419 - ZIVANOVIC

Estreou-se no Estrela Vermelha de Belgrado corria o ano de 1979. Aí, muito para além de ter participado na Taça dos Campeões Europeus, ficaram para o seu currículo os títulos conquistados pelo plantel onde estava inserido: três Campeonatos jugoslavos (1979/80; 1980/81; 1983/84) e uma Taça daquele país (1981/82). Depois de vogar por outros emblemas do mesmo campeonato, o Vardar Skopje (na actual Macedónia) e FK Sutjeska (no actual Montenegro), Zivanovic tem a sua primeira experiência no estrangeiro, quando assina pelos austríacos do Grazer AK. Por tudo isto, quando, em 1991, o guardião aterra no Funchal, já trazia no seu trajecto uma dúzia de temporadas como futebolista profissional.
O experiente jogador, à altura, prestes a fazer 31 anos, acabava de chegar a Portugal para reforçar o União da Madeira. Se nessa época de estreia no nosso campeonato, o protagonismo na defesa das redes "unionistas" seria repartida com o seu colega Balseiro, daí em diante passou a ser, dentro do campo de jogo, o dono e senhor daquele lugar. 5 anos se passariam, os suficientes para que, ainda hoje, mantenha no clube um estatuto invejável. Passou por 3 das 5 temporadas em que o União participou na Primeira Divisão, é o guarda-redes da história do clube com mais partidas disputadas no escalão máximo do nosso futebol, mas um dos momentos mais curiosos desta sua passagem, nem tem muito a ver com a sua carreira de desportista. Zivanovic seria, por assim dizer, o "padrinho" de outro craque, ou não fosse ele o primeiro a sofrer um golo de Nuno Gomes - "O Artur isolou-se à minha frente. Eu atirei-me para os pés dele, consegui tirar-lhe a bola, mas esta ressaltou. O Nuno, que estava no sítio certo, à hora certa, rematou e fez o golo".
Quando muitos pensariam na reforma, o guarda-redes sérvio, achou que ainda teria muito para dar ao futebol. Assim, em 1996 muda-se para o Nacional. Já sem a elasticidade de outros tempos, mas com uma vontade férrea, Zivanovic foi prolongando a sua actividade. Chegou aos 42 anos e em 2002, quando já assumia em simultâneo a função de jogador e a de treinador de guarda-redes, teve esta estirada em relação à sua longevidade - "Já que não atingi altos patamares ao longo da carreira, vou tentar conseguir um recorde qualquer. Nacional ou internacional."
Depois de guardar as luvas, assumiu-se, definitivamente, como técnico. Esta fase da sua vida, tem-no levado a variadíssimos lugares no Mundo. Se tudo começou no Nacional, e já depois de uma pequena passagem pela Académica, Zivanovic, fazendo parte da equipa de José Peseiro (que conheceu nos "alvi-negros"), já passou por países como a Grécia (Panathinaikos), Roménia (Rapid) e, mais recentemente, pela selecção nacional da Arábia Saudita.

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