173 - PEDRO MARTINS

Nunca foi um intérprete muito vistoso. Ao invés de outros colegas de toque “mais artístico”, a sua grande arma sempre foi a vontade que mostrava dentro do relvado. Talvez por isso mesmo, só começou a revelar todas as verdadeiras capacidades quando o fizeram recuar no campo. De avançado, posição onde despontou no Feirense, passou a médio-defensivo. No miolo do terreno deixou de ser um elemento mediano e provou ser virtuosamente pendular e capaz de metas mais ambiciosas.
Já ao serviço do Vitória de Guimarães, no regresso à 1ª divisão – a estreia aconteceu a 1989/90, pelo emblema de Santa Maria da Feira – a constância das suas excelentes exibições, levaram a que o seu nome começasse a constar da lista de pretensões dos “grandes” emblemas portugueses. Bastou uma temporada para que, na companhia do também “vimaranense”, Pedro Barbosa, viajasse para Lisboa e assinasse contrato com o Sporting. Nos “Leões”, apesar da forte concorrência de Oceano ou Vidigal, o rigor táctico que apresentava e a solidez que conferia ao meio-campo, fez com que, durante os anos em que permaneceu em Alvalade, fosse presença regular nas fichas de jogo. Essas 3 temporadas de “verde e branco” acabaram por ser as melhores da sua vida futebolística. Nelas, para além de vencer 1 Supertaça, conseguiria, na partida de apuramento para o Mundial de 98 contra a Irlanda do Norte, a sua única internacionalização “A”.
Com a surpreendente dispensa do Sporting, resultado da “limpeza” perpetrada por Mirko Jozic em 1998, a carreira de Pedro Martins entrou numa fase menos fogosa. A passagem pelo Boavista, Santa Clara e, por fim, pelo Alverca transformaram-se nos derradeiros passos de “chuteiras calçadas”. Porém, a despida foi apenas um ponto de viragem. No clube ribatejano, ao cruzar-se com José Couceiro, recebeu o convite para, como adjunto, integrar a sua equipa técnica. Hoje em dia comanda a equipa principal do Marítimo. A experiência insular, há que ser franco, teve no ano passado uma época sem grande glória. Já o bom arranque nesta temporada, deixa antever uma campanha auspiciosa e, provavelmente, uma classificação nos “lugares europeus”.

Sem comentários: