1276 - RUI LOJA

Com a formação dividida entre vários emblemas da região de Lisboa, Rui Loja passaria pelas “escolas” de Venda Nova, Sporting, Estrela da Amadora e Casa Pia. Nos “Gansos”, na temporada de 1990/91, faria a transição para as competições seniores, mas acabaria por ser mais a norte que, nas campanhas vindouras, daria continuidade à actividade de futebolista.
Depois da experiência nos “regionais” lisboetas ao serviço do emblema de Pina Manique, a qualidade demonstrada logo no arranque da caminhada sénior levá-lo-ia, rapidamente, a subir diversos degraus no panorama futebolístico português. Naval 1º de Maio e Oliveira do Hospital, em ambos os casos a disputar a antiga 2ª divisão “b”, serviriam para o avançado como rampa para voos de outra ambição. Aliás, seriam mesmo os anos passados com a camisola azul e branca que empurraria o jogador para a fase mais visível da sua carreira.
No que ao destaque diz respeito, seriam, de forma indubitável, os anos a jogar com as cores do Desportivo de Chaves que mereceriam maior distinção na sua caminhada profissional. Em Trás-Os-Montes, o atacante chegaria como reforço para o plantel de 1994/95. Com António Jesus, à entrada do atleta, ainda como treinador, seria já sob a alçada técnica de Vítor Urbano que Rui Loja conseguiria estrear-se na 1ª divisão. No entanto, essa partida, disputada à 6ª jornada do Campeonato Nacional, não teria grande continuidade. Talvez por sentir em demasia o salto competitivo ou por outras razões de cariz adaptativo, a verdade é que o jogador poucas oportunidades conquistaria nessa primeira campanha ao serviço da colectividade flaviense. Porém, a segunda época a competir no emblema sediado no Distrito de Vila Real seria bem diferente e, ao aparecer por diversas vezes em campo, a evolução demonstrada daria a entender um futuro risonho com os de azul-grená.
É certo que Rui Loja, no tempo passado com Desportivo de Chaves, nunca conseguiria afirmar-se como um dos titulares da equipa. Ainda assim, o crescimento revelado durante a temporada de 1995/96 tornaria a sua saída um tanto surpreendente. Seguir-se-ia o Paços de Ferreira e novo encontro com o treinador António Jesus. Todavia, e apesar da aposta no clube da divisão de honra apontar para um rápido regresso ao escalão máximo do futebol luso, tal não viria a acontecer. Aliás, para infelicidade do atleta essa “promoção” não mais viria a concretizar-se.
Com a época de 1996/97 nos “Castores” a classificar-se bem abaixo da média, o jogador acabaria por descer mais um patamar e, na campanha seguinte, juntar-se-ia ao Ribeirão e à disputa da 2ª divisão “b”. Em seguida, o convite do Olhanense levá-lo-ia até ao Algarve, onde, de forma permanente, acabaria por fixar-se. No Portimonense, numa passagem de 3 temporadas, veria, no desenrolar da campanha de 2000/01, o despertar da sua “veia” goleadora ajudar à subida do clube. Também o regresso a Olhão, Imortal, Juventude Campinense e Farense completariam essa fase da sua carreira. Contudo, “penduradas as chuteiras” em 2008, tempo ainda para experimentar o futsal e, com a camisola do Oriental Pechão, dar azo a mais um ano de actividade desportiva.
Após retirado da competição, Rui Loja tem tido algumas aparições no futebol. Depois de, nas camadas jovens do Olhanense, ter experimentado as funções de técnico, destaque para a sua entrada, nesta temporada de 2022/23, para o Moncarapachense. No emblema a disputar a Liga 3, o antigo avançado acabou por aceitar um novo desafio e passou a abraçar as tarefas de Director-Desportivo.

1275 - LUIZ FERNANDO

Ao fazer toda a formação no Sport Club Internacional, seria também no emblema fundado na cidade de Porto Alegre que Luiz Fernando, na temporada de 1990, faria a estreia no patamar sénior. Lançado pelo treinador Ernesto Guedes no plantel principal, depressa o médio conseguiria chamar a atenção de outros intervenientes. Ao destacar-se na agremiação do Estado do Rio Grande do Sul pelas suas belíssimas exibições, acabaria chamado aos trabalhos das jovens equipas sob a alçada da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Integrado no grupo sub-20, participaria e ajudaria a vencer, dentro da referida categoria, o Campeonato Sudamericano de 1991. Meses depois, voltaria a ser convocado por Ernesto Paulo, técnico com passagens pelo União da Madeira, para disputar o Campeonato do Mundo sub-20 organizado em Portugal. Com a final agendada para o Estádio “da Luz”, o esquerdino marcaria presença na derradeira peleja do torneio, mas acabaria por ver o “Conjunto das Quinas” a erguer o troféu.
Seria grandemente por razão dessas participações além-fronteiras que Luiz Fernando, pela mão do empresário Manuel Barbosa, acabaria contratado pelo Sporting de Braga. Tendo ainda participado na edição de 1992 do Campeonato Gaúcho, competição que o Internacional venceria, o médio chegaria ao Minho como um dos grandes reforços do plantel “arsenalista” para a campanha de 1992/93. Porém, mesmo com o estatuto que auferia pela altura da apresentação aos adeptos, a verdade é que o jovem atleta, sob a orientação do treinador Vítor Manuel, pouco participaria nos desafios do conjunto bracarense. Com apenas 7 partidas disputadas para o Campeonato Nacional, o médio sairia a meio da época de chegada a Portugal e com o destino a levá-lo ao outro lado da fronteira.
Depois de rubricar contrato com o Real Madrid, Luiz Fernando, no período vivido na capital espanhola, acabaria por passar grande parte do seu tempo integrado no conjunto “B”. Sem grande sucesso a retirar da experiência “merengue”, a não ser as partidas disputadas no 2º escalão, o médio, em 1994, retornaria ao país natal. Ao voltar também a envergar a camisola do Internacional de Porto Alegre, o atleta, a partir desse momento, começaria um périplo que, em quase toda a extensão da sua caminhada enquanto futebolista, levá-lo-ia, numa constância bastante elevada, a mudar várias vezes de emblema. No referido trajecto, durante o qual representaria mais de uma dúzia de diferentes clubes, há que destacar a sua passagem pelo Cruzeiro. Na agremiação de Belo Horizonte voltaria a destacar-se pelas boas exibições e acabaria por ajudar, em 1996, à conquista do Campeonato Mineiro e da Taça do Brasil.
Terminada a carreira de desportista em 2004, Luiz Fernando ainda voltaria a ligar-se à modalidade. Juntamente com um grupo de amigos, em 2005, na cidade de Palmares do Sul, fundaria o Esporte Clube Vila Seca, colectividade vencedora de 5 edições do Campeonato Municipal. Hoje em dia, afastado do futebol, o antigo médio dedica o tempo à gestão dos seus negócios na área da construção civil.

1274 - AMÍLCAR

Com a formação concluída no Oriental, seria no popular emblema “alfacinha” que Amílcar subiria ao patamar sénior. Com a campanha seguinte, já na temporada de 1973/74, o jovem futebolista, com a promoção da equipa ao escalão máximo, conseguiria também estrear-se na 1ª divisão. Apesar de pouco experiente, a verdade é que a grande montra do futebol português em nada intimidaria o defesa. Lançado no escalão máximo pelo treinador Pedro Gomes, o central rapidamente conseguiria segurar um lugar no “onze”. Ao conservar o estatuto de titular também na época subsequente, o prémio para as boas exibições chegaria com a chamada à selecção, nomeadamente aos trabalhos das “esperanças” lusas.
O encetar da temporada de 1975/76 revelaria Amílcar com as cores do Estoril Praia. Ao manter-se na 1ª divisão, o defesa, sempre a demonstrar uma evolução francamente positiva, consagrar-se-ia como um dos bons intérpretes a disputar as principais provas nacionais. Sem nunca abandonar o escalão máximo e como um dos pilares da estratégia montada pelos diversos treinadores contratados pelos “Canarinhos”, os 4 anos de bom nível vividos ao serviço do conjunto da Linha de Cascais, serviriam, ainda mais, para valorizar o atleta.
Seguir-se-ia no seu trajecto desportivo um dos emblemas mais importantes da carreira do defesa-central. No Belenenses a partir da temporada de 1979/80, seriam as 2 campanhas disputadas pela agremiação da “Cruz de Cristo” que catapultariam Amílcar para um patamar apenas alcançado por uma elite de praticantes. Depois de cimentado no sector mais recuado do desenho táctico, peça fundamental para qualquer um dos técnicos com quem trabalharia no Restelo, o atleta acabaria convocado a vestir a mais importante “camisola das quinas”. Chamado a jogo por Juca, seu antigo treinador nos “Azuis”, a estreia pela principal selecção portuguesa aconteceria a 20 de Junho de 1981, no Estádio das Antas. No decorrer desse “amigável” frente à Espanha, entraria para o lugar de Eurico Gomes e, desse modo, enriqueceria o currículo com 1 internacionalização “A”.
Apesar da indubitável importância do Belenenses na caminhada de Amílcar, o Portimonense, onde chegaria a envergar a braçadeira de capitão, tornar-se-ia no emblema mais representativo da sua ligação ao futebol. Depois de ter estado com um pé no Sporting Clube de Portugal, a “operação relâmpago” perpetrada pelos dirigentes da aludida colectividade algarvia, desviaria o jogador, no Verão de 1981, para o sul do país. Inserido num plante cheio de craques, casos de Joaquim Murça, Carlos Alhinho, Valter Costa, Norton de Matos ou Carlos Coelho, e orientado por um promissor e ambicioso Artur Jorge, mais uma vez, o defesa iria impor-se como um dos melhores elementos do plantel e, por conseguinte, do panorama desportivo em Portugal.
O regresso ao Estoril Praia na temporada de 1983/84 marcaria o fim da sua senda primodivisionária. Após 11 campanhas no convívio com os “grandes”, o atleta passaria a disputar os escalões secundários. O Estrela da Amadora e o Silves, em partes iguais, marcariam os últimos 4 anos do defesa como futebolista. Já o referido emblema algarvio, onde acabaria por “pendurar as chuteiras” em 1987/88, daria igualmente ensejo a outras funções dentro da modalidade. Ao dar aí os primeiros passos como treinador, Amílcar Fonseca alimentaria a carreira ao trabalhar em emblemas da região. Quarteirense, Imortal, Lagoa e Louletano também fariam parte dessa experiência. No entanto, seriam os anos passados nas equipas técnicas do Portimonense que mais importância trariam ao seu trajecto como técnico.

1273 - FRANÇA

Descoberto pelo Sporting ainda em idade adolescente, António dos Santos França deixaria Angola no início da segunda metade da década de 1950, para integrar a equipa de juniores dos “Leões”. Aferido como um atleta promissor, depois da campanha anterior a jogar pelas “reservas” leoninas, o médio chegaria à equipa principal na temporada de 1958/59. Estrear-se-ia na 1ª divisão pela mão do treinador uruguaio Enrique Fernández. No entanto, a presença de atletas como David Júlio ou Fernando Mendes não daria à evolução do jovem futebolista muitas oportunidades. Sem espaço no plantel “verde e branco”, o termo da época de 1959/60 conduzi-lo-ia ao fim da ligação com o emblema lisboeta e traria à sua vida a cidade de Coimbra.
Os dois anos passados na Académica seriam suficientes para pô-lo não na história do futebol da “Briosa”, mas nos anais da pátria natal. Apesar de conseguir destacar-se como um médio de boa técnica e com qualidades suficientes para alimentar uma carreira desportiva de excelência, os interesses de França levá-lo-iam noutro sentido. Membro do MPLA na clandestinidade, as manifestações estudantis em Coimbra fariam com que a PIDE começasse a monitorizar, de forma mais apertada, todos os seus movimentos. Juntamente com Chipenda, José Júlio e Araújo, seus colegas de equipa e também militantes nas lutas pela independência das antigas colonias portuguesas, escaparia ao apertado cerco montado pela polícia política e, à “boleia” de uma traineira algarvia, conseguiria fugir para África.
Ao transformar-se numa importante figura da luta pela libertação de Angola, França, que passaria a ser conhecido como Ndalu, entraria numa fase da vida bastante peculiar. Antes ainda da independência da sua nação, seria enviado para Cuba, como bolseiro, para estudar agronomia no  Instituto Superior de Ciências Agropecuárias de Havana. Com a travessia do Atlântico, ajudaria também à consolidação da emblemática revolução e, como reconhecimento pelo seu envolvimento, ser-lhe-ia concedida a nacionalidade cubana. Esse passo, após regressar à actividade futebolística ao serviço de agremiações sediadas na referida ilha antilhana, levaria o médio a aceitar o convite da selecção e a tornar-se internacional pelo país liderado por Fidel Castro.
De regresso à pátria-mãe, principalmente depois da independência, António França Ndalu transformar-se-ia num dos nomes mais importantes do contexto político e militar daquele país africano. Ao assumir altos cargos nos destinos internos da nação angolana, também conseguiria destacar-se como um prestigiado diplomata. Nesse sentido, para além dos papéis em diferentes contextos negociais, como é exemplo o badalado Acordo de Bicesse, o apelidado “General dos generais” tornar-se-ia no primeiro embaixador de Angola nos Estados Unidos da América.
Sem nunca conseguir deixar de lado a paixão pelo futebol, França seria um dos principais impulsionadores da fundação do Clube Desportivo 1º de Agosto e acabaria por tornar-se no primeiro Presidente da colectividade ligada ao Exército de Angola. Noutro sentido, de volta ao emblema leonino, faria parte da Comissão de Honra do Centenário do Sporting Clube de Portugal.

1272 - VALCKX

Depois de concluir a formação no VVV-Venlo, Stan Valckx, na temporada de 1983/84, fixar-se-ia no conjunto principal do emblema fundado na província de Limburgo. Ainda a disputar o segundo escalão dos Países Baixos, o defesa logo começaria a destacar-se como um dos bons intérpretes da agremiação e, nesse sentido, tornar-se-ia num dos pilares da subida de divisão conquistada no final da campanha de 1984/85.
A estreia no patamar máximo não afastaria o atleta das boas exibições. Aferido como um defesa tranquilo, com uma capacidade técnica superior e um entendimento táctico bem acima da média, Valckx rapidamente passaria a ser visto como um dos melhores da posição, a jogar na Eredivisie. Porém, merecido o estatuto, seriam necessárias 3 temporadas a competir nas principais provas do país, para que um grande emblema neerlandês apostasse na sua contratação. Apesar da demora, a saída do VVV-Venlo levá-lo-ia ao PSV. Em Eindhoven a partir de 1988/89, o jogador passaria a competir pela titularidade com Ronald Koeman, Mitchell van der Gaag, Ivan Nielsen ou Jozef Chovanec. Mesmo assim, a forte concorrência não haveria de esmorecer o central e, logo à chegada, conquistaria um lugar no sector mais recuado.
A primeira passagem pelo PSV rechearia o palmarés do defesa com inúmeros títulos. No entanto, os 3 Campeonatos e as 2 Taças vencidas durante as 4 temporadas cumpridas no emblema sob a chancela da Philips, não seriam os únicos marcos alcançados por Valckx. Durante o referido período, como prova da sua qualidade, também da equipa nacional dos Países Baixos chegaria a convocatória que resultaria na sua primeira internacionalização “A”. Chamado a jogo pelo lendário Rinus Michels, o “particular” disputado em Itália a 26 de Setembro de 1990, encetaria para o jogador uma caminhada que o levaria a um total de 20 partidas disputadas com as cores do seu país e, ainda mais importante, à lista de futebolistas que, em 1994, partiriam para os Estados Unidos da América, para participar no Campeonato do Mundo de Selecções.
Outra figura importante na carreira profissional do defesa, seria Bobby Robson. Depois de orientado pelo inglês ainda no PSV, a sua mudança para o Sporting ficaria intimamente ligada à contratação do técnico pelos “Leões”. Com a chegada de ambos a Lisboa a acontecer para a campanha de 1992/93, o defesa faria parte de equipas que, ao integrar nomes como Figo, Peixe, Capucho, Cherbakov, Balakov, Iordanov, Cadete ou Paulo Sousa acabariam tidas como das melhores de sempre a envergar o listado verde e branco. Todavia, contrariamente à qualidade dos planteis e do futebol praticado, o conjunto leonino e Stan Valckx nada venceriam.
Com Carlos Queiroz à frente do destino técnico do clube, seria já com a época de 1994/95 em andamento que o atleta neerlandês daria por terminada a ligação ao Sporting. Ao deixar Portugal, o jogador regressaria ao PSV. Numa passagem que, como futebolista, somaria quase meia-dúzia de temporadas, os títulos voltariam a fazer parte da sua rotina. Com o defesa a ajudar na vitória de outros 2 Campeonatos, 1 Taça e 1 Supertaça, aquela que seria a segunda passagem de Valckx pelo emblema sediado no Sul dos Países Baixos, prolongar-se-ia até ao termo da campanha de 1999/00.
Depois de “pendurar as chuteiras”, o antigo central manter-se-ia ligado à colectividade de Eindhoven, mas nas tarefas de Director-Técnico. Nessas funções ou em semelhantes, tem corrido o mundo e, a juntar ao regresso ao VVV-Venlo, também conta com experiências na China, Polónia e Chipre.

1271 - RIVA

Ao revelar-se nas equipas de formação do Valeriodoce Esporte Clube, emblema da cidade de Itabira e pelo qual venceria 2 Campeonatos de juniores do Estado de Minas Gerais, Riva depressa chamaria a atenção de emblemas de outra monta.
Extremo rápido e dotado de boa técnica, já depois de uma curta passagem pelo Bela Vista, o regresso à primeira colectividade aqui aludida, faria com que o avançado conseguisse fixar-se na equipa principal. Nessa progressão, uns anos após a estreia no conjunto sénior do Valeriodoce, a vitória do clube na edição de 1992 da Supercopa Minas Gerais transformar-se-ia na rampa de lançamento do atacante. Ainda no decorrer da mesma época, surgiria o interesse do Cruzeiro na sua contratação e a disputa do “Brasileirão” pelo emblema sediado em Belo Horizonte. Terminado o empréstimo, dar-se-ia o regresso do jogador a Itabira. No entanto, a estadia na sua terra natal pouco tempo duraria e, o desafio vindo do outro lado do Atlântico, levá-lo-ia à primeira aventura no estrangeiro.
Por empréstimo no Paços de Ferreira de 1993/94, Riva encontrar-se-ia com o técnico que acabaria por tornar-se na figura mais importante para a sua fixação em Portugal. Depois de um curto regresso ao Brasil, durante o qual vestiria a camisola do América, o extremo receberia o convite de Vítor Urbano, o seu treinador na passagem pelos “Castores”, para integrar o plantel do Desportivo de Chaves. A única época disputada em Trás-Os-Montes seria suficiente para o atacante demonstrar capacidades suficientes para apontar a outros horizontes. A evoluir positivamente, seguir-se-ia o Vitória Sport Clube, a luta pelos lugares cimeiros do Campeonato Nacional e as pelejas sob a chancela da UEFA.
Na “Cidade Berço” desde a temporada de 1996/97, Riva, à imagem do papel desempenhado nos emblemas lusos anteriormente representados, sublinhar-se-ia como um dos elementos mais importantes no xadrez táctico da equipa. Sempre como um dos mais utilizados durante as 4 campanhas nos “Conquistadores”, o avançado contribuiria para as boas prestações colectivas. Nesse sentido, como já foi destapado no parágrafo antecedente, o destaque acabaria por ir para as participações nas provas continentais e, logo na sua época de estreia em Guimarães, para a eliminação do Parma.
Seria também durante esse período passado no Minho que haveria de ser abordada a transferência do atacante para o Benfica. Segundo consta, a mudança para as “Águias” esbarraria na intransigente vontade do Presidente Pimenta Machado em manter o jogador no plantel vimaranense. Porém, o atleta acabaria mesmo por findar a sua ligação com o clube. Segundo as especulações da altura, Paulo Autuori, recém-contratado, terá posto o extremo na lista de elementos dispensáveis. A separação faria com que o atacante viajasse para bem perto e passasse a reforçar os rivais do Sporting de Braga.
As 2 temporadas com os “Guerreiros” terminariam com o currículo do jogador a indicar um total de 8 campanhas disputadas no escalão máximo português. Já de regresso ao Brasil, o extremo ainda teria tempo para vestir as camisolas do Vila Nova, Ponte Preta e, ao lado do irmão Samis, jogar com as cores da Democrata de Sete Lagoas. Porém, uma grave lesão no joelho obrigá-lo-ia, aos 33 anos de idade e retirar-se das lides competitivas. Mesmo agastado pelo infortúnio, o antigo atleta voltaria a ligar-se à modalidade. Como técnico, destaque para a experiência como treinador do Boa Esperança, mas, principalmente para a criação da “Escola” Riva’s Sport, onde trabalha com crianças.

1270 - MOTA

Ao completar a formação nas “escolas” leoninas, Mota, na temporada de 1977/78, seria integrado no plantel sénior do Sporting Clube de Portugal. À altura ainda a posicionar-se no sector intermediário do campo, seria no lado direito do terreno de jogo que, com a sua velocidade, melhor conseguiria destacar-se. Porém, e mesmo tendo em conta as qualidades exibidas, a verdade é que o jovem atleta nunca haveria de impor a sua presença no “onze” titular. Ainda assim, depois de lançado no conjunto principal pelo treinador brasileiro Paulo Emílio, o médio manter-se-ia no plantel “verde e branco” por 4 épocas. Durante essas campanhas, destaque para a inclusão do seu nome no rol de futebolistas vencedores da Taça de Portugal de 1977/78 e da edição de 1979/80 do Campeonato Nacional.
Seguir-se-ia, na carreira do futebolista, o reencontro com Rodrigues Dias, antigo treinador de Mota nos “Leões”, e a entrada no emblema mais representativo da sua caminhada desportiva. No Vitória Futebol Clube desde a campanha de 1981/82, a agremiação sediada na cidade de Setúbal marcaria vincadamente o seu trajecto profissional. Para além das 6 temporadas cumpridas no Bonfim, 5 das quais a disputar a 1ª divisão, a sua chegada à margem direita do Rio Sado levá-lo-ia a mudar o estilo de jogo. Sem trocar de lado, mas já recuado para a defesa, o atleta tornar-se-ia num dos elementos mais importante nas manobras tácticas do conjunto sadino e, na meia-dúzia de épocas em que vestiria o listado vertical verde e branco, raras seriam as vezes em que veria os colegas de posição a ultrapassá-lo na corrida para a titularidade.
A mudança para a Académica de Coimbra na campanha de 1987/88, levaria Mota à última época disputada no escalão máximo. Com o fim da referida temporada a ditar a despromoção dos “Estudantes”, o lateral-direito cumpriria o resto da carreira nos patamares secundários do futebol português. Após mais 3 temporadas na “Cidade dos Estudantes”, o defesa rumaria a Sul e a aposta no Vasco da Gama resultaria na passagem de 4 temporadas pela colectividade sediada em Sines.
Mesmo com o fim da carreira como desportista profissional a aproximar-se do fim, o veterano atleta teria ainda a oportunidade para envergar outra camisola. Como atleta do Amora, o futebolista, finda a temporada de 1995/96, tomaria a decisão de pendurar as “chuteiras”. No entanto, ainda que retirado dos relvados, Joaquim Mota, depois de ter experimentado no aludido emblema alentejano, os deveres de treinador-jogador, continuaria ligado ao conjunto do Concelho do Seixal, mas já nas funções de técnico. Nessas mesmas tarefas, destaque para o projecto que, no início de 2022, levaria o ex-defesa até ao Brasil. Como um dos escolhidos para acompanhar a parceria feita entre o Sport Lisboa e Benfica e Coimbra Sports, o antigo lateral viajaria para o outro lado do Atlântico e passaria a acompanhar os sub-17 do emblema do Estado de Minas Gerais.

1269 - SOARES DOS REIS

Desde muito cedo apaixonado pela prática do futebol, Manuel Soares dos Reis, mesmo contra a vontade do pai, começaria a caminhada desportiva pelas colectividades sediadas na terra natal. Após ingressar, em 1925/26, no Egas Moniz Sport Club, a transferência para o Sport Club de Penafiel, um ano passado sobre o arranque de carreira, para além de levar o jovem guardião às provas organizadas pela Associação de Futebol do Porto, dar-lhe-ia a oportunidade de ver destacadas as suas habilidades no pasquim “Os Sports de Lisboa”.
Em paralelo com a profissão de tipógrafo, o guarda-redes continuaria a jogar pelo Sport Club de Penafiel até ao início temporada de 1928/29. Já com um par partidas disputadas na referida época pelo emblema penafidelense, o convite vindo do Leça transportá-lo-ia para outro patamar competitivo. Com a agremiação do concelho de Matosinhos a disputar essa edição do Campeonato de Portugal, os louvores individuais surgiriam a par da excelente campanha colectiva. Como um dos titulares, as exibições de Soares dos Reis revelá-lo-iam como um dos melhores intérpretes da equipa e ajudariam o conjunto nortenho a caminhar até aos quartos-de-final da prova.
Com o Serviço Militar Obrigatório a levá-lo até à capital, o convite de um oficial com ligação ao Belenenses, faria com que Soares dos Reis passasse a temporada de 1931/32 a envergar as cores do emblema lisboeta. Sendo os “Azuis” uma das melhores equipas a nível nacional, o jogador acabaria por ver o seu currículo adornado por inolvidáveis momentos. Num conjunto recheado de internacionais, casos de Cézar de Matos, João Belo, Alfredo Ramos, José Simões, José Luís, Silva Marques ou Augusto Silva, o guardião, para além de ajudar à vitória no Campeonato de Lisboa, daria o seu contributo para que os da “Cruz de Cristo” chegassem à final do Campeonato de Portugal.
Com o regresso à “Cidade Invicta”, o atleta começaria por juntar-se ao Boavista. Seguir-se-ia, depois da temporada de 1932/33 ao serviço das “Panteras”, o ingresso no FC Porto. A entrada no plantel “azul e branco” catapultá-lo-ia para melhor fase da carreira e o grande sinal da sublimidade das suas exibições viria, ainda no decorrer da primeira época na Constituição, com a chamada à equipa nacional. A estreia por Portugal aconteceria pela mão de Ribeiro dos Reis, em Março de 1934, numa partida disputada frente a Espanha. O encontro, referente à qualificação para o Mundial a realizar nesse mesmo ano, para além de fazer de Soares dos Reis o primeiro guardião portista a envergar a "camisola das quinas", encetaria para o jogador uma bela caminhada com as cores lusas e, numa altura em que as pelejas entre selecções escasseavam, o guarda-redes acumularia um total de 4 internacionalizações.
A sua ligação ao FC Porto enquanto futebolista prolongar-se-ia por 7 temporadas. Durante esses anos, onde também acabaria por destacar-se pelas camisolas bordadas com as suas iniciais ou pelos treinos com coelhos, Soares dos Reis seria uma das figuras de proa nas conquistas do emblema portuense. Nesse sentido e quase sempre como o dono da baliza, ajudaria a vencer 6 Campeonatos do Porto, 1 Campeonato de Portugal e, incluída no número a vitória no Campeonato da I Liga de 1933/34, 3 Campeonatos Nacionais.
Depois de retirado das actividades futebolísticas, Soares dos Reis continuaria a vincar a sua paixão pelos “Dragões” e aceitaria desempenhar as funções de dirigente.

1268 - MLADENOV

Com os primeiros passos dados ao serviço do Dimitrovgrad, as excelsas qualidades de Stoycho Mladenov, para além de levar o avançado às jovens selecções da Bulgária, fariam com que, ainda em idade juvenil, conseguisse conquistar um lugar no plantel sénior do referido clube. Ao destacar-se como um dos melhores do grupo de trabalho, rapidamente surgiriam os maiores emblemas do país a interessarem-se pela sua contratação. Quem venceria a corrida acabaria por ser o Beroe e a mudança para o emblema sediado na cidade de Stara Zagora catapultaria a carreira do atacante.
A estreia em jogos oficiais na temporada de 1976/77, a primeira no novo emblema, transformar-se-ia num presságio para uma carreira de excelência. Ao conquistar a titularidade ainda na preparação da época, o encetar de actividades por parte de Mladenov, resultado do golo por si concretizado, terminaria com o Beroe a vencer por 1-0. Nessa senda goleadora, os remates certeiros surgiriam naturalmente e, como consequência da sua habilidade finalizadora, logo ao segundo ano pelos “Verdes”, o avançado, com 21 tentos, terminaria a campanha como o Melhor Marcador do Campeonato da Bulgária.
Por altura da conquista do aludido galardão individual, já o avançado tinha conseguido estrear-se pela principal selecção búlgara. Frente à Escócia, num particular disputado no Hampden Park, o atleta brindaria a confiança do treinador Tsvetan Ilchev com um golo. Na sequência dessa partida agendada a 22 de Setembro de 1978, Mladenov passaria a ser arrolado como um dos nomes habituais nas convocatórias para os compromissos do conjunto nacional. Numa caminhada em que acumularia um total de 59 internacionalizações, o destaque surgiria com a sua chamada ao Mundial de 1986. No torneio organizado no México, o jogador participaria nos 3 encontros da Fase de grupos e contribuiria para a chegada da Bulgária aos oitavos-de-final.
Voltando ao percurso clubístico de Mladenov, a sua mudança na temporada de 1980/81 para o CSKA de Sófia, sublinhá-lo-ia como uma das maiores figuras do desporto búlgaro. Para esse estatuto em muito contribuiriam os troféus ganhos colectivamente. No emblema da capital, ao currículo do avançado acrescentar-se-iam as vitórias em 4 Campeonatos e em 2 Taças. Porém, para além dos títulos, as participações nas competições europeias, com especial destaque para a chegada às meias-finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1981/82, elevariam o seu nome à condição de um dos jogadores mais apetecíveis no universo futebolístico. As exibições na referida edição da maior prova de clubes, onde 2 golos do avançado ajudariam a eliminar o Liverpool, fariam com que grandes colectividades fossem no seu encalço. Com os “Reds” a liderarem o interesse na sua contratação, seriam as entidades governamentais búlgaras a proibirem a saída do futebolista para o estrangeiro.
A mudança acabaria mesmo por acontecer na campanha a seguir ao Mundial de 1986. Com o Belenenses a abrir-lhe as portas do Ocidente, a chegada de Mladenov ao futebol português logo classificaria o jogador como um dos melhores intérpretes das provas lusas. Em 3 temporadas no Restelo, o avançado transformar-se-ia numa das figuras de proa do plantel. Para além de ajudar os “Azuis” a chegar ao pódio do Campeonato Nacional de 1987/88 e das participações na Taça UEFA, o avançado, apesar de não ter saído do banco na final frente ao Benfica, faria parte do grupo que venceria a Taça de Portugal de 1988/89.
Ainda em Portugal, Mladenov, numa carreira que terminaria aos 37 anos de idade, passaria por outros clubes. Com mais 2 temporadas ao serviço do Vitória Futebol Clube e outras tantas com as cores do Estoril Praia, o avançado cumpriria 7 temporadas na 1ª divisão. De seguida, numa fase de transição, surgiria a sua passagem pelo Olhanense, ainda como treinador-jogador. Após o Verão de 1994, o antigo futebolista, já em exclusivo no papel de “timoneiro”, manter-se-ia nos “Leões de Olhão”. Aliás, o Algarve tornar-se-ia de vital importância ao lança-lo, em definitivo, nas novas funções. Como técnico, conta com passagens pelo Belenenses, selecção da Bulgária, CSKA de Sófia e Litex Lovech e experiência em países como o Egipto, Arábia Saudita e Cazaquistão. Nesse longo percurso, o destaque vai para as 2 vitórias no Campeonato búlgaro à frente do mencionado emblema da capital ou para a conquista da Taça cazaque ao serviço do FC Kaisar.