1310 - VASQUES

Com 17 anos apenas, numa altura em que já trabalhava nas oficinas da empresa, Manuel Vasques subiria à equipa principal de futebol da CUF. Mesmo afastado das disputas primodivisionárias, o jovem praticante, pelo virtuosismo com a bola nos pés, começaria a despertar a cobiça de outros emblemas. Após a estreia com as cores do conjunto barreirense na temporada de 1943/44, bastariam outras duas campanhas para que o cerco tomasse contornos de efectividade. Da margem norte do Rio Tejo surgiriam ecos do interesse do Atlético e também do Benfica. Chegaria a treinar com as “Águias” e a receber da agremiação “encarnada” uma proposta de contrato. No entanto, a conselho de Soeiro, antiga estrela leonina e o seu tio, o avançado rejeitaria a oferta e pouco tempo depois seria apresentado como atleta do Sporting Clube de Portugal.
Entraria no emblema lisboeta em paralelo com Travassos. Os dois novos elementos passariam a fazer companhia a Peyroteo, Jesus Correia e Albano, com quem viriam a compor a linha atacante que ficaria conhecida como os “Cinco Violinos”. Mesmo sem grande experiência competitiva, o avançado natural do Barreiro rapidamente conseguiria convencer o treinador Robert Kelly a dar-lhe um lugar no “onze”. Integrado no plantel edificado para a campanha de 1946/47, a sua entrada serviria para alimentar a hegemonia dos “Leões” no panorama futebolístico português. A provar o poderio do Sporting, os títulos chegariam em catadupa e o palmarés pessoal de Vasques depressa começaria a encher-se de glórias. Nesse sentido, o atacante seria peça fulcral na estratégia leonina e que encaminharia os de “verde e brancos” à conquista de 8 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal, 1 Campeonato de Lisboa e 1 Taça de Honra da AFL.
Surpreendentemente, nem só de louvores viveria a sua carreira. Muitas vezes acusado de inconstância exibicional, apontado por ficar aleado do jogo por largos períodos de tempo e de evitar grandes choques físicos, ainda assim, os números alcançados em 13 temporadas como atleta do Sporting, serviriam para vincá-lo como um dos maiores nomes do desporto português. Nesse somatório de algarismos, destacar-se-ia a sua habilidade finalizadora. Ao posicionar-se preferencialmente como interior-direito e, por essa razão, maior parte das vezes longe das zonas de conclusão, Vasques, que podia jogar em todas as posições da linha ofensiva, conseguiria colorir a caminhada de “Leão” ao peito com 226 remates certeiros, em 349 partidas oficiais*. Desse brilhante rol, que faz do avançado o 3º maior goleador da história sportinguista, há que destacar os 28 golos marcados durante o Campeonato Nacional de 1950/51 e que levariam o atacante a vencer a corrida para Melhor Marcador da prova.
Também por Portugal, Vasques desenharia o seu caminho. Com a partida inicial pela selecção a surgir no dia 21 de Março de 1948, o “particular” frente à Espanha serviria de arranque para um honroso trajecto feito com as cores lusas. Escolhido por Virgílio Paula para o “onze” a entrar em Chamartín, a peleja disputada em Madrid, numa altura em que os desafios entre equipas nacionais não eram assim tão frequentes, transformar-se-ia no primeiro de 26 jogos feitos pelo seu país. Curiosamente, do trajecto internacional do avançado emergiria outra peculiaridade. Incontornavelmente marcado pelo rumo cumprido enquanto parte integrante dos já referidos “Cinco Violinos”, a verdade é que apenas em 2 ocasiões a famosa linha atacante do Sporting surgiria em simultâneo a envergar a “camisola das quinas”.
Por falar em singularidades, existem mais umas quantas associadas à senda desportiva de Vasques. Uma delas, numa altura em que o avançado atravessava uma situação financeira algo apertada, prender-se-ia com mais uma tentativa do Benfica em desviar o atleta. Porém, como resposta ao “namoro” das “Águias”, o Presidente Ribeiro Ferreira duplicaria o ordenado ao jogador e ajudá-lo-ia a custear o arranque de um negócio de electrodomésticos, aberto em parceria com Travassos.
Antes de terminar a carreira, após deixar o Sporting no final da temporada de 1958/59, Vasques ainda vestiria a camisola do Atlético. Já mais tarde, voltaria a ligar-se ao emblema leonino, não na área desportiva, mas como responsável pelo quiosque do Estádio de Alvalade.

*números obtidos em https://www.sporting.pt, no artigo publicado a 29/07/2016

1309 - SOTA

Sobrinho de José da Luz, filho de António da Luz, irmão mais velho de José Júlio da Luz, todos conhecidos por Sota e todos com uma forte ligação ao Portimonense, a Manuel da Luz pouco mais restaria do que seguir a carreira de futebolista no referido emblema do Barlavento e adoptar para a sua caminhada desportiva a alcunha Sota!
Como já foi dado a entender, seria nas “escolas” do Portimonense que Manuel Sota terminaria a formação para, na temporada de 1967/68, subir à equipa principal. A estreia no patamar sénior, pela mão do treinador e antigo guarda-redes Orlando Ramín, daria conta do emblema algarvio a competir na 2ª divisão do Campeonato Nacional. Durante os anos seguintes, apesar das classificações mostrarem a equipa, no final da grande maioria das campanhas, a posicionar-se na metade superior da tabela classificativa da Zona Sul, a verdade é que nada iria alterar-se em relação ao escalão disputado pelo futebolista.
Curiosamente, seria na época correspondente à sua passagem pelo Esperança de Lagos que o Portimonense conseguiria a tão almejada subida. Mesmo não tendo participado na campanha que resultaria na aludida promoção, Sota, logo no ano seguinte, acabaria por voltar à equipa do listado alvinegro. O regresso permitir-lhe-ia, na temporada de 1976/77, fazer parte do grupo de trabalho que, pela primeira vez na história da colectividade algarvia, competiria ao lado dos maiores emblemas nacionais. A partilhar o balneário com figuras míticas, como os internacionais Matine e Adolfo, o jogador viria a assumir um papel de enorme relevância no decorrer desse ano desportivo. Ao posicionar-se tanto nas laterais da defesa ou no meio-campo, o atleta conseguiria ser um dos elementos mais utilizado, primeiro pelo treinador Mário Nunes e, a partir da 16ª jornada, por José Augusto.
Assegurada a manutenção no escalão máximo do futebol luso, Sota seguiria para a época subsequente mantendo-se como um dos titulares da equipa. Aliás, para ser correcto, o atleta participaria em todas as rondas do Campeonato Nacional de 1977/78. No entanto, o seu contributo seria insuficiente para segurar o Portimonense na 1ª divisão. Como capitão do colectivo sediado no Barlavento algarvio, acompanharia os seus colegas na descida, dando continuidade a um elo que, com o já referido interregno, redundaria numa caminhada de 12 anos como sénior. Porém, a sua ligação ao clube viria a terminar com o final da campanha de 1979/80. Seguir-se-ia, na única experiência do jogador pelo norte do país, a Sanjoanense. Já de regresso aos emblemas do sul, destaque para as passagens pelo Torralta e pelo Alvorense, onde chegaria a conciliar as funções de praticante com as tarefas de treinador.

1308 - SIMPLÍCIO

Com várias fontes a darem conta de diferentes registos, os números que caracterizam o percurso desportivo do avançado tornam-se de difícil aferição. Por um lado temos os autores que asseguram o atleta como um elemento saído das “escolas” portistas. Porém, será que no começo do século XX já os “Dragões” tinham os denominados patamares de formação?! Há ainda os que asseveram as suas participações seniores a partir da segunda metade da década de 1910. Temos também os arquivos que apenas fazem referência às suas entradas na equipa principal “azul e branca” nas temporadas dos anos de 1920. Com tudo isto, é fácil entender as dificuldades em delinear, com alguma exactidão, o caminho deste jogador. Ainda assim, Augusto Baptista Ferreira, alcunhado no contexto futebolístico como Simplício, ficou intimamente ligado à história do FC Porto. Porquê? Já desvendo a razão mais à frente no texto!
Apesar da confusão de que dei conta no parágrafo anterior, existem notas que, com alguma precisão, alinham o atacante em momentos competitivos do FC Porto. Com especial relevância nos anais dos “Dragões”, a 8 de Junho de 1924, temos a sua presença na final do Campeonato de Portugal, disputada no Campo Grande e perdida para o Olhanense. Outro apontamento, ainda referente àquela que, à altura, era a prova nacional de maior relevo, encontrei-o no “onze” de uma partida frente ao Belenenses, na época de 1926/27. Daí em diante, dos tombos emergem mais informações a destaparem a participação de Simplício tanto na competição acima referida, como no “regional” disputado na “Cidade Invicta”. Para ser correcto, também no Campeonato do Porto há muitas dúvidas relativamente à sua assiduidade nas diferentes jornadas. Mesmo assim, acho que, com alguma segurança, posso afirmar o avançado como contribuinte directo para as vitórias nas edições de 1926/27, 1927/28, 1928/29 e 1929/30 da prova portuense.
Falta agora explicar a razão para a tamanha importância de Simplício na história portista. Conta-se que, ao ser um intérprete versado nas artes gráficas, terá sido dele o desígnio de fundir o, à época, emblema do FC Porto, com o brasão da cidade. Tal ideia levou-o a combinar a simplicidade da bola azul, onde figuravam apenas as iniciais representativas do nome da agremiação, com a simbologia das armas portuenses, pontuadas com figuras como o mítico dragão. O resultado foi a insígnia conhecida pela generalidade dos adeptos do desporto e que, após a aprovação na assembleia geral de 26 de Outubro de 1922, continua a adornar as camisolas da colectividade “azul e branca”.

1307 - PORTELA

Com o percurso formativo terminado ao serviço do Vitória Futebol Clube, Nuno Portela subiria à equipa principal dos “Sadinos” na temporada de 1994/95, numa altura em que a agremiação setubalense militava no escalão máximo português. Pouco utilizado nas campanhas seguintes à promoção ao escalão sénior, o jogador viria a ser emprestado ao Portimonense. No entanto, muito para além do traquejo ganho nessa cedência, a passagem pelo emblema algarvio na época de 1996/97 serviria também para adaptá-lo a novas funções no terreno de jogo. Habituado a posicionar-se como extremo, seria na colectividade do Barlavento que passaria a defesa-direito.
No regresso ao Vitória, por altura de uma digressão aos Açores cumprida durante a preparação da temporada de 1997/98, as exibições de Portela agradariam ao treinador do Santa Clara, o antigo internacional Manuel Fernandes. Com as suas qualidades aferidas como capazes de adicionar valor ao plantel micaelense, o defesa, nessa mesma campanha, encetaria a longa ligação com o colectivo insular. Primeiro por empréstimo e, mais tarde, já a título definitivo, a mudança do jogador levá-lo-ia a participar numa fase histórica da agremiação sediada em Ponta Delgada. Ao ser integrado no grupo de trabalho ainda na 2ª divisão “b”, o lateral-direito ajudaria às duas subidas consecutivas e que, na época de 1999/00, levariam os açorianos à estreia na 1ª divisão.
Entre promoções e descidas de escalão, seriam 3 as campanhas do defesa na elite do futebol português. Porém, por razão das 11 temporadas a envergar as cores do Santa Clara, Portela assumiria um papel de relevo na história do clube. A somar às 58 partidas disputadas na 1ª divisão, que fazem do atleta um dos nomes mais representativos dos açorianos no patamar máximo, o lateral, resultado de um comportamento exemplar demonstrado dentro e fora de campo, também chegaria a capitanear os colegas de balneário. Claro que o reconhecimento emergiria conjuntamente com o facto de o jogador, após a despromoção sofrida em 2003 e que levaria o clube a um longo caminho longe dos palcos principais do futebol luso, ter continuado a alimentar a paixão e a fidelidade ao emblema de Ponta Delgada. Ainda assim, a longa união conheceria o fim e, depois de concluída a época de 2007/08, o futebolista seguiria uma direcção diferente.

Após 2 épocas a representar o Capelense, emblema também sediado na Ilha da São Miguel, Portela decidiria ser a altura certa para “pendurar as chuteiras”. Retirado da prática desportiva profissional, o antigo defesa abandonaria o futebol para passar a dedicar-se a outras actividades. Nesse sentido, já de volta à cidade de Setúbal, arcaria funções numa empresa de tratamento de resíduos industriais, onde viria a desempenhar o cargo de Coordenador de Operações.

1306 - AMÂNDIO

Adepto apaixonado pelo Benfica, Amândio Gonçalves, com a adolescência ainda na metade inicial, tomaria a decisão de prestar provas no Campo Grande. Pela ordem do técnico argentino José Valdivieso, acabaria por chumbar na primeira tentativa, na segunda… Porém, apesar dos sucessivos desaires, ao jovem praticante do Estrelas de Campolide nunca a palavra desistir emergiria como uma opção. Finalmente, com 16 anos, os treinos de “captação” do Verão de 1959 correriam de forma distinta e, pela mão de Fernando Caiado, o emblema da “Águia” entraria no seu quotidiano.
Nas “escolas encarnadas”, destacar-se-ia como um dos melhores elementos a actuar no plantel júnior. Essa aferição, ainda na época de entrada no Benfica, seria sublinhada pela chamada às equipas de formação sob a alçada da Federação Portuguesa de Futebol. Com a “camisola das quinas” logo entraria no grupo que seria convocado à disputa do Torneio Internacional de Juniores da UEFA de 1960. No certame altercado na Áustria, os jovens atletas lusos conseguiriam alcançar o 3º lugar mas, acima de tudo, o evento serviria para serem lançadas as bases para a gloriosa participação do ano seguinte.
A edição de 1961 da competição referida no parágrafo anterior, seria organizada em Portugal. Ao lado de António Simões, Melo, Nogueira e Jorge, Amândio faria parte do elenco benfiquista que engrossaria o grupo português. Com David Sequerra como seleccionador e José Maria Pedroto como treinador, o defesa-direito destacar-se-ia como um dos esteios da equipa. Aliás, o atleta participaria em todas as pelejas. A sua importância seria de tal ordem que, logo na primeira ronda frente à Itália, acabaria avaliado como o melhor em campo. Já no jogo seguinte, faria duas assistências para o “bis” de Serafim, na vitória por 4-0 contra a Inglaterra. Obviamente, entraria também em campo na final e ajudaria a derrotar a Polónia por 4-0.
Apesar do excelso percurso trilhado nas camadas de formação das “Águias”, na subida à equipa sénior, Amândio deparar-se-ia com o grupo que, nessa temporada de 1960/61, traria para os escaparates da “Luz” a primeira Taça dos Clubes Campeões Europeus. Nesse sentido, o  defesa que, na faixa direita do terreno de jogo, também ocuparia posições mais avançadas, ver-se-ia tapado por colegas bem mais tarimbados. Apesar desse facto, o jogador teria a oportunidade de alinhar no conjunto principal. A primeira ocasião surgiria numa partida agendada para a Taça de Portugal, a 1 de Junho de 1961. A referida peleja frente ao Vitória Futebol Clube, ficaria famosa por duas razões. A primeira emergiria pela circunstância do habitual “onze” benfiquista, após vencer a aludida prova da UEFA no dia anterior, estar ainda em trânsito. Já a segunda surgiria com outra estreia, a do promissor avançado Eusébio da Silva Ferreira.
Sem conseguir assegurar um lugar na equipa do Benfica, mas com o currículo já preenchido pela vitória na edição de 1961/62 da Taça de Portugal, Amândio, na temporada de 1964/65 encetaria uma longa ligação ao Tirsense. Com um ano de intervalo em que representaria a Naval 1º de Maio, o jogador passaria 8 temporadas ao serviço da equipa nortenha. Nos “Jesuítas”, entre descidas e promoções, disputaria 3 campanhas primodivisionárias e chegaria a partilhar o balneário com atletas como o “magriço” Alberto Festa ou o avançado Chico Gordo.
Com o final da época de 1972/73 e apenas com 30 anos de idade, Amândio, desiludido com os bastidores da modalidade, abandonaria a carreira de futebolista profissional, para, no regresso a Lisboa, abraçar as tarefas de bancário. Paralelamente, nas mais diversas funções, passaria a dedicar-se aos veteranos do Benfica, o Sport Lisboa e Saudade. Como curiosidade, segundo a informação partilhada pelo “site” da Federação Portuguesa de Futebol, ainda voltaria à prática desportiva federada, mas na vertente de pavilhão e de regresso ao Estrelas de Campolide.

1305 - VALADAS

Após dar os primeiros passos na colectividade da terra natal, o Minas de São Domingos FC, Alfredo Valadas veria o Luso de Beja a interessar-se pelos seus préstimos. Depois de 3 anos a actuar pela agremiação da cidade capital de distrito, o extremo-esquerdo seria contratado pelo Sporting. Em Lisboa a partir da temporada de 1931/32, a qualidade das suas exibições valer-lhe-ia um lugar de destaque no plantel leonino. Curiosamente, ao contrário do que a posição ocupada em campo poderia dar a entender, o atacante, em termos técnicos, não era excepcionalmente dotado. Porém, ao valer-se de um pontapé forte e preciso e de um entusiasmo ímpar haveria de conquistar adeptos, colegas e adversários.
A importância ganha de “Leão” ao peito, apesar da falta de troféus conquistados, levá-lo-ia à estreia na selecção nacional. Com as cores de Portugal, começaria numa partida frente à Jugoslávia, agendada para o Estádio do Lumiar. Contudo, esse “particular” disputado a 3 de Maio de 1932, não marcaria apenas a primeira de 6 internacionalizações com que coloriria a carreira. Para além da presença em campo, o atacante marcaria o segundo golo do conjunto luso e, desse modo, ajudaria à vitória por 3-2.
Apesar de ser “um sportinguista ferrenho”*, Valadas, por razão de um desentendimento com os responsáveis pelo emblema “verde e branco”, tomaria a decisão de deixar Lisboa para voltar ao Baixo Alentejo – “Os dirigentes prometeram-me um emprego e não cumpriram. Aborreci-me e regressei à terra, onde estive um ano sem jogar para poder ficar livre”*. Na verdade, o interregno não abarcaria a totalidade da época seguinte à da sua partida e na campanha de 1933/34, o atacante ainda representaria o Sport Lisboa e Beja. A curta incursão pela filial benfiquista daria azo, mais uma vez, a uma viagem em direcção à capital, mas, dessa feita, para envergar as cores das “Águias Alfacinhas”.
Com a estreia pelos “Encarnados “ a acontecer na temporada de 1934/35, o avançado ficaria na história do clube e do futebol português como o marcador inaugural do recém-criado Campeonato da I Liga. Para além desse momento inolvidável, Valadas, durante as 10 temporadas ao serviço do Benfica, enriqueceria o palmarés com inúmeros títulos. Nesse sentido, depois de ajudar a vencer 3 edições da referida prova por jornadas, o extremo-canhoto ainda daria o contributo para as vitórias em 2 Campeonatos Nacionais, em 3 Taças de Portugal e em 1 “Regional” de Lisboa.
Muito mais do que os títulos do seu currículo, Valadas destacar-se-ia por ser um líder em campo. Por essa razão, envergaria a braçadeira de capitão entre as campanhas de 1939/40 e a de 1942/43. Tenho também de voltar a sublinhar os golos por si concretizados. Mesmo ao posicionar-se fora daquela que é a área de excelência para concluir lances ofensivos, o atacante, em 264 partidas oficiais pelo Benfica, conseguiria um total de 158 remates certeiros. Se a estes juntarmos os 24 marcados nas 2 temporadas pelo Sporting ou ainda os feitos com as camisolas dos emblemas alentejanos, então é fácil aferir a razão pela qual o extremo figura como um dos grandes nomes do futebol luso.

*retirado do “Almanaque do Benfica – Edição Centenário 1904-2004”, Rui Tovar, Almanaxi Editora (2003)

1304 - ROBERTO MARTÍNEZ

Com o percurso formativo a dividir-se entre o emblema da terra natal, o Balaguer, e o Zaragoza, seria na colectividade de Aragão que Roberto Martínez chegaria ao patamar sénior. Porém, a promoção ocorrida na temporada de 1991/92, ao invés de conduzir o jovem médio à equipa principal, levá-lo-ia a juntar-se ao conjunto “b”. Aliás, ao atleta poucas ocasiões seriam dadas para disputar o degrau máximo da “La Liga”. A falta de oportunidades, ao fim de 3 campanhas com “Los Blanquillos”, faria com que o centrocampista decidisse regressar a “casa” e, apesar do aparente passo atrás, dar-lhe-ia o ensejo de encaminhar a carreira profissional para um rumo geográfico diferente.
A época de 1994/95, passada com as cores do Balaguer, teria como efeito imediato o convite lançado pelos dirigentes do Wigan Athletic. Ao aceitar o desafio, o médio, na companhia de Isidro Díaz, atleta que vestiria as cores do Desportivo de Chaves e do Leça, partiria na direcção das Ilhas Britânicas. Curiosamente, para além do jogador agora referido, com quem já tinha partilhado o balneário nos últimos dois emblemas, Roberto Martínez, na chegada à nova colectividade, encontraria Jesús Seba, avançado que viria a ligar-se ao futebol português através da já aludida agremiação transmontana e também pelo Belenenses.
Em Inglaterra, apesar de nunca ter chegado à Premier League, Roberto Martínez, nas 6 temporadas com as cores do Wigan Athletic, pautar-se-ia como um dos melhores intérpretes do conjunto sediado em Lancashire. Esse protagonismo valer-lhe-ia, na campanha de 2001/02, a mudança para o patamar máximo da Escócia. Todavia, a passagem de um ano pelo Motherwell não seria tão prolífera quanto o esperado. Sem nunca conseguir afirmar-se no “onze”, o médio tomaria a decisão de regressar a Inglaterra e assinaria um contrato com o Walsall.
Mais uma vez a vogar pelos escalões inferiores das competições inglesas, o médio, que viria a terminar o trajecto de futebolista com a época de 2006/07 a decorrer, ainda representaria o Swansea e o Chester City. Depois de “pendurar as chuteiras”, num regresso ao referido emblema galês, Roberto Martínez, na mesma temporada em que deixaria os relvados, encetaria também a caminhada como treinador. Nas novas funções, os seus desempenhos, bem acima das aferições feitas à sua carreira enquanto atleta, começariam a receber rasgados elogios. Nesse sentido, após ter levado os “Swans” ao segundo patamar inglês, seria o regresso ao Wigan Athletic que deixaria o técnico nas “bocas do mundo”.
De volta à Greater Manchester para a temporada de 2009/10, Roberto Martínez pegaria nas rédeas do Wigan Athletic já com a agremiação a militar na Premier League. Mas para além do destaque relacionado com a presença no patamar máximo, seria a FA Cup de 2012/13 que traria ao seu currículo um dos mais importantes momentos. A disputa da mencionada edição da Taça de Inglaterra levá-lo-ia a comandar os seus discípulos até à final. Na peleja esgrimida no Estádio de Wembley, com o paraguaio Alcaráz, antigo defesa do Beira-Mar, presente no “onze”, o treinador orientaria o colectivo sob a sua alçada pelo caminho da vitória. Frente ao Manchester City, o golo conseguido já nos descontos, inscreveria no “placard” final o 1-0 e, com tal resultado, o espanhol entregaria aos escaparates dos “Latics” o almejado troféu.
A conquista do referido título pô-lo-ia, em definitivo, no grupo dos melhores técnicos a trabalhar na Europa. A avaliação dar-lhe-ia a oportunidade de treinar o Everton durante 2 temporadas e meia e, de seguida, aceitaria o convite da Union Royale Belge des Sociétés de Football-Association. À frente dos destinos da selecção da Bélgica a partir de 2016, conseguiria qualificar-se para os Mundiais de 2018 e de 2022 e para o Euro 2020. Ainda assim, talvez pelo facto de orientar uma das melhores gerações do país, a falta de títulos e, acima de tudo, a parca prestação dos “Diables Rouges” no certame organizado no Catar, levá-lo-iam a ser despedido. Não muito tempo depois, com a Federação Portuguesa de Futebol à procura de um sucessor para o Eng. Fernando Santos, Roberto Martínez seria apresentado como o novo seleccionador da “Equipa das Quinas”.

1303 - QUIM

Natural do Barreiro, seria na CUF que Quim Monteiro faria a transição para o patamar sénior. Chamado a jogo na 15ª ronda do Campeonato Nacional pela dupla técnica Anselmo Fernandez e João Mário, o jovem atleta, durante a campanha de estreia na 1ª divisão, só por mais uma vez conseguiria marcar presença em campo. Com poucas oportunidades, após essa temporada de 1966/67, o extremo-esquerdo decidiria dar um novo rumo à, ainda curta, carreira. No entanto, a mudança para a Académica de Coimbra orientada por Mário Wilson, não daria ao atacante muitas mais participações. Depois de um ano na “Cidade dos Estudantes”, seguir-se-ia a Guerra Colonial, o destacamento para Angola e as 2 épocas a envergar as cores do Sporting de Luanda.
O regresso à metrópole levá-lo-ia a percorrer a famosa Azinhaga dos Alfinetes. Com entrada no Oriental na temporada de 1972/73, o extremo-esquerdo sublinharia as capacidades que delem já vinham a ser aferidas como excelentes. Dotado de uma técnica acima da média, a rapidez com que ganharia um lugar no coração dos adeptos do popular emblema lisboeta, seria a mesma velocidade que transformaria as suas exibições num dos pilares da subida do clube ao escalão máximo. Nas 2 campanhas seguintes, ambas primodivisionárias, ganharia, pela curiosidade das semelhanças faciais e qualidades desportivas, o apelido de “Cruyff de Marvila” – “Um dia, no regresso a casa, estava a ler o jornal no barco e vi uma fotografia minha ao lado da dele. Fiquei muito espantado ao ver aquilo. E eles lá faziam a comparação. Eu acho que era parecido só em termos físicos, porque como jogador... ele era craque e eu era um jogador normal”*.
Muito mais do que uma alcunha, Quim, nos anos passados no Estádio Engenheiro Carlos Salema, alimentaria a cobiça das agremiações de maior monta. Falar-se-ia no Benfica, no Sporting, mas seria o FC Porto a aproximar-se mais de uma possível contratação. A mudança para um dos “grandes” nunca viria a concretizar-se. Já a saída do Oriental, onde chegaria a envergar a braçadeira de capitão, sim. Empurrado pela descida de divisão do emblema “alfacinha” no final da campanha de 1974/75, o atacante canhoto mudar-se-ia para o Estoril Praia. Deixaria o bairro de Marvila com 55 partidas disputadas na 1ª divisão, número que ainda faz dele o 10º jogador com mais jornadas disputadas pelo emblema no patamar maior do futebol luso.
Na Amoreira, onde continuaria a conciliar o trabalho de bancário, o avançado passaria outras 3 temporadas no escalão máximo. Com excepção da campanha do meio, também nos “Canarinhos” assumiria um papel de relevância. Todavia, com o termo da temporada de 1977/78, o que até aí já tinha alcançado não asseguraria ao atleta a continuidade na 1ª divisão. A mudança para o Sacavenense, emblema que viria a tornar-se no mais representativo da sua caminhada competitiva, afastá-lo-ia para sempre dos palcos principais do futebol nacional. Manter-se-ia no referido emblema durante meia-dúzia de campanhas e, com o final da época de 1983/84, decidiria ser a altura certa para “pendurar as chuteiras”.

*retirado do artigo de Sara Marques, publicado em https://maisfutebol.iol.pt, a 23/04/2014

1302 - HADJI

Apesar de ter nascido em Marrocos, Hadji, por razão da mudança da sua família para França, passaria toda a adolescência em solo gaulês. Na terra de acolhimento encetaria a prática do futebol e seria no Nancy que terminaria o percurso formativo. Já a temporada de 1991/92, marcaria o arranque da caminhada sénior do médio. Na equipa principal do emblema situado na região do Grand Est, onde chegaria a partilhar o balneário com o internacional português Afonso Martins, rapidamente começaria a destacar-se como um elemento de fino recorte técnico, com uma capacidade superior para ler o jogo, grande qualidade de passe e um forte remate. Essas qualidades, mesmo com o jogador a militar na Ligue 2, levá-lo-iam a ser convidado pela Federação Francesa para integrar os jovens conjuntos “Bleus”. No entanto, o atleta recusaria o convite e, em 1993, passaria a representar a selecção do país natal.
Depois de 5 anos a representar os seniores do aludido emblema gaulês, Mustapha Hadji, por recomendação do treinador belga Robert Waseige, mudar-se-ia para Alvalade. No Sporting a partir da temporada de 1996/97, o médio-ofensivo rapidamente assumiria um papel de relevo no conjunto “verde e branco”. Seria esse destaque que, segundo veiculado na altura, levaria o atleta, na época seguinte à da sua chegada a Portugal, a exigir uma melhoria das condições laborais. Recusada a renovação pelos dirigentes leoninos, jogador e clube entrariam em conflito, o qual terminaria com o centrocampista a rescindir unilateralmente a ligação com os “Leões” e, a meio da campanha de 1997/98, a rubricar um contrato com o Deportivo La Coruña.
A contenda resultaria na obrigação do emblema galego em pagar uma indeminização ao Sporting. Ainda assim, a mudança de Hadji para La Liga, empurrá-lo-ia para o melhor período da carreira. Depois de, em 1994, ter marcado presença no Mundial realizado nos Estados Unidos da América, 1998, seria bem pródigo para o jogador. A chamada à CAN e ao Campeonato do Mundo realizados nesse ciclo anual, com as belíssimas exibições conseguidas pelo médio nos referidos certames, levá-lo-iam a ser eleito como o Melhor Jogador Africano do Ano.
Também em Inglaterra a passagem de Hadji deixaria saudades. A mudança em 1999/00 para o Coventry City, cujos 4 milhões de libras envolvidos na sua contratação passariam a ser um novo recorde para o emblema das Midlands, revelaria o jogador marroquino ao mais alto nível. Mesmo ao fazer parte de uma equipa sem ambições de grande monta, as duas temporadas com os “Sky Blues” trariam ao reportório pessoal do atleta momentos caricatos. Muito para além de curiosidades como a partilha do balneário com o antigo membro do FC Porto, o também marroquino Chippo, a melhor história viria a ser a do “tratamento” de uma lesão à custa de enrolar carne crua à volta do pé, inclusive durante alguns jogos!
Na Premier League ainda representaria o Aston Villa, clube com o qual venceria a Taça Intertoto de 2001/02. Já numa fase descendente da carreira, regressaria, depois do arranque da temporada de 2003/04, a Espanha e, dessa feita, para envergar a camisola do Espanyol. Passaria também pelos alemães do 1. FC Saarbrücken e, na etapa final da carreira enquanto futebolista, defenderia por 3 campanhas as cores dos luxemburgueses do Fola Esch. Com o “pendurar das chuteiras” em 2010, não demoraria muito tempo para que Hadji ficasse de novo ligado à modalidade. Como treinador-adjunto teria uma curta experiência no Umm Salal do Catar para, em 2014, encetar uma longa ligação aos quadros técnicos da Royal Moroccan Football Federation.

1301 - ERNESTO

Algarvio, natural de Portimão, seria no Esperança de Lagos que Ernesto de Sousa terminaria a formação. Ao destacar-se como um dos melhores intérpretes da equipa que viria a vencer o Campeonato de Juniores do Barlavento, o avançado, valorizado pela agilidade revelada dentro de campo e pelo instinto goleador, na altura de fazer a transição para o patamar sénior, aceitaria o convite do Serpa e, como elemento do plantel de 1959/60, passaria a disputar a 2ª divisão. A época passada no emblema alentejano, seria suficiente para que um dos emblemas de topo visse no jovem atacante um bom reforço. No entanto, a mudança para a CUF na campanha de 1960/61 não traria os resultados esperados e as 2 temporadas do jogador na colectividade do Lavradio seriam de extrema discrição.
O revés desse par de temporadas no emblema da Margem Sul do Rio Tejo levá-lo-ia a descer alguns patamares competitivos e a rubricar um contrato com o Tramagal. A competir na 3ª divisão, Ernesto voltaria a apresentar números bem auspiciosos. A partir de 1963/64 já com as cores do União de Tomar, mais do que manter-se no escalão referido no início do parágrafo, o avançado continuaria a alimentar a senda goleadora, tornando-se num dos principais pilares da subida da equipa à 2ª divisão. As duas temporadas cumpridas na agremiação nabantina levá-lo-iam, mais uma vez, a ser aferido como um elemento valoroso. A aposta, dessa feita, viria da Académica de Coimbra e a mudança para a “Cidade dos Estudantes” transformar-se-ia numa das etapas áureas da sua carreira.
Com a transferência para a “Briosa” a acontecer na temporada de 1965/66, depois da infrutífera passagem pela CUF, o avançado lá conseguiria estrear-se na 1ª divisão. Contudo, mesmo sem ter competido no patamar máximo do futebol português, Ernesto adaptar-se-ia rapidamente à nova realidade. Numa equipa recheada de craques, casos de Rocha, Artur Jorge, Jorge Humberto ou Crispim, ainda assim o atacante mereceria a preferência do treinador Mário Wilson. Como um dos mais utilizados do plantel da Académica, também os golos fariam dele um dos elementos a merecer as mais notáveis avaliações. Nos 3 anos passados em Coimbra, o atacante ajudaria o colectivo a erguer campanhas de excelência. Participaria no 2º lugar e no 4º posto alcançados no Campeonato Nacional, respectivamente, em 1966/67 e 1967/68, e seria chamado à titularidade na final da Taça de Portugal de 1966/67, perdida frente ao Vitória Futebol Clube, mas onde contribuiria com um golo para o resultado final de 3-2.
O período passado na Beira Litoral, para além do já referido, traria outras distinções à sua carreira. Uma delas seria a chamada aos trabalhos das equipas sob a alçada da Federação Portuguesa de Futebol. Para envergar a “camisola das quinas”, Ernesto seria integrado no conjunto “B”. A única internacionalização consegui-la-ia a 22 de Março de 1967, numa deslocação à Bélgica, onde, no Stade du Pays de Charleroi, disputaria uma partida de preparação frente à congénere local.
Depois de 94 jogos oficiais e 64 golos concretizado pela Académica, seria o Sporting a interessar-se pela sua contratação. Com a entrada em Alvalade a acontecer na campanha de 1968/69, Ernesto, mesmo a distanciar-se dos números obtidos em Coimbra, ainda teria uma primeira campanha de bom nível. Todavia, a contratação de Fernando Vaz para o comando técnico leonino, tiraria o protagonismo ao avançado. Apesar de pertencer ao grupo que, nesse ano de 1969/70, viria vencer o Campeonato Nacional, o avançado participaria apenas na disputa da Taça de Honra da Associação de Futebol de Lisboa e, por essa razão, ficaria de fora do rol de atletas vencedores da principal prova do calendário futebolístico luso.
Seguir-se-ia o regresso ao Algarve e, sem deixar a 1ª divisão, 2 temporadas no Farense. Numa carreira a passos largos a aproximar-se do fim, Ernesto ainda representaria o Portimonense. Após o fim da carreira, licenciado em Engenharia Mecânica, passaria a trabalhar como alto-cargo dos Serviços Municipalizados da Câmara Municipal de Lagos e, posteriormente, como quadro da EDP.

1300 - TOMÉ

Numa família setubalense de futebolistas, onde os seus irmãos Adriano, José Luciano e José António também estariam ligados à modalidade, João Tomé haveria de ser o elemento que, naquela geração, mais brilharia nos "campos da bola".
Antes ainda de conseguir destacar-se no escalão máximo do futebol português, seria no Sporting Barrosinha, popular emblema de Alcácer do Sal, que o avançado terminaria a formação para, na temporada de 1942/43, dar o salto até à equipa principal. Já a disputar a 2ª divisão, seguir-se-iam, em curtas passagens de um ano cada, o regresso à terra natal para representar o Argentino de Setúbal e o salto até à “Cidade dos Estudantes” para cumprir o Serviço Militar Obrigatório e envergar as cores do Lusitânia de Coimbra. O destaque conseguido nesse par de temporadas, levá-lo-ia a subir mais um degrau na carreira. É certo que sem abandonar o escalão secundário, a transferência para o Académico do Porto na época de 1946/47, dar-lhe-ia uma maior visibilidade. Durante as duas campanhas cumpridas com a colectividade sediada na “Invicta”, para além do nascimento do filho Fernando, futuro internacional luso, João Tomé veria incidirem sobre si os holofotes do desporto nacional.
Ao destacar-se no lado canhoto do ataque, fosse a extremo ou a interior, o avançado começaria a ser cobiçado por emblemas primodivisionários. Tal seria a vontade de contratar o atleta, que o Sporting da Covilhã, para reforçar o plantel de 1948/49, aceitaria desembolsar 130 contos pela sua mudança, fazendo da transferência a mais cara da época. Nos “Serranos”, o jogador manteria os índices exibicionais e consagrar-se-ia, tirando algumas excepções, como um dos titulares da equipa beirã. Depois da estreia pela mão do treinador húngaro János Szábo e ao partilhar o balneário com nomes como Fernando Cabrita ou os irmãos Amílcar Cavém e Domiciano Cavém, Tomé manter-se-ia durante 7 campanhas a defender as cores dos “Leões da Serra”. Durante o referido período, sem nunca deixar o patamar máximo do futebol português, contribuiria para as boas campanhas perpetradas pelo colectivo e de onde mereceriam maior destaque os três 6ºs lugares conquistados no Campeonato Nacional e a chegada às meias-finais da Taça de Portugal de 1948/49.
Após 128 partidas disputadas na principal prova do calendário português, o que faria de si o 8º jogador do Sporting da Covilhã com mais jogos cumpridos na 1ª divisão, João Tomé acabaria por deixar a Beira Baixa para voltar a uma casa bem conhecida. A entrar na derradeira fase da carreira enquanto desportista, o atacante, depois de regressar ao Sporting Barrosinha, ainda envergaria as camisolas de outras colectividades. Sem mais retornar aos principais palcos do futebol português, o avançado, no que restaria do seu percurso competitivo, tempo algumas vezes partilhado entre as tarefas de jogador e as funções de treinador, teria ainda a ocasião para representar o Moura e, numa caminhada que terminaria em 1959, o Mineiro Aljustrelense.