176 - PEDRO EMANUEL

Após os três primeiros anos como sénior em que, de empréstimo em empréstimo, passou por Marco, Ovarense e Penafiel, Pedro Emanuel voltou ao Estádio do Bessa. O ano não podia ser melhor, pois o retorno ao clube onde fez a formação coincidiria com a vitória do Boavista na Taça de Portugal de 1997.
Nos "Axadrezados", nas 6 temporadas a seguir ao seu regresso e durante as quais foi, na maioria dos desafios, titular, a entrega, o destemor e, principalmente, a sua assertividade defensiva, tornaram-no num elemento cada vez mais valioso. Ao ver, no seio do grupo de trabalho, a sua importância crescer, o respeito que ganhou ao passar de cada jogo, fê-lo ser, na derradeira temporada ao serviço das “Panteras”, eleito “capitão”.
Já sob a égide da sua braçadeira, o Boavista ganhou o Campeonato Nacional de 2000/01. Contudo, após outra temporada no Bessa e com o assédio benfiquista a acentuar-se, Pedro Emanuel decidiu assinar contrato com o FC Porto de José Mourinho. Mais uma vez, o “timing” foi oportuno. Os “Dragões”, nessa temporada 2002/03, com a vitória na Taça UEFA, encetou uma série de triunfos internacionais, onde acabaram incluídos as conquistas da Liga dos Campeões de 2003/04 e a Taça Intercontinental da campanha seguinte. Na partida que opôs o campeão europeu ao sul-americano, naquela que foi a edição final da competição, o antigo defesa-central veio a assumir um papel de destaque. Como o último a marcar um dos pontapés no desempate por penaltis, o remate certeiro transformou-o no herói do desafio frente aos colombianos do Once Caldas.
No entanto, na sua carreira nem tudo foram rosas. Duas situações houve, e praticamente juntas, em que a vida foi um pouco madrasta. A primeira prendeu-se com a recusa da FIFA em permitir que representasse a selecção de Angola. Ao ter jogado por Portugal nas camadas jovens e, segundo as exigências da entidade máxima para o futebol, com a nacionalidade do país de nascimento a ser obtida tardiamente, Pedro Emanuel acabou impedido de vestir a camisola das “Palancas Negras” e, por conseguinte, de ser convocado pelo país africano para disputar o Mundial de 2006. Já a segunda situação, bem mais grave, emergiu com a lesão sofrida no aquecimento de um “particular” contra o Manchester City. O rompimento do tendão de Aquiles fê-lo perder toda a época de 2006/07. Ainda assim, Pedro Emanuel recuperou da maleita e ainda a tempo de, pelo FC Porto, envergar o símbolo de “capitão”.
Reconhecida a sua capacidade de liderança, com o fim da carreira de futebolista, transitou de imediato para as funções de treinador. Neste ano estreia-se como técnico-principal de uma equipa da Liga Zon Sagres. Ao comando da Académica de Coimbra conseguiu, para já, ser a sensação da prova, agoirando uma possível disputa pelos "lugares europeus".

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