703 - ARTUR QUARESMA

Depois de, na 2ª divisão, fazer a estreia pela equipa principal do Barreirense, eis que, passados apenas alguns jogos, Artur Quaresma chama a atenção de um dos emblemas da capital. A qualidade que, com apenas 17 anos, já mostrava em campo, levaria a que os responsáveis do Belenenses não tivessem dúvidas e, pela sua contratação, pagassem 5 contos.
Chegado às Salésias, a sua integração iria acabar por confirmar aquilo que já se esperava do jogador. Inteligente na altura de servir os companheiros mais avançados no terreno, também ele sabia movimentar-se de maneira a conseguir aproximar-se das balizas adversárias. Esta sua postura dentro de campo, que haveria de valer um número considerável de golos, acabaria por conquistar a confiança dos seus treinadores e, principalmente, a admiração dos seus colegas de balneário.
Com o avançar dos anos, a sua importância no seio do grupo belenense cresceria exponencialmente. Ainda assim, e tendo chegado apenas em 1936, pouco tempo bastaria para que da selecção nacional chegasse a sua primeira convocatória. A 28 de Novembro de 1937, Artur Quaresma faria a sua estreia com as “quinas” ao peito. Contudo, e se esse particular disputado em Vigo acabaria por ser um marco na carreira do futebolista, seria outro desafio frente à Espanha que ficaria para história. Passados cerca de 6 meses, um novo amigável, desta feita marcado para o Estádio das Salésias, como que servia para selar a amizade entre um Portugal sob o regime de António Salazar e a Espanha “franquista”. Com a tribuna recheada com os mais altos cargos de ambas as nações e convidados dos regimes de extrema-direita alemão e italiano, seria na altura de tocar o hino que Artur Quaresma chamaria sobre si muita da atenção. Num verdadeiro acto de coragem, o jogador acabaria por quebrar o protocolo, mantendo os braços atrás das costas e, desta forma, recusando-se a fazer a saudação nazi – “Fomos à PIDE (…). Eu, deixando o braço em baixo, disse que me esquecera de o levantar. Não houve mais problemas porque o Belenenses moveu influências. Nunca fui político, mas embirrava com aquelas coisas do fascismo. O Barreiro era foco de comunistas opositores ao regime e eu era amigo de muitos. Mas fiz aquilo sem premeditação, foi um acto natural”*.
Apesar de pertencer a um grupo muito bem cotado, só alguns anos após a sua chegada ao Belenenses é que começariam a surgir os grandes títulos na sua carreira. Primeiro, e numa altura em que já era um dos mais conceituados da equipa, aparece a vitória na Taça de Portugal de 1941/42. Depois, viriam as vitórias nos Campeonatos de Lisboa de 1943/44 e 1945/46. Finalmente, e na mesma temporada do último “regional alfacinha”, Artur Quaresma, que jogaria todas as partidas, conseguiria sagrar-se campeão nacional.
Já despois da importante conquista, não passariam muitos anos até que o internacional português decidisse pôr um fim ao seu percurso nos campos de jogo. Na verdade, a sua despedida a 5 de Outubro de 1948, mais do que o definitivo final, seria o ponto de partida para uma fase transitória. Tendo, de imediato, começado a sua actividade como técnico, o que é certo é que, durante algum tempo, ainda desempenharia o papel de treinador-jogador. Aliás, seria nestas funções que Artur Quaresma chegaria à final da Taça de Portugal de 1948/49. Só passado algum tempo é que passaria em exclusivo para o “banco”, e, à parte dos anos estaria ao serviço do Belenenses, o antigo atleta daria o seu contributo a uma série de outros clubes.

 
*retirado do jornal “Record”, Janeiro de 2004

702 - ELPÍDIO SILVA

Com o arranque da carreira profissional feito no Atlético Mineiro, Silva, passados alguns anos, acabaria por tentar a sua sorte no Japão. No Kashiwa Reysol haveria de chamar a atenção de Vítor Oliveira, que aconselharia a sua contratação aos dirigentes do Sporting de Braga.
Seria desta maneira que o avançado natural de Campina Grande, a mesma cidade onde nasceu o internacional brasileiro Hulk (ex-FC Porto), chegaria a Portugal. Dono de um físico poderoso, a maneira como, no corpo a corpo, conseguia impor-se aos defesas adversários era uma ajuda preciosa no momento de chutar à baliza. Nesse sentido, seriam os seus remates, tantas vezes certeiros, que o levariam a afirmar-se como um dos melhores atacantes a jogar no campeonato português.
 Tendo chegado à cidade de Braga em 1998, os anos que passaria ao serviço dos “Arsenalistas”, torná-lo-iam num dos melhores marcadores da história do clube. Os registos conseguidos durante essas 2 temporadas, fariam com que de outros clubes começasse a surgir o interesse no seu concurso. Quem acabaria por ganhar essa corrida, haveria de ser o Boavista.
Ora, já no Bessa, a sua época de estreia coincidiria com o maior feito do clube. Vindo a ameaçar a hegemonia dos grandes fazia alguns anos, o Boavista de 2000/01 acabaria por surpreender quase todos, menos o recém-chegado ponta-de-lança – “Eu cheguei aqui em 2000, e foi muito engraçado porque quando assinei o contrato disse logo que era para ser campeão pelo Boavista. Toda a gente se riu de mim, mas eu acreditava mesmo que isso ia acontecer”*.
Num grupo que, ao longo da referida época, mostraria grande coesão, Elpídio Silva acabaria por ser a referência no ataque. Contudo, e muito mais do que um dos esteios na conquista do Campeonato Nacional, o atleta, nas épocas vindouras, ajudaria também os “Axadrezados” manter o nível competitivo. A sua presença na Liga dos Campeões, onde havia de marcar em Anfield Road, e a incrível campanha na Taça UEFA de 2002/03, serviriam para o confirmar como um jogador de topo. Tendo isso em conta, o Sporting acabaria por apostar na sua contratação. Em Alvalade, pouco, ou nada, correria de feição para Silva. Não conseguindo adaptar-se à realidade do novo emblema, os números que, até ali, o haviam caracterizado, acabariam por sofrer uma quebra considerável.
Sem conseguir, nem mesmo após um empréstimo ao Vitória de Guimarães, melhorar o seu nível exibicional, a ligação ao clube de Alvalade acabaria por terminar a meio da temporada de 2005/06. Livre de qualquer vínculo, o atleta acabaria por tentar a sua sorte no segundo escalão inglês. Já depois do Derby County, onde, tendo em conta a sua fraca forma física, ter-lhe-ão oferecido apenas contratos mensais, Silva entraria numa fase da carreira um pouco errante.
Coreia do Sul, já depois de um pequeno regresso ao Brasil, e Chipre, seriam os países que marcariam os derradeiros anos da sua carreira. Já depois de se retirar dos relvados, Silva haveria de dedicar-se aos seus projectos pessoais. De volta à sua cidade natal, o antigo avançado acabaria por abrir uma escola de futebol, onde acolhe os meninos mais desfavorecidos. Por outro lado, à beira do terreno onde construiria o necessário “campo da bola”, Silva e a sua esposa, nascida e criada no Minho, inaugurariam um restaurante de comida lusa, a “Adega da Portuguesa”.

 
*retirado da entrevista dada ao http://www.boavistafc.pt, a 14/07/2016

701 - RAFAEL CORREIA


Cerca de década e meia sempre ao serviço do Belenenses, seria razão mais do que suficiente para fazer de Rafael – maneira como era identificado na altura em que jogava – uma das principais personagens nas histórias do clube. No entanto, e muito mais do que um atleta com uma extensa ligação ao emblema lisboeta, o extremo esquerdo seria parte activa naquelas que foram as maiores glórias conseguidas pelo futebol da “Cruz de Cristo”.
Pode dizer-se dele que, durante as maiores conquistas do clube, teve a sorte de fazer parte da equipa do Belenenses. Pode também dizer-se o contrário e afirmar-se que as maiores vitórias na vida do emblema foram devidas à presença de futebolistas como Rafael Correia. Mas que interessa saber qual a equação mais correcta? Todos sabemos que numa soma, independentemente da ordem em que apresentemos as parcelas, o resultado toma sempre a mesma forma! Ora, nesta comutatividade, resta dizer-se então, que o antigo atleta conta na sua passagem pelas Salésias, com 2 Campeonatos de Lisboa, 1 Taça de Portugal e 1 Campeonato Nacional.
Mas se dos outros troféus o museu do Belenenses conta com mais alguns exemplares, já a conquista do Campeonato Nacional de 1945/46 afigura-se, até à data, como um acontecimento sem par. Nele, Rafael Correia, e um golo em particular, teriam um papel crucial. Corria o minuto 77 do jogo disputado frente ao SL e Elvas e, na cidade alentejana, o 1-1 do marcador deixava os de Belém fora do topo da tabela. É então que Vasco Oliveira, defesa com crer ofensivo, decide tomar conta da bola. Com ela na sua posse, avança pelo terreno fora e passa a Artur Quaresma. Já na área contrária, este último pontapeia o esférico. O remate, afortunadamente, encontraria, no desenho da sua trajectória, Rafael. Este, desviando-o, transforma o esquiço feito pelos colegas numa obra de arte. A bola entra nas redes adversárias e o 1-2 dessa última jornada, permitira os festejos “Azuis”.
Tendo que nisto do futebol, nem sempre um jogador tem um único amor, também a camisola das “quinas” haveria de marcar o coração de Rafael Correia. Por Portugal, na sua categoria principal, o avançado jogaria por 6 vezes. Contudo, essa meia dúzia de internacionalizações, iniciada em Novembro de 1938, nunca confundiria o atleta. A importância de ter representado o seu país, sem qualquer tipo de menosprezo, seria sempre esmagada pela ligação ao seu emblema – “Eu, no Belenenses, joguei sempre por gosto. Noutro clube, estou certo que depressa me aborrecia de um futebol jogado por obrigação e, então, teria de abandonar a actividade, porque não era do meu feitio saltitar de clube para clube”*.

 
*retirado do blog “belenensesilustrado.blogspot.com”, publicado a 26 de Março de 2016

700 - MARTELINHO

De seu verdadeiro nome Joaquim Pereira da Silva, ganharia a alcunha que o notabilizou no futebol, aquando dos seus primeiros treinos – “A família da minha mãe é conhecida como os Martelos. A do meu pai, como Marretas. Quando comecei no Feirense, o meu primeiro treinador perguntou-me o nome e eu, como não gostava de Joaquim, disse Martelinho. Serve de homenagem à família e ficou até hoje”*.
Apesar de ter começado em Santa Maria da Feira, as qualidades que desde logo haveria de mostrar, levariam os responsáveis do Boavista a levá-lo para as suas camadas jovens. Neste sentido, seria no Bessa que terminaria a sua formação. Contudo, e ao invés de permanecer no clube, o jovem extremo daria início à sua carreira sénior através de uma série de empréstimos. Intercalando as passagens por Marco (1993/94) e Desportivo das Aves (1995/96) com um curto regresso ao emblema de origem, Martelinho acabaria por ganhar o traquejo necessário para o que a sua inclusão no plantel “axadrezado” fosse definitiva.
Sendo bastante rápido e de uma garra inconfundível, seria natural a sua permanência na equipa boavisteira. No entanto, e apesar de ver reconhecida a sua valia, os primeiros anos após o seu regresso não fariam dele um dos inconfundíveis no “onze” inicial. Curiosamente, seria com o avançar do Boavista em direcção aos lugares cimeiros do futebol português, que o extremo começaria também a catapultar-se. Na ala direita do ataque, Martelinho passa a ser uma das principais armas na manobra de Jaime Pacheco. Com o avançar da temporada de 2000/01, aquela em que o Boavista conseguiria sagrar-se campeão nacional, o atleta começa a tornar-se num dos mais utilizados. A maneira como conseguia romper pelas defesas adversárias e os golos que haveria de marcar, fariam dele um dos mais influentes na conquista do já referido título. Sem nunca mostrar o mais pequeno receio, Martelinho teria nos “jogos grandes” os seus grandes momentos. Os golos marcados frente a FC Porto e Sporting pô-lo-iam, em definitivo, como um dos mais amados pela massa adepta do emblema portuense.
Faltou-lhe talvez uma coisa para completar uma carreira feita de conquistas importantes. Ele que chegaria a vestir a camisola de Portugal nas camadas jovens, muito por culpa da presença de jogadores como Luís Figo ou Nuno Capucho, terminaria o seu percurso de futebolista sem nunca ter a oportunidade de representar a principal selecção lusa. Ainda assim, nada no seu currículo mostra uma experiência despida de momentos marcantes. Com uma Taça de Portugal (1996/97) e uma Supertaça (1997/98) a embelezar o seu caminho, o antigo avançado tornar-se-ia, na transição do milénio, num dos mais respeitados praticantes da modalidade.
Já depois de deixar o Boavista no final de 2004/05, as passagens pelo Portonovo (Espanha) e Penafiel marcariam o final da sua ligação com o futebol de “11”. Todavia, a sua paixão pela bola continuaria a ser nutriada através da prática do futsal. Tendo fundado o Martelinho SC, entretanto rebaptizado como Cidade de Lourosa, Martelinho continua a manter a sua forma física (quase) intacta. Sendo Presidente e atleta da dita colectividade, paralelamente tem dado passos importantes para cimentar conhecimentos na área técnica. Como treinador na variante de “11” já conta com passagens pelas camadas jovens de Feirense e Boavista. Já nos seniores, daria início ao seu percurso onde um dia havia sido recusado como jogador. No Lusitânia de Lourosa, onde, ainda muito jovem, tinha reprovado nos treinos de captação, começou o seu trajecto como treinador sénior. Hoje em dia (2016/17) no Campeonato de Portugal (nível 3), está ao comando dos destinos do Cesarense.

 
*artigo de Vítor Hugo Alvarenga, em www.maisfutebol.iol.pt, a 28 de Março de 2013

699 - MARIANO AMARO

É difícil ler algo sobre Mariano Amaro onde não venha referida a sua imagem de “alfacinha” boémio. Curiosamente, esse seu lado, nunca negado pelo mesmo, jamais haveria de servir de desculpa para que, no treino do dia seguinte, o seu afinco fosse menor. Essa sua entrega, constante durante todos os seus anos como futebolista, acabaria por servir de modelo a todos os seus colegas. Já o seu carácter generoso e, em muitas outras facetas, exemplar, fariam dele capitão e dos um dos mais amados no Belenenses.
Tendo começado a prática do futebol na colectividade lisboeta, o Sport Adicense, Mariano Amaro apareceria nas Salésias já perto de completar os 20 anos de idade. Sendo um extremo-esquerdo de origem, Artur José Pereira, no intuito de conhecer melhor as suas habilidades, decide experimentá-lo nas mais diversas posições. Guarda-redes, defesa ou avançado, por todos os lugares do campo haveria de passar. No entanto, acabaria por ser no miolo do terreno que mais se destacaria e onde, durante quase década e meia, faria carreira.
Sendo um dos ícones da história belenense, a este seu estatuto não é indiferente o facto de ter jogado durante os “anos de ouro” do clube. Mariano Amaro, pelos títulos conquistados, fará sempre parte das memórias do emblema da “Cruz de Cristo”. Todavia, recordá-lo apenas pelo Campeonato Nacional de 1945/46, pela Taça de Portugal de 1941/42 ou, até, pelos 2 Campeonatos de Lisboa que ajudaria a vencer (1943/44; 1945/46) seria, no mínimo, redutor. Para fazer justiça às suas qualidades de Homem e desportista, há que contar muito mais. Há que relatar a fidelidade que sempre mostrou ao clube; há que contar a os gestos que, mesmo tendo em conta os riscos que corria, não deixou de ter.
É verdade, Mariano Amaro, resultado das suas qualidades com futebolista, poderia ter tido uma vida mais confortável. Ainda assim, o aspecto financeiro, na hora de tomar a decisão, seria o que menos haveria de pesar. Quando o FC Porto o assediou, quando o Sporting o quis juntar ao seu plantel, ou, aquando do convite de Scopelli para jogar na Argentina, a resposta haveria de ser sempre a mesma – “Devo muitos favores ao meu clube, favores, creia, que muito dificilmente se pagam!”*.
Na selecção também haveria de ser grande. A estreia aconteceria a 28 de Novembro de 1937. Esse Espanha – Portugal que, por via da guerra civil no país vizinho, não seria reconhecido pela FIFA, acabaria por ser a primeira das suas 19 internacionalizações. Contudo, e apesar da importância de tal marca, seria outro duelo ibérico que ficaria na memória de todos. Desta feita jogado em Lisboa, no estádio do seu Belenenses, a contenda haveria de começar com um protesto. Na altura da saudação olímpica, eufemismo para “de extrema-direita”, 3 jogadores recusar-se-iam a tal cumprimento. Artur Quaresma, José Simões e Mariano Amaro seriam os protagonistas do referido “incidente” protocolar. Quaresma haveria de manter as mão atrás das costas, enquanto que os outros dois, ainda mais afoitos, ergueriam o braço direito, mas de punho cerrado.
Talvez os excessos que cometeu, na grande parte do seu percurso, não o tenham importunado muito. No lado direito do meio-campo, a naturalidade com que abordava todos os lances, impressionava até os mais habilidosos. Já a mestria dos seus passes ou a maneira excepcional como lia todo o jogo, eram apenas a confirmação do seu talento. Mas a falta de moderação que levava fora dos estádios, acabaria mesmo por pôr um fim à sua carreira. Já depois de, uns anos antes, ter sido obrigado a parar por detectadas insuficiências cardíacas, em 1948, na sequência de um episódio de cariz pulmonar, ser-lhe-ia diagnosticada tuberculose.
Ainda prometeria a todos que voltaria a jogar. Todavia, o regresso que tanto desejava, acabaria por nunca acontecer. Ao futebol continuaria ligado, mas já nas funções de treinador. No desempenho de tais tarefas, ficaria longe dos sucessos alcançados como praticante. Passou por diversos emblemas. Ainda assim, o tempo despendido aos comandos de Belenenses, “O Elvas”, Torreense, Oriental, Ac. Viseu, Sp. Covilhã ou Vitória de Guimarães, seriam apenas modestos contributos, por parte de alguém que muito já tinha dado ao futebol português.

*retirado da entrevista à revista “Stadium”, em 22 de Junho de 1938

698 - LITOS

Com a formação, praticamente, toda feita no Boavista, Litos, como tantos jovens atletas, acabaria por ser emprestado. A cedência, que coincidiria com a sua estreia no escalão sénior, levá-lo-ia, entre o patamar máximo e a Divisão de Honra, a percorrer diferentes emblemas.
Campomaiorense (1992/93), Estoril-Praia (1993/94) e Rio Ave (1994/95) antecederiam e acabariam por preparar o defesa para o regresso ao Estádio do Bessa. O traquejo ganho durantes essas 3 temporadas, faria com que o atleta saltasse, quase de imediato, para a linha da frente. Vigoroso e incapaz de virar as costas à disputa de uma bola, Litos, em muitos aspectos, personificava aquela que foi a alma do Boavista de Manuel José e, mais tarde, de Jaime Pacheco. Nesse sentido, não foi de estranhar que, nas 6 épocas seguintes, o seu nome passasse a ser um dos mais inscritos nas fichas de jogo.
Como titular dos “Axadrezados”, Litos acabaria por tornar-se num dos mais importantes esteios nos êxitos do clube. A Taça de Portugal vencida em 1996/97 e a vitória na Supertaça da época seguinte, como que serviriam de prelúdio para as conquistas vindouras. Ora, é já com o defesa central como capitão que, passado um par de anos, o Boavista começa a escrever o mais brilhante capítulo da sua secular história. Depois da estreia na Liga dos Campeões em 1999/00, resultado do 2º lugar conseguido no ano anterior, eis que a temporada de 2000/01, sempre com a braçadeira entregue a si, dá a Litos o título de Campeão Nacional.
Ele que já contava com um bom percurso nas selecções jovens portuguesas, tendo, inclusive, sido chamado a disputar os Jogos Olímpicos de 1996, atingiria, reflexo do trajecto conseguido ao serviço do Boavista, a sua primeira chamada à principal “Equipa das Quinas”. O estatuto de internacional, engrossado por um currículo com conquistas importantes, levaria a que, de outras ligas, começassem a aparecer alguns interessados. Quem levaria a dianteira no seu concurso, acabariam por ser os espanhóis do Málaga. A ida de Litos para a “La Liga”, transformar-se-ia em mais um marco na história do Boavista, com a transferência a quebrar o recorde do montante máximo recebido pelo clube.
O seu trajecto na Andaluzia, com Edgar e Duda (e mais tarde Jorge Ribeiro) como companheiros de equipa, até começaria num bom ritmo. Com um lugar garantido no eixo da defesa, Litos começa por justificar o valor nele investido. Todavia, e se o rescaldo da primeira época pode ser visto como muito positivo, algumas lesões acabariam por assombrar uma boa parte da sua passagem por Espanha.
 Possivelmente, terão sido essas mesmas debilidades físicas que, no regresso a Portugal, o condicionaram. A sua passagem pela Académica, em consonância com o que já havia acontecido nos últimos anos de Málaga, acabaria por ficar aquém do seu historial. Mesmo tendo participado num número considerável de partidas, principalmente na temporada da sua chegada (2006/07), o central, até pela idade, já não mostrava as mesmas capacidades. A referida conjuntura terá levado clube e jogador a rescindir contrato no decorrer do seu segundo ano de contrato.
O que terá acontecido após a sua partida de Coimbra continua, para mim, um verdadeiro mistério! Apesar de muitas referências à sua ligação, ainda nessa temporada de 2007/08, com o Red Bull Salzburg, nunca cheguei a encontrar nenhuma prova, fidedigna, que Litos terá sido orientado por Giovanni Trapattoni… Nisto, haverá alguém que consiga confirmar-me a veracidade de tal informação???!!!
O que é verdade é que, desde então, o antigo internacional português tem andado afastado das “luzes da ribalta”. Vontade de voltar ao futebol, por certo, não faltará e, como o próprio já referiu na comunicação social, o regresso ao Boavista não está fora dos seus planos – “Voltar noutras funções? Gostava bastante. Há muitos clubes que têm na sua estrutura ex-jogadores"*. 

*retirado de jornal “O Jogo”, a 01 de Abril de 2014

697 - JOSÉ SÉRIO

Nascido e criado em Belém, seria no clube do seu bairro que José Sério faria a estreia no futebol. Com incontestáveis habilidades para a defesa das balizas, seria para essa posição que, no final dos anos 30, entraria para a equipa de juniores do Belenenses. No entanto, e apesar de completar a formação no clube da “Cruz de Cristo”, a sua estreia nas categorias principais dar-se-ia no Paço de Arcos. Já o retorno às Salésias, aconteceria um par de anos depois (1944/45).
De volta ao emblema de origem, o atleta iria encontrar a forte concorrência de Capela. A presença daquele que era o guarda-redes titular do Belenenses, leva-o, nesse retorno, a disputar jogos pelas categorias “secundárias”. Logo no ano seguinte à sua chegada, sem que tenha conseguido apurar qual o papel de José Sério na conquista, o Belenenses sagra-se Campeão de Lisboa. Curiosamente, e aqui com o guardião a ocupar um lugar no “onze” inicial, também as “reservas” haveriam de conseguir lograr do mesmo êxito.
Mantendo-se na condição de suplente, mas utilizado, seria ainda nessa temporada de 1945/46 que o atleta conquistaria o título mais importante da sua carreira. Tendo participado em 3 partidas, José Sério faria parte do grupo que, orientado por Augusto Silva, destronaria os principais candidatos à liderança e venceria o Campeonato Nacional. No regresso à capital, após a contenda em que tudo ficaria decidido – partida disputada frente ao SL e Elvas –, o jogador haveria de proferir alguns comentários à festa dos adeptos – “Os carros foram obrigados a parar e o trajecto até Belém foi lento, com muita gente nas ruas a agitar bandeiras"*.
Apesar das suas qualidades, só a partir da época de 1947/48, e com a saída de Capela para a Académica de Coimbra, é que José Sério passou a ter um lugar de destaque dentro do plantel do Belenenses. Logo nessa temporada, ele que já tinha sido chamado à selecção “b”, faz a sua estreia com principal “camisola das quinas”. No entanto, esse particular disputado em Madrid acabaria por ficar marcado por um episódio curioso. Conhecido como um homem calmo, o ambiente nesse jogo frente à Espanha tê-lo-á atemorizado. Arrasado pelos nervos, acabaria por pedir a substituição, vindo mais tarde a confessar – “Pois eu nem via a bola”**.
A sua ligação ao Belenenses manter-se-ia durante longos anos. Só com a chegada de José Pereira à titularidade, é que José Sério acaba por equacionar a sua saída. Todo esse período passado na defesa das redes “Azuis”, torná-lo-iam num dos históricos do clube. Nesse sentido, é, ainda hoje, um dos guarda-redes mais utilizados na história do emblema “alfacinha”, ficando apenas atrás do já referido “magriço” e de Marco Aurélio.
Depois de, no final da temporada de 1954/55, deixar o Belenenses, José Sério ainda daria continuidade ao seu percurso como futebolista. Sem que haja muitos registos sobre o mesmo, é certo que, durante esse período, terá também jogado pelo Coruchense.

696 - JAIME PACHECO

Depois de, durante alguns meses, treinar à experiência no FC Porto, Jaime Pacheco ficaria com a promessa de José Maria Pedroto que, após conseguir livrar-se do Serviço Militar Obrigatório, teria um lugar garantido no seio do plantel. Pacto feito e cumprido. Entretanto, outros convites chegariam às mãos do jogador. Ainda assim, nada demoveria o médio a retrair-se no primeiro acordo e, vindo dos Aliados do Lordelo, o médio chega às Antas na temporada de 1979/80.
Sendo um atleta lutador, Jaime Pacheco acabaria por ser uma das figuras que, na passagem para os anos 80, ajudariam a mudar o paradigma do FC Porto. Ora, numa altura em que os “Dragões” ainda lutavam para regressar aos lugares cimeiros do futebol português, o antigo futebolista acabaria por fazer parte das equipas que ajudariam nessa caminhada.
Curiosamente, o primeiro brilharete na sua carreira, viria com a participação nas competições europeias. Qualificado para a Taça dos Vencedores das Taças de 1983/84, e tendo, até então, apenas vencido 2 Supertaças (1981/82; 1983/84), Jaime Pacheco, e o FC Porto, seguiriam até à final da dita competição internacional. A partida, disputada em Basileia, oporia a equipa portuguesa aos italianos da Juventus. Platini e os seus companheiros acabariam por conseguir vencer o desafio e, desse modo, estragar o sonho do atleta portista.
O apuramento para o Euro 84 e a convocatória para a fase final da dita competição, cimentariam Jaime Pacheco como um “habitué” da selecção nacional. Seria logo após a participação ocorrida em França, que o impensável aconteceria. João Rocha, naquilo que ficou tido como a vingança pela saída de Paulo Futre, endereçaria um convite ao médio. Sendo uma das principais caras na dinâmica do FC Porto, poucos acreditaram que Jaime Pacheco acedesse ao assédio do Presidente leonino. A verdade, todavia, seria outra e, juntamente com António Sousa, Jaime Pacheco mudar-se-ia para o Sporting.
Em Alvalade nem tudo correria de feição. Sem qualquer título conquistado, e com uma grave lesão a assombrar-lhe a época de estreia, a passagem de Jaime Pacheco por Lisboa salvar-se-ia com a chamada ao Mundial de 1986. No regresso do México, e sem que o clube conseguisse renovar-lhe o contrato, o médio faz “inversão de marcha” e volta a vestir de “Azul e Branco”. Esta nova ligação ao FC Porto, traria ao atleta os melhores resultados da sua vida de jogador. A Taça dos Campeões Europeus de 1986/87 e a Supertaça e Taça Intercontinental da temporada seguinte, seriam, nessa lista de sucessos, os melhores exemplos. Depois, para completar um currículo já bem rico, viria, com a vitória na Taça e no Campeonato, a “dobradinha” de 1987/88.
No defeso de 1988, no rescaldo da saída de Rui Águas e Dito para as Antas, Jaime Pacheco recusa uma proposta do Benfica. A sua ligação com FC Porto, que poderia ter tido aí o seu fim, acabaria por conhecer o seu termo no Verão de 1989. O jogador, a entrar na fase final da carreira, acabaria por assinar contrato com o Vitória de Setúbal. Nos “Sadinos”, e mesmo estando a afastar-se dos melhores anos, o médio ainda voltaria a merecer a confiança do seleccionador nacional. Depois de mais de 4 anos de ausência, Jaime Pacheco voltaria a envergar a “camisola das quinas”, naquela que seria a sua derradeira internacionalização.
Paços de Ferreira, Sporting de Braga, Rio Ave e Paredes, muito mais do que marcar os últimos capítulos de uma longa carreira, serviriam de aprendizagem para o seu novo papel dentro do futebol. À excepção dos “Arsenalistas”, em todos os clubes acima citados, Jaime Pacheco haveria de ter uma experiência como treinador-jogador. Já “em exclusivo”, o início da sua caminhada como técnico ocorreria ao serviço do União de Lamas. Pouco mais de meia dúzia de partidas feitas na Divisão de Honra, e o Vitória de Guimarães leva-o à estreia na 1ª divisão. No entanto, o seu percurso no escalão máximo atingiria o pico ao serviço de outro clube. Os anos que passaria no Boavista, nomeadamente entre 1997 e 2002, fariam dele um dos melhores no cumprimento das funções de treinador. As participações na “Champions”, a chegada às meias-finais da Taça UEFA de 2002/03, mas, acima de tudo, a vitória no Campeonato de 2000/01, deixá-lo-iam no topo.
Não sendo, como o próprio já o disse, “um treinador do sistema”*, a carreira de Jaime Pacheco veio a afastar-se dos grandes palcos nacionais. Tendo, ainda ao serviço do Boavista, tido convites para orientar as equipas do Benfica e do Sporting, os sucessos conseguidos com os “Axadrezados”, e ao contrário do que seria normal, acabaria por afastá-lo-ia da ribalta – “(…) para se chegar a certos lugares é preciso ir a muitas capelas ou a muitos bruxos. Duvido muito que as grandes portas se abram sem que se faça isso. Posso chegar ao fim da vida com menos dinheiro e menos currículo mas tenho coluna (…). Depois de ter sido campeão é que se fecharam as grandes portas”*.
Já depois de uma curta passagem pelo Mallorca, e os regressos ao Estádio do Bessa e ao D. Afonso Henriques, Jaime Pacheco haveria de passar pelo comando do Belenenses. Desde 2009, nunca mais voltou a treinar em Portugal. Actualmente (2016/17) orienta os chineses do Tianjin Teda, tendo, ao longo destes anos, tido passagens pelo Al-Shabab (Arábia Saudita); Zamalek (Egipto) e Beijing Guoan  (China).


*retirado da entrevista de Alexandra Tavares-Teles, Diário de Notícias, 16 de Outubro de 2009

695 - ANTÓNIO FELICIANO

Nascido no seio de uma família modesta, e órfão de pai desde tenra idade, António Feliciano entraria para a Casa Pia, ainda criança. Aí, ganharia paixão pelo futebol. Começaria por jogar nas equipas escolares para, com apenas 17 anos, passar à categoria principal do Casa Pia Atlético Clube.
Ainda no decorrer da sua primeira temporada como sénior, Alejandro Scopelli endereça-lhe um convite. Após assistir a um jogo para a Taça de Portugal, onde o Casa Pia defrontaria o Benfica, o antigo internacional argentino e uma das estrelas do Belenenses, pede a António Feliciano para ir treinar às Salésias. Nisto, através de Siska, o defesa recebe um convite do FC Porto – “Cheguei a estar hospedado na Pensão Alegria uns 15 dias. Mas senti-me deslocado, muito pequenino ao pé de jogadores como Carlos Pereira, Pinga, Guilhar, Pocas, Novas e, por isso, sem dar cavaco, meti-me no comboio e voltei para Lisboa”*. O regresso à capital, leva Feliciano a aceitar a primeira proposta. Contrato assinado numa das mesas da “Brasileira” e a “Cruz de Cristo”, daí em diante, passaria a ser a seu emblema.
A ligação do atleta com o Belenenses acabaria por durar quase década e meia. Como é óbvio, em tão longa união, muitos seriam os momentos que Feliciano guardaria na sua memória. Incontornavelmente, teremos que falar dos troféus. Nesse rol, também cabem a Taça de Portugal de 1941/42, e o Campeonato “Alfacinha” de 1943/44. Todavia, a melhor temporada do defesa ainda estava para vir. Em 1945/46, e já depois de vencer o “Regional” de Lisboa, o Belenenses parte para a disputa do Campeonato Nacional. Numa equipa recheada de internacionais, o jogador era parte integrante do melhor sector defensivo da altura. As “Torres de Belém”, como ficariam conhecidos Feliciano, Vasco e Serafim, acabariam por ser a base do maior sucesso da história do clube. Afrontando a hegemonia dos habituais candidatos, o Belenenses conseguiria ultrapassar Benfica, Sporting e FC Porto, acabando por erguer o troféu de campeões.
Como uma das figuras dos êxitos do Belenenses, Feliciano acabaria também por tornar-se, a nível nacional, num dos futebolistas de maior destaque. As constantes chamadas à selecção portuguesa seriam, disso mesmo, a prova. No entanto, ainda mais extraordinário, seriam os convites que passaria a receber. O primeiro, acabaria por chegar pela mão do mítico Zamora. O guarda-redes espanhol, numa altura em que os jogadores “lusos” rareavam no estrangeiro, proporia a Feliciano a passagem para o Celta de Vigo. A proposta incluía um contrato bem apetecível. Ainda assim, a resposta seria negativa. Depois, ao que consta, seguir-se-ia a vez do Vasco da Gama e, mais uma vez, o atleta negar-se-ia a uma mudança
Feliciano e o Belenenses terminariam a sua ligação no final da época de 1953/54. Numa altura em que o atleta já entrava nos derradeiros anos da sua carreira, o convite do Desportivo de Chaves fá-lo-ia mudar-se para Trás-Os-Montes. No emblema flaviense, emprestaria os seus conhecimentos sobre a modalidade e desempenharia as funções de treinador-jogador.
Também nos “bancos” a carreira de António Feliciano seria recheada de bons momentos. Com ligação ao Desportivo de Chaves, por onde ainda passaria mais algumas vezes, seria no FC Porto que viveria grande parte dos seus anos como treinador. Com uma pequena presença, interina, no plantel principal dos “Dragões”, o seu papel na “formação” do clube seria de enorme importância. Tendo visto reconhecido o mérito do seu trabalho, há que destacar, na lista de jogadores que passaram pela sua alçada, os nomes de Fernando Gomes ou Rodolfo Reis.

 
*retirado de “100 figuras do futebol português”, Jornal “A Bola”

694 - FRECHAUT

O primeiro grande destaque na sua carreira, acabaria por acontecer com as cores do Vitória de Setúbal. Num grupo que também contava com Marco Tábuas, Sandro, Mário Loja ou Carlos Manuel, os “Sadinos” estiveram a beira de conquistar o Nacional de Juniores de 1994/95. Contudo, num campeonato que, nos seus momentos finais, ver-se-ia envolto em grande polémica, o Boavista, no golo “average”, acabaria por ganhar o título. Os responsáveis setubalenses ainda reclamaram da eventual utilização, por parte dos “axadrezados”, de dois jogadores castigados. No entanto, o protesto em nada daria e o troféu permaneceria no Bessa.
Ironicamente, seria com as cores do Boavista que Frechaut passaria os melhores anos do seu percurso como profissional. Depois da estreia pelos seniores do Vitória de Setúbal, as 4 temporadas que passaria na 1ª divisão, seriam suficientes para que os responsáveis do emblema nortenho vissem nele um bom reforço. A mudança do Bonfim para a cidade do Porto, numa altura em que o clube já há muito ameaçava a hegemonia dos denominados “grandes”, traria ao atleta o seu primeiro grande título.
Podendo actuar, tanto na direita da defesa, como no miolo do terreno, o jogador seria peça fulcral nas manobras do treinador Jaime Pacheco. A conquista do Campeonato Nacional de 2000/01, projectaria o atleta para a ribalta do desporto português. Nesse sentido, poucos estranharam a sua inclusão nos trabalhos da equipa nacional. Ele que até já tinha algum currículo nas selecções jovens portuguesas, passava a fazer parte do grupo que, em 2002, marcaria presença no Mundial organizado entre o Japão e a Coreia do Sul.
Com a sua cotação a subir em flecha, também por culpa das presenças na Liga dos Campeões, muitos foram os clubes que iriam no seu encalço. Numa altura em que o futebol russo começava a merecer a atenção dos multimilionários daquele país, o Dínamo de Moscovo decidiria investir em Portugal. Com esse propósito, e já depois de contratados uma série de outros futebolistas, Frechaut segue caminho para a Rússia. Todavia, a sua passagem pelas antigas “terras dos Czares” seria bem curta. Incapaz de se adaptar a uma realidade bem diferente, nem a presença de inúmeros compatriotas tornaria a experiência em algo positivo. Seis meses após a sua partida, Frechaut estava de regresso a Portugal e, desta feita, para vestir as cores do Sporting de Braga.
No Minho, Frechaut volta às boas exibições. Como um dos elementos mais importantes no plantel bracarense, o internacional luso contribuiria para a ascensão do clube aos lugares cimeiros da tabela classificativa. Com as boas épocas a sucederem-se, a presença do Sporting de Braga nas competições europeias, começaria a ser um hábito. Em 2008/09, sob o comando de Jorge Jesus, os “Arsenalistas” conseguem um feito inédito. Numa edição em que o vencedor era decidido por quem mais longe chegasse na Taça UEFA, Frechaut, ao ajudar à vitória na Taça Intertoto, adicionaria um troféu internacional à sua lista de conquistas.
Já numa fase descendente da sua carreira, Frechaut assume mais uma experiência no estrangeiro. A passagem pelos franceses do Metz, daria início a um périplo que o levaria a cirandar pelos escalões secundários dos campeonatos gauleses e do nosso país. Depois, vestiria a camisola da Naval 1º de Maio, para, no regresso ao Boavista, terminar a sua carreira de futebolista.
Seria também no Bessa que Frechaut faria a transição para os “bastidores”. Como treinador, passaria pelas camadas jovens dos “Axadrezados”. Já em 2014/15, ao serviço do Beira-Mar, teria então o seu primeiro teste como dirigente, quando, com as cores do Beira-Mar, aceitaria o cargo de Director Desportivo.

DAVID E GOLIAS

Numa disputa, por norma, entregue aos ditos "3 grandes", há aqueles que conseguiram a ousadia de intrometer-se entre Benfica, Sporting e FC Porto. A esses que afrontaram as "regras" do futebol português, será dedicado todo o Setembro.
Numa altura em que o campeonato de 2016/17 dá os seus primeiros passos, é, então, altura de contar outras histórias de "David e Golias".


Ver também: Augusto Silva; Ricardo; William; Pedro Emanuel; Jorge Silva; Rui Óscar; Rui Bento; Petit; Gouveia.