1557 - CARLOS MANUEL

Natural de São Miguel das Aves, localidade actualmente denominada por Vila das Aves, Carlos Manuel Gomes Dias nasceria para o futebol no emblema da sua terra natal. Porém, apesar dos primeiros passos dados nos juniores do Desportivo das Aves, seria na sede de concelho que o esquerdino conseguiria estrear-se como sénior. Com o Tirsense a disputar a 2ª divisão de 1958/59, o atleta que, na banda canhota, podia posicionar-se na defesa ou no sector intermediário, depressa começaria a assumir-se como um membro de grande valor. Pior viria com as épocas seguintes, com os “Jesuítas” a serem despromovidos e a passarem a disputar o 3º degrau do futebol luso e até os “regionais” da Associação de Futebol do Porto. Ainda assim, o jogador não deixaria de mostrar uma boa habilidade e a prova disso mesmo, com um hiato de 2 campanhas em que desconheço o seu trajecto desportivo*, sublinhar-se-ia pela caminhada competitiva a culminar no interesse e contratação de um dos emblemas de maior monta no contexto português.
Com a entrada no Estádio das Antas a acontecer em 1964/65, Carlos Manuel voltaria a encontrar-se com Nóbrega, Festa e, um ano depois, com Manuel António, todos eles antigos atletas do Tirsense. Inicialmente orientado pelo brasileiro Otto Glória, o jogador, mesmo com um registo positivo no que às chamadas a jogo diz respeito, nunca conseguiria cimentar-se como uma figura indiscutível. Tal estatuto manter-se-ia inalterado nas épocas seguintes. Ainda assim, para além da estreia na 1ª divisão, o atleta, nas campanhas cumpridas na “Cidade Invicta”, teria ainda a honra de participar nas edições de 1965/66 e de 1966/67 da Taça das Cidades com Feira. Porém, os números arrecadados a defender os “Dragões” seriam insuficientes para manterem o esquerdino por muito tempo no plantel do FC Porto e conservá-lo-iam, como elemento dos “Azuis e Brancos”, apenas até ao termo da última temporada aludida.
A saída dos “Dragões”, muito mais do que dar azo ao regresso de Carlos Manuel à colectividade que o tinha lançado no futebol, fá-lo-ia assinar um contrato com um Tirsense a cumprir a primeira aparição no escalão máximo. Todavia, não seria somente a época de 1967/68 a inscrevê-lo nos anais do emblema. Ao serviço dos “Jesuítas”, o atleta manter-se-ia activo por mais uns bons anos e mesmo com a despromoção do clube no final da campanha de estreia na divisão maior, o jogador manter-se-ia fiel camisola negra. Nesse cenário, contribuiria para o retorno do colectivo nortenho ao convívio com os “grandes” e as temporadas de 1970/71 e de 1971/72 somar-se-iam ao seu currículo primodivisionário.
Finalmente surgiria a época de 1972/73, a mesma que, com o atleta de volta ao patamar secundário, emergiria como a derradeira ao serviço do Tirsense. De seguida, numa altura em que já tinha nascido o seu filho Rui Alberto, Carlos Manuel daria entrada no plantel de 1973/74 do Desportivo das Aves.

*desconheço a existência de qualquer registo nas campanhas de 1961/62 e 1962/63. Aliás, as informações encontradas indicam que Carlos Manuel não terá competido durante as referidas épocas.

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