1485 - NIQUINHA

Formado pelo Francana, agremiação do interior do Estado de São Paulo, seria na mesma colectividade que Édson Pereira de Barros, popularizado no mundo do futebol por Niquinha (ou Nikinha), chegaria, em 1990, ao escalão sénior. Alguns anos depois, o médio-centro, caracterizado pelo trato gentil dado à bola e pela maneira suave como conseguia desarmar os adversários, começaria a ser cobiçado por emblemas de outra monta e a mudança para o Náutico empurrá-lo-ia para a disputa das edições de 1993 e 1994 do principal patamar do “Brasileirão”.
Curiosamente, seria depois de um retrocesso na sua carreira profissional, à altura a representar o modesto Manchete, que de Portugal surgiria o convite a marcar uma enorme mudança na sua carreira enquanto futebolista profissional. No Rio Ave a partir da temporada de 1997/98, seria pela mão do treinador Carlos Brito que, Niquinha, na época da sua chegada a Vila do Conde, conseguiria estrear-se na 1ª divisão. Daí em diante, tirando algumas excepções, o médio, que, por vezes, chegou a actuar como lateral-direito, conseguiria afirmar-se como um dos esteios da “Caravela” e num dos grandes símbolos da história do emblema a disputar as pelejas caseiras no Estádio dos Arcos.
Mesmo com o Rio Ave a alternar períodos primodivisionários, com outros na disputa do escalão secundário, o jogador nunca deixaria o clube nortenho. Nessa senda de 12 temporadas consecutivas, 7 seriam cumpridas no escalão máximo e numa longa passagem pelo emblema vilacondense, o centrocampista viveria alguns momentos merecedores de destaque. Um deles seria a vitória na edição de 2002/03 do Campeonato da 2ª divisão, onde também marcariam presença atletas históricos como Bruno Mendes, Gama, Evandro ou Miguelito. Para além do título referido, emergiria também ao currículo do médio a boa campanha na Taça de Portugal de 1999/00, onde ajudaria a sua equipa a chegar às meias-finais. Claro que o somatório de tudo o que já foi dito também pode ser traduzido por outros números e os 343 jogos oficiais disputados com as cores do colectivo da “Caravela”, 141 dos quais no patamar maior do futebol luso, fazem de Niquinha um dos nomes incontornáveis nos anais do clube.
Já a envergar a braçadeira de capitão, a separação de Niquinha com o Rio Ave dar-se-ia com o termo da temporada de 2008/09. Seguir-se-ia, de volta à casa onde tinha cumprido a sua formação, o regresso ao Francana, onde partilharia o balneário com o irmão Marquinhos, também antigo colega na colectividade com sede em Vila do Conde. Seria igualmente no Francana que viria a “pendurar as chuteiras” e onde, em paralelo com a gestão da “escolinha” por si fundada, daria os primeiros passos como treinador. Nas tarefas de técnico, inicialmente como adjunto, o antigo médio teria a oportunidade de comandar o conjunto principal e seria chamado a tais funções no decorrer da campanha de 2015.

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