1252 - MOURINHO FÉLIX

Com a chegada à equipa principal do Vitória Futebol Clube na temporada de 1955/56 e com a baliza entregue a Francisco Baptista ou a José Graça, o jovem Mourinho Félix poucas oportunidades conseguiria arrancar do técnico italiano Rino Martini. As épocas seguintes, umas de forma mais vincada do que outras, continuariam a trazer ao guarda-redes as mesmas dificuldades. Ainda assim, a árdua luta por um lugar no “onze” não deixaria de proporcionar-lhe momentos inolvidáveis. Para além da estreia no escalão maior, frente ao Atlético, em Março de 1956, o guardião viveria outros embates míticos. Logo na campanha seguinte, naquele que viria a ser o seu segundo jogo no Campeonato Nacional, agarraria uma bola rematada da marca das grandes penalidades, por Matateu. Anos mais tarde, a 1 de Junho de 1961, apadrinharia a entrada de Eusébio nas lides futebolísticas portuguesas e, nessa mesma partida, defenderia um “penalty” marcado pelo “Pantera Negra”.
Mesmo com épocas em que jogaria com maior frequência, só a partir de 1962/63 é que Mourinho conseguiria afirmar-se, categoricamente, como o “dono” das balizas sadinas. Como titular, contribuiria para algumas das mais importantes conquistas do Vitória, nomeadamente na apelidada “Prova Rainha”. Na edição de 1964/65 da Taça de Portugal, seria chamado pelo treinador Fernando Vaz à disputa da final. No Estádio do Jamor, alinhado no “onze” inicial, o guarda-redes ampararia o resultado de 3-1 e ajudaria a carregar o almejado troféu até aos escaparates do Bonfim. Já no ano seguinte, voltaria a marcar presença no derradeiro encontro da prova, mas, dessa feita, não conseguiria evitar o triunfo do Sporting de Braga.
Para além dos marcos referidos, Mourinho também faria parte dos elencos que, pelo Vitória Futebol Clube, conquistariam a Taça Ribeiro dos Reis de 1962/63 e a Taça de Portugal de 1966/67. Já no contexto competitivo continental, participaria igualmente nas pelejas agendadas no âmbito da Taça dos Vencedores das Taças. Porém, seriam os anos passados em Lisboa que trariam ao atleta outros voos. Integrado no plantel do Belenenses, onde chegaria para a temporada de 1968/69, o guarda-redes, de forma quase indiscutível, conseguiria afirmar-se no alinhamento inicial. Essa evidência levá-lo-ia a entrar nas contas dos responsáveis técnicos da Federação Portuguesa de Futebol e a ser chamado à “Mini Copa” de 1972. No Brasil, no Estádio José Rego Maciel, o guardião, no decorrer da partida frente à Republica da Irlanda, seria chamado a substituir José Henrique. Com a escolha do treinador José Augusto, o atleta alcançaria a sua internacionalização “A” e contribuiria para o 2º lugar de Portugal no mítico torneio.
Ao “pendurar as luvas” no final da temporada de 1973/74, ele que, na condição de treinador-jogador, já tinha tido orientado os “Azuis”, daí em diante seria nas funções de técnico que manteria a ligação ao futebol. Com uma longa carreira nos “bancos”, durante a qual viveria diversas passagens pela 1ª divisão e por diferentes emblemas, o destaque terá de ser feito aos anos passados com o Rio Ave. Ao serviço dos de Vila do Conde, Mourinho Félix atingiria os maiores feitos. Nas várias passagens pela colectividade, para além do 5º posto no final do Campeonato Nacional de 1981/82, também encaminharia o clube para o derradeiro encontro da edição de 1983/84 da Taça de Portugal. Infelizmente para si e para os seus comandados, no Jamor, frente ao FC Porto seria incapaz de delinear uma táctica que levasse os adversários ao engano e teria de assistir aos “Dragões” a erguer o troféu.

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