1659 - CASIMIRO

Seria ainda como elemento das “escolas” do FC Porto que Casimiro António Cerqueira da Rocha seria chamado às equipas sob a guarda da Federação Portuguesa de Futebol. Com a estreia a acontecer a 16 de Fevereiro de 1980, o defesa-esquerdo ganharia, frente à Republica Federal da Alemanha, um lugar no “onze” idealizado por Jesualdo Ferreira. Após essa partida dos actualmente designados por sub-16, ronda a contar para o Torneio Internacional do Algarve, o jovem praticante ainda voltaria a ser chamado a envergar a “camisola das quinas” e por Portugal, sempre no escalão acima referido, conseguiria um total de 4 presenças.
No que diz respeito à evolução da sua caminhada clubística, a passagem para o patamar sénior não haveria de revelar grandes facilidades para o defesa. Com o austríaco Hermann Stessl a dar a preferência a atletas mais experientes, a solução encontrada para Casimiro surgiria fora do Estádio das Antas e um pouco mais a norte. Apresentado como reforço da AD Fafe, o lateral-esquerdo cumpriria a temporada de 1981/82 na disputa da 2ª divisão. Mesmo tendo mudado de emblema na campanha seguinte, o escalão secundário, já enquanto atleta do Paços de Ferreira, manter-se-ia no seu contexto competitivo por mais um par de anos. Ainda assim, os bons desempenhos não deixariam de apontá-lo como um elemento de grandes recursos e, por essa razão, dono de um enorme potencial. Tal aferição levaria o Salgueiros a apostar na sua contratação e o regresso à cidade do Porto aconteceria em 1984/85.
No popular bairro de Paranhos, inicialmente orientado por Henrique Calisto, Casimiro, já em contexto primodivisionário, ainda teria de enfrentar a concorrência de João Gouveia. No entanto, com a saída deste na época seguinte, o defesa-esquerdo, já a trabalhar com o treinador Humberto Coelho, passaria a ocupar um papel de relevo no alinhamento inicial do Salgueiros. Daí em diante, mesmo com a passagem pelo comando técnico salgueirista de Rodolfo Reis, Fernando Festas e de Fidalgo, o jogador nunca perderia o lugar no “onze”. Sempre nas pelejas do escalão maior português, o destaque merecido levá-lo-ia a ser tido como um dos bons nomes a actuar nas provas lusas. O pior emergiria com o termo da temporada de 1987/88 e o penúltimo lugar na tabela classificativa do Campeonato Nacional determinaria a despromoção do emblema a disputar os desafios caseiros no Estádio Engenheiro Vidal Pinheiro.
Com a descida, Casimiro resolveria dar um novo rumo à sua caminhada profissional. Todavia, ao mudar de emblema, o jogador, em 1988/89, não conseguiria escapar ao degrau secundário. Ainda assim, duraria pouco tempo o regresso aos patamares inferiores. Após ajudar à conquista do Campeonato Nacional da 2ª divisão, o defesa-esquerdo, ao manter-se como um dos nomes no plantel do União da Madeira, voltaria ao cenário competitivo dos “grandes”. A temporada de 1989/90 e a seguinte, sempre na alçada das instruções de Rui Mâncio, dariam ao currículo do atleta mais um par de épocas na disputa da prova de maior calibre no cenário futebolístico português. Ao somar, com o período passado na região insular, uma dúzia de anos cumpridos no patamar maior, o lateral deixaria a colectividade sediada na cidade do Funchal, para retornar ao continente. Na realidade, o regresso à zona Norte, embora afastado definitivamente das pelejas primodivisionárias, levá-lo-ia a abraçar o projecto mais emblemático do seu trajecto enquanto desportista. Na Ovarense passaria 5 campanhas consecutivas, teria nos quartos-de-final da Taça de Portugal de 1994/95 o momento de maior destaque e tomaria, no final das provas agendadas para 1995/96, a decisão de, ao serviço dos “Vareiros”, “pendurar as chuteiras”.

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