428 - SANTANA

Não gosto que uma identidade, por razão da sua ascendência, tenha valor próprio. Acho, igualmente, que cada um deve ser visto pelo caminho que traça e não, em jeito de legado, por aquilo que foram, a exemplo, os seus pais. Contudo é impossível não fazer esta referência e com certeza que, para este antigo jogador, a mesma deve ser motivo de enorme orgulho. É verdade, o Santana que hoje aqui vos trago é filho da antiga estrela benfiquista (bi-campeão europeu) que se apresentava pelo mesmo nome.
Por razão dessa filiação, o seu começo como atleta fez-se, naturalmente, de "Águia" ao peito. Contudo, Santana, ao contrário do pai, preferia a ponta contrária do campo para mostrar as suas habilidades - jogava como defesa.
Nunca chegaria a vestir a camisola encarnada na categoria principal do emblema da "Luz", tendo, ainda como júnior, abandonado as "Águias". Seguiu, então, rumo ao Estoril-Praia.
Se a primeira época entre os seniores, não resultou numa substancial participação em jogos, já a seguinte, depois da participação do jogador no Mundial de s-20, trouxe um Santana capaz de ocupar o lugar titular no centro da defesa. Essa regularidade valer-lhe-ia a transferência para a Académica de Coimbra (na altura denominado por Clube Académico de Coimbra). Passou 2 anos na "Cidade dos Estudantes" e pode-se dizer que viveu por lá um dos momentos mais polémicos do futebol nacional. O episódio conta-se depressa. Num dos últimos jogos do Campeonato da 2ª Divisão de 1981/82, o Académico, que havia descido de escalão na época anterior, preparava-se para disputar, frente à Guarda, os pontos que lhe poderiam garantir a promoção. O golo haveria de ser marcado ao 78 minutos, mas um coro de protestos que, dizem, cercou o árbitro durante mais de 10 minutos, fez com que este o anulasse. Os protestos da "Briosa" fariam com que o jogo se repetisse. Nessa segunda partida, num "ambiente de cortar à faca", o Académico acabaria por vencer. O pior é que o jogo haveria de ser anulado e os "Estudantes" permaneceriam na 2ª Divisão.
Foi a seguir a esta história que Santana se mudou para aquele que viria a ser o clube que durante mais tempo representou. No Rio Ave esteve 6 temporadas, onde disputou largas dezenas de encontros. Por essa razão é normal que maior parte dos adeptos de futebol, associem este antigo profissional ao verde e branco das suas camisolas. Como é óbvio, também são estes números que fazem dele um dos históricos do emblema vila-condense.
Depois do Rio Ave, de onde saiu em 1988, o defesa haveria de vogar, nos seus derradeiros anos de futebolista, por emblemas das divisões secundárias. Após representar Paredes e Olhanense, terminaria a sua carreira, aos 32 anos, no Amora.

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