863 - ARMANDO SÁ

Nascido em Moçambique, Armando Sá chegaria a Portugal ainda bastante novo. A sorte levá-lo-ia a frequentar um estabelecimento de ensino onde, como docente, trabalhava um dos treinadores das “escolas” do Belenenses. Reconhecendo-lhe o talento necessário para chegar a futebolista, o professor convida-o a treinar com os da “Cruz de Cristo”. No Restelo terminaria a sua formação. Contudo, na altura de fazer a transição para o patamar sénior, a falta de espaço no plantel “Azul” leva-o a ser “emprestado”.
As temporadas no Vilafranquense, onde seria capitaneado por Rui Vitória, dariam início a uma jornada de alguns anos pelos escalões secundários. Depois do emblema ribatejano, a viagem para Norte e as passagens por Bragança e Vila Real, empurrá-lo-iam em direcção aos emblemas primodivisionários. No Rio Ave, onde entraria em 1998/99, destacar-se-ia como um atleta veloz e de uma entrega singular. Essas suas características fariam com que de outros lados o olhassem como um possível reforço. O convite, numa altura em que disputava a 2ª divisão, chegaria do Minho. Armando Sá, cotado como um dos bons laterais direitos do nosso campeonato, deixa então os vilacondenses para ingressar no Sporting de Braga.
O período passado na “Cidade dos Arcebispos” seria curto. Essa meia temporada, no entanto, seria suficiente para que desse novo salto na sua vida profissional. Incluído num “pacote” que abarcaria também o médio Tiago e o defesa Ricardo Rocha, o negócio levaria o lateral até ao Estádio da “Luz”. Tendo chegado em Janeiro de 2002, Armando Sá atravessaria um dos melhores períodos da sua carreira. Todavia, muito mais do que vencer a edição de 2003/04 da Taça de Portugal, o lateral direito, enquanto atleta das “Águias”, seria pela primeira vez chamado à selecção de Moçambique.
Novos títulos chegariam ao seu palmarés aquando da mudança para Espanha. No Villarreal venceria a Taça Intertoto de 2004/05. Já no Espanyol, para onde se transferiria na temporada a seguir à referida vitória, ajudaria a conquistar a Taça del Rey. Todavia, e apesar de conseguir enriquecer o currículo, a sua carreira começa a perder algum fulgor. Sem espaço no plantel dos catalães, Armando Sá, na época de 2006/07, é cedido ao Leeds United. Ainda assim, a solução encontrada acabaria por não ser satisfatória. Pouco utilizado no emblema de Yorkshire, a experiência no 2º escalão inglês pouco acrescentaria ao seu percurso.
Daí em diante as suas escolhas surpreenderiam muita gente. Após deixar o Reino Unido, o lateral opta por aceitar o convite do seu sogro, Augusto Inácio, e sob a orientação do treinador português assina por uma colectividade da 2ª divisão do Irão. A campanha feita no Foolad leva a que o Sepahan FC, um dos mais importantes emblemas do país, decida endereçar um convite ao internacional moçambicano. A transferência faria com que o defesa conseguisse, ao vencer a Liga iraniana de 2009/10, acrescentasse mais um título ao seu palmarés.
Após retirar-se dos relvados, Armando Sá decide orientar a sua vida em diferentes direcções. Investe no ramo imobiliário e abre também um ginásio. Por outro lado, e sem conseguir afastar-se da modalidade, inaugura uma escola de futebol. Contudo, e apesar desse último projecto não ter corrido como o desejado, a verdade é que a aposta numa carreira de técnico não terminaria por aí. Começa por frequentar cursos em Portugal e no estrangeiro, chega a orientar a selecção portuguesa de futsal para diabéticos e, dando seguimento ao convite de um antigo treinador da Academia do Ajax, aceita orientar a equipa s-16 dos canadianos Kleinburg Nobleton Soccer Club.

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