Aquando da transferência, ainda em idade júnior, do Sporting de Espinho para o Benfica, Fidalgo sabia, à partida, que a sua vida não iria ser fácil. Mais consciente do facto deve ter ficado quando, ao subir à primeira categoria das “Águias”, deu de caras primeiramente com José Henrique e alguns anos depois com Manuel Bento. Tamanha competição pelo lugar de guarda-redes faria com que o promissor atleta, escalonada a equipa, ficasse, na campanha de 1971/72 e nas seguintes, remetido para segundo e, por vezes, para terceiro plano. Encetar-se-iam, então, os empréstimos a outros emblemas e depois de uma modesta passagem pelo Leixões de 1973/74, seria o Sporting de Braga de 1976/77 a sublinhá-lo como um guardião ágil, arrojado e muito elegante entre os postes.
Seria igualmente na temporada cumprida na “Cidade dos Arcebispos” que o jogador ajudaria o emblema minhoto a atingir duas importantes metas. A primeira concretizar-se-ia com a chegada à última partida da Taça de Portugal. Na final disputada no Estádio das Antas, o seu nome seria um dos escolhidos, por Mário Lino, para fazer parte do “onze” dos “Guerreiros”. No entanto, apesar da vontade de manter invioláveis as suas redes, Fidalgo não conseguiria evitar que Fernando Gomes, aos 9 minutos da segunda metade do jogo, fizesse o tento a empurrar o troféu para os escaparates do FC Porto. Algumas semanas depois, já sob o comando de Hilário, viria a primeira grande conquista do Sporting de Braga e, como titular no derradeiro encontro, o guardião, numa partida frente ao Estoril Praia, auxiliaria o seu clube a vencer a Taça da Federação Portuguesa de Futebol.
Depois da temporada em Braga passada em altíssimo plano, o regresso do guarda-redes ao Estádio da "Luz" ter-se-á feito envolto noutras esperanças. A verdade é que o cenário manter-se-ia idêntico, ou seja, os nomes com ele disputar o lugar à baliza viriam a ser os mesmos de temporadas anteriores. Tal contexto, mais uma vez, faria com que o jogador, nas 2 campanhas seguintes, fosse “esquecido”. Então, no Verão de 1979, no meio da polémica a envolver a mudança de Botelho e Laranjeira do Sporting para as "Águias" e a partida de Eurico em sentido contrário, Fidalgo também trocaria de lado na 2ª circular.
Na época de estreia de "Leão" ao peito, Fidalgo, ao dividir a protecção do último reduto leonino com o companheiro de posição António Vaz, contribuiria para o sucesso do grupo rumo à conquista do Campeonato Nacional de 1979/80. Já na temporada seguinte, quando tudo apontava para que continuasse nessa senda, uma grave ruptura muscular atirá-lo-ia para uma longa recuperação, fazendo com que perdesse a oportunidade de lutar pela camisola número 1. A partir desse momento, o guardião deixaria de estar na linha-da-frente para a titularidade. Por essa razão, e depois de ajudar à "dobradinha" de 1981/82, decidiria que o melhor para a sua carreira seria rumar ao Norte e ao Salgueiros. Todavia, aquela que começaria como uma outra qualquer temporada, revelar-se-ia de importância extraordinária para o atleta - "Octávio Machado abandonou o clube numa altura em que eu não podia jogar por me encontrar lesionado. Por isso pediram-me para ficar como treinador. Foi o que aconteceu até final da temporada e conseguimos a manutenção nesse ano, o que foi algo de extraordinário dado que estávamos praticamente condenados"*.
A experiência como técnico, que podia ser vista sido como um somar de valências para o atleta, incrivelmente traduzir-se-ia em oportunidades perdidas. Fidalgo que, com 32 anos, tinha ainda a legítima vontade de continuar a caminhada enquanto futebolista, veria o seu cenário competitivo a alterar-se – “Curiosamente, as portas fecharam-se quase todas depois de ter sido treinador. Mantive vários contactos com clubes da I Divisão, no entanto, depois de ter treinado o Salgueiros com sucesso, a situação alterou-se”*. A solução encontrada levá-lo-ia ao 2º escalão, onde, ao serviço do Estoril Praia, teria novo poiso. Contudo, como o próprio o viria a confessar, "a motivação já não era a mesma"*, e ao fim de dois anos, acabaria por pôr um ponto final na carreira, transitando para o comando dos “Canarinhos”.
Depois de uma carreira de treinador erguida essencialmente nas pelejas dos patamares secundários, Fidalgo tem-se destacado como comentador desportivo. De relevo, ficam as suas passagens pelos programas televisivos da RTP, e também, à moda antiga, pelas telefonias, como é o exemplo da Rádio Renascença.
*retirado do artigo de Vítor Pinto, publicado a 10/05/2000, em www.record.pt
Seria igualmente na temporada cumprida na “Cidade dos Arcebispos” que o jogador ajudaria o emblema minhoto a atingir duas importantes metas. A primeira concretizar-se-ia com a chegada à última partida da Taça de Portugal. Na final disputada no Estádio das Antas, o seu nome seria um dos escolhidos, por Mário Lino, para fazer parte do “onze” dos “Guerreiros”. No entanto, apesar da vontade de manter invioláveis as suas redes, Fidalgo não conseguiria evitar que Fernando Gomes, aos 9 minutos da segunda metade do jogo, fizesse o tento a empurrar o troféu para os escaparates do FC Porto. Algumas semanas depois, já sob o comando de Hilário, viria a primeira grande conquista do Sporting de Braga e, como titular no derradeiro encontro, o guardião, numa partida frente ao Estoril Praia, auxiliaria o seu clube a vencer a Taça da Federação Portuguesa de Futebol.
Depois da temporada em Braga passada em altíssimo plano, o regresso do guarda-redes ao Estádio da "Luz" ter-se-á feito envolto noutras esperanças. A verdade é que o cenário manter-se-ia idêntico, ou seja, os nomes com ele disputar o lugar à baliza viriam a ser os mesmos de temporadas anteriores. Tal contexto, mais uma vez, faria com que o jogador, nas 2 campanhas seguintes, fosse “esquecido”. Então, no Verão de 1979, no meio da polémica a envolver a mudança de Botelho e Laranjeira do Sporting para as "Águias" e a partida de Eurico em sentido contrário, Fidalgo também trocaria de lado na 2ª circular.
Na época de estreia de "Leão" ao peito, Fidalgo, ao dividir a protecção do último reduto leonino com o companheiro de posição António Vaz, contribuiria para o sucesso do grupo rumo à conquista do Campeonato Nacional de 1979/80. Já na temporada seguinte, quando tudo apontava para que continuasse nessa senda, uma grave ruptura muscular atirá-lo-ia para uma longa recuperação, fazendo com que perdesse a oportunidade de lutar pela camisola número 1. A partir desse momento, o guardião deixaria de estar na linha-da-frente para a titularidade. Por essa razão, e depois de ajudar à "dobradinha" de 1981/82, decidiria que o melhor para a sua carreira seria rumar ao Norte e ao Salgueiros. Todavia, aquela que começaria como uma outra qualquer temporada, revelar-se-ia de importância extraordinária para o atleta - "Octávio Machado abandonou o clube numa altura em que eu não podia jogar por me encontrar lesionado. Por isso pediram-me para ficar como treinador. Foi o que aconteceu até final da temporada e conseguimos a manutenção nesse ano, o que foi algo de extraordinário dado que estávamos praticamente condenados"*.
A experiência como técnico, que podia ser vista sido como um somar de valências para o atleta, incrivelmente traduzir-se-ia em oportunidades perdidas. Fidalgo que, com 32 anos, tinha ainda a legítima vontade de continuar a caminhada enquanto futebolista, veria o seu cenário competitivo a alterar-se – “Curiosamente, as portas fecharam-se quase todas depois de ter sido treinador. Mantive vários contactos com clubes da I Divisão, no entanto, depois de ter treinado o Salgueiros com sucesso, a situação alterou-se”*. A solução encontrada levá-lo-ia ao 2º escalão, onde, ao serviço do Estoril Praia, teria novo poiso. Contudo, como o próprio o viria a confessar, "a motivação já não era a mesma"*, e ao fim de dois anos, acabaria por pôr um ponto final na carreira, transitando para o comando dos “Canarinhos”.
Depois de uma carreira de treinador erguida essencialmente nas pelejas dos patamares secundários, Fidalgo tem-se destacado como comentador desportivo. De relevo, ficam as suas passagens pelos programas televisivos da RTP, e também, à moda antiga, pelas telefonias, como é o exemplo da Rádio Renascença.
*retirado do artigo de Vítor Pinto, publicado a 10/05/2000, em www.record.pt
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