1449 - BALTEMAR BRITO

Com os primeiros anos como sénior passados ao serviço do Sport Recife, seria a transferência para o Santa Cruz que, na temporada de estreia pelo novo clube, levaria Baltemar Brito a juntar ao palmarés pessoal a conquista Da edição de 1973 do Campeonato Estadual de Pernambuco.
Apreciado como um defesa-central fisicamente possante e deveras intrépido, os desempenhos do jogador, após mais uma época ao serviço do Santa Cruz, levá-lo-ia a ser cobiçado por emblemas portugueses. No entanto, apesar de bem cotado, a verdade é que a temporada de 1974/75 e a chegada ao Vitória Sport Clube seriam bem diferentes das espectativas criadas inicialmente. Na cidade de Guimarães, numa equipa orientada por Mário Wilson, Baltemar Brito não conseguiria convencer o referido treinador a dar-lhe grandes oportunidades. Sem qualquer partida oficial disputada, seguir-se-iam os escalões secundários e o Paços de Ferreira. Porém, mesmo afastado dos principais escaparates, as 2 campanhas na “Capital do Móvel”, fariam emergir as qualidades do atleta que, com nova mudança de emblema, conseguiria a almejada estreia em desafios da 1ª divisão.
A passagem pelo plantel de 1977/78 do Feirense introduziria Baltemar Brito ao contexto competitivo daquela que é a prova de maior valor no calendário competitivo português. Contudo, para azar do jogador, os desempenhos colectivos dos “Fogaceiros” não permitiriam a sua consolidação no patamar maior do futebol luso. Tal cenário viria apenas a concretizar-se alguns anos depois e com um regresso, pelo meio, ao Paços de Ferreira. Já como elemento do grupo de trabalho do Rio Ave, após a entrada no emblema de Vila do Conde na campanha de 1980/81, a segunda temporada de “Caravela” ao peito levá-lo-ia a cimentar-se como um praticante de cariz primodivisionário. Nessa época de 1981/82, na alçada de Mourinho Félix, o atleta ajudaria os vilacondenses a superar os objectivos inicialmente traçados e a atingir a melhor posição de sempre no Campeonato Nacional, o 5º posto da tabela classificativa.
A suceder à temporada de 1982/83, passada ao serviço do Vitória Futebol Clube, o defesa-central regressaria a Vila do Conde e para participar em outro momento histórico para a agremiação nortenha. Ainda a trabalhar sob a batuta de Mourinho Félix, o Rio Ave encetaria uma brilhante caminhada na edição de 1983/84 da Taça de Portugal, a qual apenas terminaria no Estádio Nacional. Na derradeira ronda da apelidada “Prova Rainha”, Baltemar Brito, dando jus à sua importância para o colectivo, seria chamado à titularidade. Infelizmente para os “Rioavistas”, a sorte sorriria ao adversário e, com o “placard” final a assinalar 4-1, seria o FC Porto a sair do Jamor em posse do almejado troféu.
A escrever os últimos capítulos da carreira enquanto futebolista, Baltemar Brito, a partir da temporada de 1985/86, ainda envergaria a camisola do Varzim. Mesmo tendo em conta a veterania, a verdade é que o defesa, tal como até ali vinha a fazer, conseguiria manter-se como uma figura primordial no idealizar das manigâncias tácticas. Nos 3 anos a trabalhar com os “Lobos-do-mar”, o jogador manter-se-ia como um dos elementos a merecer maior destaque e concluiria a sua caminhada competitiva, no que ao trajecto feito em Portugal diz respeito, com um somatório de 8 campanhas cumpridas entre os “grandes”.
Depois de “penduradas as chuteiras”, Baltermar Brito passaria a dedicar-se às tarefas de treinador. Encetaria esse trajecto por colectividades de menor monta. Todavia, em 2001/02 receberia o convite que voltaria pô-lo nas “luzes da ribalta”. Como adjunto de José Mourinho, com quem chegou a partilhar o balneário nos tempos do Rio Ave, o antigo defesa trabalharia em equipas como a União de Leiria, o FC Porto e o Chelsea, tendo ajudado o “Special One” a vencer diversos troféus, como a Taça UEFA, a “Champions” ou a Premier League. Já ao assumir-se como técnico-principal, os maiores destaques iriam para as suas passagens por agremiações da Líbia, Emirados Árabes Unidos, Brasil, Luxemburgo ou como seleccionador do Zimbabué.

1448 - CASTIGLIA

Com uma caminhada desportiva difícil de aferir com total segurança, Antonio Mario Castiglia, no que respeita aos anos passados a competir no calendário futebolístico das provas argentinas, dados corroborados por várias fontes, terá representado três emblemas. Por ordem cronológica, o atacante, ainda na divisão maior, vesteria as cores do Lanús, para, nas pelejas do escalão secundário, envergar a camisola do Dock Sud e posteriormente a do Club Almagro. Relativamente às épocas ligadas a essas participações, a única campanha que aparece registada com alguma unanimidade é a de 1952, ou seja, a correspondente à entrada na última colectividade referida. No que respeita às restantes agremiações, os anos cumpridos pelos “Granate”, pelo menos para mim, são uma verdadeira incógnita. Já a união com os “Los Inundados”, segundo diferentes informações, terá sido encetada em 1948 ou então em 1949.
Consensual é a temporada da sua chegada a Portugal. Com a entrada no Atlético a acontecer na época de 1953/54, Castiglia estrear-se-ia a competir na 1ª divisão do Campeonato Nacional. No grupo de trabalho da colectividade “alfacinha”, passaria a ser orientado pelo treinador-jogador Mario Imbelloni, seu conterrâneo, com uma hipotética passagem pelo Dock Sud e com uma grande ligação a outro emblema do bairro de Almagro, o San Lorenzo. Mesmo como estreante nas provas lusas e inserido num plantel que contava com craques como os internacionais Ben David, Carlos Martinho, Germano ou, o também argentino, Mesiano, o extremo, por razão da sua qualidade, conseguiria assegurar um lugar no “onze” da colectividade sediada em Alcântara.
Curiosamente, na tradição do que aqui já foi revelado, na segunda temporada de Castiglia ao serviço do Atlético, também ele assumiria o papel de treinador-jogador. De volta, em exclusivo, às funções de futebolista, o avançado prosseguiria a ligação ao emblema lisboeta sempre na condição de elemento deveras preponderante nas manobras tácticas dos diferentes treinadores. Contudo, com o termo da campanha de 1957/58, após a disputa da 2ª divisão do Campeonato Nacional, o atleta, já a entrar nos anos da veterania, procuraria outro emblema para prosseguir a carreira.
Apesar de continuar nas contendas dos patamares secundários, nos anos a suceder à sua saída da Tapadinha o avançado mudar-se-ia para o Alentejo. Primeiro na cidade de Évora, para depois seguir em direcção à zona raiana, o Juventude e o Campomaiorense surgem, nas poucas fontes encontradas, como os derradeiros emblemas do avançado argentino.
Já como treinador, a somar à experiência referenciada acima neste texto, existem registos que dão contam do seu regresso ao país natal, onde, em 1968, haveria de orientar o Temperley.

1447 - MANOEL

Nascido no seio de uma família onde o irmão, Darci Maravilha, também escolheria o futebol como a modalidade de eleição, Manoel da Silva Costa encetaria o seu trajecto, em 1968, no Atlético Lansul Futebol Clube, equipa desportiva ligada à empresa de lanifícios para onde, ainda adolescente, iria trabalhar.
Cotado como um praticante com índices físicos muito acima da média, nomeadamente a força e a velocidade, o ponta-de-lança também conseguiria destacar-se pela inteligência com que aparecia em zonas de finalização. Tais predicados levá-lo-iam a uma das mais importantes colectividades sediadas no Estado do Rio Grande do Sul e, a partir de 1971, o avançado passaria a envergar a camisola do Internacional. No emblema de Porto Alegre, os seus desempenhos fariam com que os responsáveis técnicos da Confederação Brasileira de Futebol começassem a olhar para si como um bom elemento para os jovens conjuntos da “Canarinha”. Pelo seu país, ao lado de nomes como Falcão, Roberto Dinamite, Dirceu ou Abel Braga, Manoel seria chamado por Antoninho a participar nos Jogos Olímpicos de 1972 e, com o certame disputado em Munique, o avançado acabaria por somar 14 internacionalizações na referida categoria.
Apesar das convocatórias para a selecção brasileira, Manoel nunca conseguiria, de forma categórica, afirmar-se como um dos titulares do Internacional de Porto Alegre. Por essa razão, em 1974, seria emprestado ao América. Já ao serviço da agremiação do Rio de Janeiro, o traquejo ganho despertaria a atenção de outros emblemas. Com o Sporting à procura de um atleta capaz de colmatar a saída de Yazalde, Manoel surgiria como uma boa solução e com as negociações concluídas, o possante avançado-centro viajaria até ao outro lado do Oceano Atlântico para rubricar um contrato com os “Leões”.
Com a entrada em Alvalade a acontecer na metade final da temporada de 1975/76, a estreia de avançado nas provas portuguesas dar-se-ia pela mão de Juca. No entanto, seria na segunda campanha de “verde e branco”, dessa feita já sob as instruções do inglês Jimmy Hagan, que Manoel surgiria como um elemento preponderante no “onze” leonino. Porém, apesar de ser um jogador com uma boa utilização, a verdade é que o ponta-de-lança seria aferido como um atleta algo irregular. Ao formar grandes trios ofensivos com Manuel Fernandes, Keita e, mais tarde, com Jordão, os números apresentados de “leão” ao peito de longe seriam motivo para qualquer vergonha. Com 156 jogos oficiais disputados e 58 golos concretizados ao serviço do Sporting, o atacante deixaria a sua marca na passagem pelo emblema “alfacinha” e as vitórias na Taça de Portugal de 1977/78 e no Campeonato Nacional de 1979/80 seriam razões mais do que suficientes para que ficasse na memória dos adeptos leoninos, como um bom futebolista.
De forma algo surpreendente, Manoel acabaria dispensado pelo Sporting. Aparentemente sem espaço no grupo de trabalho dos “Leões”, a carreira do ponta-de-lança prosseguiria, nas edições de 1981/82 e 1982/83 da 1ª divisão, respectivamente com as cores do Portimonense e do Sporting de Braga. Porém, as épocas passadas no Algarve e no Minho mostrariam um atleta distante dos índices exibicionais revelados em Alvalade. Talvez por essa razão, numa caminhada que continuaria a fazer-se em emblemas lusos, o avançado acabaria por apostar em colectividades a militar nos escalões secundários. Depois do Académico de Viseu, surgiria, no seu trajecto, o Amora. Por fim, numa senda que conheceria o fim com o termo da campanha de 1990/91, tempo ainda para o atleta representar o Almancilense, o Loures e o Odivelas.

1446 - TAVARES

Seria como atleta do Oliveira do Douro que José Tavares terminaria o percurso formativo para, na campanha de 1983/84, fazer a transição para o patamar sénior. Com os primeiros 5 anos da carreira passados na disputa dos “Regionais” e da 3ª divisão, a mudança para o Infesta iria alterar pouca coisa no cenário competitivo a que estava habituado. Porém, com o final da segunda campanha na colectividade dos arredores da “Cidade Invicta”, a surpresa surgiria e após a época de 1989/90 cumprida nas pelejas da 2ª divisão, o médio-defensivo veria o FC Porto a interessar-se pela sua contratação.
Com a entrada no Estádio das Antas a acontecer na temporada de 1990/91, o “trinco” passaria a trabalhar sob as ordens de Artur Jorge. Tapado pelo internacional André e também por Kiki, Tavares não teria muitas ocasiões para demonstrar o seu valor. Ainda assim, apesar de pouco utilizado, as oportunidades conquistadas levá-lo-iam, para além das partidas disputadas na Taça dos Clubes Campeões Europeus, a jogar e a vencer a Taça de Portugal.
Apesar da discrição da sua passagem pelo FC Porto, Tavares veria na transferência para o Boavista uma nova oportunidade para vingar no patamar máximo. Sem deixar os seus créditos por mãos alheias, o centrocampista, logo na campanha de 1991/92, tornar-se-ia numa das peças fundamentais do esquema táctico idealizado por Manuel José. Nessa época de estreia pelos “Axadrezados”, o jogador, dessa feita a garantir a presença na final marcada para o Estádio do Jamor, acrescentaria ao palmarés pessoal outra vitória na Taça de Portugal. Seguir-se-ia, na campanha subsequente, a conquista da Supertaça. Depois, viria mais uma campanha no Bessa e com as “Panteras” nas competições continentais e, em paralelo, na disputa dos lugares cimeiros da tabela classificativa do Campeonato Nacional, a cobiça de outros emblemas far-se-ia sentir.
A transferência para o Benfica na época de 1994/95, onde chegaria acompanhado por Nelo, levá-lo-ia a competir na Liga dos Campões. Novamente com Artur Jorge como técnico, Tavares seria uma das vítimas daquela que viria a transformar-se numa das piores alturas da história do Benfica. Mesmo utilizado com alguma frequência, o momento conturbado em que as “Águias” estavam a entrar, faria com que a sua passagem pela colectividade lisboeta ficasse aquém do esperado. Após uma temporada com os “Encarnados”, o médio-defensivo retornaria ao Bessa e de novo ao serviço do Boavista, muito para além de voltar a ser aferido como um intérprete influente, o atleta entraria provavelmente na melhor fase do trajecto profissional.
Com o fim da campanha de regresso ao Bessa, Tavares viveria o momento de maior monta na carreira. Depois de ter conseguido estrear-se com as cores de Portugal a 20 de Abril de 1994, esse amigável frente à Noruega, ainda com Nelo Vingada como seleccionador, marcaria o arranque de uma caminhada que, com a “camisola das quinas”, passaria também pela Fase de Qualificação para o Euro 96. Já com Portugal apurado para a Fase Final do torneio organizado em Inglaterra, o médio veria o seu nome a ser arrolado, por António Oliveira, para o conjunto de atletas a viajar até às “Terras de Sua Majestade”. Incluído no grupo apelidado como “Lusitanos”, o atleta participaria em 3 partidas e, com esses jogos, encerraria o percurso ao serviço da selecção com 8 internacionalizações.
No que diz respeito ao trajecto clubístico, Tavares estaria presente no “onze” que disputaria e acabaria por vencer a edição de 1996/97 da final da Taça de Portugal. Curiosamente, a partida disputada no Estádio Nacional transformar-se-ia na última do médio pelo Boavista. Ainda na 1ª divisão, o jogador integraria o plantel de 1997/98 da União de Leiria. Por fim, a partir da época de 1999/00, dar-se-ia o seu regresso ao Infesta e o fim da carreira com o termo da campanha de 2002/03.

1445 - HEITOR

Tendo, durante o percurso formativo, transitado do Guarani para o Ponte Preta, seria no emblema de Campinas que, depois de ajudar à conquista do título sub-20 paulista de 1982, Heitor Camarin Júnior seria promovido ao plantel sénior de 1983. Seria também durante o último ano referido que o lateral acabaria chamado, pela selecção brasileira de sub-20, a disputar dois importantes certames. Após ajudar a vencer o Sudamericano, o jovem atleta viria também a ser convocado à disputa do Campeonato do Mundo da categoria. No torneio organizado no México, ao lado de Dunga, Bebeto ou Jorginho e de outros nomes bem conhecidos do futebol luso como Aloísio, Guto ou o guardião Hugo, o defesa faria parte do “onze” inicial escolhido para a final e, frente à Argentina, auxiliaria a “Canarinha” a conquistar o ceptro mundial.
No que diz respeito à sua carreira clubística, o emblema seguinte seria o Flamengo. Com a entrada na Gávea em 1983, Heitor passaria a partilhar o balneário com Mozer, Carlos Alberto, Zico, Leandro, Júnior, Baltazar, entre outros grandes nomes do futebol brasileiro. Todavia, num grupo de tanto valor, as oportunidades não seriam muitas e a mudança para o Náutico serviria para dar maior traquejo ao defesa. Na colectividade sediada no Recife, as exibições conseguidas, mormente em partidas a contar para o “Brasileirão”, levariam o Vasco da Gama a olhar para si como um bom reforço. Nesse sentido, pouco tempo depois da mudança para o Estado de Pernambuco, surgiria a transferência para os “Cruzmaltinos” e, num emblema com origens lusas, seguir-se-ia a cobiça de emblemas sediados em Portugal.
Após aceitar o convite do Vitória Sport Clube, a mudança para Guimarães dar-se-ia na temporada de 1986/87. Orientado pelo conterrâneo Marinho Peres, ainda que pouco utilizado, o defesa teria a oportunidade de entrar em campo em algumas partidas a contar para a Taça UEFA. Numa competição em que o emblema minhoto chegaria aos quartos-de-final, as pelejas disputadas na eliminatória agora mencionada, revelariam Heitor, muito mais do que desacertado, com um enorme azar. Frente aos germânicos do Borussia Mönchengladbach treinado por Jupp Heynckes, o lateral seria chamado às duas mãos. Porém, em ambos os jogos, que ditariam o afastamento do conjunto luso, teria a infelicidade de marcar um autogolo. Aliás, muitos afirmariam que seria esse infortúnio a carimbar a sua saída do clube. A verdade dificilmente a saberemos, mas o certo é que a temporada seguinte apresentar-lhe-ia outra camisola.
Com a chegada ao Nacional da Madeira a ocorrer na temporada de 1987/88, seria a disputa do escalão secundário a dar a Heitor a chance de entrar na história da colectividade insular. Membro integrante do conjunto a carimbar, nessa mesma época, a subida de escalão, a consequência maior desse passo inicial emergiria com o arranque dos “Alvinegros” nas contendas da 1ª divisão. Seguir-se-iam, após a estreia colectiva nos contextos primodivisionários, outro par de campanhas na companhia dos “grandes”. Porém, a descida do clube no final do Campeonato Nacional de 1990/91, precipitaria a sua saída e a transferência para os rivais do Marítimo.
Nos “Leões do Almirante Reis” a partir de 1991/92, Heitor voltaria a trabalhar sob as ordens do treinador que o tinha recebido no Nacional. Com Paulo Autuori no comando técnico, o lateral manteria a preponderância revelada em temporadas anteriores. Pautando-se como um dos habituais titulares, o defesa tornar-se-ia num dos pilares de uma página histórica para o conjunto da ilha da Madeira. Sempre a afrontar os lugares cimeiros da tabela classificativa, o colectivo funchalense conseguiria terminar a campanha de 1992/93 no 5º posto do Campeonato Nacional. Já depois de uma abordagem feita pelo Benfica no sentido de contratar o atleta, mas rejeitada pelo Marítimo, o jogador acompanharia os “Verde-rubro” na estreia nas competições de âmbito continental. Na eliminatória inicial da Taça UEFA, frente ao Royal Antwerp, o brasileiro entraria em campo na 2ª mão, mas nem o golo por si concretizado seria suficiente para eliminar o agremiado belga.
Ainda como atleta do Marítimo, Heitor participaria em outros momentos merecedores de destaque. Nesse sentido, muito para além de, no calendário para 1994/95, repetir a presença na Taça UEFA, ainda no mesmo ano seria a Taça de Portugal a trazer uma novidade para a sua carreira. Curiosamente, a presença na final da competição apelidada como a “Prova Rainha”, na qual entraria de início e de onde sairia o Sporting como vencedor, marcaria o fim da sua caminhada como atleta.
Após “pendurar as chuteiras”, numa caminhada que sublinharia a sua habilidade para os lances de bola parada, mormente os livres-directos, Heitor passaria a dedicar-se a outras actividades. O antigo atleta, dono de um forte pontapé e que, com 35 golos marcados em Portugal, findaria o trajecto desportivo no segundo lugar dos defesas que, no Campeonato Nacional, mais golos somaria, passaria a ocupar o seu tempo nas actividades agrícolas. Mais tarde surgiria a política e depois de experimentar as tarefas de vereador, acabaria eleito como o Perfeito de Laranjal Paulista.

1444 - YUSTRICH

Seria ainda durante a sua experiência a defender as redes do Andarahy Athlético Club que Dorival Kniper, pela parecença com o argentino, também guarda-redes, Juan Elias Yustrich, ganharia a alcunha pela qual ficaria conhecido no mundo do desporto.
De uma estampa física impressionante, com cerca de 1,90m de altura e um arcaboiço muscular invejável, seria no Flamengo que o jovem guardião prosseguiria a carreira “entre os postes”. Desde a temporada de 1935 até à campanha de 1944, o atleta não conheceria outro emblema. Depois da estreia, pela mão do treinador Flávio Costa*, numa partida a contar para o Estadual Carioca, o jogador, nos anos sequentes, manter-se-ia como um dos elementos utilizados com boa regularidade. Porém, as duas últimas campanhas de ligação ao “Mengão” empurrá-lo-iam para um período em que seria ofuscado pelos colegas de posição. Na disposição de dar outro rumo à caminhada competitiva, aceitaria o convite de outro emblema e sem deixar a “Cidade Maravilhosa” transferir-se-ia para o Vasco da Gama.
Seria já com 4 Campeonatos do Rio de Janeiro no palmarés que Yustrich deixaria o Bairro da Gávea para, sem sair da mesma urbe, assinar contrato com o Vasco da Gama. A curta experiência com os “Cruzamaltinos”, por empréstimo do Flamengo, como que serviria de interlúdio para os anos cumpridos com o América-RJ**. Já depois de “pendurar as luvas” no ano de 1950, com o empurrão dado pela conclusão do curso de Educação Física, o antigo guarda-redes passaria a abraçar as funções de técnico e daria os primeiros passos de uma carreira com vários sucessos, mas recheada de polémicas.
Como treinador, muito para além da constatada competência, Dorival Yustrich também ficaria conhecido como um indivíduo de trato difícil, quezilento e autoritário. Porém, os resultados apresentados, maior parte das vezes desculpariam o temperamento agressivo e arrogante. Tendo encetado a caminhada, em 1951, ao serviço do Atlético Mineiro, seriam muitos os emblemas a requisitar os seus serviços. Numa extensíssima lista, de onde conseguiremos retirar nomes como os do Cruzeiro, América de Minas Gerais, Siderúrgica, Coritiba, Corinthians, Flamengo, Bangu e até a selecção “canarinha”, os maiores destaques viriam com os títulos ganhos, nomeadamente, os 4 Campeonatos Mineiros ou a Taça Guanabara.
Também além-fronteiras, Yustrich haveria de ter a oportunidade de demonstrar a sua mestria e, nesse sentido, seria contratado pelo FC Porto para a temporada de 1955/56. Na“Cidade Invicta” encontraria um plantel que, para além das contratações por si aconselhadas, casos de Jaburú e Gastão, contava igualmente com Acúrsio, Miguel Arcanjo, Virgílio, Eleutério, Monteiro da Costa, Pedroto, Carlos Duarte, Teixeira, Perdigão ou Hernâni. Logo nessa campanha da sua chegada, ao dar corpo ao enorme potencial do grupo de trabalho sob a sua alçada, o técnico brasileiro conseguiria algo de inédito na existência da agremiação portuense e com a vitória no Campeonato Nacional, à qual juntaria o triunfo na Taça de Portugal, entregaria ao palmarés colectivo dos “Dragões” a primeira “dobradinha” da história.
Porém, o feitio exageradamente tirânico, também no FC Porto, como em outros episódios ocorridos ao longo da sua carreira, iriam pô-lo na porta de saída. Após várias contendas com diferentes elementos do plantel “azul e branco”, seria o confronto com Hernâni, tendo o mesmo, no final de um jogo, chegado à peleja física, que, pela pressão do grupo de trabalho, iria culminar com a sua partida no termo da temporada de 1956/57 e com o consequente regresso ao Brasil.

*treinador com 2 passagens pelo FC Porto
**há fontes que indicam o fim da sua carreira após a saída do Vasco da Gama, para, em exclusivo, passar a dedicar-se aos estudos

1443 - NANDO

Nascido na histórica vila de Sintra, Ângelo Fernando Conceição Santos, popularizado como Nando, começaria a senda no futebol sénior como atleta a integrar o plantel de 1981/82 do Sintrense. Apesar de ver reconhecidas as suas qualidades, a verdade é que, após esse primeiro passo, ainda demorariam mais alguns anos para que o atleta conseguisse dar o salto para uma colectividade com maiores ambições. Antes ainda, viria a temporada de 1984/85, cumprida nas “distritais” da Associação de Futebol de Lisboa, ao serviço do Sporting de Lourel. Depois, finalmente, surgiria o convite do Estoril Praia e a curta passagem pela Amoreira e que serviria de trampolim para uma carreira de enorme valia.
A época no emblema da Linha de Cascais serviria, essencialmente, para sublinhar Nando como um lateral-direito de grande apetência física, com uma resistência espantosa e que defensivamente, como em acções ofensivas, muito mais do que cumpridor, somava aos movimentos colectivos uma importância impagável. Nessa evolução, seria a apresentação como reforço do Farense que, na campanha de 1986/87, serviria para a estreia do defesa no patamar maior do futebol luso. No Algarve, lançado pelo técnico Dinis Vital, o lateral, com as exibições individuais a cimentarem tal estatuto, ganharia o rótulo de atleta de cariz primodivisionário. Um par de anos volvidos sobre a sua chegada aos “Leões de Faro”, nova oportunidade surgiria e a transferência para o Vitória Sport Clube serviria para confirmar tudo o que aqui vem sendo dito sobre as suas habilidades.
Com a chegada a Guimarães a acontecer na temporada de 1988/89, Nando, como um jogador com bom traquejo e ao dar continuidade ao trabalho e resultados alcançados no Sul do país, facilmente conseguiria impor-se como um dos titulares. Já as novidades surgiriam com a presença do Vitória Sport Clube em competições que, na caminhada do defesa, emergiriam pela primeira vez. No contexto da UEFA, especificamente na Taça dos Vencedores das Taças, o lateral jogaria em ambas as mãos da eliminatória inaugural, que acabaria por ser vencida pelos neerlandeses do Roda. Por outro lado surgiria a participação na Supertaça e, tendo também marcado presença nas duas partidas agendadas para a prova de âmbito nacional, o resultado seria diferente e a colectividade minhota levaria para os seus escaparates o respectivo troféu.
No resto da caminhada feita por Nando ao serviço do Vitória Sport Clube, pouco haveria de mudar em termos desportivos. Tido como um dos principais esteios das manobras tácticas idealizadas pelos diferentes treinadores à frente dos vimaranenses, seria um episódio para além dos relvados que iria, de alguma forma, abanar essa constância. Na preparação da temporada de 1990/91, com os “Conquistadores” a viajar para o Brasil, uma folga no estágio de pré-época terminaria com um incidente gravíssimo – “Vínhamos a regressar ao hotel (…) quando, de repente, havia duas vias e a gente passou ao lado de um carro e sem querer a gente passou por uma poça e molhámos o carro dele. Então, aquilo passou-se de repente, ele pegou numa espingarda, mandou um tiro para dentro do carro e acertou-me a mim. Foi só por isso. Não houve palavras, não houve nada. Foi simplesmente, acho eu, pela água ou não era para a gente e acertou em nós”*.
Os capítulos seguintes a ter deixado a “Cidade Berço” transformar-se-iam, mesmo sem abandonar o cenário primodivisionário, num percurso um pouco mais errante. Surpreendentemente, até pela preponderância revelada até então, Nando, para a temporada de 1991/92, seria emprestado ao Sporting de Braga. Na campanha seguinte e já com o Campeonato Nacional em andamento, dar-se-ia a transferência para o Gil Vicente. Depois viriam a época passada ao serviço do Famalicão e aquela que, com as cores do Beira-Mar, acabaria por tornar-se na última campanha cumprida no principal patamar do futebol Português.
No escalão secundário, Nando ainda cumpriria outra temporada no plantel da aludida colectividade de Aveiro. Já numa fase descendente da sua caminhada enquanto futebolista, o destaque para os regressos primeiro ao Sintrense e posteriormente ao Sporting de Lourel.

*retirado da reportagem da RTP, a 17/07/1990, publicada em https://arquivos.rtp.pt

1442 - JUANITO

Natural de Baleizão, João Maria Oliveira Cruz, acarinhado no contexto futebolístico como Juanito, dividiria o percurso formativo entre o Zona Azul e o Desportivo de Beja. Médio-ofensivo de grande habilidade técnica e com um entendimento do jogo bem acima daqueles que com ele partilhavam o balneário, desde cedo começou a ser alvo de cobiça por parte de outros emblemas. Depois de abortada, por razões familiares, a transferência para a Académica de Coimbra, seria a vez do jovem jogador tentar a sua sorte no “O Elvas”. Nos treinos feitos na histórica cidade raiana, o atleta agradaria ao treinador Carlos Cardoso e a mudança para os “Azuis e Ouro” dar-se-ia na temporada de 1986/87.
Tido como um praticante com uma enorme margem de progressão, Juanito, mesmo tendo em conta o cenário primodivisionário onde daria os primeiros passos enquanto sénior, conseguiria ser utilizado com bastante regularidade nessa época de estreia. Seria esse destaque que o levaria, no âmbito da selecção de “esperanças”, aos trabalhos sob alçada da Federação Portuguesa de Futebol. No entanto, a sua progressão nos anos vindouros não teriam o crescimento projectado e na campanha de 1987/88, a trabalhar inicialmente com Mário Nunes e depois com Vieira Nunes, o médio eclipsar-se-ia.
A descida do seu emblema na última temporada mencionada, contrariamente ao que a qualidade do jogador faria prever, afastá-lo-ia de vez do patamar maior do futebol luso. Após mais 3 épocas a actuar pela agremiação elvense, Juanito, na única experiência cumprida fora do Alentejo, integraria o plantel de 1991/92 do Louletano. Seguir-se-iam o ano passado com as cores do Campomaiorense e o regresso às exibições caseiras no Campo Demétrio Patalino. De volta à camisola “azul e ouro”, para fazer parte do grupo de trabalho a enfrentar as competições agendadas para 1993/94, o médio-ofensivo encetaria aí um percurso de 8 campanhas consecutivas ao serviço do “O Elvas” que, muito mais do que transformar a colectividade raiana na mais representativa da sua caminhada enquanto desportista profissional, torná-lo-iam num dos nomes icónicos da história do clube.
Daí em diante, Juanito, numa fase descendente da sua carreira, mas com força suficiente para prolongá-la por mais meia dezena de anos, ainda teria fôlego para envergar as camisolas d’ “Os Avisenses”, do Amarelejense e, por fim, do Alandroalense. Já depois de “penduradas as chuteiras” na temporada de 2005/06 e tendo, nessa mesma campanha, experimentado as funções treinador, o antigo jogador decidiria, em exclusivo, abraçar as tarefas de técnico. Nessa nova senda, o “O Elvas”, quer nas camadas jovens ou como adjunto na equipa principal, mais uma vez emergiria como o emblema mais representativo da sua carreira. As excepções iriam para as passagens pelo Calipolense e pelo Borbense.
Paralelamente ao futebol, Juanito é dono de uma papelaria na povoação que o adoptaria e onde decidiria radicar-se com a família, ou seja, a cidade de Elvas.

1441 - PEDRO MIGUEL

Ao cumprir grande parte do percurso formativo no emblema da sua terra natal, seria já como atleta do FC Porto que o defesa viria a terminar essa etapa. Porém, Pedro Miguel Ferreira, por altura de subir ao escalão sénior, veria a gigantesca concorrência por um lugar no sector mais recuado dos “Dragões” a afastá-lo da equipa principal. Seguir-se-ia, como resultado da falta de espaço nas Antas, o regresso à UD Oliveirense e a disputa, na temporada de 1986/87, do Campeonato Nacional da 3ª divisão.
Apesar de afastado dos principais holofotes, as suas qualidades depressa dariam a entender que o lugar que Pedro Miguel merecia estava mais acima. Passada apenas uma temporada sobre o retorno a Oliveira de Azeméis, o defesa-central receberia um novo convite e acabaria a mudar-se, sem sair do distrito de Aveiro, para o Feirense. Ao subir um degrau competitivo, passaria, no Estádio Marcolino de Castro, a participar nas pelejas do 2º escalão. Já sob a batuta do treinador Henrique Nunes, o jogador integraria o grupo de trabalho que, na campanha de 1989/90, devolveria os “Fogaceiros” ao convívio com os “grandes”. Num plantel com nomes bem conhecidos do futebol português, casos de Pedro Martins, Resende, Valido ou Morgado, o atleta faria a sua estreia na 1ª divisão. Contudo, e apesar da boa utilização, os desempenhos colectivos seriam insuficientes para evitar a despromoção e o regresso ao patamar secundário, com o fim da última temporada mencionada, emergiria com uma inevitabilidade.
Meia-dúzia de anos a representar o Feirense, a juntar, na época de 1993/94, a mais uma passagem pela UD Oliveirense, dariam ao jogador traquejo suficiente para ser visto, por outros emblemas, como uma boa aposta. Nesse sentido, seria o Beira-Mar a apresentá-lo como um dos reforços para a temporada de 1994/95. Tendo à frente da equipa técnica Rodolfo Reis, seu treinador nos juniores do FC Porto, esse reencontro, muito mais do que devolver Pedro Miguel às contendas da prova maior do calendário futebolístico português, serviria para sublinhar o defesa-central como um praticante de gabarito primodivisionário. Mesmo com o emblema sediado na cidade de Aveiro, com termo da campanha aludida no início do parágrafo, a descer de divisão, as suas prestações serviriam para dar continuidade ao bom trajecto no escalão máximo luso. Pela primeira vez na sua caminhada sénior, o passo seguinte seria dado fora do distrito que, até então, tinha apadrinhado a sua carreira profissional e o atleta viajaria até ao Sul do país para envergar a camisola do Farense.
No emblema algarvio a partir da temporada de 1995/96, Pedro Miguel, ao serviço dos “Leões de Faro” viveria, na minha singela opinião, os anos mais consistentes da sua carreira como desportista de alta-competição. A trabalhar sob a alçada de Paco Fortes, a entrada do jogador no Estádio São Luís coincidiria com primeira participação da colectividade do Sotavento nas provas de contexto continental. Com o sorteio correspondente à 1ª eliminatória da Taça UEFA a indicar o Olympique Lyonnais como o adversário do conjunto português, o defesa-central acabaria chamado pelo técnico catalão à 2ª mão da mencionada ronda, da qual a agremiação gaulesa emergiria como vencedora.
Os dois anos seguintes mostrá-lo-iam como um dos esteios do alinhamento táctico do Farense. Pior surgiria no par de temporadas seguintes, em que o atleta acabaria por perder a preponderância revelada anteriormente e que culminaria, com o termo da campanha de 1999/00, com o fim da sua carreira como praticante. Curioso é também o registo patente no “site” oficial da Federação Portuguesa de Futebol e que o dá, numa altura em que o antigo defesa até já havia encetado a sua caminhada como treinador, como elemento do plantel de 2001/02 da UD Oliveirense. Pondo de parte tal curiosidade, tem sido como técnico que Pedro Miguel vem mantendo a ligação à modalidade. Já com uma longa carreira, mas sem que da 1ª divisão surgisse qualquer oportunidade, o grande destaque dessa caminhada, para além das passagens pelo comando do Feirense, Leixões ou Varzim, terá de ir, sem sombra de dúvida, para os muitos anos cumpridos à frente da UD Oliveirense.

1440 - CURADO

Apesar de dividir os anos de formação entre a Académica de Coimbra e “Os Conimbricenses”, seria o regresso à “Briosa” que, na temporada de 1939/40, levaria António Henriques Curado a encetar a caminhada sénior. Integrado nos trabalhos da equipa principal, esses primeiros anos, com a forte concorrência a deixá-lo para segundo plano, seriam bastante difíceis para o jogador. Mesmo a disputar a 1ª divisão, o defesa, ao fim de 3 campanhas, em que aferiria a frequência da sua utilização como fraca, tomaria a decisão de mudar de emblema. A firmeza de tal resolução não levaria o atleta para muito longe do conjunto estudantil e, no entanto, na empurrá-lo-ia na direcção do maior opositor, o União de Coimbra.
A mudança para o Campo da Arregaça na campanha de 1942/43, como faria prever a enorme rivalidade entre os dois emblemas, ficaria envolta numa boa polémica. Curado, ao cumprir o objectivo da transferência, haveria de conquistar um lugar como titular e, com isso, passar a jogar com bastante regularidade. Logo nessa época de arranque com a nova camisola, tal como na seguinte, o defesa depressa conseguiria afirmar-se como um dos melhores elementos do conjunto, com as suas exibições a alavancar o agremiado beirão até à disputa da Fase Final de Apuramento à 1ª divisão. Ainda assim, em nenhuma das campanhas, a União de Coimbra conseguiria a almejada subida. Já as melhores prestações colectivas aconteceriam na edição de 1943/44 da Taça de Portugal, onde os da “Cruz de Santiago” cairiam apenas nos quartos-de-final da prova e aos pés do Vitória Sport Clube.
Curiosamente, seriam as exibições frente ao emblema da “Cidade Berço” a mudar o rumo da sua carreira. Impressionados com os seus índices exibicionais, os responsáveis pelo emblema vimaranense convidariam o jogador a mudar-se para o Minho. Sendo que uma das poucas maneiras de forçar a saída de um atleta teria de ter como fundamentação a contratação como funcionário público, logo o referido emprego emergiria da Câmara Municipal de Guimarães. Já a transferência desportiva levá-lo-ia, na campanha de 1944/45, a regressar à 1ª divisão. Sob a alçada do antigo internacional Alberto Augusto, o defesa manteria o estatuto de titular, trazido da antiga equipa e, como tal, começaria a ser aferido como um dos melhores intérpretes do conjunto. Nas épocas seguintes, 5 no cômputo, nada viria a alterar-se no seu contexto competitivo e, para além de juntar ao currículo os mencionados anos no convívio com os “grandes”, Curado, como um “artista” duro, intrépido, mas leal, conseguiria sublinhar-se como um nome de indubitável cariz primodivisionário.
Numa altura em que já era capitão de equipa e depois de várias vezes convocado, mas não utilizado, para os jogos da selecção nacional, Curado, deixaria a cidade de Guimarães para voltar a Coimbra. Mais uma vez com as cores da Académica, o defesa, que também podia posicionar-se em posições do sector intermediário, entraria, por assim dizer, na segunda parte da caminhada desportiva. Com o regresso à Beira Litoral a acontecer na temporada de 1949/50, o jogador tornar-se-ia num dos principais nomes da “Briosa”. Ao lado de craques como Bentes, Mário Torres, Melo, Capela, Mário Wilson, Azeredo ou Pérides, o atleta cumpriria outros 7 anos nas contendas do escalão maior e, desse modo, tornar-se-ia, fruto dos seus desempenhos, tornar-se-ia num dos grandes nomes do futebol estudantil.
Termina a carreira de futebolista, Curado ainda teria algumas passagens pela modalidade, mormente nas funções de treinador. Paralelamente surgiriam outras actividades, com especial destaque para as colaborações em diversos periódicos ou para os vários livros que viria a escrever durante a vida.