61 - RICARDO SOUSA

Para além de jogar na mesma posição que o pai ocupava em campo, herdou um remate igualmente fulminante. No entanto, e admito que é injusto este tipo de comparações, há que dizer que a semelhança entre a carreira dos dois termina praticamente aqui.
Ricardo Sousa, saído dos escalões de formação da Sanjoanense, acabaria, pela mão do seu pai e também treinador do conjunto principal, conseguir estrear-se pelos seniores do referido clube. Não tardaria muito para que as suas qualidades fossem motivo suficiente para que o FC Porto visse nele um bom reforço. Ao estar ainda em idade formativa, o seu destino acabaria por ser os juniores do emblema “azul e branco”. Porém, tudo o que nele haveriam de projectar, por razões que custam a discernir, nunca passariam de promessas. Como resultado, os anos seguintes transformar-se-iam numa sequência de “empréstimos” a outros clubes.
Beira-Mar, Santa Clara e Belenenses, com algumas presenças à mistura na equipa principal do FC Porto transformar-se-iam na sua realidade enquanto sénior. Já 2003/04, ao assinar contrato pelo Boavista, transformar-se-ia numa das suas melhores temporadas. Os bons desempenhos feitos pela equipa do Bessa, abrir-lhe-iam as portas da Bundesliga e do Hannover. Desenganar-se-iam aqueles que haveriam de apostar nessa sua ida para a Alemanha, como o empurrão necessário a reviravolta na sua carreira. Tal não aconteceria e o médio acabaria por entrar numa senda que só podemos classificar como marcadamente errante. De Graafschap, Boavista, Omonia de Nicósia, Kickers Offenbach, Beira-Mar, União de Leira e NK Drava, acabariam por ser as cores desse corrupio.
Para esta época de 2010/11, seria a Oliveirense a abrir-lhe as portas. O seu regresso aos Campeonatos lusos veio, por parte do jogador, com uma promessa – “sei que ainda tenho futebol para fazer muito em Portugal. Sinto-me com capacidade para ajudar”*. Todos esperamos que sim.

*retirado do artigo publicado em www.record.pt, a 26/07/2010

Sem comentários: