177 - PAULO ALVES

Após terminar a formação no FC Porto e a cumprir, no Gil Vicente, a primeira temporada como sénior, Paulo Alves viu Carlos Queirós nomeá-lo para o lote de atletas que, em 1989, acabou a disputar o Mundial sub-20, organizado na Arábia Saudita. Portugal saiu do referido torneio com o título de campeão. Contudo, ao contrário de alguns dos seus companheiros que aproveitaram a façanha para catapultar a carreira, o jovem avançado, com muitas passagens pela 2ª divisão, permaneceu em “banho-maria” ainda durante alguns anos.
O verdadeiro despontar viveu-o quando representava o Marítimo. No Funchal, o ponta-de-lança, clássico jogador de área e cabeceador nato, conseguiu as merecidas oportunidades. Em primeiro lugar, chegou à selecção “A” e às chamadas para os encontros de qualificação do Euro 96. Depois, resultado das boas prestações tanto na equipa insular, como com a “camisola das quinas”, surgiu a cobiça dos “grandes” de Lisboa. Já na “capital”, o avançado viveu um dos episódios mais caricatos da sua vida futebolística. Tal como veio a tornar-se habitual no “pontificado” de João Vale e Azevedo, Paulo Alves, seguido de Rushfeldt e Luzhny, foi apresentado na “Luz” para, logo de seguida, assinar contrato pelo Sporting.
 Como “Leão”, a época de estreia em Alvalade, durante a qual conseguiu ser um dos melhores marcadores, pareceu servir de bom agoiro. A verdade é que, apesar da boa temporada, Paulo Alves acabou excluído do rol de atletas chamados por António Oliveira para, em Inglaterra, disputar a fase final do Euro 96. Ainda assim, como forma de reconhecimento pelos bons desempenhos, algumas semanas depois, Paulo Alves acabou chamado aos Jogos Olímpicos de Atlanta.
A segunda metade da sua carreira começou com uma decisão incompreensível, por parte de Octávio Machado. Ao ser tido como um sinónimo de dedicação, a surpresa foi grande quando o treinador leonino transformou o jogador num elemento dispensável. A saída do Sporting levou o avançado a passagens pelo West Ham, Bastia, União de Leiria e Gil Vicente. Mesmo sem o fulgor de outrora, essas experiências, principalmente após o regresso a Portugal, mostraram Paulo Alves como um elemento útil em qualquer equipa.
Também no conjunto de Barcelos, após uma curta passagem por um cargo directivo, o antigo futebolista assumiu o papel de treinador. Depois de, no clube minhoto, consequência do “Caso Mateus”, ter vivido a experiência da descida de divisão, já este ano conseguiu orientar os “Galos” até ao regresso ao contexto primodivisionário. Para já, encontra-se a meio da tabela e pela prestação do grupo às suas ordens, prepara-se para um Campeonato Nacional, na pior das hipóteses, tranquilo.

Sem comentários: