136 - MAGNUSSON

Há uns anos atrás li uma entrevista em que Mats Magnusson falava dos seus últimos anos de carreira no emblema da sua terra natal, o Helsingborg. Nela contava como, depois dos treinos, ficava a ajudar uma das jovens promessas do clube a melhorar as suas qualidades de avançado. Esse rapaz dava pelo nome de Henrik Larsson e o treino consistia em, na sequência de cruzamentos, rematar à baliza, mas com um pormenor... sempre à primeira!
Nem mais, essa foi a imagem com que fiquei do sueco. Um jogador que dispensava os elementos assessórios nas suas jogadas, que privilegiava a simplicidade e que, ao aliar essas ideias ao poderio físico, conseguia uma tal eficácia no ataque que, ainda hoje, faz dele um dos melhores atacantes de que tenho memória na "Luz".
Vindo do Malmö FF em 1987, muito deu ao Benfica nas 5 temporadas que passou de “encarnado”. Não foi apenas com os seus golos, que até deram ao atleta o lugar cimeiro na lista de Melhores Marcadores de 1989/90, que Magnusson contribuiu para os sucessos colectivos! O avançado era um batalhador nato. O seu 1,88m e os mais de 80 kg permitiam-lhe desempenhar a função de "pivot" e desgastar os defesas adversários, assistindo os companheiros no ataque. Que o digam Vata e Rui Águas! Essas parcerias fizeram com que as "Águias" pudessem chegar longe tanto nas competições internas, como nas provas europeias. Em 1988, e dois anos mais tarde, o Benfica chegou à final da Taça dos Clubes Campeões Europeus. Porém, tanto na primeira edição referida, frente ao PSV Eindhoven, como na seguinte contra o AC Milan, o ponta-de-lança haveria de ser eclipsado. Duas brilhantes duplas de centrais, respectivamente Ronald Koeman com Ivan Nielsen e Franco Baresi com Costacurta conseguiriam maniatar os intuitos do goleador. O Benfica perderia ambos os jogos e tal facto acabaria por alimentar a única pecha que ainda hoje é apontada à sua carreira, ou seja, a ideia de que falhava nos ditos “jogos grandes”.
Ainda assim, nunca saiu dos corações benfiquistas. Nem por essa altura, nem quando, resultado de uma grave lesão sofrida durante o Mundial de 1990, começou a perder o protagonismo na equipa. Para esse carinho, muito também terá contribuído toda a sua boa disposição, o sorriso sempre presente na sua face e o amor que continua a jurar ao clube lisboeta.

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