298 - TOÑITO

Quando falamos em disputas entre os “grandes” emblemas portugueses, principalmente as que não acontecem dentro do rectângulo de jogo, facilmente associamos o nome do Benfica numa peleja com um dos rivais, o FC Porto ou o Sporting. A verdade é que, mais espaçadas as contendas, também os “Dragões” e os “Leões” vão tendo as suas desavenças. Uma delas aconteceu por razão de um avançado espanhol que, depois da ligação ao Tenerife, tinha, na temporada de 1997/98, rubricado uma ligação ao Vitória Futebol Clube.
Toñito, como chegou a relatar, incentivado por Mourinho Félix, à altura dirigente do referido emblema setubalense, desenvolveu muito da sua técnica, velocidade e raça aquando da passagem pelo seio do grupo sadino. Ao contribuir com as suas habilidades para os ataques do Vitória, facilmente veio a tornar-se numa das figuras de proa da equipa. Daí até começar a ser cobiçado por emblemas de maior monta, foi um pequeno passo. Como já foi dito, quem logo ficou na dianteira pela corrida ao atacante espanhol foram o FC Porto e o Sporting, acabando o avançado, talvez por influência de Manuel Fernandes, o seu primeiro treinador em Portugal, por escolher o Estádio José de Alvalade, em detrimento das Antas.
No meio leonino nunca alcançou o destaque auferido em Setúbal. No entanto, mesmo ao não conseguir afirmar-se como titular, coisas houve de que poderá para sempre gabar-se. Uma delas foi ter contribuído, depois de 18 anos de “jejum” para o Sporting, para a conquista do Campeonato Nacional de 1999/00. A outra, bem mais curiosa, está relacionada com a assistência para o primeiro golo sénior de Cristiano Ronaldo – “Era o primeiro jogo de Cristiano a titular e marcou dois golos. Recordo que no primeiro fui eu quem lhe passou a bola, de calcanhar, no meio-campo. Depois, ele fez uma grande jogada, passou por três adversários e marcou (...) Dei-lhe um golo feito!”*.
Depois do tempo passado no Sporting, durante o qual ainda teve um empréstimo aos açorianos do Santa Clara, Toñito acabou por envergar as cores do Boavista e, num regresso ao antigo clube, voltou a vestir a camisola do Tenerife. Ao perder algum fulgor, o avançado rapidamente entrou na fase descendente da carreira, com os últimos anos a fazerem-se de experiências nos croatas do HNK Rijeka, na União de Leiria, nos gregos do Ionikos e no Chipre, já ao serviço do AEK Larnaca. Retirado das lides de atleta aos 32 anos e com o objectivo futuro de vir a tornar-se num técnico-principal de um plantel sénior, assumiu-se como coordenador de uma escola de futebol, a Sporting Tenerife.

*traduzido a partir do artigo de Manu Sainz, publicado em https://as.com, a 17/02/2012

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