316 - CONSTANTINO

Talvez a memória que guardam de Constantino tenha sido construída a partir do momento em que avançado começou a envergar a camisola do Leça. No entanto, a estreia do ponta-de-lança na 1ª divisão já tinha acontecido uns anos antes quando, no decorrer da temporada de 1986/87, surgiu ao serviço do Salgueiros.
É normal, entre a generalidade dos adeptos, o desconhecimento do facto referido no parágrafo anterior. A verdade é que a passagem do avançado pelo emblema de Paranhos, com Constantino na condição de suplente, acabou por ser bastante discreta. O mesmo já não pode dizer-se da altura em que vestiu o listado "verde e branco" da colectividade de Leça da Palmeira. Nesse que foi o regresso do atacante ao escalão principal do futebol português, o atleta, dono de uma maturidade completamente diferente, conseguiu consagrar-se como uma das estrelas do Campeonato Nacional.
Dotado de um "faro" excepcional para o golo, Constantino ou "Tino Bala", durante os três anos em que o Leça militou entre os “grandes”, conseguiu ser um pouco mais do que o "artilheiro" maior da sua equipa. A sublinhar a sua qualidade, na temporada de 1995/96 atingiu o terceiro posto na lista dos Melhores Marcadores. Na sequência das boas exibições viu emergir do estrangeiro uma nova oportunidade e em Espanha, ainda que a disputar as divisões secundárias, durante 2 campanhas representou os valencianos do Levante.
Após retornar a Portugal, o ano e meio de Constantino no Campomaiorense levou o jogador às últimas experiências primodivisionárias. De seguida, numa altura descendente da carreira, começou a vogar pelos escalões inferiores. Passou pelo União de Lamas e ainda voltou ao Leça. O regresso ao emblema nortenho serviu para recordar os melhores anos de uma carreira que terminou depois de ainda representar o Tondela e o Santa Marta de Penaguião.

315 - SERIFO


Quase uma vida inteira dedicada ao mesmo emblema, faz dele um dos notáveis do Leça Futebol Clube e um dos jogadores que não poderíamos deixar passar, neste mês que também fala um pouco da história do emblema sediado no Concelho de Matosinhos.
Como é que este natural da Guiné-Bissau conseguiu manter-se à volta de década e meia no plantel dos leceiros?! Com certeza, muitas vezes foi equacionada esta questão pelas pessoas que acompanham de perto o futebol. É certo que Serifo nunca foi um primor de técnica; nunca foi um virtuoso com a bola nos pés. Todavia, por reconhecer essas falhas, soube compensar as suas lacunas com uma atitude irrepreensível, com muito trabalho nos treinos e nos jogos, com uma postura que, ao longo dos anos, serviu de exemplo para todos os colegas de balneário. É também verdade que muita dessa vontade traduziu-se em excesso de ímpeto e o resultado foram umas belas “caneladas” em pernas alheias e algumas sanções disciplinares!
Por toda a dedicação; pelo jeito incansável como, com o auxílio da sua excepcional velocidade, carregou a ofensiva colectiva pelas alas do ataque; pela maneira como, durante anos a fio, usou ao braço, sempre com orgulho, a faixa de capitão; também por nunca ter abandonado o clube, nem mesmo quando este foi assolado pelo escândalo da corrupção a árbitros, Serifo é, e será sempre, uma referência para todos que com ele jogaram e, acima de tudo, para as próximas gerações a envergar as cores do Leça.

314 - VLADAN

Do alto do seu 1,94m, Vladan nunca passou despercebido. No entanto, para o guardião não só a altura contava. Entre os postes, o sérvio que a Ovarense foi contratar ao Macva Sabac para a temporada de 1992/93, sempre conseguiu juntar à estatura, um bom posicionamento e uns reflexos invejáveis.
Já como atleta do Leça e a disputar a 1ª divisão, o guarda-redes, ao valer-se dos seus atributos, afirmou-se como um dos melhores na sua posição, a disputar a prova maior do futebol português. Por essa razão, não houve qualquer surpresa quando, na imprensa nacional desportiva, começaram a surgir rumores do suposto interesse dos ditos "grandes" nos seus préstimos, nomeadamente do Benfica. A especulada transferência nunca veio a concretizar-se. Contudo, o valor de Vladan e o papel preponderante que desempenhou durante as 6 épocas, incluindo 3 primodivisionárias, em que defendeu o emblema de Leça da Palmeira, fizeram dele um histórico do clube.
Depois de retirado dos relvados, Vladan dedicou-se a gerir a carreira do irmão mais novo, o também guardião, internacional pela Sérvia e antigo atleta do Sporting, Vladimir Stojkovic. Mas a sua ligação ao mundo do futebol não fica por aqui. É que o seu filho, baptizado com o mesmo nome do tio, decidiu abraçar a defesa das redes e, neste momento, pertence às equipas jovens do Sporting Clube de Portugal.

313 - LEÇA

Quando na temporada de 1941/42 o Leça, estreante nessas andanças, chegou à 1ª divisão, já a história da colectividade amealhava acontecimentos desde o dia 21 de Março de 1912.
Nos primeiros anos de existência, pela razão de um grupo de amigos que, ocasionalmente, desafiava outros conjuntos rivais, as aparições do emblema eram esporádicas e sem grande sentido de ordem. Já depois de 1922, no apelidado "Ano da Reorganização", a prática do desporto começou a ser encarada com maior seriedade. Para contrariar o adormecimento do clube, resultado da partida para a Grande Guerra de muitos dos seus praticantes, os responsáveis pelo Leça deram os passos necessários para recuperar a dinâmica colectiva. A inscrição na Associação de Futebol do Porto e a participação no Campeonato de Portugal foram disso prova. Porém, a origem modesta da agremiação, composta essencialmente por gentes da terra, não era dada a grandes voos. Por isso mesmo, o alcançar do patamar máximo do futebol português assumiu um valor de uma galhardia incalculável.
Idêntico feito só veio a ser repetido muitos anos depois, concretamente na temporada de 1995/96. Porém, tendo em conta que, no contexto desportivo, a segunda incursão do emblema pelo escalão máximo até foi positiva, já no plano directivo tudo correu de maneira diferente. Com os jogadores, nos 3 anos a seguir à subida, a garantirem a permanência, dos bastidores veio a emergir o escândalo apelidado como “Guímarogate”. Como ficou provado em tribunal, Manuel Rodrigues, Presidente da colectividade com sede no Concelho de Matosinhos, por altura de uma partida referente à época de 1992/93 entre o Académico de Viseu e o Leça, jornada decisiva na corrida pela subida à divisão de Honra, corrompeu o árbitro José Guímaro, com 500 contos. O resultado da manobra ilícita, para além da condenação de ambos os intervenientes, foi a despromoção administrativa do Leça, após o final da campanha de 1997/98.
A partir desse momento, o emblema, sem margem financeira para grandes devaneios, afundou-se ainda mais. As dívidas aumentaram. Desportivamente o clube também foi de mal a pior e chegou a ser equacionado o fim da colectividade. Felizmente, o Leça resistiu a tudo e, hoje em dia, num contexto diferente da realidade primodivisionária, os "Verde e Brancos" de Leça da Palmeira vogam pela 3ª divisão.

312 - LUCIANO


Nascido no seio de uma família pobre de Olhão, um dos principais objectivos de Luciano ao querer singrar no mundo do futebol, foi o de ajudar os parentes mais próximos a conseguir uma vida mais desafogada. Nesse intuito ingressou no clube da sua terra e aí completou a formação.
Como um atleta promissor e com algumas chamadas às selecções jovens portuguesas, o defesa-central rapidamente caiu nas graças de outros emblemas. Nesse sentido, o Benfica transformou-se no passo seguinte da sua carreira. No entanto, apesar de todo o talento revelado e a justificar plenamente a aposta feita em si, a sua vida na "Luz" não foi fácil. Nomes como o de Germano fizeram-lhe frente no trajecto para a titularidade. Mesmo assim, aos poucos conquistou o seu espaço e, com os sinais que dava em cada oportunidade conquistada, muitos projectaram-no como o natural substituto do colega que impedia a sua promoção ao “onze” das “Águias”.
Infelizmente, o destino pregou-lhe uma tremenda partida! Na ressaca do Mundial de 1966, quando o futebol português andava nas bocas de todos os amantes da modalidade, uma notícia abalou o estado de graça trazido de Inglaterra. Durante uma sessão de hidromassagem vários atletas do Benfica partilhavam a banheira montada para o efeito. Sem que nada fizesse prever, o mau funcionamento do sistema eléctrico do equipamento provocou uma enorme descarga, fulminando de imediato Luciano. A tragédia só não foi maior, pois a pronta interversão de Jaime Graça, que antes do futebol tinha aprendido o ofício de electricista, desligou prontamente a fonte de energia. Escaparam do acidente Cavém, Eusébio e Malta da Silva, mas o mundo do desporto, em ambiente de grande transtorno, perdeu um dos mais promissores intérpretes, contava apenas 26 anos de idade.

311 - FERNANDO CABRITA

Após chegar à primeira categoria do Esperança de Lagos ainda em idade de juvenil, as suas qualidades futebolísticas rapidamente fizeram com que o Olhanense, à altura a maior potência algarvia da modalidade, levasse o atleta de 17 anos para as suas fileiras.
Com um enorme potencial, o crescimento do atleta não ficou pela referida transferência. Com o calendário a assinalar 11 de Março de 1945, contava 20 anos de idade, o avançado-centro foi chamado à estreia na selecção nacional. Contam os anais da modalidade que nesse encontro contra a Espanha, uma “partida” foi pregada ao jovem debutante! Como prenda pela internacionalização, ofereceram-lhe umas chuteiras novas que, ao fim de 90 minutos e muitas correrias com o calçado de cabedal ainda rijo, resultaram nuns pés completamente dilacerados. O mais curioso do episódio prendeu-se com o facto do seu treinador no emblema algarvio, ao prever a situação, ter viajado até Lisboa, carregando consigo o par que Fernando Cabrita normalmente utilizava. Porém, já à porta do balneário, o técnico foi impedido de entregar as botas ao jogador e não conseguiu evitar a maldade feita ao seu discípulo.
O ano de 1945 acabou por ser inesquecível para o jogador. Para além da primeira chamada à selecção portuguesa, Fernando Cabrita, ao serviço do Olhanense, chegou ao derradeiro desafio da Taça de Portugal. É certo que os algarvios saíram derrotados de contenda. Ainda assim, a fama do avançado manteve-se inabalável, com o assédio dos “grandes” da capital a acicatar-se. Recusou sair do Algarve. Todavia, em 1951, na sequência da despromoção do seu clube, decidiu arriscar-se por outras paragens e o destino levou-o às provas gaulesas e ao Angers. Em França viveu mais um episódio caricato. Frente ao Nantes, o defesa-central da sua equipa chegou ao intervalo com a “cabeça em água”. Ao confessar-se incompetente para segurar o avançado van Green, viu o treinador pedir a Fernando Cabrita para recuar no terreno de jogo e ocupar a posição no sector mais recuado. O resultado da alteração foi o melhor e o “pesadelo” holandês não voltou a tocar na bola!
O regresso do avançado a Portugal deu-se duas épocas depois da partida para França e o clube escolhido para continuar a carreira foi o Sporting da Covilhã. Influenciados ou não pela contratação, a verdade é que os "Leões da Serra" encetaram um trajecto em ascensão nas provas nacionais, com o ponto mais alto dessa caminhada a ser atingido em 1957, na final da Taça de Portugal.
Depois de “pendurar as botas”, Fernando Cabrita arriscou a carreira de treinador. Tão ou mais meritório do que a sua vida nos relvados, o percurso que fez à frente de vários clubes construiu-se de sucessos. Destacaram-se o Campeonato Nacional de 1967/68 em que, como "interino" na maior parte das jornadas da referida época, venceu a prova ao serviço do Benfica. Claro. É impossível esquecer a participação no Euro 84, onde, ao lado de Toni, José Augusto e António Morais, fez parte da famosa Comissão Técnica e onde levou a selecção portuguesa a atingir as meias-finais do torneio disputado em França.

310 - DELFIM

Tendo o Carcavelinhos ido estrear o Campo Nossa Senhora da Saúde, à altura a morada do Farense, os responsáveis por outros emblemas algarvios acharam por bem ver o desafio entre os "Alfacinhas" e a agremiação da "casa". A vitória dos lisboetas por 11-0, mas principalmente a exibição de um dos avançados da equipa forasteira, despertou a cobiça dos elementos das outras colectividades, presentes na assistência. O atleta, de seu nome Delfim, jogava como interior-esquerdo e rapidamente o Olhanense viu no "Lourinho", nome pelo qual foi baptizado pela massa adepta, um reforço de peso para as batalhas na prova maior do futebol nacional, o Campeonato de Portugal.
Na edição de 1923/24 da competição, Delfim tornou-se num elemento de enorme preponderância, tanto na caminhada do Olhanense até a derradeira partida da prova, como na final, onde foi dele um dos golos que, frente ao FC Porto, deram a vitória por 4-2 ao conjunto algarvio. A importância da conquista e, também, o peso do atacante no referido sucesso colectivo foi enorme e, nesse sentido, o atacante rapidamente passou a entrar nas contas para o escalonamento da selecção nacional.
Com as cores de Portugal Delfim marcou presença em 4 desafios, nos quais um assumiu um papel especial no percurso do atleta. A 18 de Junho de 1926, numa partida agendada para Lisboa, a “equipa das quinas” veio a encontrar-se com a congénere italiana. No Campo do Lumiar, entraram no terreno de jogo dois “onzes”, não digo com ambições radicalmente díspares, mas com currículos bem diferentes. Para tal, assumiu-se o facto de, no curto historial de 4 partidas, o conjunto luso não ter, à altura, qualquer vitória. Porém, na aludida data tudo mudou e ao fazer parte da linha ofensiva, o atacante participou no primeiro grande resultado do combinado português, o 1-0 que derrotou a “Squadra Azzurra”.

309 - OLHANENSE

Quando pensamos nos títulos associados às grandes provas nacionais de futebol, automaticamente os nomes que vêm logo à cabeça, com as duas excepções que foram “Os Belenenses” e o Boavista, são as designações dos três crónicos candidatos a vencê-las, ou seja, Benfica, FC Porto e Sporting. No entanto, muito antes da principal competição em Portugal ser o que agora conhecemos por Liga Zon Sagres, a maior disputa entre os clubes de Norte a Sul era pelo Campeonato de Portugal, competição organizada num sistema de eliminatórias.
Em 1924, o Sporting Clube Olhanense, fundado 12 anos antes, consagrou-se como o vencedor da prova referida no final do parágrafo anterior. Por certo, ao conjunto de jovens entusiastas que, encabeçados por Armando Amâncio, fundaram a colectividade, nunca passou pela ideia que o sonhou que, a 27 de Abril de 1912, tinham acabado de pôr em marcha, alcançasse tal sucesso. Em abono da verdade, a demanda do grupo passava apenas por dar corpo à ânsia de continuar a praticar a modalidade que os apaixonava e que, por essa altura, começava a dar os primeiros grandes passos em Portugal. Porém tudo saiu melhor do que as expectativa e naquele 8 de Junho, em resposta aos dois tentos do favorito FC Porto, Delfim, Raúl Figueiredo – posteriormente tornou-se numa das grandes estrelas do Benfica –, Gralho e Belo, concretizaram os quatro golos que, em definitivo, puseram o Algarve no mapa do desporto português.
Daí em diante o clube arredou-se dos sucessos de monta. Continuou a participar nos “Nacionais”, com frequentes incursões pelo escalão maior, mas conquistas como a de 1924 não as viveu mais. A excepção esteve quase para acontecer na temporada de 1944/45, quando o conjunto da cidade de Olhão conseguiu qualificar-se para a derradeira partida da Taça de Portugal. Como adversário coube-lhes outro dos "gigantes" do nosso futebol, o Sporting. O estádio, novamente em Lisboa, era o Campo das Salésias, casa do Belenenses. Contudo, o desfecho não foi o mesmo da década de 1920 e o golo do “violino” Jesus Correia, bastou para que os Algarvios, onde o nome mais sonante era o de Fernando Cabrita, saíssem da capital apenas com o prémio de consolação, pela presença em tão especial momento.
Depois de em 1975 terem descido ao segundo escalão, já só no século XXI voltaram à companhia dos “grandes”. Desde 2009 que disputam sucessivamente a divisão maior do futebol português e em boa hora aconteceu o regresso, pois foi a tempo de comemorarem o centenário.

308 - CARLOS ALVES

Carlos Alves foi uma das maiores estrelas da história do Carcavelinhos. Conquistou tal estatuto após começar a jogar na segunda metade dos anos de 1920 e numa altura em que, na colectividade “alfacinha”, já era visto como o “patrão” do último reduto. Como um dos pilares do conjunto de Alcântara, teve uma enorme influência na conquista do único título nacional do clube, o Campeonato de Portugal de 1927/28. Na derradeira partida da competição, disputada a 30 de Junho frente ao Sporting, ajudou a esbater o favoritismo atribuído aos “Leões” e, no Campo da Palhavã, esteve no “onze” que, com o 3-1 inscrito no “placard” final, deu à sua equipa a vitória na competição.
O ano de 1928 tornou-se memorável para o atleta. Para além da conquista do referido troféu, o jogador acabou chamado ao grupo que, pela primeira vez na história da selecção portuguesa, participou num grande certame futebolístico. Nos Jogos Olímpicos de 1928, organizados na cidade neerlandesa de Amesterdão, Carlos Alves, orientado pelo mítico Cândido de Oliveira, participou em todas as partidas e ajudou o conjunto luso a chegar aos quartos-de-final.
Mesmo com um trajecto brilhante, a história mais conhecida do defesa extravasou, um pouco, o desporto. Diz-se que nas vésperas de mais um “derby” frente ao Benfica, na pensão onde o Carcavelinhos estagiava – termo talvez abusivo para a época –, uma rapariga que ali trabalhava, vendo o nervosismo do jogador, abeirou-se dele, deu-lhe um par de luvas pretas e prometeu-lhe que, se as usasse durante a partida, o seu lado sairia vitorioso. Carlos Alves guardou-as, mas disse à moça que o futebol era sério de mais para brincadeiras daquelas. A verdade é que, com a sua equipa a perder ao intervalo e tendo descoberto as luvas no bolso dos calções, o jogador decidiu usá-las. Na segunda parte, o emblema alcantarense virou o marcador e acabou por vencer. Desse dia em diante, nunca mais largou o talismã, que, anos mais tarde e em sua memória, continuou a ser usado pelo neto, o médio internacional João Alves.
Na fase final da carreira, depois de representar o Carcavelinhos e ao mudar-se para a “Cidade Invicta”, Carlos Alves ainda vestiu as camisolas do Académico e do FC Porto.

307 - GASPAR PINTO

Notabilizou-se, em grande medida, pelos anos em que envergou a camisola do Benfica. No entanto, a carreira de Gaspar Pinto, antes da mudança para as “Águias”, conheceu as cores de outro emblema, o Carcavelinhos.
No extinto clube, que neste ano de 2012 comemoraria o centenário da sua fundação, o aguerrido defesa deu-se a conhecer. A forma combativa e aplicada de encarar todas as partidas, depressa levaram o atleta até à selecção nacional e à mudança para os “Encarnados”. Pelo Benfica, entre a segunda metade dos anos de 1930 até meados da década de 1940, Gaspar Pinto transformou-se numa referência do desporto português. Muito para além das 12 temporadas ao serviço do Benfica, dos mais de 300 jogos e diversos títulos que venceu com as “Águias”, ficaram célebres as disputas, muitas vezes para além do limite do razoável, com os mais variadíssimos oponentes.
O mais famoso dos seus adversários foi Peyroteo. Com o craque leonino, foram inúmeras as picardias que marcaram o “derby” “alfacinha”. A mais badalada dessas histórias foi o episódio em que, depois de repetidamente ser travado de forma menos leal, o atleta do Sporting não resistiu às ofensas verbais de Gaspar Pinto, acabando por esmurrá-lo. Depois do incidente cortaram relações. Todavia, no encontro entre uma selecção de jogadores de Lisboa e as “Águias”, jogo que serviu para marcar a despedida do benfiquista Valadas, o homenageado chamou os dois rivais, fazendo com que, num aperto de mão, surgissem as pazes. Segundo consta, a tentativa de apaziguamento foi infrutífera, com a contenda entre ambos a reatar-se logo na partida seguinte!

CENTENÁRIOS 2012

À imagem do que fizemos o ano passado, aproveitamos este derradeiro mês de 2012, para homenagear algumas das colectividades, que tendo também passado pelo escalão maior do nosso futebol, cumpriram este ano a importante marca dos 100 aniversários. Desta feita calhou a vez a Olhanense, Leça e ao, há muito extinto, Carcavelinhos. Por essa razão, durante todo o Dezembro falaremos das histórias desses clubes e, também, das carreiras de alguns dos atletas que vestiram e orgulharam as cores dos "Centenários".