587 - PÉRIDES


Numa equipa que acabaria por conquistar o Campeonato Nacional de Juniores, era dele um dos nomes de maior destaque. Foi deste modo, com a importância de uma jovem promessa, que Pérides acabaria por chegar à primeira categoria da Académica de Coimbra. Na "Cidade dos Estudantes", seriam necessárias apenas duas temporadas para que a sua contratação começasse a preencher a agenda dos denominados "grandes" do futebol português!!!
Nesta senda, quem com mais firmeza insistiu no seu concurso, acabaria por ser o Sporting. Já em Alvalade, as exibições do médio interior, logo quase à sua chegada, haveriam de o pôr na primeira fila dos planos tácticos "leoninos". Contudo, e apesar de uma época (1956/57) de estreia bem sucedida, a chegada de um novo treinador como que alteraria o seu estatuto no seio do plantel.
Ora, com Enrique Fernandez à frente da equipa técnica, Pérides poucas vezes viu a folha de jogo preenchida com o seu nome. Foi assim nas duas épocas do treinador uruguaio em Lisboa e continuaria a sê-lo já com Fernando Vaz a liderar os destinos dos "Verde e Branco". Esta situação só terminaria já depois de um empréstimo do atleta ao Sporting da Covilhã. A dita cedência, acabaria por relembrar aos adeptos da modalidade, assim como aos responsáveis do Sporting, que a habilidade do jogador não se tinha perdido por um qualquer infortúnio. A boa temporada (1960/61) nos "Leões da Serra", fez com que o regresso ao Estádio de Alvalade se revestisse, tanto para o futebolista, como para os demais, de boas expectativas.
Essa esperança acabaria por ser confirmada com Pérides, mais uma vez, a assumir um papel de relevo no meio-campo do Sporting. Tanto assim foi que, por altura da inesquecível campanha europeia de 1963/64, Pérides, que já contava com 2 presenças na Selecção Nacional, era um dos indiscutíveis na manobra sportinguista. Na Taça dos Vencedores das Taças, o centrocampista seria escalonado para o derradeiro encontro (finalíssima) da competição. Conta-se que nessa partida terá vivido um dos episódios mais caricatos da sua carreira. Depois de, a medo, ter disputado um lance com um adversário, e depois de essa sua atitude ter resultado num lance de grande perigo para a sua equipa, Carvalho acerca-se dele. O guardião, percebendo do nervosismo do colega, e, por certo, irritado com a situação, faz o impensável. Prega um par de estalos em Pérides que, assim, seria devolvido à calma e a uma boa exibição.
Seria na temporada seguinte ao triunfo sobre o MTK de Budapeste, que a ligação de Pérides com o Sporting conhece o seu fim. Já desvinculado do seu antigo emblema, o médio decide mudar-se para bem perto. Quem acolheu o jogador foi o Benfica. De braços abertos estavam agora as "Águias" que, deste modo, passavam a contar nas suas fileiras com mais um internacional. De "Encarnado" jogaria duas épocas. O suficiente para conquistar, juntando aos dois que trazia do Sporting (1957/58; 1961/62), mais um título de Campeão Nacional (1964/65).
A Sanjoanense marcaria o fim de uma carreira que, durante 13 anos, apenas conheceu um escalão. Com os naturais altos e baixos de um qualquer percurso, a Pérides pode apontar-se, em algumas fases da sua vida profissional, alguma inconstância. Ainda assim o antigo jogador pode orgulhar-se de ter vestido a "Camisola das Quinas" e de nunca ter jogado para além da 1ª Divisão!

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