398 - BASÍLIO

Nascido e criado na "Cidade Berço", seria ao serviço do Vitória Sport Clube que Basílio Marques começaria na prática do futebol. Nos primeiros passos desse trajecto, depois de terminar a formação com as cores dos “Conquistadores”, o defesa acabaria emprestado à AD Fafe e ao Lixa, respectivamente nas temporadas de 1984/85 e 1985/86. De seguida, fruto do bom trabalho apresentado nos dois anos anteriores, viria a sua integração no plantel principal da aludida colectividade vimaranense, orientada inicialmente pelo treinador brasileiro René Simões.
Numa temporada atribulada para o emblema sediado em Guimarães, onde, nessa campanha de 1986/87, outros dois nomes ainda passariam pelo comando técnico da equipa, a vida do jogador desenrolar-se-ia com a dificuldade habitual para um jovem. Sem grande espaço para ganhar o lugar no lado esquerdo da defesa, onde Carvalho surgiria uma grande forma, Basílio lograria de poucas oportunidades. Por coincidência, faria a sua estreia no Campeonato Nacional, ainda por cima a titular, na jornada inaugural da prova. Nessa ronda, frente aos eternos rivais do Sporting de Braga, num “derby” sempre escaldante, os de branco sairiam vencedores. No entanto, o triunfo pouco contribuiria para a afirmação do atleta e o resto da sua temporada traduzir-se-ia por números muito discretos.
Com uma vontade inata para vencer, aliada a uma boa capacidade de abnegação, Basílio manteria os seus níveis anímicos elevados. Outra ajuda preciosa viria da presença de uma cara bem conhecida da sua vida e a partilhar consigo o balneário. Três anos mais velho, o irmão Miguel era já um frequentador assíduo do "onze” vimaranense. Igualmente defesa, mas com a habilidade a empurrá-lo para o eixo do sector mais recuado, a sua impetuosidade ainda traria alguns dissabores ao lateral-esquerdo – "Lembro-me que uma vez, estávamos a jogar um torneio na Póvoa, e num lançamento lateral ele deu-me uma cabeçada e eu fiquei aí um mês e meio sem jogar"*.
Curiosidades à parte, a carreira de Basílio haveria de tomar o rumo normal de um jogador bem alicerçado e, com o avançar dos anos, igualmente bem cotado no futebol português. Nesse sentido, a titularidade, com uma ou outra intermitência, surgiria de forma bastante natural e regular. Tal constatação proporcionar-lhe-ia ser um dos escolhidos que, em 1988, ajudaria a levantar o primeiro troféu oficial do Vitória Sport Clube, a Supertaça Cândido de Oliveira. A referida conquista, aliada às 11 temporadas a vestir a camisola branca do clube minhoto conferir-lhe-ia um estatuto especial entre a exigente massa adepta. Por essa razão, poucos haveriam de estranhar que, passados alguns anos sobre a sua estreia sénior, a Basílio fosse entregue a responsabilidade de envergar a braçadeira de capitão.
A sua ligação com o Vitória Sport Clube terminaria, após ter perdido o estatuto de indiscutível, no defeso estival de 1997. De partida para o Alentejo, onde representaria o Campomaiorense, Basílio começaria a avançar para o fim da carreira. Como futebolista profissional ainda vestiria, em 1999/00, a camisola do Famalicão e então decidir-se-ia a "pendurar das chuteiras". Contudo, sem nunca perder a paixão pela modalidade, Basílio voltaria a ligar-se ao clube do coração. Como treinador, habitualmente no papel de adjunto, o antigo defesa é um dos ajudantes de Manuel Machado e depois dos anos passados no Estádio D. Afonso Henriques, trabalha agora no corpo técnico da equipa principal do Nacional da Madeira.


* retirado do artigo de Luís Pedro Ferreira, publicado a 11/06/2013, em https://maisfutebol,iol.pt.

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