1459 - PINILLA

Produto das “escolas” da Universidad de Chile, Mauricio Pinilla cedo emergiria como uma das grandes promessas do futebol sul-americano. Nessa perspectiva, sensivelmente 2 anos após a estreia como sénior, o avançado começaria a ser cobiçado por emblemas de maior monta. De Itália, num convénio a juntar o Chievo e o Inter Milan, chegaria uma proposta pela sua aquisição e, rubricado o acordo, viria a consequente mudança para o “Calcio”. Com os dois clubes referidos a partilharem o seu “passe” em partes idênticas, o atacante seria encaminhado para o plantel de 2003/04 da agremiação sediada em Verona. Porém, a sua adaptação ao futebol europeu ficaria aquém do esperado e a meio da aludida campanha o jovem jogador acabaria emprestado ao Celta de Vigo.
Seria no final do ciclo cumprido entre a Itália e a Espanha que surgiria o interesse do Sporting. Com Pinilla, após a estreia pela principal selecção do Chile a 29 de Março de 2003, a manter-se como um dos elementos amiúde chamado às pelejas do seu país natal, os “Leões” veriam no atleta uma boa aposta para reforçar o sector mais ofensivo do plantel. Comandado por José Peseiro, o avançado-centro, apesar de várias presenças em campo, tardaria em ter no golo uma forte credencial. Para a infelicidade do atacante, quando tudo parecia estar a mudar, uma grave lesão atirá-lo-ia para fora dos planos do aludido técnico, inclusive fazendo com que o jogador falhasse a final da Taça UEFA de 2004/05.
Já com a época seguinte em andamento, e com a equipa “alfacinha” sob a alçada de Paulo Bento, seriam as declarações feitas a um periódico a pôr em causa a sua continuidade em Lisboa e a empurrá-lo para a porta de saída – “Não posso mais com a minha situação no Sporting (…). Quando soube da lista de convocados e da qual não constava o meu nome, só me apetecia morrer. Então, disse para mim mesmo que já não valia a pena estar num lugar onde não me querem (…). Se não me querem, deixem-me sair. Clubes interessados em mim não faltam. Disseram-me que vou ter opções seguras para sair em Janeiro. Deixei-lhes também claro que terminou a minha etapa em Portugal”*.
A exigência a forçar a sua partida, inicialmente por empréstimo e depois já em definitivo, levá-lo-ia a um período mais errante e nada condizente com as expectativas criadas em seu redor. Racing Santander, Hearts, o regresso à Universidad de Chile, Vasco da Gama e os cipriotas do Apollon Limassol, preencheriam os anos a suceder a sua saída de Alvalade. No entanto, contrariamente ao rumo que a sua carreira estava a tomar, de Itália surgiria nova proposta e a mudança devolveria o avançado chileno às sendas do sucesso.
Apresentado pelo modesto Grosseto como reforço para a temporada de 2009/10, o ano passado na disputa da Serie B, revelaria um atleta com a pontaria afinada. Os bons números exibidos dentro de campo abrir-lhe-iam de novo as portas do escalão maior italiano e a transferência para o Palermo emergiria como um justo prémio. Seguir-se-iam, numa etapa pelo Calcio a prolongar-se até à campanha de 2016/17, o Cagliari, o Genoa e o Atalanta. Paralelamente apareceriam as convocatórias para os principais torneios organizados no âmbito das selecções nacionais, nomeadamente a chamada para o Campeonato do Mundo de 2014 e as presenças na Copa América de 2015 e de 2016, de onde o Chile, em ambas as edições, sairia como o agregado vencedor do certame.

*retirado do artigo de Filipe Escobar de Lima, publicado a 23/11/2005, em www.publico.pt

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