368 - PACO FORTES

 
 
Após a normal passagem pela equipa "b" do FC Barcelona, Paco Fortes, um ano após a referida promoção ao escalão sénior, haveria de conseguir afirmar-se no grupo principal "Blaugrana". Com presença habitual na metade ofensiva do meio-campo, o seu jogo, pautado pela rapidez e, principalmente, pela garra imprimida em todas os lances, levá-lo-ia, nessa temporada de 1975/76 e numa partida frente à congénere romena, à primeira e única chamada à selecção principal espanhola.
Após o sucesso inicial, as temporadas seguintes trariam ao médio-ofensivo algumas dificuldades e depois do empréstimo ao Málaga na temporada de 1976/77, o regresso ao clube de origem, apenas permitiria a Paco Fortes a assiduidade no banco de suplentes. Ainda assim, seria nas derradeiras temporadas ao serviço do emblema catalão que Paco Fortes venceria dois dos mais importantes títulos da carreira como futebolista: a Taça do Rei de 1977/78 e a Taça dos Vencedores das Taças de 1978/79. No entanto, apesar do fim da ligação à equipa onde tinha completado o trajecto formativo, Paco Fortes continuaria a actuar ao mais alto nível no seu país, inclusive, sem nunca abandonar o mais importante escalão da La Liga. Seguir-se-iam o Espanyol e o Valladolid, conseguindo no último emblema aludido e frente à equipa do Atlético Madrid, a proeza de vencer a edição de 1983/84 Taça da Liga.
A suceder a conquista do título ainda agora referido, surgiria, provavelmente, a decisão que, na vida de Paco Fortes, viria a alterar a sua história no futebol. Com 29 anos, o jogador aceitaria o convite vindo de Portugal e mudar-se-ia para o Algarve. No sul do país a partir da campanha de 1984/85, o médio, resultado da garra patente no seu jogo, rapidamente conquistaria os adeptos do Farense e nos anos a representar o emblema do Sotavento ganharia o direito de envergar a braçadeira de capitão.
Ao fim de 5 temporadas a representar o Farense como futebolista e depois de decidir “pendurar as chuteiras”, A faceta de líder só poderia levá-lo a uma nova função: a de treinador. À frente do balneário dos “Leões” algarvios, Paco Forte encaminharia o emblema aos melhores momentos da sua centenária história. Nas tarefas de técnico durante uma década, cimentaria a equipa como uma das habituais na 1ª Divisão; levá-la-ia à disputa da final da Taça de Portugal de 1989/90; conseguiria a melhor classificação de sempre no Campeonato Nacional, a 5ª posição em 1994/95 e alcançaria, como consequência da honrosa prestação na prova de maior prestígio no calendário português, a qualificação para as provas sob a alçada da UEFA.
Com a queda do Farense em graves problemas financeiros, o treinador catalão abandonaria o clube. Depois de mais algumas experiências ao comando de outras equipas, também ele acabaria por entrar numa fase complicada da vida pessoal. Ao regressar a Barcelona, sem emprego, ver-se-ia mergulhado em sérias dificuldades monetárias, perdendo a casa onde residia. Após algum tempo a morar numa carrinha, seria a Agrupacíon Barça Veterans, uma associação criada para auxiliar antigos atletas do clube, a dar-lhe a mão. Felizmente, o auxílio chegaria em forma de um novo emprego e Paco Fortes não enjeitaria a oportunidade. A trabalhar no Porto de Barcelona como controlador, a antiga estrela do futebol espanhol e português, encontraria um rumo para a vida e voltou a recuperar aquilo que sempre o havia caracterizado, a paixão perante os desafios.

1 comentário:

Escritor Anónimo disse...

Volta paquito! Estás perdoado!