1328 - SCHWARZ

Filho de pai alemão e mãe sueca, seria nos germânicos do Bayer Leverkusen que Stefan Schwarz terminaria o percurso formativo. No entanto, na altura de iniciar a caminhada no patamar sénior, a sua opção levá-lo-ia a retornar à cidade natal e a partir da temporada de 1987, o jovem atleta passaria a envergar as cores do Malmö FF. A sua contratação pelo emblema situado sul da Suécia, onde chegaria a partilhar o balneário com Mats Magnunsson e Jonas Thern, concordaria com uma fase prolífera do clube. Para além das boas prestações nas competições europeias, como provam as 3 vitórias na Taça Intertoto, entre a época de ingresso do jogador e a que coincidiria com a da sua saída, entrariam também para os escaparates da colectividade os troféus correspondentes às vitórias em 3 Campeonatos e em 1 Taça.
Pelas razões acima arroladas, o defesa-esquerdo, que podia igualmente posicionar-se no sector intermediário do terreno de jogo, começaria a despertar o interesse de outros emblemas europeus. Como é óbvio, há outro factor que em muito terá contribuído para a sua valorização. Falo das chamadas à selecção nacional. Pela Suécia, depois da estreia num particular frente aos Emirados Árabes Unidos, jogo disputado a 14 de Fevereiro de 1990, Schwarz seria convocado ao grupo que, ainda nesse ano, viajaria em direcção a Itália para disputar a Fase Final do Mundial. Também no que ao percurso internacional diz respeito, há que fazer alusão às participações em outros 2 torneios de monta, o Euro 92 e o Campeonato do Mundo de 1994. Nesse sentido, falta referir as 69 partidas pelo país escandinavo e que acabariam por colorir o seu currículo como futebolista profissional.
Voltando ao percurso clubístico de Schwarz e com Sven-Göran Eriksson no comando técnico do Benfica, o passo seguinte da sua carreira seria dado com as cores da colectividade lusa. A sua chegada à Luz dar-se-ia no começo da temporada de 1990/91 e apesar da titularidade conquistada, uma grave lesão afastá-lo-ia durante grande parte da época. Com a mazela debelada, o jogador rapidamente voltaria a assumir o seu posto no “onze” das “Águias”. Ao tornar-se num elemento de fulcral valor no “xadrez” da equipa, as suas presenças em campo transformar-se-iam num pilar dos futuros sucessos colectivos. Depois da vitória no Campeonato Nacional correspondente ao ano da sua chegada a Lisboa, já com Toni à frente dos “Encarnados”, o atleta adicionaria ao palmarés as conquistas da Taça de Portugal de 1992/93 e do Campeonato Nacional de 1993/94.
Os êxitos conseguidos catapultariam Schwarz para as ligas de topo. Depois do ingresso no plantel de 1994/95 do Arsenal, campanha em que disputaria a final da Taça dos Vencedores das Taças, seguir-se-iam a passagem de 3 épocas pelo “Calcio” e pela Fiorentina, a contratação pelo Valencia de 1998/99, onde venceria a Taça Intertoto e a Copa del Rey, e um ano volvido sobre a chegada a Espanha, o regresso a Inglaterra para representar o Sunderland. Durante o aludido período há ainda que destacar dois marcos importantes na carreira do jogador: a conquista da Guldbollen de 1999, prémio anualmente atribuído ao melhor futebolista sueco, e fim da caminhada competitiva, com o termo da temporada de 2002/03.

1327 - ARAÚJO


Seria ainda como elemento das camadas de formação da CUF que José Araújo começaria a demonstrar dotes futebolísticos de alto gabarito. Tal facto levaria os responsáveis técnicos pelas jovens equipas da Federação Portuguesa de Futebol a convocá-lo aos, hoje em dia, denominados sub-16. Depois da estreia no referido escalão, partida disputada no âmbito do Torneio Internacional de St. Malo, a 30 de Março de 1975, o médio-ofensivo, que nesse jogo também marcaria um golo, continuaria a ser chamado a envergar as cores lusas. Nesse sentido e nos anos vindouros, o atleta, entre o patamar já aludido, os sub-18 e os sub-21, somaria um total de 15 internacionalizações.
Já a estreia no patamar sénior, ainda com as cores da CUF, ocorreria na temporada de 1975/76. Como elemento da equipa do Lavradio, Araújo, sob a alçada de Mário João e, após o despedimento deste, orientado por Francisco Abalroado, logo conquistaria um lugar de destaque no plantel. Infelizmente para o atleta, o clube não conseguiria evitar a despromoção ao segundo escalão. Aliás, o regresso do médio ao convívio com os “grandes” dar-se-ia somente passados alguns anos e com o jogador a envergar a camisola do rival Barreirense. Curiosamente, essa campanha de 1978/79, em termos colectivos, terminaria também com a descida do seu emblema, o que o forçaria a nova travessia pelos cenários secundários.
Ainda que na disputa da 2ª divisão, os desempenhos de Araújo acabariam por merecer a atenção de emblemas de outra monta. No entanto, a transferência para o Benfica na temporada de 1981/82, asseverando-o como uma das grandes promessas do desporto luso, resultaria numa enorme desilusão. Com o jogador assolado por uma grave lesão, o melhor que haveria de conseguir nos 3 anos de ligação às “Águias” seria a passagem pelas “reservas” do emblema da Luz.
Já recuperado, regressaria ao Barreiro e, mais uma vez, para envergar as cores da CUF, à altura já denominada Quimigal. No que diz respeito ao resto do seu caminho competitivo, a verdade é que o médio-ofensivo não mais voltaria às exibições de outrora e que tinham feito dele um dos bons intérpretes do futebol português. Pescadores da Costa da Caparica, Sesimbra e Estrela de Vendas Novas transformar-se-iam nas colectividades que acabariam por preencher os derradeiros passos de uma caminhada competitiva que conheceria o fim na transição da década de 1980 para a de 1990.

1326 - JOSÉ CARLOS

Ao contrário do pai Marinho, antiga estrela da selecção nacional e leonina, e de Mário Tito, de quem é irmão gémeo, José Carlos faria a sua formação não no Atlético, mas no Sporting Clube de Portugal. Tal facto, muito provavelmente, terá contribuído para que o jogador fosse chamado aos trabalhos das jovens equipas à guarda da Federação Portuguesa de Futebol. Nesse âmbito, depois da estreia pelos sub-18 lusos a 24 de Setembro de 1985, pela mão do “Magriço” José Augusto e num particular frente à antiga Checoslováquia, o atleta ainda conseguiria adicionar ao currículo outras 3 partidas com a “camisola das quinas”, somando 4 internacionalizações no referido escalão.
Apesar de projectado como um elemento com um futuro promissor, a verdade é que José Carlos, na altura de fazer a transição para o patamar sénior, acabaria por sair de Alvalade para, a partir da temporada de 1987/88, passar a envergar as cores do Estoril Praia. No emblema da Linha de Cascais, depois das 4 primeiras campanhas a disputar o escalão secundário, a época de 1991/92 levá-lo-ia à estreia no degrau máximo do futebol luso. Já como um dos elementos regulares no lado direito do sector mais recuado, o jogador, daí em diante, manteria o estatuto de titular no esquema táctico idealizado por Fernando Santos. Por essa razão, depressa conseguiria afirmar-se como um dos nomes históricos dos “Canarinhos” e os 8 anos passados com a camisola do clube, muitos deles a partilhar o balneário com o irmão Mário Tito, ainda mais contribuiriam para alimentar essa posição.
Com Fernando Santos a orientar o Estrela da Amadora e com o Estoril Praia na disputa da divisão de Honra, José Carlos seria convidado a vestir as cores do emblema sediado no bairro da Reboleira. Apresentado no Estádio José Gomes como reforço para a temporada de 1995/96, tal como tinha acontecido na maior parte do seu percurso profissional, o defesa, que também podia subir um pouco mais até ao meio-campo, manteria o estatuto de titular. Nos anos sob a alçada do aludido treinador e também com os técnicos seguintes, a situação do atleta, no que ao “onze” inicial concerne, conservar-se-ia. Essa situação, mais uma vez, encaminhá-lo-ia para os anais da colectividade. Muito mais do que contribuir para o 7º lugar na edição de 1997/98 do Campeonato Nacional da 1ª divisão, a melhor classificação da agremiação a par da conseguida em 1993/94, o jogador tornar-se-ia num dos nomes com mais partidas disputadas pelo emblema da Linha de Sintra no escalão máximo, mais concretamente, 167 jogos.
Com a saída dos “Tricolores” a acontecer com o termo da época de 2001/02, o atleta, já na fase descendente da carreira, teria ainda tempo para disputar mais algumas temporadas. Com o Torreense e o Atlético da Malveira a preencherem as últimas etapas da sua caminhada competitiva, José Carlos, ao “pendurar as chuteiras”, haveria de manter a ligação à modalidade. Praticamente de seguida, o antigo futebolista aceitaria o desafio lançado pelo Estrela da Amadora e regressaria à Reboleira para abraçar as tarefas de técnico nas camadas jovens do clube. Ainda nos patamares formativos, destaque para a sua passagem pelo Futebol Benfica.

1325 - MÁRIO TITO

Filho de Marinho, antigo internacional português e estrela do Sporting, e irmão gémeo do igualmente futebolista José Carlos, Mário Tito, tal como o pai, também faria a transição dos escalões de formação para o universo sénior com as cores do Atlético Clube de Portugal. No entanto, contrariamente ao progenitor, o jovem praticante, no momento da chegada à equipa principal do emblema sediado no popular bairro lisboeta de Alcântara, não apanharia a colectividade a disputar o patamar máximo do futebol luso. Ainda assim, a espera por tal momento não duraria muito tempo e a sua presença na 1ª divisão aconteceria passado um par de temporadas.
Com a mencionada estreia no patamar sénior a acontecer na campanha de 1986/87, Mário Tito, na temporada correspondente à transferência para o Nacional da Madeira, conseguiria dar os primeiros passos no convívio com os “grandes”. Infelizmente para o defesa, essa época de 1988/89, orientada pelo treinador brasileiro Paulo Autuori, não teria continuidade no ano seguinte. Pouco utilizado pelo referido técnico, o jogador acabaria por retornar ao território continental, mas dessa feita para envergar as cores do Estoril Praia e para passar a partilhar o balneário com o irmão José Carlos. A aposta, apesar de empurrar o atleta para o escalão secundário, não correria mal de tudo e depois da chegada ao emblema da Amoreira em 1989/90, o regresso à 1ª divisão estaria para breve.
Como um dos elementos principais na caminhada que levaria os “Canarinhos” de volta ao degrau maior do futebol português, Mário Tito, ainda que uns furos abaixo da campanha que terminaria com a promoção do Estoril Praia, conseguiria ser um dos atletas que, sob a batuta do Engenheiro Fernando Santos, acabaria por ser utilizado com regularidade na temporada de 1991/92. Já época seguinte, apesar da permanência na 1ª divisão, não seria, em termos individuais, tão proveitosa quanto as anteriores e pouco chamado a jogo pelo já aludido técnico, a carreira do defesa viria mesmo a mudar de rumo.
Depois da saída do emblema da Linha de Cascais a acontecer com o termo da temporada de 1992/93, Mário Tito, que não voltaria a disputar o patamar máximo, regressaria a uma casa bem conhecida. Ao retornar ao Atlético, o defesa acabaria igualmente por dar início à última fase da carreira. No decorrer desse último capítulo competitivo, para além da agremiação “alfacinha”, destaque também para as suas passagens pelo Amora e pelo Futebol Benfica.

1324 - MARINHO

Formado no Atlético, seria no emblema sediado no bairro de Alcântara que Marinho Mateus, na campanha de 1962/63, chegaria às competições seniores. Com a colectividade lisboeta, na referida temporada, a disputar o degrau máximo do futebol português, o jovem extremo começaria por confirmar as suas qualidades enquanto jogador de eleição. Ao ter na velocidade o seu maior predicado, o atacante também ficaria conhecido pela aptidão para, com bastante sucesso, aparecer em zonas de finalização. Infelizmente, o ano da sua estreia na 1ª divisão, levaria o seu clube a descer de divisão e, com isso, ver-se-ia arrastado para as pelejas do patamar secundário. O regresso ao convívio com os “grandes” aconteceria na época de 1966/67 e, para infortúnio do atleta, com mais um azar a impedir a sua total afirmação.
Como “há males que vêm por bem”, a perna partida levaria Marinho a recuperar em Alvalade. Esse facto, segundo ficou registado, encetaria o “namoro” entre o atleta e os “Leões”, com a transferência de Marinho, da Tapadinha para o plantel do Sporting, a concretizar-se para a temporada de 1967/68. Recuperado da grave mazela, o extremo rapidamente conseguiria impor-se no “onze” leonino. Orientado por Fernando Caiado, o atacante passaria a ser tido como um dos titulares, estatuto que manteria nos anos seguintes. Nesse sentido, tornar-se-ia num dos pilares que, na campanha de 1969/70 e já sob a batuta de Fernando Vaz, contribuiria para a conquista do Campeonato Nacional.
Ainda de “Leão” ao peito, Marinho haveria de registar, a nível pessoal e colectivo, um longo rol de êxitos. Em termos de títulos, para além do aludido no parágrafo anterior, há ainda que listar as vitórias em 3 Taças de Portugal e na edição de 1973/74 do Campeonato Nacional. Claro está que não poderia esquecer as chamadas à selecção portuguesa. Nesse campo, a estreia pelo conjunto principal luso, depois de uma participação pelas “esperanças”, aconteceria, pela mão de José Maria Antunes, a 2 de Novembro de 1969. Curiosamente, as restantes internacionalizações da sua carreira, num total absoluto de 5 pelo conjunto “A”, só chegariam ao currículo do atacante alguns anos depois do tal “particular” frente à Suíça, mais concretamente nas campanhas de 1974/75 e 1975/76.
Com a carreira evidentemente marcada pela passagem de uma década pelo Sporting, o avançado, já no ocaso da caminhada competitiva, ainda teria tempo para envergar as camisolas de outros clubes. Marítimo, Estoril Praia e a passagem pela North American Soccer League, ao serviço do plantel de 1979 dos Toronto Blizzards, preencheriam esses capítulos. De seguida, a suceder aos derradeiros passos enquanto atleta, viria a mudança do antigo extremo para as funções de técnico. De regresso a Alvalade, Marinho começaria pelas tarefas de treinador-adjunto. Ainda no mesmo papel, estaria também ao serviço da Federação Portuguesa de Futebol. Já com as responsabilidades de principal “timoneiro”, teria curtas experiências com as cores leoninas, e também no Atlético e no Odivelas.