423 - PARIS

Quando se nasce no seio de uma casa de futebolistas, qual a probabilidade de fugir a esse destino? Para Paris (este é o António) foi impossível.
Irmão mais novo de Cândido Paris (avançado que passou por Boavista e Varzim, entre outros) e de Manuel Paris (vestiu a camisola do Atlético), foi ele o que se destacou mais na prática da modalidade que apaixonou a sua família, sendo o único a atingir o patamar de jogador internacional.
Natural da ilha de São Vicente, bem distante da capital francesa que lhe dá nome, foi no Estoril-Praia que o defesa haveria de fazer a sua estreia na Primeira Divisão nacional. Apesar de podemos de dizer, acerca destas suas duas primeiras temporadas, ter conseguido alcançar alguma relevância dentro do plantel "Canarinho", a temporada que se seguiria, a de 1979/80, seria feita de uma passagem pelo Nacional da Madeira. Depois de ter "rodado" na cidade do Funchal, o regresso ao emblema da "Linha" trouxe um atleta possante, aguerrido e de uma utilidade tremenda para a manobra defensiva da sua equipa. É assim que o central vê, no Verão de 1982, o Sp.Braga apostar na sua contratação.
Esse primeiro ano passado na "Cidade dos Arcebispos" traz para Paris uma série de novidades na sua carreira. Por um lado começa por disputar um troféu nacional, ao ser escalonado para a contenda da Supertaça Cândido de Oliveira desse ano, que haveria de ser vencida pelo Sporting. Por outro, faz a sua estreia em competições organizadas pela UEFA, ao jogar a ronda inaugural da Taça dos Vencedores das Taças, frente aos britânicos do  Swansea. Claro, não nos podemos esquecer daquele que, provavelmente, terá sido o momento mais alto na sua vida de profissional, isto é, a chamada aos trabalhos da selecção portuguesa, e a respectiva estreia frente à Alemanha (Republica Federal), a 23 de Fevereiro de 1983.
Espantosamente, depois de uma temporada em que se havia de impor como um dos titulares do último reduto bracarense, na que se seguiu, Paris haveria de perder essa preponderância.
Se foi a chegada de um novo treinador (Quinito substituiria Juca), ou outro factor qualquer que provocou este decréscimo de aparições no escalonar do "onze", não sabemos. A verdade é que no final de 1983/84, o defesa sairia para representar o Salgueiros, aliás o seu último clube no escalão maior do nosso futebol.
Existem ainda registos da sua passagem novamente pelo Estoril-Praia e, por fim, no União de Almeirim, não sabendo, também, se esta altura corresponde ao final da sua "vida" nos rectângulos de jogo.

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