223 - JUSKOWIAK

Quando o Sporting foi buscá-lo ao Lech Poznan, Andrzej Juskowiak começava a querer mostrar ao mundo do futebol que dentro de campo, ao ter conquistado, para além de dois Campeonatos, o título de Melhor Marcador polaco de 1989/90, já era um pouco mais do que uma mera promessa da modalidade. Contudo, do nome do avançado, que até já tinha feito a estreia pela selecção "A" do seu país, ainda poucas certezas existiam. Os “Leões”, no entanto, acreditaram nele e decidiram arriscar. Diga-se, em abono da verdade, que em boa-hora o fizeram, pois nesse mesmo Verão, o avançado disputou os Jogos Olímpicos de 1992 e, terminada a competição, a cotação do ponta-de-lança não voltou a ser a mesma.
De Barcelona chegou com uma medalha de prata e consagrado como o goleador máximo do Torneio Olímpico de Futebol. O Presidente Sousa Cintra logo aproveitou a euforia que o feito do atleta provocou nos adeptos para, num bom estilo festivo, anunciar que rejeitaria qualquer proposta pelo "André, o polaco"! Na realidade, ao seu faro mortífero e à boa técnica de finalização, juntou-se uma inconstância exibicional que, ao longo de várias épocas, fez com que o avançado nunca conseguisse mostrar tudo aquilo que tinha prometido. Não quero com isto dizer que, na sua passagem por Alvalade, Juskowiak tivesse sido um “flop”. Longe disso! Todavia, a alternância que teve entre fases de excelência e períodos de claro ocaso, também nunca fizeram dele uma “estrela”. Ainda assim, ficaram na retina dos adeptos alguns belos golos, como o “pontapé de bicicleta” marcado ao Boavista em 1993/94 ou ainda outros lances que levariam Gabriel Alves a exaltar a sua “vantagem de ter duas pernas"!
Da estadia em Lisboa, Juskowiak levou no currículo apenas a Taça de Portugal de 1994/95. Seguiu-se, depois de uma temporada no Olympiakos, o ingresso do avançado na “Bundesliga”. Porém, se os registos conseguidos no Borussia de Mönchengladbach, meia dúzia de golos em mais de meia centena de encontros, não permitiram reclamar sucesso, já os quatro anos passados no VfL Wolfsburgo, com a grande contribuição por si dada para a sustentabilidade do clube na divisão maior do futebol alemão, levam-no, ainda hoje e passados que estão quase 10 anos desde a sua saída em 2002, a ser recordado e muito acarinhado pelos adeptos.
Após regressar de um “saltinho” dado até às "Terras do Tio Sam", onde representou o New York/New Jersey Metrostars, Juskowiak, cumpridos mais uns anos em solo germânico, decidiu pôr um ponto final na vida nos relvados. Vestia, por esta altura, a camisola do Erzgebirge Aue, emblema das divisões inferiores alemãs e o seu último jogo terminou com o "placard" a assinalar aquele que veio a tornar-se o derradeiro golo da carreira do avançado.

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