1374 - LEMAJIC

Seria já como dono de uma sólida carreira, erguida em emblemas da antiga Jugoslávia, que Zoran Lemajic, depois das experiências ao serviço de FC Sutjeska, FC Bokelj e FC Pristina, chegaria a Portugal. No plantel de 1989/90 do Farense, orientado pelo catalão Paco Fortes, o guarda-redes depressa assumiria um papel de grande relevância. Logo na temporada correspondente à da sua chegada ao Algarve, o atleta conquistaria a titularidade e transformar-se-ia numa das figuras de proa de uma das mais importantes páginas da história do clube. Com a colectividade do Sotavento a ultrapassar as diversas eliminatórias da Taça de Portugal, a chegada ao derradeiro jogo da prova, premiaria o guardião com a presença no Estádio Nacional do Jamor. Infelizmente para os “Leões de Faro”, a peleja frente ao Estrela da Amadora, após a disputa da final e da finalíssima, daria a vitória ao adversário e o troféu acabaria nos escaparates da agremiação sediada na Linha de Sintra.
Apesar de derrotado no derradeiro jogo da apelidada “Prova Rainha”, Lemajic, mais os companheiros de balneário, acabaria a campanha referida no parágrafo anterior a comemorar o regresso do emblema algarvio ao escalão máximo do futebol luso. No convívio com os “grandes”, o guardião não claudicaria. Pelo contrário, as suas exibições elevá-lo-iam à condição de um dos melhores na sua posição, a actuar em Portugal. Nesse sentido, com o final da temporada 1991/92 e depois de eleito pelo Jornal “Record” como o Melhor Guarda-Redes da época, não foi de estranhar que emblemas de outra monta começassem a olhar para si como um bom reforço. Curiosamente, com o Benfica e o Sporting a mostrarem-se como os mais fortes candidatos à sua contratação, seria o Boavista a convencê-lo a mudar de ares.
Nas “Panteras” a partir da campanha de 1992/93, orientado pelo treinador Manuel José, Lemajic acabaria por viver outros dois acontecimentos merecedores de realce e, acima de tudo, venceria o primeiro troféu em Portugal. O primeiro desses episódios surgiria na disputa da Supertaça Cândido Oliveira. Cimentado como uma das grandes figuras do cenário desportivo nacional, o guardião seria chamado à titularidade e, no somatório das duas mãos, ajudaria a derrotar o FC Porto. Já o segundo momento emergiria, mais uma vez, na final da Taça de Portugal. No entanto, tal como tinha acontecido na presença anterior, o jogador, dessa feita frente ao Benfica, voltaria a sair derrotado do Estádio Nacional do Jamor.
Após uma temporada no Bessa, o Sporting finalmente chegaria ao seu currículo. Tendo viajado para Lisboa acompanhado do companheiro de balneário, o também guarda-redes Costinha, Lemajic acabaria por tomar a dianteira na corrida por um lugar à baliza dos “Leões”. Sob a alçada de Bobby Robson e, após a saída do técnico inglês, treinado por Carlos Queiroz, o jogador, em Alvalade, faria uma primeira época de alto nível. Contudo, quase como numa praga, a disputa da derradeira ronda da Taça de Portugal, nada traria para além do amargo da derrota. A maldição conheceria o fim na época seguinte e o atleta, ao entrar em campo nos últimos minutos da final, daria o seu contributo para a vitória na edição de 1994/95 da prova.
Depois de uma época ao serviço do Marítimo, a última passada em Portugal, Lemajic viajaria para a Premier League da Escócia para, após um par de campanhas com as cores do Dunfermline, pôr um ponto final à caminhada enquanto futebolista. Porém, mesmo ao “pendurar as luvas”, o antigo guardião não ficaria afastado da modalidade. Ao abraçar as tarefas de treinador de guarda-redes, com presença no Mundial de 2006, passaria pela selecção principal da, à altura, Jugoslávia. De seguida, nas mesmas funções, mudar-se-ia para a equipa técnica do conjunto nacional do seu país natal, o Montenegro. Daí em diante tem abraçado projectos em diferentes destinos, como no Qatar ou na Suíça.

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