Jogava pelos juniores do Vitória de Setúbal, quando a entrada no Curso de Medicina o leva a mudar-se para Coimbra. Já na “Cidade dos Estudantes”, Quinito decide prestar provas na Académica. Mário Wilson, que por essa altura era o técnico principal, agradado com as qualidades do médio, junta-o ao plantel sénior. Contudo, muito mais do que jogar, esses primeiros anos serviriam para definir o seu trajecto. As temporadas que passaria na Académica, e já depois no Belenenses, acabariam por mostrar que o seu caminho, na impossibilidade de compatibilizar estudos e actividade desportiva, estava no futebol.
Seria já em Belém que Quinito começaria a jogar, com alguma regularidade. Aliás, seria com a “Cruz de Cristo” ao peito que começaria a ganhar crédito como jogador. Nos vários anos que passaria no Restelo – 6, para ser mais exacto – a qualidade que dava ao sector intermediário do Belenenses, faria dele um dos melhores centrocampistas a actuar no campeonato. Tanto assim foi que de Espanha, numa altura em que o limite de estrangeiros dificultava as transferências, chega um convite.
Ora, para a época de 1975/76, Quinito muda-se para Santander. Já depois de o terem observado num particular frente ao Belenenses, os responsáveis do Racing, encantados com as suas qualidades, decidem avançar para a sua contratação. Ao mais alto nível na “La Liga”, e sempre como um dos mais utilizados no plantel, o atleta acabaria por ficar 3 temporadas. Com Damas, que chegaria uma época depois, como companheiro de balneário, Quinito viveria uma bela experiência :
“[A adaptação foi difícil?]
Quando cheguei a Santander, era o único que fumava e bebia. Reconheço que foram os empregados dos bares, aqueles que mais se esforçaram por integrar-me na sociedade .
[Fala-se muito das irregularidades em Espanha. Alguma vez jogou drogado?]
Não posso assegurar. Não sei se o cognac que tomávamos por intermediários era realmente cognac ou havia extras.”*
Depois desta fabulosa entrevista, dada após o seu regresso a Portugal, Quinito passa a integrar o plantel do Sp. Braga. Espantosamente, e sem nunca ter jogado abaixo da 1ª divisão, dois anos após voltar de Espanha, o médio decide-se pelo final da sua vida nos relvados.
Entusiasta da modalidade, Quinito acabaria por abraçar outras tarefas. É no Sp.Braga, ainda como adjunto, que dá os primeiros passos na carreira de treinador. Verdade seja dita, os melhores anos que passaria nessas funções, vivê-los-ia na “Cidade dos Arcebispos”. Com os “Arsenalistas” chegaria à final da Taça de Portugal de 1981/82. Aí, em mais um dos seus típicos episódios, apresentar-se-ia no Jamor vestido com um “fraque” branco… e laço a condizer!!!
Numa carreira tão longa, que o levaria às “Arábias”, ao prestigiado Estádio das Antas ou a diversos emblemas primodivisionários, Quinito ficaria conhecido por algumas das melhores tiradas do desporto nacional. Dono de célebres momentos, como são exemplo as frases “O FC Porto teve uma jornada difícil e necessitou de meter a carne toda no assador”** ou “se tivesse muito dinheiro compraria Pedro Barbosa para jogar futebol comigo, no meu quintal”***, a Quinito todos reconhecem uma grande paixão. Contudo, os agradecimentos que tem merecido, vão muito para além desse seu furor. Vão para a maneira protectora como sempre tratou os seus jogadores e, acima de qualquer outra coisa, vão para a maneira poética como entende o futebol.
*adaptado do artigo de Rui Miguel Tovar, “Jornal i”, a 14/09/2015
Seria já em Belém que Quinito começaria a jogar, com alguma regularidade. Aliás, seria com a “Cruz de Cristo” ao peito que começaria a ganhar crédito como jogador. Nos vários anos que passaria no Restelo – 6, para ser mais exacto – a qualidade que dava ao sector intermediário do Belenenses, faria dele um dos melhores centrocampistas a actuar no campeonato. Tanto assim foi que de Espanha, numa altura em que o limite de estrangeiros dificultava as transferências, chega um convite.
Ora, para a época de 1975/76, Quinito muda-se para Santander. Já depois de o terem observado num particular frente ao Belenenses, os responsáveis do Racing, encantados com as suas qualidades, decidem avançar para a sua contratação. Ao mais alto nível na “La Liga”, e sempre como um dos mais utilizados no plantel, o atleta acabaria por ficar 3 temporadas. Com Damas, que chegaria uma época depois, como companheiro de balneário, Quinito viveria uma bela experiência :
“[A adaptação foi difícil?]
Quando cheguei a Santander, era o único que fumava e bebia. Reconheço que foram os empregados dos bares, aqueles que mais se esforçaram por integrar-me na sociedade .
[Fala-se muito das irregularidades em Espanha. Alguma vez jogou drogado?]
Não posso assegurar. Não sei se o cognac que tomávamos por intermediários era realmente cognac ou havia extras.”*
Depois desta fabulosa entrevista, dada após o seu regresso a Portugal, Quinito passa a integrar o plantel do Sp. Braga. Espantosamente, e sem nunca ter jogado abaixo da 1ª divisão, dois anos após voltar de Espanha, o médio decide-se pelo final da sua vida nos relvados.
Entusiasta da modalidade, Quinito acabaria por abraçar outras tarefas. É no Sp.Braga, ainda como adjunto, que dá os primeiros passos na carreira de treinador. Verdade seja dita, os melhores anos que passaria nessas funções, vivê-los-ia na “Cidade dos Arcebispos”. Com os “Arsenalistas” chegaria à final da Taça de Portugal de 1981/82. Aí, em mais um dos seus típicos episódios, apresentar-se-ia no Jamor vestido com um “fraque” branco… e laço a condizer!!!
Numa carreira tão longa, que o levaria às “Arábias”, ao prestigiado Estádio das Antas ou a diversos emblemas primodivisionários, Quinito ficaria conhecido por algumas das melhores tiradas do desporto nacional. Dono de célebres momentos, como são exemplo as frases “O FC Porto teve uma jornada difícil e necessitou de meter a carne toda no assador”** ou “se tivesse muito dinheiro compraria Pedro Barbosa para jogar futebol comigo, no meu quintal”***, a Quinito todos reconhecem uma grande paixão. Contudo, os agradecimentos que tem merecido, vão muito para além desse seu furor. Vão para a maneira protectora como sempre tratou os seus jogadores e, acima de qualquer outra coisa, vão para a maneira poética como entende o futebol.
*adaptado do artigo de Rui Miguel Tovar, “Jornal i”, a 14/09/2015
**retirado do artigo publicado em www.record.pt, a 29/10/1999
***retirado do artigo publicado em https://ionline.sapo.pt, a 20/02/2015
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