Nascido no Barreiro, foi nos clubes da sua cidade natal que Joaquim Carvalho começou na prática do futebol. Primeiro nas camadas jovens do Operário e, já com idade de sénior, no Luso, o guarda-redes logo deu nas vistas com exibições de gabarito superior. Estando ali um potencial jogador de classe, logo outros emblemas vieram a sondá-lo para uma possível transferência. Na linha da frente partiu o Benfica, mas, incrivelmente, o jovem atleta, nos treinos a que seria chamado, acabou por não agradar aos responsáveis técnicos das "Águias", regressando à Margem Sul do Rio Tejo. Claro está, sendo um praticante de tanta qualidade, as oportunidades para catapultar a carreira voltaram a surgir e a verdadeira chance apareceu, num particular frente ao Sporting, por ocasião do aniversário do emblema barreirense que representava.
Foi desse modo, contava Carvalho com 21 anos de idade, que, no Verão de 1958, chegou a Alvalade um guardião destemido, muito seguro entre os postes e com um físico imponente. Apesar dos incontestáveis predicados, a sua vida nos primeiros tempos de "verde e branco" não foi tão fácil quanto, à partida, era suposto. Ainda assim, logo na partida de arranque desse Campeonato Nacional de 1958/59, ronda disputada frente ao FC Barreirense, o guarda-redes conseguiu a estrear-se como titular. De seguida, como parte do “onze” do Sporting, ainda fez mais uma jornada. Porém, a partir desse momento, a defesa das redes leoninas acabou entregue a Octávio de Sá e o lugar à baliza só o voltou a agarrar passadas algumas épocas.
Coincidência, ou não, a temporada de 1961/62, campanha onde veio a assumir-se como um pilar dos “Leões, deu-lhe o primeiro título de campeão. Repetiu o feito por mais duas vezes – 1965/66 e 1969/70 – e venceu, também, a Taça de Portugal de 1962/63. Contudo, o troféu que mais marcou a sua carreira foi, sem qualquer sombra de dúvida, a edição de 1963/64 da Taça dos Vencedores das Taças. Pode dizer-se que Carvalho acabou como um dos principais obreiros dessa monumental campanha europeia. Todavia, se o facto de ter sido totalista na prova já é um bom testemunho da importância tida no referido sucesso colectivo, a sua presença em campo representou, para todos os colegas, muito mais do que a habilidade desportiva. Como é sabido, Carvalho sempre foi um Homem de convicções fortes, conhecido pelo carácter determinado e pela valentia. Um dos episódios contado a esse respeito passou-se no jogo que deu a vitória na competição. Nesse desafio da finalíssima, frente ao MTK de Budapeste, Pérides, num lance disputado a meio campo, acabou a encolher-se na luta pela bola. O resultado seria uma jogada perigosíssima dos húngaros e, para que o médio perdesse os nervos, um par de estalos dados pelo próprio guarda-redes!
Outro episódio, demonstrativo da sua forte personalidade e vontade de dizer sempre o que pensava, ocorreu já no Mundial de 1966. Em Inglaterra, o jogo de arranque para Portugal foi frente à Bulgária. Carvalho constou no alinhamento inicial. O pior é que, na partida seguinte, o seu nome veio a ser substituído pelo de José Pereira. O guardião, indignado com a situação ocorrida, acusou o seleccionador Manuel da Luz Afonso de ser anti sportinguista e acabou, pela própria vontade, por abandonar a selecção nacional, logo após o dito certame.
Polémicas à parte, Carvalho, por todos os episódios aqui relatados, e por muito mais, conseguiu tornar-se numa figura mítica do futebol português. Entre os "Leões", as suas 13 temporadas como jogador, mais umas quantas como treinador de guarda-redes, empurram-no para a categoria dos notáveis, acabando por, em 2011, ser distinguido com o Prémio Stromp.
Foi desse modo, contava Carvalho com 21 anos de idade, que, no Verão de 1958, chegou a Alvalade um guardião destemido, muito seguro entre os postes e com um físico imponente. Apesar dos incontestáveis predicados, a sua vida nos primeiros tempos de "verde e branco" não foi tão fácil quanto, à partida, era suposto. Ainda assim, logo na partida de arranque desse Campeonato Nacional de 1958/59, ronda disputada frente ao FC Barreirense, o guarda-redes conseguiu a estrear-se como titular. De seguida, como parte do “onze” do Sporting, ainda fez mais uma jornada. Porém, a partir desse momento, a defesa das redes leoninas acabou entregue a Octávio de Sá e o lugar à baliza só o voltou a agarrar passadas algumas épocas.
Coincidência, ou não, a temporada de 1961/62, campanha onde veio a assumir-se como um pilar dos “Leões, deu-lhe o primeiro título de campeão. Repetiu o feito por mais duas vezes – 1965/66 e 1969/70 – e venceu, também, a Taça de Portugal de 1962/63. Contudo, o troféu que mais marcou a sua carreira foi, sem qualquer sombra de dúvida, a edição de 1963/64 da Taça dos Vencedores das Taças. Pode dizer-se que Carvalho acabou como um dos principais obreiros dessa monumental campanha europeia. Todavia, se o facto de ter sido totalista na prova já é um bom testemunho da importância tida no referido sucesso colectivo, a sua presença em campo representou, para todos os colegas, muito mais do que a habilidade desportiva. Como é sabido, Carvalho sempre foi um Homem de convicções fortes, conhecido pelo carácter determinado e pela valentia. Um dos episódios contado a esse respeito passou-se no jogo que deu a vitória na competição. Nesse desafio da finalíssima, frente ao MTK de Budapeste, Pérides, num lance disputado a meio campo, acabou a encolher-se na luta pela bola. O resultado seria uma jogada perigosíssima dos húngaros e, para que o médio perdesse os nervos, um par de estalos dados pelo próprio guarda-redes!
Outro episódio, demonstrativo da sua forte personalidade e vontade de dizer sempre o que pensava, ocorreu já no Mundial de 1966. Em Inglaterra, o jogo de arranque para Portugal foi frente à Bulgária. Carvalho constou no alinhamento inicial. O pior é que, na partida seguinte, o seu nome veio a ser substituído pelo de José Pereira. O guardião, indignado com a situação ocorrida, acusou o seleccionador Manuel da Luz Afonso de ser anti sportinguista e acabou, pela própria vontade, por abandonar a selecção nacional, logo após o dito certame.
Polémicas à parte, Carvalho, por todos os episódios aqui relatados, e por muito mais, conseguiu tornar-se numa figura mítica do futebol português. Entre os "Leões", as suas 13 temporadas como jogador, mais umas quantas como treinador de guarda-redes, empurram-no para a categoria dos notáveis, acabando por, em 2011, ser distinguido com o Prémio Stromp.

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