401 - NUNO CAMPOS

Depois de formado no Belenenses, a sua carreira como sénior começou por se fazer entre passagens por outros emblemas da capital. Seria já como jogador firmado do Atlético, à altura a disputar os campeonatos da Segunda Divisão B, que uma das figuras mais emblemáticas do desporto nacional haveria de nele reparar. João Alves, que a meio da temporada de 1997/98, ao substituir Bernardino Pedroto, assumiria o controlo técnico do Campomaiorense, chamava agora o atleta a dar um grande salto na carreira, catapultando-o, directamente, para a divisão maior do nosso futebol. No Alentejo, Nuno Campos haveria de mostrar àqueles que, porventura, um dia apontaram a sua baixa estatura como algum tipo de entrave para o desenvolver de uma carreira notável, que a chave do seu sucesso estava na maneira esforçada como encarava as funções a ele atribuídas dentro do relvado. Um dos reflexos dessa sua entrega, era a facilidade com que se adaptava às mais diferentes posições de campo - "Gosto mais de jogar no meio-campo mas o importante é a equipa. Até hoje só nunca joguei a guarda-redes e ponta-de-lança". Essa abnegação, comum, com certeza, a toda a equipa, terá sido uma das grandes armas dos "Galgos" para conseguirem atingir a final da edição de 1998/99 da Taça de Portugal. Perderam, é certo, mas já ninguém os tira da história, e nessa aventura figurará para sempre o nome de Nuno Campos.
Quando no final dessa temporada o contrato do polivalente jogador terminou, muito se especulou acerca do seu futuro. Foram cogitados mil e um destinos, onde chegaram a figurar alguns nomes dos primodivisionários da nossa vizinha Espanha, como o Alavés. No entanto, o passo que daria de seguida, manteve-o por cá, e outra vez na senda de um dos seus favoritos, o "Luvas Pretas" - "Foi o treinador que me lançou no futebol português e graças a ele dei um salto na minha carreira. Estou-lhe muito agradecido por tudo." A próxima etapa teve então o Algarve como rota final. No Farense jogaria 3 temporadas (com uma de intervalo, onde, a vestir a camisola do Vitória de Setúbal, pouco seria utilizado), cotando-se como um dos elementos preponderantes do plantel dos "Leões de Faro".
Contudo, em 2002/03, já o clube algarvio tinha mergulhado na crise financeira que o havia de atirar para as Distritais. Nuno Campos, surpreendentemente, por esta altura, também ele caminhava para um fim. Após passagens pela União da Madeira e Amora, com 30 anos apenas, decide terminar a carreira de futebolista.
Já a sua carreira de treinador, feita a par da de Paulo Fonseca e como seu adjunto, começou imediatamente a seguir. Apesar de curta, tem tido algumas histórias para contar. Por exemplo, diz-se que, quando Fonseca foi contratado para o Desportivo das Aves, o clube não tinha dinheiro para contratar um adjunto. Foi então que o jovem treinador, nunca dispensando a ajuda do seu amigo, decide dividir o seu salário, custeando ele próprio a contratação de Nuno Campos. Hoje em dia, depois de conseguirem a brilhante qualificação do Paços Ferreira para a "Champions", estão os dois ao "leme" dessa grande nau que é o FC Porto.

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