a alçada do incontornável “Zé do Boné”, o defesa passaria a auferir do estatuto de indiscutível no “onze” da “Briosa”. Mesmo com a saída do referido “timoneiro” e com a entrada do seu antigo colega de balneário Mário Wilson, a sua situação no seio do grupo de trabalho manter-se-ia e, desse modo, Curado viria a figurar nos anais da agremiação como um dos pilares daqueles que surgiriam como os melhores anos da história do emblema estudantil.
Uma das temporadas mais brilhantes a preencher o seu trajecto desportivo acabaria por ser a de 1966/67. Numa equipa recheada de craques, António Curado saberia conservar-se como essencial nos sucessos do colectivo, os quais, na mencionada campanha, dariam à Académica de Coimbra o 2º lugar no Campeonato Nacional e a presença na final da Taça de Portugal. Para grande infelicidade do jogador, no Estádio Nacional, perante o Vitória Futebol Clube, o defesa, apesar de participar nas eliminatórias anteriores, não seria chamado à decisiva peleja. O mesmo aconteceria 2 anos após essa presença no Jamor, num encontro que ficara marcado pelo protesto estudantil e, dessa feita, numa partida a opor o conjunto conimbricense ao Sport Lisboa e Benfica.
Também as competições de foro continental entrariam para o currículo do atleta. Nesse âmbito, como consequência dos êxitos internos, a época de 1968/69 traria ao caminho da Académica de Coimbra a estreia nas competições internacionais de clubes. Nas partidas frente ao Olympique Lyonnais, a contar para a Taça das Cidades com Feira, Curado seria chamado ao “onze” em ambas as mãos. Já em 1969/70, a última campanha que faria como futebolista de alta-competição, o defesa, com os finlandeses do Kuopion Palloseura como adversários, participaria na 1ª ronda da Taça dos Vencedores das Taças, edição que levaria o emblema da “Cidade dos Estudantes” até aos quartos-de-final da prova.
Já depois de “pendurar as chuteiras, António Curado ainda voltaria ligar-se ao futebol, nomeadamente como treinador do Anadia.

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