864 - EMERSON

A falta de espaço na equipa sénior do Flamengo, levaria a que Emerson, atleta saído das “escolas” do emblema carioca, acabasse cedido ao Coritiba. No entanto, a passagem pelo 3º patamar do “Brasileirão” seria bem curta. Com a campanha de 1992 já a decorrer, surge o interesse de um clube português. O Belenenses, orientado pelo técnico brasileiro Moisés de Andrade, decide apostar no jovem médio e contrata-o. Nessa temporada, ajuda os “Azuis” a regressar ao escalão máximo, para em 1992/93 fazer a sua estreia na 1ª divisão.
As temporadas no “Restelo”, com destaque para aquelas passadas entre os “grandes”, levariam a que a cotação do médio subisse em flecha. Falar-se-ia na transferência para o Benfica, também no Sporting, mas acabaria por ser o FC Porto a tomar a dianteira. Por recomendação de Sir Bobby Robson, por essa altura no comando dos “Dragões”, Emerson mudar-se-ia para as Antas. Estreia-se na temporada de 1994/95 e, de imediato, torna-se num dos pilares dos primeiros Campeonatos do “Penta”.
2 anos a jogar na “Invicta” seriam suficientes para que, mais uma vez, desse um salto na carreira. Com 2 Campeonatos e 2 Supertaças a embelezaram o seu currículo, é da “Premier League” que surge novo convite. O Middlesbrough, treinado por Brian Robson, aposta no atleta para reforçar um plantel que já contava com estrelas como Juninho Paulista, Branco, Nick Barmby ou Fabrizio Ravanelli. Com um plantel forte, o conjunto do nordeste inglês chega às finais da Taça de Inglaterra e da Taça da Liga. Em sentido oposto, o desempenho da equipa no Campeonato de 1996/97 deixaria muito a desejar. O 19º lugar na tabela classificativa significaria a descida do clube e, mais uma vez, a transferência de Emerson.
O desaire britânico acabaria, em bom nome da verdade, por empurrá-lo para um dos melhores períodos da sua caminhada profissional. Na “La Liga”, onde chegaria na temporada de 1997/98, começaria por vestir as cores do Tenerife. Durante as épocas passadas em Espanha viveria 3 anos nas Ilhas Canárias. Depois viria a mudança para o Deportivo e o sonho de vestir a camisola do “Escrete” – "Esteve perto! Em 1998 eu ainda era um desconhecido e não tinha muitas esperanças, mas em 2002 o selecionador, o Emerson Leão, foi à Corunha e disse que ia chamar-me para um jogo com o Peru, mas não me convocou. Depois ele foi substituído pelo Luiz Felipe Scolari e o meu nome nunca mais foi falado"*.
Tirando a passagem pelo Atlético Madrid, onde ainda manteve o estatuto de titular, o resto da sua carreira, caracterizar-se-ia por constantes mudanças de clube. Essa “roda-viva” levá-lo-ia nos últimos anos do seu percurso, a representar 6 clubes, em 4 países diferentes. Rangers (Escócia), Vasco da Gama (Brasil), Skoda Xhanti e AEK de Atenas (Grécia) e ainda o APOEL Nicósia (Chipre), seriam os emblemas de uma carreira que, em mais um regresso ao seu país, conheceria o fim com a camisola do Madureira.
Depois de abandonar os relvados, o futebol passou para segundo plano na sua vida. Apesar de ver o filho Michel a tentar seguir os seus passos, Emerson decidiu apostar noutros ramos. Em parceria com Djalminha, seu colega no “Depor”, o antigo jogador começou a investir no ramo imobiliário. Paralelamente, a sua entrada na política foi a maneira que encontrou para tentar ajudar a sua comunidade. Tento concorrido a Perfeito de Japeri, o seu sonho não termina aqui e, para 2018, tem planos para uma candidatura a Deputado Federal.

*retirado do artigo de Carlos Nogueira, publicado a 21/05/2017, em https://www.dn.pt/

1 comentário:

RF disse...

Um poço de força no meio campo. Se for como político o que foi como futebolista vai impor respeito.