1574 - NAFTAL

Seria no Clube de Manjacaze que o FC Porto viria a descobrir um jovem avançado de nome Domingos Lucas Naftal. Praticante de predicados físicos de excepção, logo os “Azuis e Brancos” tratariam da sua mudança de Moçambique para a “Cidade Invicta”. Porém, mesmo tendo em conta todo o potencial apresentado pelo atacante, a entrada no Estádio das Antas na temporada de 1962/63 não traria qualquer facilidade para o desenovelar da carreira do jogador. Nesse sentido, com essa época de chegada a Portugal a não produzir qualquer partida na equipa principal do conjunto nortenho, a seguinte apenas traria uma única presença em campo, para a Taça de Portugal e, ainda assim, com um golo seu a ajudar ao triunfo por 3-1 frente ao Vitória Sport Clube.
A campanha de 1964/65 traduzir-se-ia como a melhor etapa de Naftal com os “Dragões”. Mesmo sem conseguir conquistar um lugar como titular, o avançado, sob a batuta de Otto Glória, seria arrolado por diversas vezes a ocupar um lugar entre os atletas chamados a jogo. Uma dessas oportunidades, pelo lance proporcionado pelo moçambicano, tornar-se-ia num dos momentos inesquecíveis da sua carreira. A história conta-se depressa e envolveria uma jornada com o FC Porto a receber as “Águias”, um cruzamento de Nóbrega, o domínio da bola com o peito, um esférico a não tocar no chão, seguido de um potente remate à entrada da área e um golo de belo efeito a bater o benfiquista Costa Pereira.
Apesar das boas indicações deixadas na época referida no parágrafo anterior, a verdade é que Naftal não conseguiria dar grande seguimento a tais exibições de categoria. Com esse contexto a esmagar a evolução do atacante, a campanha de 1965/66, mais uma vez com poucas presenças em campo pela categoria principal, tornar-se-ia na última do jogador ao serviço do FC Porto. Seguir-se-ia o encetar de um período mais errante no seu trajecto, com uma passagem pouco expressiva pelo plantel de 1966/67 do Vitória Sport Clube e, na temporada subsequente, a boa experiência num Tirsense comandado pelo treinador-jogador Ferreirinha e durante a qual voltaria a trabalhar ao lado de antigos colegas nos “Azuis e Brancos”, casos de Manuel Silva, Carlos Manuel, Ernesto Pereira ou Acácio Carneiro.
A passagem pelos “Jesuítas” marcaria um fim de ciclo para Naftal. Ao terminar o seu trajecto primodivisionário, o atleta ainda envergaria as camisolas do Sporting da Covilhã, Sporting de Espinho e Marinhense. Nos “Vidreiros”, o avançado contribuiria para um dos episódios mais importantes da colectividade sediada no distrito de Leira, ou seja, a disputa da Liguilha de 1970/71 que, infelizmente para o clube, não resultaria na tão almejada promoção ao escalão maior do futebol luso.
Depois ainda viriam as passagens pelo Vilanovense, Aliados de Lordelo e a viagem até ao Canadá para, na edição de 1975 da Canadian National Soccer League, representar os Ottawa Tigers.

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