88 - ROMÁRIO

Estreou-se em 1985, pelo Vasco da Gama. Passados 3 anos e após ser o Melhor Marcador nos Jogos Olímpicos de Seoul, transferiu-se para um PSV acabadinho de, frente ao Benfica, conquistar a Taça dos Clubes Campeões Europeus. Na Holanda, durante as 5 temporadas que esteve em Eindhoven, conseguiu a sua maior série de títulos individuais e colectivos. Nessa senda, atingiu por 4 vezes o lugar cimeiro da tabela dos Melhores Marcadores e venceu 3 Campeonatos e 2 Taças.
Claro que a sua passagem pelo PSV não foi, de todo, isenta de reboliço. Uma vez por outra, lá fazia uma das suas, ainda hoje típicas, polémicas declarações. Como exemplo posso referir o episódio em que, por razão de uma lesão no tornozelo, viu-se afastado dos relvados – "O PSV depende de mim. Todos sabem que a equipe não tem condições de jogar sem Romário"*. Ironicamente a afirmação foi feita na única temporada em que não registou qualquer conquista pela equipa holandesa.
Quem haveria de mostrar interesse na sua contratação, seria outro treinador holandês. Johan Cruijff, ao comando do FC Barcelona, apadrinharia, no Verão de 1993, a sua transferência para o emblema da Catalunha. Romário não deixaria os seus créditos por mãos alheias e terminaria a época de estreia nos “blaugrana”, como o Melhor Marcador da Liga, campeão de Espanha e vencedor da Taça do Rei. Ora, os referidos registos põe-no na lista de incontornáveis para o Mundial de 1994, realizado nos Estados Unidos da América. O torneio ganha-o! E digo-o desta forma, pois o seu peso na performance da equipa brasileira seria de tal ordem que, até Cruijff passou a admiti-lo - "Na verdade, eu estou convencido de que o Brasil não ganharia o Mundial dos Estados Unidos se ele não tivesse jogado"**.
O ano de 1994 desenhou-se de ouro para o avançado carioca. Aos títulos já referidos, juntou o de Melhor Marcador no Campeonato do Mundo e, ainda, o de Jogador do Ano para FIFA. Mas a partir daí a carreira de Romário começou a perder-se. A meio da 2ª época em Barcelona, aproveitou uma proposta do Flamengo e começou a insistir na sua transferência. O clube cedeu e o jogador voltou ao Rio de Janeiro. Nunca mais, tirando algumas excepções, Romário voltou ao que era. A sua carreira começou a caracterizar-se por constantes mudanças de clube e, pior do que isso, começou a revelar-se em exibições vistas como medíocres.
Ainda voltou a Espanha e ao Valência. Porém, as suas parcas exibições fizeram com que, mais uma vez, regressasse ao Brasil. Nos anos seguintes, entre 1998 e 2003, nas passagens pelo Flamengo, Vasco da Gama e Fluminense, ainda houve quem pensasse que o "Baixinho" estava de volta. Contudo, nem os insistentes apelos dos adeptos, convenceram Scolari a chamá-lo à selecção.
Sem conseguir ser convocado para o Mundial de 2002, os anos de ribalta na sua carreira, foram dados como extintos. Mas Romário tinha ainda uma promessa que, feita anos antes, faltava cumprir – "Tenho 22 anos e garanto que ainda vou impressionar muita gente. Podem-me cobrar. Vou chegar ao milésimo gol"***. Começou, então uma verdadeira demanda que o levou aos quatro cantos do Mundo. Passou pelo Qatar (Al-Sadd), pelos Estados Unidos da América (Miami FC) e pela Austrália (Adelaide United). No entanto, seria no Brasil, novamente ao serviço do Vasco da Gama, que, no dia 20 de Maio de 2007, e já com 41 anos, atingiria os prometidos 1000 golos.
Hoje em dia, as suas lutas são outras. Passam as mesmas, com a ajuda do futebol, por encaminhar os mais novos e tirá-los dos caminhos da marginalidade. O ano passado assumiu que esse auxílio tinha que subir de patamar. Então, candidatou-se a deputado pelo Estado do Rio de Janeiro e, ao ser eleito em sexto lugar, as suas "embaixadinhas" passaram a ser feitas em Brasília.

*retirado do artigo de Lédio Carmona, publicado em Dezembro de 2004, na revista “Placar” nº1277-A
**retirado do ficheiro áudio publicado em www.folhadelondrina.com.br, a 18/05/1999
***retirado do artigo de Léo Romano, publicado em Agosto de 2003, na revista “Placar” nº1251

6 comentários:

Valter Cunha disse...

Faz golo Baixinho!

(Publicado no Facebook, a 28 de Janeiro de 2011)

cromosemcaderneta@gmail.com disse...

... e ele fazia!!!

(Publicado no Facebook, a 28 de Janeiro de 2011)

Valter Cunha disse...

ez 1000 e qualquer coisa, não foi?
Ainda o vamos ver a voltar aos relvados para chegar aos 2000.

(Publicado no Facebook, a 28 de Janeiro de 2011)

Bruno Cunha Vitória disse...

Ele não sei, mas já tem sucessor de certeza... o Jardel!!! Esse vai jogar até aos 50, mas deve ser para atingir o seu 1000º copo de cachaça!!!

(Publicado no Facebook, a 28 de Janeiro de 2011)

Valter Cunha disse...

O verdadeiro Cachaceiro. Ainda vamos ver este Jardel jogar no Benfica.

(Publicado no Facebook, a 28 de Janeiro de 2011)

Bruno Cunha Vitória disse...

O que se ouviu falar era só de ver um Jardel a jogar no Benfica e no próximo jogo já o vamos ver!!! Ahhh, já para não falar do George Jardel, Irmão mais novo do dito cujo... está mais que paga a promessa!!!

(Publicado no Facebook, a 28 de Janeiro de 2011)