1527 - EDMUNDO DUARTE

Praticante de enorme potencial, Edmundo Duarte, como atleta das camadas jovens do Candal, veria o FC Porto e o Benfica a interessarem-se pela sua contratação. A proximidade à família levá-lo-ia a escolher o emblema nortenho, onde viria a terminar o percurso formativo. Antes ainda da passagem definitiva a sénior, numa altura em que, ao cumprir o último ano nas “escolas” dos “Azuis e Brancos”, já trabalhava com a equipa principal do clube, viriam as convocatórias à selecção nacional. Integrado nos juniores lusos, o médio-ofensivo estrear-se-ia com a “camisola das quinas” a 5 de Dezembro de 1969, numa partida frente à Suíça. Seguir-se-iam outras 5 presenças em campo e, como ápice dessa caminhada com as cores de Portugal, a chamada à edição de 1970 do Torneio Internacional de Juniores da UEFA.
Na transição para o patamar sénior, o interesse do Benfica voltaria a acender-se e, no âmbito das negociações entre os dois emblemas, o atleta chegaria mesmo a deslocar-se a Lisboa. Porém, as elevadas exigências do FC Porto impossibilitariam a transferência e desagradado com o desfecho, Edmundo Duarte, ao recusar-se a envergar a camisola dos “Dragões”, chegaria mesmo a pôr a hipótese de abandonar a modalidade. No entanto, a resolver a pequena crise, apareceria o convite do Vitória Sport Clube que, por empréstimo, haveria de convencer o jogador a mudar-se para o Minho. Em Guimarães, inicialmente sob o comando do treinador brasileiro Jorge Vieira, o jogador faria a estreia na 1ª divisão. Todavia, a parca utilização fá-lo-ia mudar de rumo e na sua carreira seguir-se-ia o Varzim.
Muito mais do que uma mudança de rumo no desporto, a ida de Edmundo Duarte para Angola viria a alterar o contexto da sua vida. Ainda assim, o futebol continuaria como parte integrante dessa senda por África e no Recreativo do Uíge assumir-se-ia como treinador/jogador. Mais tarde, novamente entregue ao exclusivo papel de futebolista, vestiria a camisola do FC Luanda. Depois viria o regresso a Portugal e na metrópole encontraria poiso no plantel de 1977/78 do Vila Real.
Com os anos seguintes igualmente preenchidos nas lutas do escalão secundário, o Leixões e o Paços de Ferreira viriam a colorir a caminhada competitiva do médio-ofensivo. Já o regresso à 1ª divisão aconteceria pelas portas do Penafiel, agremiação na qual, na temporada de 1980/81, voltaria a encontrar-se com um antigo companheiro dos tempos do FC Porto, o treinador-jogador António Oliveira. Contudo, num trajecto em constante mudança, Edmundo Duarte acabaria por aceitar o convite do Candal para, na temporada de 1981/82, abraçar, em simultâneo, as tarefas de futebolista e de técnico. Aliás, seria com esse estatuto que passaria pelo primodivisionário Ginásio de Alcobaça e onde, com o termo das provas de 1982/83, viria a “pendurar as chuteiras”.
Afastado das lides de praticante, Edmundo Duarte manter-se-ia ligado à modalidade. Dando seguimento à carreira de treinador, a caminhada do antigo médio viveria essencialmente das disputadas dos escalões inferiores. Ao orientar, numa carreira bem longa, emblemas históricos como a UD Oliveirense, o Trofense, o Torreense, o Sporting de Espinho ou o Feirense, um dos grandes momentos dessa rota vivê-lo-ia à frente dos Dragões Sandinenses, com os quais, numa espantosa campanha, chegaria aos quartos-de-final da Taça de Portugal de 1996/97.

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