345 - JORGE ANDRADE

Filho de Manuel Andrade, jogador do Atlético na década de 1970, e irmão mais novo de Carlos Andrade, com quem chegaria a partilhar o balneário no Estrela da Amadora, Jorge Andrade também escolheria o futebol como a sua grande paixão desportiva.
Seria pela mão do progenitor que o pequeno Jorge, com apenas 6 anos de idade, entraria no emblema da Reboleira. De tal forma agradaria, que os responsáveis pelas “escolas” do Estrela da Amadora não mais o deixariam abalar. Em abono da verdade, haveria uma pequena excepção. Por razão de ser uma criança franzina, o seu treinador daria instruções para que fosse emprestado. O pobre rapaz, ao pensar que estava a ser rejeitado, chegaria a casa lavado em lágrimas e pediria para deixar o futebol. Ainda bem que tal não aconteceu, pois, alguns anos mais tarde, o defesa tornar-se-ia numa das maiores promessas e num dos atletas mais cobiçados no panorama futebolístico luso.
Após a estreia na campanha de 1997/98, as 3 temporadas cumpridas pelos seniores dos “Tricolores”, com as boas prestações colectivas a darem também um bom contributo para a sua valorização, seriam suficientes para que Jorge Andrade conseguisse sublinhar-se como um grande intérprete. Nesse sentido, o Benfica e o FC Porto entrariam na corrida pela contratação do atleta, com as “Águias” a tomarem a dianteira. No entanto, depois de bem encaminhadas as negociações, ninguém mais no Estrela da Amadora receberia notícias do Presidente “encarnado”, João Vale e Azevedo. Com o impasse a prolongar-se por 5 meses, Jorge Andrade, para a temporada de 2000/01, decidir-se-ia pelos “Dragões” e já no Norte voltaria a encontrar-se com Fernando Santos, o seu primeiro treinador no conjunto da Linha de Sintra.
Com o ciclo do “Penta” terminado, os únicos destaques da sua passagem pelo Estádio das Antas iriam para a conquista da Taça de Portugal de 2000/01 e para a vitória, com o único golo apontado a ser da sua autoria, na Supertaça do ano seguinte. Porém, mesmo com a escassez de títulos, parco hábito para um emblema da dimensão do FC Porto, as exibições do defesa-central seriam suficientes para fazê-lo catapultar-se para um cenário de maior monta e para o emblema que viria a tornar-se no mais representativo de toda a sua carreira.
Em Espanha, ao serviço do Deportivo La Coruña, o defesa voltaria a cruzar-se com o FC Porto e logo com um episódio bem caricato! A partida, como provavelmente estarão recordados, era a contar para a 1ª mão das meias-finais da Liga dos Campeões de 2003/04, a edição que os “Azuis e Brancos” acabariam por vencer. Num lance disputado já perto do final da dita contenda, o seu colega de selecção, Deco, estatelar-se-ia no chão. Jorge Andrade, num acto de brincadeira, como que a querer dizer, provavelmente até disse, "levanta-te, fiteiro", deu-lhe um pequeno pontapé no traseiro. O pior foi que o árbitro da partida, não viu na coisa paródia alguma e, nem mesmo o argumento do central português, a repetir por diversas vezes que "eram amigos", fez com que o juiz voltasse atrás na decisão de expulsá-lo do jogo.
Após a mudança para Itália em 2007/08, os problemas no seu joelho esquerdo, que já tinham afectado o atleta aquando da sua estadia em Espanha, voltariam a agudizar-se. Jorge Andrade acabaria por regressar às mesas de operação e o prognóstico médico acabaria por não ser o melhor, com os especialistas a porem grandes reservas quanto à sua continuidade no futebol profissional. Depois de rescindir com os "Transalpinos" em 2008/09, o defesa-central ainda foi tido como reforço do Málaga. Contudo, as mazelas relacionadas com a mencionada lesão fariam com que o clube espanhol recuasse no intento de contratá-lo, com o jogador, resultado desse revés, a decidir pôr um ponto final na carreira desportiva.

344 - JORGE ANDRADE

Tal como tantos outros atletas brasileiros ligados à modalidade, este carioca faria quase toda a carreira em clubes de Portugal. Para este lado do Atlântico atravessaria à aventura e para vestir a camisola do Farense. Ajudaria a agremiação da capital algarvia na subida de escalão e com isso, na temporada de 1986/87, faria a sua estreia na 1ª divisão. Os seus préstimos pelos "Leões de Faro" seriam de tal ordem positivos que, ao marcar 15 golos nesse ano, numa equipa que nem sequer conseguiria quedar-se pelos lugares classificativos a garantirem a manutenção, seriam mais do que suficientes para chamar a atenção de outros emblemas.
A colectividade seguinte, o Boavista, com as constantes presenças dos "Axadrezados" nas lutas pelas posições cimeiras da tabela classificativa e, acima de tudo, com a presença da equipa portuense nas competições continentais, permitir-lhe-ia auferir de maior visibilidade. Depois de entrar no Bessa em 1987/88 e ao fim de 4 épocas em que, principalmente nas 3 derradeiras, viria a consagrar-se como um dos titulares das “Panteras”, Jorge Andrade daria um novo salto na caminhada desportiva. Nessa senda, a grande dúvida passaria por saber qual o rumo que Jorge Andrade daria à vida profissional. A questão, entre a opção de ficar por terras lusas ou a de partir em direcção a paragens mais longínquas, rapidamente ficaria resolvida e o ponta-de-lança mudar-se-ia, de armas e bagagens, para os vizinhos do FC Porto.
Nas Antas, passaria a trabalhar numa equipa orientada pelo seu conterrâneo Carlos Alberto Silva. Tapado por avançados como Domingos ou Kostadinov, para Jorge Andrade poucas oportunidades haveriam de surgir. Por essa razão, nessa temporada de 1991/92, ficariam por confirmar, num nível de exigência bem mais elevado, os seus dotes como finalizador. Ainda assim, as poucas aparições durante a aludida campanha permitir-lhe-iam acrescentar o seu nome à lista de elementos responsáveis pela vitória no Campeonato Nacional.
Sem lugar nos “Azuis e Brancos”, o avançado, em 1992/93, seguiria com destino à Ilha da Madeira e para envergar a camisola do Marítimo. Ao serviço do conjunto insular, o avançado recuperaria o papel preponderante perdido com a saída do Boavista. Nos Barreiros, Jorge Andrade voltaria à titularidade, às boas exibições e, acima de tudo, a fazer golos. Com bons registos, a passagem do atleta pelo Funchal, para além dos números, ficaria para sempre ligada a um dos momentos históricos do clube, isto é, a primeira participação nas competições continentais. Depois de, na época anterior, com vários remates certeiros, o atacante ter dado um belo empurrão no sentido da qualificação, já as partidas na edição de 1993/94 da Taça UEFA não correriam de feição para os maritimistas e, frente aos belgas do Royal Antwerp, um empate caseiro (2-2), seguido de uma derrota fora (2-0), levaria os “Leões do Almirante Reis” a serem afastados logo na ronda inicial da competição.
Depois da experiência no Vitória Futebol Clube e de, em 1995, ter dado um "pulinho" até ao Brasil, onde, ao lado de Paulinho César "McLaren", representaria a Portuguesa dos Desportos, Jorge Andrade regressaria a Portugal para jogar pelo Paços de Ferreira e, posteriormente, dar nova "perninha" com as cores do Marítimo.
Não muitos anos depois, Jorge Andrade decidiria “pendurar as chuteiras. Finda a carreira nos relvados, o antigo atacante decidiria trocar os “gramados” pelos bastidores da modalidade e já tem sido visto pelos estádios portugueses, em representação do empresário Ronaldo Nunes, na prospecção de novas oportunidades de negócio.

343 - DIAMANTINO

Apesar de recordarmos o jogador, em maior parte do seu tempo como profissional, a jogar na ala direita do ataque, Diamantino, sem qualquer sombra de dúvida, era intérprete para qualquer posição do meio-campo para a frente. Prova disso, temos a época que antecedeu a sua presença no Euro 84 em França, na qual, ao jogar como avançado-centro, concretizou 19 golos, quedando-se, atrás de Nené e de Gomes, na terceira posição da lista dos Melhores Marcadores desse Campeonato.
Ora, pelas razões já expostas, do atacante podemos dizer que o seu talento era bem acima da média. Terá sido essa constatação que fez com que um tio seu o levasse a prestar provas no Vitória Futebol Clube. Pela cidade de Setúbal cresceu como futebolista e deu, na temporada de 1976/77 e ainda em idade de júnior, os primeiros passos na equipa principal. Com uma técnica individual estupenda, um sentido posicional e uma leitura de jogo extraordinários que, postos ao serviço de um passe preciso, faziam dele um adversário mortífero, o avançado rapidamente chamou a atenção dos "grandes" da Margem Norte do Rio Tejo. A escolha passou pela mudança para o Benfica, onde, após a entrada nas “escolas encarnadas” e a temporada de 1979/80 com pouca utilização, o atleta acabou emprestado, primeiro ao Amora e depois ao Boavista.
No Bessa, num grupo de trabalho comandado inicialmente por Mário Lino e depois por Álvaro Carolino, deu-se o cimentar de todas as características que até ali tinham prometido ao jogador um futuro de sucesso. A prova foram as suas 3 primeiras chamadas, pela mão de Juca, à principal selecção portuguesa e a aposta do Benfica, em definitivo, nos seus préstimos. Pela mão de Sven-Göran Eriksson, o atacante transformou-se numa das prioridades para compor o "onze" titular. Logo nessa temporada do regresso, a de 1982/83, Diamantino marcou presença na sua primeira final europeia, a da Taça UEFA, frente ao Anderlecht. O feito só não veio a repetir-se em 1988, dessa feita para a Taça dos Clubes Campeões Europeus, pois, dias antes, num encontro a opor o Benfica e o Vitória Sport Clube, Diamantino, num lance mais duro com Adão, lesionou-se gravemente e a rotura dos ligamentos cruzados do joelho direito afastou o capitão dos "Encarnados" da partida disputada frente ao PSV Eindhoven.
Curioso na sua carreira foi o facto de ter sido o mesmo técnico que o lançou na ribalta e para história das “Águias”, o treinador sueco mencionado no parágrafo anterior, também a dispensá-lo do Benfica É certo que Diamantino, no final dessa temporada de 1989/90, já havia ultrapassado os 30 anos de idade. Porém, duvido que esse factor reflectisse a sua disponibilidade dentro de campo. Por outro lado, também é sabido que o seu carácter reivindicativo, mormente na defesa dos seus interesses e dos da sua classe, podem não ter ajudado à sua permanência. Bem, na verdade tudo o que disse não passa de meras especulações. O que aconteceu mesmo foi que, com a sua saída do Estádio da Luz, o extremo-direito voltou à casa onde nasceu para o futebol e onde, anos mais tarde viria a dar nova cara à sua ligação com a modalidade. Nos "Sadinos" terminou a caminhada dentro dos relvados, passando a exercer as funções de treinador, as quais têm-no levado aos mais diversos emblemas e, desde 2012, a África e aos moçambicanos do Costa do Sol.

342 - DIAMANTINO


Depois de completar a formação no Benfica e de ter feito, ainda como sénior, um par de temporadas nas "reservas" da "Luz", o passo seguinte para Diamantino Costa foi o normal empréstimo. A norte, no Varzim de 1968/69, o extremo, a ocupar preferencialmente a ala esquerda do campo, começou a ganhar traquejo. De tal forma foram bons os seus préstimos, destacando-se como titular indiscutível no grupo sob a alçada técnica de Monteiro da Costa e marcando ainda 5 golos, que o Benfica já não mais o deixou partir.
Com provas dadas na época de estreia na 1ª divisão e mais do que apto para enfrentar as agruras da competição ao mais alto nível, seguiram-se 8 temporadas a vestir a camisola das “Águias”. É certo que numa equipa onde, à altura, pontificavam jogadores como Simões, as oportunidades nunca poderiam ser muitas. Nesse sentido, com maior ou menor participação, Diamantino pouco mais conseguiu auferir do que o estatuto de suplente utilizado. Ainda assim, o avançado, em variadíssimas situações, transformou-se num bom trunfo para os seus treinadores.
Numa dessas chamadas a jogo, o extremo acabou por viver um dos episódios mais marcantes na sua carreira. Em Lisboa, na partida a opor o Benfica ao Celtic e depois de os “Encarnados” terem, em Glasgow, perdido, a 1ª mão da 2ª ronda da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1969/70, por 3-0, a equipa lusa, com o objectivo de seguir em frente na prova, tinha a obrigação de vencer a agremiação “católica” por um resultado mais dilatado ao verificado na Escócia. Depois de Eusébio e de Jaime Graça, ainda na metade inicial do encontro, terem apontado um tento cada um, Diamantino, ao entrar ao minuto 62 para substituir Raul Águas, conseguiu, já ao descer do pano, o tão almejado golo. Caricato é que entre a bola entrar e não entrar, ouviu-se o apito. Logicamente gerou-se a confusão entre as duas equipas, cada uma a reclamar o golo antes ou depois do sinal do árbitro. O juiz de jogo, com uma invasão de campo pelo meio, acabou a decidir a contenda a favor do Benfica. A partida seguiu para o prolongamento, em que nada ficou decidido. Como o desempate por grandes penalidades era coisa que ainda não existia, o passo seguinte foi dado por uma "moeda ao ar". No balneário do árbitro, a "cara" escolhida pelo capitão do Celtic, Billy McNeill, pôs cobro às dúvidas e empurrou os "The Bhoys” para a fase seguinte da competição - "Correu um boato de que o Benfica tinha ganho, mas só depois soube que tinha sido o Celtic. Foi uma grande desilusão, mas todos sentimos que tínhamos dado o nosso melhor. Nunca mais vou esquecer essa noite, com o meu golo, a lesão e o Estádio da Luz completamente lotado"*. O que provavelmente ninguém soube na altura foi que a lesão sofrida por Diamantino foi um braço partido e que fez o atleta, num sentido de abnegação pouco visto nos dias de hoje, terminar o encontro num esforço tremendo.
Depois de Portugal, a seu trajecto prosseguiu naquele que era o "El Dorado" do futebol, nos anos de 1970. Nos Estados Unidos da América, ao lado de Toni e de Eusébio, representou o Las Vegas Quicksilvers e, mais tarde, o Team Hawaii. Já regressado às provas lusas depois de ultrapassada a barreira dos 30 de idade, Diamantino fez o resto da carreira em emblemas de menor monta, como o Portimonense ou Estoril Praia, vindo a terminar, em 1984/85, no União de Tomar.

 
*retirado do artigo publicado a 17/10/2006, em https://maisfutebol.iol.pt

341 - TONI


Se "Tonis" há muitos, já aquele que hoje aqui trago partilha com o Toni anterior, muito mais do que o diminutivo. Ora reparem! Para além do esperado e normal António, ambos respondem pelos apelidos Conceição e Oliveira!
Deixemo-nos de curiosidades e passemos à história. Essa, para o lateral-direito, começou nas escolas do Sporting de Braga. Assim sendo, foi com os "Arsenalistas" que Toni fez toda a formação enquanto jogador de futebol. Terminada esta etapa, o jovem atleta, com o começo da temporada de 1980/81, viu-se integrado no plantel sénior dos bracarenses. Tapado por Artur, que também chegaria a internacional português, o jogador acabou por ter, situação normal para os jovens recém-chegados a qualquer equipa, bastantes dificuldades em conseguir impor-se. Como é óbvio, nessas situações e adivinhando os responsáveis pelo clube um futuro promissor para o jovem atleta, o defesa, nas épocas seguintes e através de sucessivos empréstimos, acabou a envergar outras camisolas.
No Riopele e nos primeiros anos de Vizela, a sua rodagem fez-se pelos escalões secundários. Já a temporada de 1984/85, com a subida dos de "azul celeste" ao patamar maior do futebol português, revelou Toni com outras capacidades e, como provam a presença em 27 jornadas, apto a ser titular na 1ª divisão. Com a titularidade, tornou-se peremptória a ideia do regresso ao clube de origem. Desse modo, o treinador Henrique Calisto logo tratou de incluí-lo no grupo de trabalho e o lateral-direito, daí em diante, tudo fez para conquistar um lugar no “onze” do Sporting de Braga.
A posição acabou mesmo por ser entregue à sua intendência. Todavia, o mérito a mantê-lo como um dos habituais no alinhamento da equipa bracarense, transformou-se na virtude que começou a pô-lo nas cogitações de equipas mais poderosas. Desse "namoro" nasceu a recusa de Toni em prolongar o contrato com os “Guerreiros do Minho”. Como retaliação, o jogador acabou por ser posto de parte num grande número das jornadas correspondentes à temporada de 1988/89. Ironicamente, seria no decorrer da dita campanha, mais precisamente a 12 de Novembro de 1988, que o passo há muito previsto acabou por acontecer. Com Juca como o "homem do leme", o “particular” agendado com a congénere sueca, disputado em Gotemburgo, serviu para a estreia de Toni com a "camisola das quinas", naquela que foi a sua única internacionalização pela principal selecção portuguesa.
Terminada a ligação contratual com o Sporting de Braga, Toni decidiu dar um salto na carreira e mudar-se para o FC Porto. É verdade que a decisão poderia ter sido a maneira de conseguir catapultar-se na profissão. No entanto, o sonho de entrar nas Antas na temporada 1989/90, não passou disso mesmo. Uma grave lesão pôs fim ao plano de singrar num dos “grandes” e, passadas duas épocas após a integração no plantel “azul e branco”, o defesa-direito terminou a ligação à colectividade sediada na “Cidade Invicta”, com o orgulho de, apesar de todo o azar, ter conseguido sagrar-se Campeão Nacional na temporada da sua chegada.
Já como técnico, depois de muitos anos como adjunto no Sporting de Braga e como treinador-principal em diversos emblemas do meio da tabela, a sua vida veio a sofrer uma grande mudança. Com a opção de emigrar, na Roménia, ao serviço do Cluj conquistou, logo na estreia, a edição de 2008/09 da Taça da Roménia. O feito, ao comando daquela que era a equipa mais portuguesa do país, repetiu-se no ano seguinte. A esses troféus, Toni juntou ainda o Campeonato de 2009/10. Contudo, a verdade é que quem terminou a referida temporada ao comando da equipa foi o italiano Andrea Mandorlini. Ainda assim, nada impedirá o português de exibir no seu currículo o título ganho.

340 - TONI

De nome completo António José Conceição Oliveira, Toni nasceu na pequena Mogofores. Com o talento para a bola a despontar cedo, logo deu para entender que a sua habilidade era bem maior do que a aldeia onde morava. Rapidamente entrou para o emblema da sede de concelho, o Anadia. Foi aí que a Académica, orientada por Mário Wilson, com craques como os irmãos Vítor Campos e Mário Campos ou Gervásio, descobriu esse jovem médio de capacidades atléticas invejáveis. Foi o próprio "Velho Capitão" que conduziu até à Anadia para falar com o pai de Toni e para, desse modo, convencê-lo a deixar o filho a mudar-se para Coimbra. Após uma conversa em que ficou assente que o atleta, independentemente da carreira desportiva, não podia descorar a escola, o acordo consumou-se e o jovem praticante lá seguiu caminho para a "Cidade dos Estudantes". O engraçado chegou logo a seguir e com o carro do referido treinador -  "à saída da Anadia, o Fiat 600 não pegava e eu tive de empurrá-lo. Lá dentro, o Mário Wilson e um senhor da Académica chamado Augusto Martins"*.
Na "Briosa" não teve a vida fácil. Com a equipa recheada de estrelas e a atravessar, na sua história, uma das melhores fases, a entrada de Toni no "onze" titular não foi tarefa fácil. Talvez a grande mudança nesse paradigma tenha ocorrido na final da Taça de Portugal de 1966/67. Depois de dois prolongamentos (na altura não havia desempates por grandes penalidades) e o golo de Jacinto João a oferecer o troféu ao Vitória Futebol Clube, o rescaldo do embate acabou a consagrar o centrocampista como uma das agradáveis surpresas.
Com um físico notável, uma capacidade de abnegação acima da média e uma maneira simples de jogar e a coadunar-se, de que maneira, com a posição de médio-defensivo, facilmente o Benfica viu nele o substituto ideal para um Mário Coluna a aproximar-se do fim da carreira. Por essa razão, a troco de 1300 contos, a Académica teve de deixar partir, para nova aventura, o seu "Craque Saloio" - "Eu ficava sempre a ajudar o capitão a treinar os guarda-redes e dava-lhes a folha seca. Aqueles remates cortados com efeito banana. Eles não gostavam nada disso. Ficavam lixados e diziam-me: «Olha-me este, armado em craque saloio, ó caraças»"**.
No Benfica, foi a altura de viver momentos arrebatadores. Ao lado de estrelas como Eusébio, o já mencionado Coluna, José Torres, Simões, Jaime Graça, entre tantos outros, Toni passou a viver aquilo que poderá dizer-se, e não estarei muito enganado ao afirmá-lo, a melhor fase da sua vida como homem do futebol. Foram 32 anos ligados às "Águias". Teve as mais diversas funções, desde, como é lógico, futebolista, técnico-adjunto, treinador-principal e até director-desportivo. Em todas essas temporadas tornou-se num dos eternos símbolos do clube e, mais nada houvesse a prová-lo, bastariam os feitos alcançados para o incluir nessa restrita lista de notáveis. Nesse sentido, nunca é tarde para recordar os 14 Campeonatos vencidos (8 como jogador; 4 como treinador-adjunto; 2 como técnico-principal), as 8 Taças de Portugal conquistadas (3 como jogador; 1 como técnico-principal; 4 como treinador-adjunto), a Supertaça ganha (na condição de atleta), a presença na final da Taça UEFA de 1983 (como técnico-adjunto) e as participações nos derradeiros confrontos das edições de 1988 (como treinador-principal) e de 1990 (como treinador-adjunto) da Taça dos Clubes Campeões Europeus. Com o todo arrolado, é o único nome na existência dos "Encarnados" a puder exibir no currículo as conquistas do Campeonato Nacional, tanto como atleta, tal como o homem à frente do corpo técnico.
Mesmo assim e tendo em conta todas as alegrias, Toni viveu alguns momentos polémicos na Luz. Um deles esteve relacionado como o jogo de despedida de Eusébio, do qual foi afastado temporariamente: "Não fui sou eu. Havia mais dois envolvidos: o Humberto e o Nelinho. No treino da véspera, o Jimmy Hagan pediu-nos para saltar os painéis de publicidade. O plantel do Benfica era formado por 30 jogadores e nós os três estávamos no fim do pelotão. Como estávamos em fila indiana e não queríamos saltar todos uns em cima dos outros, o Jimmy Hagan chateou-se e alegou que não fizemos o exercício correctamente. Por isso, não fomos convocados. Nessa noite, o Sr. Presidente Borges Coutinho falou com o treinador e ele lá nos colocou na lista dos convocados para a festa de despedida do Eusébio, cujos bilhetes foram vendidos pelos próprios jogadores do Benfica na Baixa e em outros pontos de Lisboa."*. Outro momento controverso, foi quando, depois do "Verão Quente", onde o Benfica perdeu Paulo Sousa e Pacheco para o Sporting, Toni, apesar do ambiente conturbado vivido na Luz, conseguiu vencer o Campeonato Nacional de 1993/94. Contudo, incompreensivelmente acabou despedido no final da referida temporada, entrando para o seu lugar Artur Jorge.
Muito para além de um exemplo como atleta, Toni é, e será sempre reconhecido, como um ícone do desportivismo. Não faltam casos a servirem de testemunho, mas há dois que fazem parte de todos os anais. O primeiro passou-se num Benfica vs FC Porto, em que, num lance fortuito, lesionou gravemente um adversário - "Nunca quis que aquilo acontecesse, a fractura da tíbia e do perónio. Caminhava para o fim da minha carreira e aquilo abalou-me. Quando vi a situação do Marco Aurélio, não consegui, chorei e pedi para sair."*. Outro episódio ocorreu num "derby" lisboeta a opor as “Águias” ao Belenenses - "A gente não estava a jogar nada mas o árbitro, que se chamava João Nogueira, também estava para embirrar naquele dia. Já tinha expulsado o Malta da Silva e o Torres, o bom gigante. Às tantas, com 0-0 no marcador, apercebo-me que os adeptos da baliza sul, do terceiro anel, começavam a invadir o campo. Disse ao árbitro para entrar no seu balneário e protegi-o (...). Ele escapou de boa, mas ainda levou uns guarda-chuvas nas costas."*.
Por tudo o que aqui relatamos e por tanto que ficou para contar, Toni será, para sempre, um dos notáveis do futebol português e, para os benfiquistas, um dos eternos guardiões da mística “encarnada”.

*retirado da entrevista conduzida por Rui Miguel Tovar, publicada inicialmente no "Jornal i" e republicada a 10/11/2016 em https://observador.pt
**retirado do livro "101 Cromos da Bola", Lua de Papel, de Rui Miguel Tovar (2012)

339 - FERNANDO MENDES

Bastaria o facto de ter sido o primeiro jogador a envergar a camisola dos cinco emblemas campeões em Portugal para que a sua história figurasse nos anais do futebol nacional. Porém, a carreira de Fernando Mendes não ficaria cingida a essa ocorrência.
Tudo começaria no Montijo, onde daria os primeiros pontapés na bola e onde o Sporting iria buscá-lo ainda em idade de frequentar as “escolas” leoninas. A aposta dos “ verde e branco” levá-lo-ia a continuar e a terminar a formação em Alvalade. Já o sucesso da caminhada, trajecto a antever um bom futuro dentro dos relvados, acabaria sublinhado pela passagem do lateral-esquerdo em todas as categorias jovens da selecção nacional.
Nesse sentido, seria pequena a surpresa quando, na derradeira jornada do Campeonato Nacional de 1984/85, Pedro Gomes, à altura o treinador interino dos "Leões", decidiria, por certo em jeito de prémio, promover o primeiro jogo de Fernando Mendes na equipa principal. A partir desse embate frente ao Vitória Futebol Clube, entre anos em que seria muito utilizado e outros de maior modéstia, o jogador passaria a coleccionar momentos inesquecíveis. Um deles haveria de vivê-lo na temporada de 1986/87, quando o técnico ainda era Manuel José. A aludida partida, a contar para a 2ª mão da 2ª ronda da Taça UEFA, estava agendada frente ao FC Barcelona. Na volta inicial, na Catalunha, os de "verde e branco" haviam averbado uma derrota por 1-0. Foi então que o defesa, no dia anterior à referida disputa e ao dia do seu aniversário, diria ao treinador que faria dois centros que dariam dois golos. Manuel José, caso o feito viesse a confirmar-se, prometer-lhe-ia uma lagosta. A premonição aconteceu mesmo. No entanto, o Sporting acabaria eliminado, pois, quase de seguida ao lateral ter falhado o terceiro golo, os “Blaugrana”” conseguiriam concretizar o tento que os levaria à etapa seguinte da prova. Já a lagosta deve ter caído bem mal!
Polémico como só ele sabe ser, mas sempre frontal e sincero nas suas convicções, Fernando Mendes, anos mais tarde, entraria em conflito com os dirigentes leoninos, saindo de Alvalade e mudando-se para o lugar onde mais magoaria os seus antigos directores, ou seja, o Estádio da Luz. No Benfica não seria feliz. Durante as épocas em que viria a representar as "Águias" pouco seria utilizado, arrependendo-se, como mais tarde veio a confessar, da decisão que tinha tomado para o seu destino. Muito para além do remorso, ficariam as divergências com alguns treinadores, como Jesualdo Ferreira ou Sven-Goran Eriksson, com o técnico sueco a sofrer com as rebeldias do atleta - "(…) entrei numa fase em que já me estava a borrifar. Como era um dos primeiros a chegar aos treinos, pegava na minha pressão de ar e, já equipado, ia aos pássaros ou então dava umas chumbadas na porta do balneário de Eriksson"*.
Depois da temporada de 1992/93, ainda assim com um título de campeão arrecadado pelos "Encarnados", Fernando Mendes acabaria por abandonar, em definitivo, o Benfica. Duas épocas passar-se-iam em que, ao serviço de Estrela da Amadora e do Boavista, o internacional luso iria recuperar algum do prestígio que, entretanto, tinha perdido. De volta a Lisboa, dessa feita para representar o Belenenses comandado por João Alves, o defesa, a meu ver, faria uma das melhores temporadas da carreira. O prémio maior viria do Norte e o FC Porto seria a sua próxima paragem. Nas Antas, o jogador explanaria todo um jogo cintilante. Intérprete maduro, com técnica, com velocidade, com uma capacidade de passe brilhante e com uma bela leitura de jogo, o atleta elevar-se-ia nos momentos a subir a linha esquerda do relvado e “bombardear” as áreas contrárias com inúmeros cruzamentos. Lances, diga-se em abono da verdade, que em muito beneficiariam os "Dragões" no erguer de diversos troféus, isto é, os 3 derradeiros Campeonatos Nacionais do famoso "Penta", 1 Taça de Portugal e 2 Supertaças.
Depois de regressar ao Belenenses, de ter passado por Vitória Futebol Clube e de ainda ter feito um gostinho ao pé, no futebol de praia, espantem-se, ao serviço do Benfica e, surpreendam-se ainda mais, de ter participado nas provas distritais – São Marcos e Montijo –, Fernando Mendes retirar-se-ia da modalidade que, durante mais de duas décadas, praticou, e bem, como sénior.

*retirado da entrevista publicada em www.record.pt, a 14/06/2002

338 - FERNANDO MENDES

Se há vidas que podem ser associadas a uma camisola, uma delas é a de Fernando Mendes.
Com 16 anos apenas e incentivado pelo irmão António Mendes, o qual, sendo mais velho, já representava os juniores do clube, Fernando foi fazer os necessários testes de captação e ao agradar a Abrantes Mendes, antigo internacional e estrela leonina, o jovem rapaz acabou incluído no plantel de principiantes.
Sem ser um virtuoso, o médio, de processos fáceis, onde o passe simples e certo, o sentido posicional e a capacidade de luta, eram as suas maiores armas, rapidamente conseguiu tornar-se num verdadeiro homem de equipa. Esse espírito abnegado, juntamente com uma capacidade de liderança espantosa, fizeram-no subir rapidamente os diferentes escalões até que, na campanha de 1956/57 e com 19 anos apenas, foi chamado à estreia na categoria principal do Sporting. Nas primeiras duas temporadas pouco foi utilizado. No entanto, a sua afirmação estava para breve e as 12 temporadas e as mais de 200 partidas feitas de "Leão" ao peito, tornaram-se na melhor prova da sua mestria.
Claro que, no meio de uma extensa carreira, existem muitos altos e baixos. A melhor de todas essas histórias, por certo, passou-se em Antuérpia. Como possivelmente já adivinharam, estou a referir-me ao encontro referente à finalíssima da edição de 1963/64 da Taça do Vencedores das Taças, onde o Sporting, por si capitaneado, levou de vencida os húngaros do MTK de Budapeste, por 1-0, com o famoso golo de canto directo apontado por Morais. Já o maior contratempo surgiu ao serviço da selecção nacional. Depois de ter cumprido a maior parte da campanha de qualificação para o Mundial de 1966 disputado em Inglaterra, Fernando Mendes, num encontro a opor Portugal à Checoslováquia, sofreu uma gravíssima lesão. Aleijado ao nível do joelho, o valente centrocampista iniciou uma ingrata batalha, da qual, apesar de aparentemente recuperado, não saiu vencedor. Nessa senda agoirada, após duas épocas de grande calvário, durante as quais praticamente não disputou qualquer partida, o jogador mudou-se para o Atlético, mas sem conseguir mostrar os habituais índices exibicionais.
Como atleta ainda teve passagens pela África do Sul e pelos Estados Unidos da América. Depois, "penduradas as botas", Fernando Mendes dedicou-se às actividades de treinador. Com passagens por outros emblemas, mas quase sempre ao serviço do Sporting, a carreira do antigo internacional português, teve o seu momento de glória quando, em 1979/80 e ao pegar na equipa leonina no decorrer da dita temporada, veio a sagrar-se campeão.

337 - JAIME GRAÇA

Nascido como Jaime Pinto, onde terá o jogador ido buscar o apelido "Graça"? Talvez ao antigo craque benfiquista com o mesmo nome! Porque não?! A verdade é que esta ideia não passa de uma dedução que de lógica pode ter pouco! Talvez seja melhor dizer que não tem congruência alguma, pois não tenho qualquer indício em que consiga apoiar tal afirmação.
Facto é que Jaime Graça, natural da Guiné-Bissau, veio para Portugal, corria a temporada de 1979/80, com 20 anos de idade. Começaria por representar o modesto Estarreja para, logo na época seguinte, ser chamado a vestir a camisola do clube onde mais haveria de notabilizar-se, o Rio Ave. É certo que a estreia pelo emblema de Vila do Conde, pouco acrescentaria à sua carreira. O destaque de “Caravela” ao peito, os anos que fariam do extremo-direito uma das figuras do Campeonato Nacional e, principalmente, uma das inolvidáveis estrelas do clube, aconteceriam alguns anos depois.
Na evolução da sua carreira desportiva, após as passagens por Tirsense, União de Coimbra e, já na 1ª Divisão, pelo Boavista, o avançado, na temporada de 1985/86, regressaria ao conjunto a jogar em casa no Estádio dos Arcos. Dessa feita a sua velocidade iria oferecer ao ataque do Rio Ave uma dinâmica espantosa. Para além da reconhecida rapidez, os golos que concretizaria, 8 em 1986/87 e 7 em 1987/88, serviriam, em muito, os intuitos do clube vilacondense. Por esse motivo ficará para sempre ligado à colectividade. Conseguir-se-ia arranjar outras razões para justificar a sua importância na história rioavista. No entanto, muito para além do que sobre isto possa dizer-se, o cimentar da relação atleta/colectividade viria também a fazer-se pelo facto de aí ter crescido, como atleta, um dos seus filhos. Falo do promissor, e igualmente rápido, Yazalde.

336 - JAIME GRAÇA

Cedo, como era apanágio para muitos da sua condição social, abandonou os estudos para, ainda na meninice, passar a dedicar o tempo a aprender uma profissão. Electricista haveria de ser a sua "arte" e que jeito daria essa aprendizagem anos mais tardes. No entanto, o desporto era a verdadeira paixão e muito antes de preferir o futebol como a modalidade de eleição, lá ia dividindo o tempo entre o popular "jogo da bola", as obrigações de aprendiz e o Hóquei.
Sobre os patins, Jaime Graça também mostrava grande habilidade. Os amigos comparavam-no aos melhores craques da época, os patinadores do FC Barcelona e, desse modo, lá colou a alcunha de "Catalunha". Contudo, talvez pela influência do irmão mais velho, o médio internacional Emídio Graça, na altura de escolher uma modalidade preferiu os campos às quadras dos pavilhões. Nos primeiros passos dessa senda, apesar de, primeiro, ter tentado a sua sorte nos "Sadinos", o jovem médio acabaria a envergar as cores do Palmelense. Todavia, com o jeito exibido para o jogo, rapidamente haveria de voltar ao emblema de Setúbal. Aos 17 anos estrear-se-ia com a camisola verde e branca e no Vitória Futebol Clube marcaria uma época. Para ele seria o consolidar das capacidades como atleta, o desenvolvimento do famoso drible, da postura em campo, da maneira intrépida como encarava todos os desafios. Já para a agremiação do Bonfim, com um dos golos a ser concretizado pelo centrocampista, seria a altura de vencer a edição de 1962/63 da Taça de Portugal, o primeiro grande troféu nacional da história da colectividade.
Com toda a evolução demonstrada pelo jogador, ninguém ficaria espantado com a estreia do médio na principal "Equipa das Quinas". Ainda ao serviço dos setubalenses seria chamado por Manuel da Luz Afonso a representar Portugal no Campeonato do Mundo de 1966. Em Inglaterra, chamado a campo por Otto Glória, ao lado de estrelas como Eusébio, Coluna, Vicente, José Carlos, Simões, José Torres, entre tantos outros craques, Jaime Graça acabaria o torneio como um dos totalistas e ajudaria, e de que maneira, à campanha da selecção lusa que, no aludido certame, atingiria o terceiro lugar.
Foi igualmente em "Terras de Sua Majestade" que terá recebido, através de um telefonema da sua esposa, a notícia de que já era atleta do Benfica. De "Águia" ao peito viveria uma amálgama das mais distintas emoções. Primeiro, posso contar-vos a vez em que, com os seus conhecimentos sobre electricidade, salvou alguns colegas da morte certa. Malta da Silva e Eusébio dever-lhe-ão para sempre a vida, depois de Jaime Graça ter conseguido desligar o quadro que alimentava uma banheira de hidromassagem avariada, num acidente que, ainda assim, vitimaria fatalmente o defesa Luciano.
É certo que os feitos desportivos foram igualmente importantes. Pelo Benfica, a conquista de 7 Campeonatos e 3 Taças de Portugal, terão sido, para o jogador, inesquecíveis. Ficar-lhe-ia, no entanto, com uma grande mágoa, a de nunca ter vencido, ao serviço daquela que era uma das maiores potências do futebol europeu da altura, a Taça dos Clubes Campeões Europeus. Mesmo assim, haveria de marcar presença na final de 1968, frente ao Manchester United. Seria dele o golo que levaria a disputa para o prolongamento. Porém, a sorte não estava do lado dos "Encarnados" e o médio, mais os seus companheiros, sairiam do Estádio de Wembley apenas com o consolo do segundo lugar.

HOMÓNIMOS

Se a moda nos anos de 1980, quando comecei a reparar no facto, era a dos "I" e "II", já em plenos anos de 1990 tal tendência mudou e a todos aqueles que, ao jogar pelo mesmo clube, teimavam em ter, como modo de distinção,nomes iguais, passou a acrescentar-se um apelido.
Surgiram assim, ao jeito da mudança da carreira de jogador para a de treinador, novas "identidades". E é para que recordar atletas que, tendo ou não passado por esta situação, nasceram com nomes similares a colegas seus, que o mês de Março será dedicado aos "Homónimos".