
Seria Tomislav Ivic que cimentaria Semedo como titular. Visto pelo técnico nascido na antiga Jugoslávia como um jogador elegante e com capacidades técnicas e tácticas superiores, o médio tornar-se-ia num dos seus favoritos. Com o crescendo exibicional a permitir-lhe presenças regulares nas provas nacionais, também nos certames internacionais de clubes começaria a marcar posição. Nesse sentido, a entrada no jogo da 2ª mão da Supertaça Europeia de 1987/88, competição disputada frente aos holandeses do Ajax, traria ao seu palmarés a conquista do importante troféu.
Apesar da relevância da primeira parte da sua carreira, o peso de Semedo no FC Porto far-se-ia sentir, de forma mais vincada, na transição para a década de 1990. Essa preponderância levá-lo-ia à principal selecção nacional. Com a primeira partida a acontecer em Janeiro de 1989, a assiduidade com que apareceria nas convocatórias seguintes dar-lhe-ia a oportunidade de, por diversas vezes, envergar a “camisola das quinas”. Depois da estreia num “particular” disputado frente à Grécia, o médio-esquerdo participaria em vários desafios nas qualificações para o Mundial de 1990, Euro 92 e Mundial de 1994. Na caminhada com as cores lusas, mesmo nunca tendo disputado uma fase final de um grande torneio, o atleta conseguiria acumular por Portugal, para além das partidas nos escalões jovens, um total de 21 internacionalizações “A”.
Curiosamente, e apesar de reconhecido o seu valor, Semedo, aos olhos dos seguidores portistas, não conseguiria tornar-se numa figura unânime. Apesar de dar muita ajuda nos sucessos colectivos, certos adeptos haveriam de apontar ao médio alguma falta de garra. Todavia, a sua atitude não era displicente. É verdade que o jogador não era dado a grandes embates físicos. Talvez isso fosse explicado pela sua propensão para as lesões; talvez essa atitude fosse uma maneira inteligente de dar ainda mais ao clube. Sem entrar em grandes especulações, os números da sua passagem pelo FC Porto transformar-se-iam na melhor testemunha. Nesse sentido, as 313 partidas disputadas e os 47 golos por si concretizados, seriam um dos pilares da conquista de 8 Campeonatos Nacionais, 4 Taças de Portugal e 6 Supertaças.
Os últimos anos de Semedo no FC Porto acabariam marcados por alguma perda de importância. Preterido em favor de outros colegas, também as mazelas físicas começariam a fustigar o atleta. Em 1994, o jogador sofreria uma grave lesão que haveria de pôr em causa a sua continuidade no futebol. Pior ainda, viria com o envolvimento num caso de doping. Ainda assim, depois de passada a aludida fase mais negativa, o médio voltaria à competição. Ao serviço do Salgueiros, sempre na 1ª divisão, prolongaria a caminhada competitiva até 1999.
Já na entrada para a 2ª década do novo milénio, Semedo voltaria a ligar-se ao FC Porto. Como treinador, o antigo médio, nas funções de adjunto, tem passado pelos diversos escalões “Azuis e Brancos”, inclusive pela equipa principal.
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