665 - SERGINHO CUNHA

Havendo na temática deste mês o ensejo de recordar alguns futebolistas que, tendo participado no Mundial S-20 de 1991, também fizeram carreira ao serviço de emblemas portugueses, era impossível esquecer um que foi tão marcante no futebol do nosso país. Bem, talvez haja algum exagero em querer elevar o avançado ao estatuto de figura nacional. No entanto, e esta é a mais pura das verdades, Serginho Cunha, pelo que conseguiu nas nossas competições, é uma das figuras de proa na história de um dos clubes com grande tradição em Portugal.
Sem obter dados suficientes para, indubitavelmente, conseguir reconstituir a sua carreira de desportista, há dois momentos nela que, como já referi, ligam o atacante ao futebol português. Não é difícil adivinhar, até pelo que está escrito no parágrafo anterior, que o Mundial S-20 organizado por Portugal, terá sido o primeiro. Ora, no certame em que a “Equipa das Quinas” acabaria por, na final, levar de vencida a sua congénere brasileira, Serginho era um dos elementos da jovem “Canarinha”. Sem o destaque de alguns dos seus colegas de balneário, a contribuição do atacante para a caminhada da sua selecção, resumir-se-ia a pouco mais do que alguns minutos. Com o Brasil já na fase das eliminatórias, Serginho acabaria por ser chamado a participar nos quartos-de-final. Esses 15 minutos, jogados na vitória frente à Coreia, seriam a sua ajuda para a conquista da medalha de prata.
O segundo momento na sua carreira e que, em definitivo, o ligaria a Portugal, ocorreria uns anos mais tarde. Já com alguma experiência no futebol brasileiro, mas, talvez, sem a projecção que estaria à espera, o avançado viaja até ao Funchal. A sua chegada ao Nacional da Madeira, isto na temporada de 1994/95, apanha um clube que, tendo no começo da década disputado o escalão principal, havia descido para a 2ª divisão de “honra”.
As boas exibições que foi conseguindo, aliado a uma boa série de golos, rapidamente conquistariam o coração dos adeptos e responsáveis pelo emblema. Mesmo sem que o clube conseguisse o regresso ao patamar máximo, o avançado foi-se mantendo nas suas fileiras. Essa fidelidade, nutrida por uma paixão que, em tantos sentidos, ficou provada como sendo recíproca, faria com que Serginho, durante 10 anos, vestisse a camisola do Nacional – “Sei que fui importante para o clube e digo, sem qualquer dúvida, que foi o melhor clube que joguei”*.
Durante tamanha ligação, suficiente para que o avançado conseguisse tornar-se no melhor marcador da história “alvinegra”, Serginho Cunha, muito mais do que uma mera testemunha, seria personagem activa nos mais variados episódios. Desde a queda na 2ª divisão “b”, à recuperação e regresso ao convívio dos “grandes”, o atacante tornar-se-ia numa das maiores lendas do clube. Apesar da importância de tantos outros momentos, haveria um que, pelo seu caracter de “recorde”, exaltaria esta união. Ora, numa equipa que também contava com atletas como o guarda-redes Hilário, Paulo Assunção, Rossato ou Adriano, o Nacional consegue algo de inédito. Com o 4º lugar assegurado na temporada de 2003/04, os madeirenses apurar-se-iam para as provas da UEFA – “No ano em que pela primeira vez conseguimos colocar o Nacional nas competições europeias, foi uma sensação maravilhosa. Tínhamos uma equipa bem montada e com grandes jogadores (…).Nos jogos das eliminatórias da Liga Europa contra o Sevilha, não joguei porque estava em recuperação da lesão que tive. Não posso falar muito sobre esses jogos, mas foram muito importantes para o Nacional e para a Região Autónoma da Madeira”**.


*retirado do artigo escrito por Serginho Cunha, em www.agoramadeira.pt, a 16/01/2015
**retirado do artigo escrito por Serginho Cunha, em www.agoramadeira.pt, a 09/03/2015

664 - JOÃO OLIVEIRA PINTO

Destacado jovem promessa da formação sportinguista, João Oliveira Pinto era médio ofensivo. Ocupando a posição “10”, dentro de campo era um jogador que, tendo a bola nos pés, sabia interpretar as movimentações dos seus colegas. Este paradigma, aliado a uma capacidade de passe superior, fazia dele um belíssimo municiador do ataque ou, se quisermos, um grande apoio aos jogadores mais avançados no terreno de jogo.
Carisma era algo que nele, também, se destacava. Desde tenra idade, o que torna tudo ainda mais surpreendente, a maturidade que mostrava durante as partidas, revelava-o como um futuro craque. Com a braçadeira de capitão, durante muitos anos, o jovem atleta seria considerado como o grande “diamante” das escolas leoninas.
Quem, de igual modo, não ficaria alheado das suas qualidades, seria Carlos Queiroz. O treinador, responsável pelas jovens selecções nacionais de então, que tantas vezes já o havia chamado a representar a equipa portuguesa, junta o seu nome ao lote de convocados para o Mundial S-20 de 1991. Por essa altura, João Oliveira Pinto, ainda que nos patamares secundários, já evoluía no escalão sénior. Ao serviço do Atlético, o médio dava continuidade ao trabalho feito, tanto no Sporting, como com a “camisola das quinas”.
Ora, no já referido Campeonato do Mundo, disputado que foi em Portugal, João Oliveira Pinto não estaria no topo das prioridades tácticas. Todavia, mesmo afastado da titularidade, o médio era uma grande ajuda àquela que era a “linha da frente”. O seu contributo para a caminhada vitoriosa da nossa selecção, traduzir-se-ia, entre a fase de grupos e as subsequentes eliminatórias, em 3 partidas disputadas.
Sem que bem se entenda o motivo, ao jogador não seriam dadas grandes chances no Sporting. Na única temporada em que fez parte do plantel principal (1991/92), a sua presença em campo resumir-se-ia a pouco mais do que a chamada para disputar a Taça de Honra da Associação de Futebol de Lisboa. Ora, perante tamanha escassez de oportunidades, ao centrocampista não seria dada outra escolha, senão a de prosseguir a sua carreira ao serviço de outro emblema.
Com a sua saída de Alvalade, a carreira do médio começou a caracterizar-se por uma constante mudança de clubes. Vitória de Guimarães, Estoril-Praia, Gil Vicente, Sp. Braga, Farense e Marítimo, fazem parte da longa lista de emblemas que, durante 9 temporadas consecutivas, serviriam de morada para o atleta. Contudo, tirando a sua passagem pelos “Canarinhos”, onde ainda desempenharia um papel preponderante, todas as suas restantes épocas, ainda que primodivisionárias, ficariam marcadas por uma qualidade competitiva muito distante das suas exibições enquanto jovem.
Já depois de entrar na última etapa da sua carreira, fase essa que se estenderia quase até aos 40 anos de idade, João Oliveira Pinto, no Alfarim, clube dos “Regionais” de Setúbal, decidiria pôr fim à sua vida de futebolista. Recentemente, sem abandonar o mundo do desporto, tem desempenhado funções como Delegado aos jogos, representando o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol.

663 - SCOTT MINTO

Tendo dado os primeiros passos como sénior no Charlton, seria nessa mesma temporada de 1988/89 que Scott Minto faria a sua estreia no escalão máximo inglês.
Jogador com qualidades físicas interessantes, mas que, ao mesmo tempo, possuía uma técnica bem superior à dos seus colegas de sector, o lateral esquerdo, na segunda temporada com o emblema londrino, já era um dos mais utilizados no plantel.
Com um caminho a mostrar uma evolução positiva, o seu desenvolvimento haveria, de algum modo, ser travado pela despromoção do Charlton. Mesmo a jogar no segundo patamar, as boas exibições faziam com que o seu nome não fosse esquecido nas convocatórias para a selecção. Nesse sentido, ninguém ficaria surpreendido quando, com destino a Portugal, o seu nome apareceu no grupo de atletas a disputar o Mundial S-20 de 1991.
É já depois dessa passagem (discreta) pelo nosso país e de mais uns anos a jogar no segundo escalão, que surge a aposta de um outro histórico de Londres. No Chelsea, apesar de mostrar qualidades suficientes para se apresentar nos grandes palcos, as lesões começariam a assolar a sua carreira. Tendo esse “handicap” como inimigo, ainda assim, Scott Minto, quando em plena forma física, era um dos mais requisitados dentro do plantel.
Seria no final da sua melhor época com os “Blues” que, curiosamente, a sua união ao clube terminaria. Depois de ter sido um dos mais utilizados e de, na final contra o Middlesbrough (2-0), ter ajudado à vitória na Taça de Inglaterra, o defesa, a coberto da “Lei Bosman”, parte para outras paragens – “Basicamente, eu estava no meu último ano de contrato no Chelsea. Estava a correr bastante bem, mas eu não estava contente com o que me haviam oferecido, então, decidi não assinar e esperar até ao final da temporada para ver o que acontecia. O meu último jogo pelo Chelsea foi a final da FA Cup em 1997 (…). E no dia imediatamente a seguir fomos para Hong Kong, Brunei e Singapura. Foi enquanto estava lá que o meu agente ligou e disse que o Benfica tinha estado a observar-me (…)”*.
Instigado pelo ambiente proporcionado pela massa adepta e impulsionado por boas exibições, Scott Minto pega de estaca no Estádio da “Luz”. Numa altura em que as “Águias”, desportivamente, andavam na mó de baixo, o inglês haveria de encontrar um balneário com uma série de atletas de qualidade superior. Calado, Poborsky ou Nuno Gomes, são nomes que, recorrentemente, são citados por Scott Minto. No entanto, há um que continua a merecer a sua especial contemplação – “(…) a pessoa que, provavelmente, eu admirei mais foi o João Pinto, porque ele era o Eric Cantona do futebol português. Sempre que as coisas não estavam a correr bem, esperava-se que ele nos tirasse delas e ele nunca fugiu à sua responsabilidade. Ele queria sempre a bola, mesmo quando a pressão estava no estádio e os adeptos não estavam contentes. Ele pegava na bola e tentava arranjar alguma coisa extra”*.
Ano e meio em Lisboa seriam suficientes para o próprio dizer que – “o Benfica foi o clube mais importante que representei em toda a carreira”**. Ainda assim, e depois de terminado o namoro com a sua companheira de então, a solidão de viver sozinho num país estrangeiro começou a fazer-se sentir. A oportunidade de voltar a Londres surgiria, então, pela mão do técnico Harry Redknapp. Contudo, o seu regresso à “Premier League”, voltaria a trazer ao jogador velhos problemas de índole física. Com as lesões a atrapalharem a integração de Scott Minto, o atleta não voltaria ao nível de outrora. Sendo sempre uma escolha de segunda linha, ainda assim, o lateral passaria 5 temporadas ao serviço do West Ham.
Já depois de, com cores do Rotherham United, ter, na época de 2005/06, posto um ponto final na sua vida de futebolista, Scott Minto decidiu ficar ligado à modalidade, mas, desta feita, como comentador. Em 2008, pela Universidade Staffordshire, concluiria a sua formação em “Professional Sports Writing and Broadcasting”. Desde então, é um dos habituais relatadores de jogos, nos mais populares canais desportivos britânicos.

 
*retirado da entrevista de Adam Bate, “Sky Sports”, a 19/11/2012
**retirado do artigo de Pedro Jorge da Cunha, www.maisfutebol.iol.pt, a 07/03/2007

662 - PAULO TORRES

Era já um destacado jogador quando, os “olheiros” do Sporting o descobrem entre os miúdos do SL e Évora. Chegado às escolas do “Leão”, a atenção que começa a merecer é tal que, passado pouco tempo sobre a sua vinda para Lisboa, é chamado às selecções nacionais.
Com a “camisola das quinas” integra aquela que ficaria conhecida como a “geração de ouro” do futebol português. Também no Sporting, ao evoluir ao lado de nomes como os de Figo ou Peixe, Paulo Torres começa a revelar-se um verdadeiro craque. Rápido e com uma resistência física que o mantinha em permanente corrida, o lateral esquerdo, ainda na temporada de 1988/89, vê surgir a sua primeira oportunidade na equipa principal.
A sua estreia pelos seniores leoninos, à beira de completar os 17 anos, marcaria o início de um crescimento que, nas épocas seguintes, traria ao defesa uma razoável série de jogos. Depois, e numa altura em que já estava plenamente integrado nos trabalhos da equipa principal, chega o Mundial S-20. Em 1991, Paulo Torres mostra ao mundo do futebol todo o seu potencial. Seguro na defesa e um grande apoio nas manobras ofensivas, o atleta acaba o torneio disputado em Portugal, considerado como um dos grandes prodígios.
O terceiro posto no “ranking” dos melhores jogadores, e, logicamente, a vitória da nossa selecção, transmitiriam a convicção de que Paulo Torres era um valor certo para o seu clube. Curiosamente, ainda antes de conseguir conquistar um lugar no “onze” leonino, o defesa, em Fevereiro de 1992, vê o seu nome incluído nas convocatórias para a selecção “A” portuguesa. É já bem depois dessa partida contra a Holanda, que Paulo Torres começa a afrontar a posição dos seus colegas. Com Leal a ocupar a faixa canhota da defesa sportinguista, só na época de 1993/94 é que o lateral consegue, categoricamente, afirmar-se como titular. Depois de merecer a aposta de Bobby Robson, a chegada de Carlos Queiroz, seleccionador português no já referido Mundial S-20, não alteraria o seu estatuto dentro do plantel.
No mesmo ano em que se afirmava como um dos melhores em Portugal, mérito potenciado pelo seu forte e temido remate, Paulo Torres, dentro de campo, comete um erro marcante. No famoso Sporting x Benfica de 1993/94, e que acabaria com o “placard” a assinalar 3-6, o jogador, ajudando os rivais a cimentar o expressivo resultado, tem uma falha crucial. Na sequência desse lance, Carlos Queiroz, técnico que o havia posto na ribalta do futebol, perde a confiança no lateral e o lugar é entregue a Vujacic. Paulo Torres, afectado, ou não, por esse momento, começa a afastar-se das exibições que o haviam notabilizado. Essa espiral descendente acabaria por culminar, no final da época seguinte, com a dispensa do atleta.
Já depois a alinhar uma época no Campomaiorense, Paulo Torres vê João Alves a arriscar na sua contratação. Com o treinador de regresso a Salamanca, o lateral é incluído no lote de jogadores que atacariam a promoção à “La Liga”. No entanto, por essa altura a qualidade exibicional do atleta já não tinha a constância de outros tempos. Oscilando entre bons e maus momentos, o defesa, também em Espanha, nunca conseguiria afirmar-se com um atleta de topo.
As breves passagens por Rayo Vallecano, Desportivo de Chaves, Leganés e mais uma série de outros emblemas, marcariam o afastamento do internacional “luso” das grandes decisões futebolísticas. Talvez afectado por este caminho, Paulo Torres, com apenas 31 anos, decide pôr um “ponto final” na sua vida de desportista.
É já após “pendurar de chuteiras”, que o antigo atleta dá os primeiros passos como treinador. Com um percurso feito nas divisões secundárias, Paulo Torres, em 2014, aceita o convite da Federação da Guiné-Bissau e assume-se como o seleccionador daquele país africano.

661 - SERGINHO

Era ainda uma criança quando, com os Pequeninos do Jockey, viaja para a Europa. Na Escandinávia, o clube sitiado na zona de São Paulo, participa em vários torneios para jovens. Aí, incrivelmente, o sucesso atingido pela sua equipa é tal, que tudo extravasa o que estaria planeado. No meio do singular prodígio, há um nome que consegue destacar-se ainda um pouco mais. Serginho, com as suas fintas e golos, acabaria por conquistar tudo e todos, tornando-se num verdadeiro fenómeno, até para o fundador do clube, João Guimarães Júnior – “Ele foi o mais badalado da excursão. Driblou todos os «joões» que encontrou pela frente. O seu objectivo foi cumprido, pois saiu do Brasil para jogar bola, e o fez de maneira que só Garrincha fizera em 58. Foi um verdadeiro show-boy”*.
A comparação com o astro “das pernas tortas” não era assim tão descabida, pois, Serginho, de uma forma peculiar, tinha sido transformado numa verdadeira estrela. Tanto assim foi que o Palmeiras, não deixando o jovem atleta terminar a sua formação, levá-lo-ia para as suas escolas. A transferência faria com que a visibilidade do avançado crescesse. Nesse sentido, as convocatórias para a selecção brasileira começariam a aparecer e a transformar-se uma constante da sua vida.
Com a camisola “canarinha”, começa a participar nos principais torneios da FIFA. Ainda antes de passar por Portugal, Serginho disputaria o Mundial S-17, organizado em 1989, pela Escócia. Já em 1991, sem ser uma das principais escolhas do seleccionador Ernesto Paulo (viria a orientar o União da Madeira), o atacante acabaria por dar a sua contribuição na caminhada do Brasil até à final de Lisboa. Com a participação em 3 partidas, o jogador acabaria por ajudar a sua equipa à conquista da medalha de prata.
Mas, como para tantos outros futebolistas, a passagem dos juniores para o nível sénior, acabaria por inverter o sentido da sua evolução. Tanto no Palmeiras, como já no Santos, aquilo que Serginho mostraria em campo distanciar-se-ia muito do que, ainda nas camadas de formação, havia prometido.
Tido apenas como uma solução de derradeiro recurso, isto nos emblemas pelos quais tinha actuado, ao atleta pouco mais restaria do que procurar novo poiso. No intuito de relançar a sua carreira, o avançado liga-se ao São José e, já numa fase seguinte, transfere-se para o América. Sem nada de relevante a registar, a passagem por estes dois últimos clubes serviria apenas de interlúdio para nova etapa na sua carreira profissional.
A aposta, desta feita, passaria por tentar a sua sorte no estrangeiro. É assim que Serginho, na temporada de 1997/98, assina pelo União da Madeira. Ora, o curioso desta sua vinda para Portugal, e esta possível correlação é mera especulação, prende-se com Ernesto Paulo. É que o treinador brasileiro, que, como já referimos, era o seleccionador do Brasil no Mundial S-20 de 1991, havia sido até à época anterior, o responsável técnico pelos insulares.
É já depois de uma ida até à Tunísia, onde, durante uma época jogaria pelo Stade Tunisien, que o futebolista regressa a Portugal. Agora, com o destino norteado para a 1ª divisão, veste as cores do Estrela da Amadora. Mais uma vez, a sua fortuna condena-o ao insucesso. Desta feita, a culpa imputar-se-ia às lesões. As mesmas que, aos 28 anos, acabariam por forçar Serginho Fraldinha, nome pelo qual ficaria popularizado no Brasil, a retirar-se das competições oficiais.


*retirado de http://www.pequeninos.com.br/

660 - GIL

Tendo chegado de Angola, de onde é natural, Gil acabaria por integrar as camadas jovens do Benfica. Mesmo muito jovem, bem depressa se entendeu que a aposta das “Águias” haveria de tornar-se numa certeza. Rápido e excelente com a bola nos pés, o atacante passaria a ser um dos destaques nos níveis de formação “encarnados”.
Com ascendência portuguesa, a sua naturalização levaria a que a Federação Portuguesa de Futebol olhasse para ele como um atleta a ter em conta. Nesse sentido, Gil começa um trajecto que o levaria a jogar em quase todos os escalões. Tal como pelo clube, com a “camisola das quinas” o avançado conseguiria ter grande sucesso. Logo nos S-16, alcança o seu primeiro grande título, ao sagrar-se campeão no Europeu da categoria (1989). Nesse torneio disputado na Dinamarca, Gil merece todas as distinções. Para além da referida vitória colectiva, o avançado arrecada ainda o título de Melhor Marcador e de Melhor Jogador do certame.
O grande destaque da sua carreira viria com o Mundial S-20 de 1991. Organizado em Portugal, o torneio acabaria por merecer honras de destaque por parte da imprensa e, mais importante, por parte do público. Com tanto mediatismo, Gil acabaria por ver os holofotes incidirem sobre as suas exibições. Mas se neste campo, até com a vitória da nossa selecção, tudo parecia correr bem, aquilo que poucos sabiam é que, fisicamente, o avançado andava debilitado. Tendo tido uma grave lesão no ano que antecederia o dito Campeonato do Mundo, Gil veria as mazelas mudar-lhe o rumo da carreira – “Para mim, é simples explicar o que correu mal. Parti a perna esquerda em 1990, estive três meses de fora e olhando para trás vejo que nunca tive o apoio necessário, a lesão foi mal curada no Benfica e as infiltrações, que começaram a partir daí, prejudicaram-me”*.
Com o fim do Mundial, a vida desportiva de Gil começa a entrar num surpreendente contraciclo. Os empréstimos que se seguiriam, Ovarense e Tours (França), nada de palpável trariam. Depois, seguir-se-iam, fazendo o atleta a estreia na 1ª divisão portuguesa, as passagens pelo Sp. Braga e Estrela da Amadora. No entanto, o prometedor atacante parecia ter desaparecido. É nisto que Gil decide, em definito, relançar a sua carreira no estrangeiro. Passa pela Suiça, tenta os Estados Unidos da América, regressa à Europa para jogar em Itália e, finalmente, acaba por fixar-se em Inglaterra.
No “País de Sua Majestade”, muito mais do que a série de anos em que jogaria pelas divisões amadoras, Gil começa a mudar o seu papel dentro do futebol. Pela mão de Carlos Queiroz, chega ao Manchester United. Aí, acompanhando os jovens do clube, dá continuidade ao seu trajecto como técnico. Ele, que na passagem pelos clubes britânicos já cumpria as tarefas de treinador/jogador, veria também José Mourinho recebê-lo no Chelsea. Todavia, o antigo jogador haveria de interessar-se por outra área. No âmbito do “management”, Gil, depois de se tornar num Agente FIFA, começa agora a dar os primeiros passos na gestão de carreiras.


*retirado do artigo de www.maisfutebol.iol.pt, a 24/11/05

659 - PAULO NUNES

Produto das escolas do Flamengo, Paulo Nunes, no mesmo ano em que participaria no Mundial S-20 realizado em Portugal (1991), seria chamado à equipa sénior. Naquilo que se seguiria à sua estreia, e apesar de jogar com alguma regularidade, a verdade é que o avançado, muito por culpa de nomes como os de Djalminha, Sávio ou Marcelinho Carioca, acabaria por nunca conseguir mostrar o seu real valor.
Ainda assim, 4 temporadas na “Gávea”, seriam suficientes para amealhar alguns troféus. Ora, é já com um “Brasileirão” (1992) e uma Copa do Brasil (1990) no currículo, que Paulo Nunes chega ao Grêmio. A transferência acabaria por ser bastante curiosa. É que o treinador, o nosso conhecido Luiz Felipe Scolari, não gostava do jogador. Dizia o técnico que, o físico do atacante o iria impedir de ser bem-sucedido. Todavia, estando Paulo Nunes incluído no negócio de outro atleta, “Filipão” pouco mais logrou do que integrar o avançado nos seus planos de trabalho.
Em boa-hora o faria, porque uma lesão de um dos titulares, haveria de fazer saltar Paulo Nunes para a linha da frente. Numa equipa recheada de nomes conhecidos do futebol português, casos de Danrlei (Beira-Mar), Carlos Miguel (Sporting) ou Cristiano (Benfica), o atacante acabaria por fazer parelha com Mário Jardel.
O êxito da dupla de ataque seria tal que as conquistas não tardariam a surgir. Logo nessa temporada, a da sua chegada a Porto Alegre, o trajecto imaculado da equipa gaúcha, resultaria na conquista da Taça dos Libertadores de 1995. Nos anos vindouros, já com Jardel a reforçar o FC Porto, as vitórias não parariam. É então que o sucesso de Paulo Nunes se revela na obtenção do prémio de Melhor Marcador do Campeonato de 1996. A compor o ramalhete, a conquista, por parte do Grêmio, desse mesmo “Brasileirão” e, no ano seguinte, da Copa do Brasil.
É já com a cotação bem alta, ideia roborada pela sua vitória, e do Brasil, na Copa América 96, que Paulo Nunes chega ao Benfica. A transferência, por valores bem elevados, acabaria por resultar num rotundo falhanço. Com as “Águias” no auge da “Era João Vale e Azevedo”, o internacional “canarinho” nunca conseguiria adaptar-se ao futebol luso. Algumas lesões, a incapacidade de Manuel José conseguir conjugar a sua existência com a de João Pinto, e, segundo o próprio, a má relação com o referido colega de equipa, são algumas das razões que poderão explicar o seu fracasso.
É com a temporada de 1997/98 ainda a meio, que Paulo Nunes regressa ao seu país. Quem o receberia de braços abertos, seria aquele, uns bons anos depois, haveria de tornar-se no seleccionador português. Ora, com Luiz Felipe Scolari à frente dos destinos do Palmeiras, seria na “turma” do Palestra Itália que o avançado daria continuidade à sua carreira. Na equipa da cidade de São Paulo, o atleta voltaria à senda das boas exibições e de novas conquistas. Copa do Brasil e Copa Mercosul (1998) mas, principalmente, a vitória na Taça dos Libertadores de 1999, elevariam Paulo Nunes ao estatuto de estrela.
Com as suas extravagantes celebrações a apimentarem a devoção que a “torcida” tinha por si, Paulo Nunes, e como é bem frequente no futebol, também acabaria por passar de “bestial a besta”. Após falhar a conquista da Taça Intercontinental, os mesmos adeptos que antes o veneravam, apontar-lhe-iam o dedo da culpa. Este volte-face, levaria a que o atacante deixasse o Palmeiras, para assinar pelo Grêmio. No entanto, o regresso ao Rio Grande do Sul, ao contrário da sua primeira passagem, nada de bom traria a Paulo Nunes. Aliás, seria aí que daria início àquilo que terá sido a fase descendente do seu trajecto como profissional.
Corinthians, Gama e Al-Nassr (Arábia Saudita), sempre em constantes mudanças, acabariam por ser os derradeiros capítulos de uma carreira que, em 2001, veria o seu fim no Mogi Mirim.

658 - TONI

Era ainda júnior do FC Porto, quando Carlos Queiroz o inclui na lista de convocados para o Mundial S-20 de 1991. Sendo ele um dos poucos que, por essa altura, ainda não havia iniciado a sua carreira sénior, em nada as suas exibições deixavam transparecer tal circunstância.
Como um dos mais assíduos no relvado, Toni acabaria por ter o seu momento mais alto nos quartos-de-final do torneio. Frente a um México que se apresentava fortíssimo, Portugal acabaria por ver o encontro estender-se para o prolongamento. No tempo extra, o avançado, que no decorrer do período regulamentar havia, escandalosamente, falhado um sem-número de golos, acabaria por salvar a eliminatória. Com o “placard” a indicar 1-1, é então que, ao passar do minuto 101, e para júbilo dos milhares presentes na “Luz”, Toni lá acerta na baliza!
Com a vitória no Mundial a servir de impulso, Toni acabaria por conquistar um lugar na categoria principal do FC Porto. Com os “Dragões” a serem comandados pelo brasileiro Carlos Alberto Silva, Toni faria a sua estreia na temporada de 1991/92. Contudo, e num balneário que contava, só para o sector ofensivo, com nomes como os de Domingos ou Kostadinov, depressa se entenderia que o atacante teria a vida bastante complicada.
A dificuldade em afirmar-se, acabaria por levá-lo a sucessivos empréstimos. Com passagens por Sp.Braga e Beira-Mar, Toni, sem sair da 1ª divisão, lá ia ganhando algum traquejo. Todavia, as exibições que ia amealhando acabariam por nunca ser suficientes para que vissem nele valor suficiente para o fazer regressar ao FC Porto.
É no seguimento destas cedências, que o ponta-de-lança acaba por ver o Salgueiros a oferecer-lhe um contrato de trabalho. Em Paranhos, onde chegaria no encetar da temporada de 1995/96, conseguiria, longe da vivacidade que prometeriam os seus anos de formação, alguma estabilidade na carreira. Presenças regulares no rol dos chamados a jogo, e golos quanto baste, haveriam de o pôr na lista de interesses de outros emblemas.
Na sequência de 3 razoáveis anos no Estádio Vidal Pinheiro, o Marítimo decide apostar nos seus préstimos. Contudo, muito longe de ser prometedora, a mudança para a Madeira acabaria por revelar-se desastrosa. Quase sempre preterido nas escolhas dos treinadores, o avançado, ao fim de época e meia, acabaria por sair.
Se a aposta no emblema do Funchal, em termos desportivos, viria a tornar-se num passo atrás, o que se sucederia nos anos vindouros, ainda mais afastariam Toni dos principais palcos futebolísticos. Ora, com uma carreira que, sem ser brilhante, ainda assim, nunca havia fugido do nosso patamar máximo, o avançado enfrentaria, doravante, uma nova realidade. Ao representar emblemas como, Leça, Vilanovense, ou, ainda, na sua experiência na 2ª divisão B espanhola (Burgos), o atleta veria a sua carreira diluir-se pelos escalões secundários.
É já neste trilho que o avançado chega ao Luxemburgo. No Grão-Ducado acabaria por ver chegar o fim da sua carreira. Ao ver-se afastado das altas rodas do futebol, ao antigo jogador pouco mais restaria do que tentar encontrar nova actividade. Toni, que, noutras andanças, havia sido Campeão do Mundo por Portugal e Campeão Nacional pelo FC Porto, iria encontrar nova oportunidade numa empresa de construção civil – “Nem todos podíamos seguir o mesmo caminho, não podíamos ser todos considerados o melhor do Mundo, como o Figo foi, ou ter uma carreira como tiveram Rui Costa, João Pinto, Abel Xavier e muitos outros”*.

*retirado do artigo de www.maisfutebol.iol.pt, a 21/06/2011

657 - ESNAIDER

Era, sem medo de o estar a engrandecer, a grande estrela da Argentina no Mundial S-20 de 1991. Muita dessa sua reputação, resultaria da rápida evolução que vinha apresentando. Ora, feito sénior há bem pouco tempo, o Real Madrid veria nele qualidades suficientes para o contratar. A transferência do Ferro Carril para o clube espanhol, acabaria por ficar acertada uns meses antes do início do referido certame. Esnáider chegaria a Portugal integrado numa comitiva que contava com nomes como os de Pochettino, Pellegrino ou Bassedas… mas o único com o estatuto de “Merengue”.
A Argentina haveria de ter uma passagem paupérrima pelo nosso país. Já o avançado, de regresso à capital espanhola, acabaria por, nos anos vindouros, ver a validade da sua contratação posta em causa. Duas temporadas e meia, dariam apenas para que Esnáider não passasse de um segunda ou terceira escolha. Ainda assim, dos seus tempos no Santiago Barnabéu, o argentino arrecadaria a Copa del Rey de 1992/93.
Transferido para o Zaragoza em 1993/94, a vida do futebolista voltaria a paradigmas antigos. Com a equipa a viver momentos de grande sucesso, Esnáider recuperaria o “status” de atleta de gabarito. Após nova vitória na Copa del Rey (1993/94), o atacante e, logicamente, os da “La Romareda” ganham o direito de, na temporada seguinte, disputar a Taça dos Vencedores das Taças. Com nomes que fariam história no futebol europeu, casos de Gustavo Poyet, Nayim ou Cafú, a equipa chega à final da dita competição da UEFA. No Parc des Princes, o emblema de Aragão haveria de enfrentar um Arsenal que, sem qualquer suspeita, era o favorito à vitória. Todavia, dois golos, um dos quais de Esnáider, seriam suficientes para o clube espanhol conseguir sobrepor-se ao tento conseguido pelos londrinos.
O título europeu dar-lhe-ia a oportunidade de regressar ao Real Madrid. Mas, numa carreira que haveria de ficar marcada por constantes altos e baixos, Esnáider voltaria a claudicar. Um ano passado e a permanência do argentino em Madrid acabaria por ser assegurada, não pelas exibições convincentes, mas pela aposta de Atlético de Madrid na sua contratação. Nos “Colchoneros” faz uma temporada brilhante e só não prolonga o tempo de estadia, pois o seu temperamento inflamável acabaria por intrometer-se!
Num jogo a contar para a Liga dos Campeões, e na disputa por um lugar nas meias-finais, o avançado tem um dia bem negro. Primeiro, falha uma grande penalidade; depois, tem uma entrada mortífera sobre Richard Witschge, que lhe valeria a substituição. Não agradado com a decisão, Esnáider envolve-se numa acesa discussão com o treinador Radomir Antic. Esta altercação valer-lhe-ia um castigo e, consequentemente, o afastamento do grupo de trabalho.
Seria já no Espanyol que Esnáider daria continuidade às boas exibições. Tão positivo haveria de ser o seu trabalho que de Itália, a meio da temporada de 1998/99, surge um convite irrecusável. No entanto, a Juventus acabaria por ser apenas um dos seus momentos negativos.
Depois de pouco ter jogado, dá-se o seu regresso à “La Liga”. De volta ao Zaragoza, Esnáider teria ainda tempo para acrescentar ao seu currículo uma 3ª Copa del Rey. No entanto, seria por esta altura que as lesões começariam a assombrar a carreira do avançado. Daí em diante, as passagens que teria por FC Porto, River Plate, Ajaccio, Real Murcia ou Newell's Old Boys, pouco mais importariam do que para as estatísticas.
Já depois de deixar os relvados e de ter algumas aparições como comentador televisivo, o antigo internacional pela “Equipa das Pampas” haveria de encetar a sua caminhada como treinador. Neste novo papel, tem trilhado caminho, acumulando experiências no Córdoba, Zaragoza “B”, ou ainda, e como adjunto, no Getafe.

656 - BRASSARD


Suplente de Bizarro no Mundial S-20 de 1989, Brassard, dois anos depois, e no torneio que se seguiria, era já o dono e senhor das redes “lusas”. Ora, por altura desse segundo Campeonato do Mundo, e com uma carreira ainda a dar os primeiros passos, o guardião, cedido pelo Benfica, jogava no Louletano. Já pela selecção, ele que tinha um passado rico nas camadas jovens, evoluía ao lado de nomes como os de Luís Figo, Peixe, Rui Costa ou João Pinto.
Sendo ele um dos jogadores habituais nas convocatórias, a inclusão do seu nome para a disputa do torneio organizado em Portugal, não seria surpresa. Com o avançar das contendas, a sua reputação, como um atleta com um futuro brilhante, começa a crescer. Sempre seguro na defesa da baliza, Brassard tornar-se-ia num dos pilares da jovem selecção. Na final, disputada num Estádio da Luz completamente esgotado, acabaria por mostrar toda a sua categoria. Sem se intimidar pela responsabilidade de tal momento, ou, sequer, pela imensa moldura humana que enchia as bancadas, o guarda-redes haveria de brilhar. No desempate pela marcação de grandes-penalidades, Brassard defenderia um remate (Elber falharia outro) e, merecidamente, ajudaria Portugal a renovar o título de campeão.
O troféu, que acabaria por ser conquistado frente ao Brasil, muito mais do que a confirmação dos seus atributos, acabaria por ser o empurrão que o levaria a afirmar-se na 1ª divisão. Nesse sentido e ainda por empréstimo, o clube que o levaria à estreia no escalão máximo seria o Marítimo. Contudo, e tendo dado, nessa temporada de 1991/92, um passo importante na evolução como futebolista, Brassard, tolhido pela falta de traquejo, poucas oportunidades haveria de conseguir conquistar.
História bem diferente contar-se-ia na época seguinte. A jogar pelo Gil Vicente, Brassard toma um papel preponderante nos sucessos do emblema minhoto. Com uma temporada recheada de desempenhos bem positivos, o guardião começa a espreitar uma possível oportunidade no seio do plantel benfiquista. No entanto, as “Águias”, para a posição de guarda-redes, contavam com dois conceituados internacionais. Neno e Silvino haveriam de ser a principal barreira para a não inclusão do jovem jogador. Brassard acabaria por partir para um nova cedência.
O regresso de Brassard ao Benfica aconteceria na temporada de 1995/96. Já depois de vestir as cores do Vitória de Guimarães e de nova passagem pelo Gil Vicente, o atleta, pela mão de Artur Jorge, é incluído no grupo de trabalho “encarnado”. Dois anos no Estádio da “Luz” permitiriam ao jogador fazer parte da equipa que, logo na época da sua chegada e já sob o comando de Mário Wilson, venceria a Taça de Portugal. Todavia, esta nova passagem pelo clube onde tinha terminado a sua formação, acabaria por não ser tão frutuosa quanto aquilo que o jogador, por certo, esperaria. A culpa, desta feita, haveria de ser imputada a uma só pessoa – seu nome, Michel Preud’Homme.
Por razão de uma grave maleita, Brassard seria forçado a terminar a sua carreira de desportista. A lesão crónica, faria com que o guarda-redes, já depois de vestir as camisolas do Varzim e Vitória de Setúbal, decidisse, com apenas 29 anos, “arrecadar as suas luvas”. Ora, este momento acabaria por marcar o início de uma nova batalha. Ao reclamar uma pensão vitalícia por conta da sua condição, o antigo atleta vê negadas as suas pretensões. É então que o caso dá entrada nos tribunais. Com o processo a arrastar-se até ao Supremo, Brassard acabaria por sair vitorioso nesta sua luta contra a companhia de seguros em questão. O impacto deste caso seria tal, que o Governo acabaria por alterar as leis, dando a protecção necessária a futuros casos de incapacidade permanente.
Depois de se retirar como futebolista, o antigo atleta viu a Federação Portuguesa de Futebol abrir-lhe as portas. Actualmente, e tendo passado pelos mais diversos escalões, Brassard é um dos treinadores de guarda-redes das selecções nacionais.

LISBOA '91

Num país pouco habituado a grandes eventos desportivos, e com Portugal a defender o título conquistado dois anos antes, o Mundial S-20 haveria de arrastar multidões. Durante essas semanas, muitos futuros craques passaram pelos nossos relvados. É para os recordar que o mês de Maio será dedicado a “Lisboa ‘91”.