
Terão sido essas capacidades que, um ano após o seu ingresso no clube, e com apenas 19 anos, levaram Jimmy Hagan a chamá-lo à equipa principal. Em 5 anos ao serviço das "Águias", conheceu a glória e também a tristeza das lesões – "A primeira foi em 1974, num Benfica - F. C. Porto, no Estádio da Luz, num lance disputado com o Gabriel: tropecei no calcanhar dele, caí desamparado, de tal forma que fiquei com a perna dobrada para trás"*. Porém, Jordão nunca foi de virar a cara à luta. E se essa época ficou arruinada, logo na seguinte o avançado ergueu-se e correu para sagrar-se no Melhor Marcador do Campeonato Nacional.
Nas épocas ao serviço do Benfica ajudou a vencer 4 Campeonatos e conquistou o desejo de outros clubes em tê-lo no seu plantel. Em 1976 foi para o Zaragoza. Porém, o ano que aí esteve em nada foi feliz. Primeiro, foi o estranho e negativo aval dado pelo médico do clube, o qual o Presidente decidiu ignorar. Depois viriam as tricas de balneário – “De facto, acabei por não ser feliz em Espanha, mas isso não se deveu a limitações físicas, deveu-se às dificuldades criadas pelas intrigas e invejas de um paraguaio chamado Arrua, que temeu que eu o ofuscasse e começou logo a infernizar-me a vida"**.
Voltou a Lisboa, mas ao ver recusado ao seu intento de regressar à “Luz”, foi para Alvalade. Com as cores do Sporting fez parte, com Manuel Fernandes e António Oliveira, de um dos trios atacantes mais temíveis da Europa. Terá, nessas 9 épocas leoninas, tido o apogeu como jogador de futebol. No entanto, aos títulos de Melhor Marcador e de Melhor Jogador do Ano, ambos alcançados em 1980, só conseguiu, em 1979/80 e 1981/82, juntar 2 títulos de Campeão Nacional.
Na selecção a sua ascensão foi igualmente precoce. Ia na primeira temporada como profissional, quando, em Março de 1972, José Augusto chama o avançado para o jogo frente a Chipre. Nos quase 17 anos em que representou Portugal, marcou 15 golos. Talvez os mais importantes estejam ligados ao Euro 84. No derradeiro jogo da Qualificação, frente à URSS, foi ele que, depois de uma grande penalidade "fabricada" por Chalana, converteu o castigo máximo e selou o apuramento. Já na fase final da competição, numa partida de má memória, foram dele os dois golos na meia-final que, por 3-2, Portugal acabou por perder para a França.
Há ainda, na sua carreira, outro momento caricato e relacionado com a selecção. O episódio passou-se já na fase descendente da sua carreira e à beira da participação de Portugal no México 86. Ora, com uma boa ponta final de temporada, a hipótese de Jordão ser convocado para o certame começou a ser veiculada. Porém, tal não aconteceu. Dizem, que com o desgosto decidiu "pendurar as botas". Não demorou muito tempo a repensar a decisão e passado um ano de inactividade, regressou, para mais 2 épocas, ao serviço do Vitória de Setúbal.
Em 1989 retirou-se dos campos e, definitivamente, do futebol. Voltou a estudar; formou-se em Belas Artes e dedica-se agora, com a mesma mestria com que antes pintava os golos, a criativas composições nas telas.
*retirado do artigo publicado em http://armazemleonino.blogspot.com, a 14/01/2009
**retirado do artigo publicado em http://futebolandotramagal.blogspot.com, a 26/08/2008
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