1376 - HÉLDER


Após uma auspiciosa passagem pelas jovens equipas de atletismo do Tramagal, já decidido a singrar no “jogo da bola”, Hélder Catalão, visto como uma promessa do futebol português, emergiria na equipa principal da Académica de Coimbra na temporada de 1974/75. No entanto, apesar de reconhecidas as suas habilidades, a presença de elementos bem mais tarimbados, casos de Melo ou Rogério Cardoso, não deixariam muito espaço para o inexperiente guarda-redes. Ainda assim, esse contexto não demoraria muito a mudar e a época seguinte serviria para confirmar todo o valor adivinhado no jogador.
Titularíssimo na alçada técnica de José Crispim, a campanha de 1975/76 acabaria por encaminhar o jovem guardião até aos trabalhos sob a intendência da Federação Portuguesa de Futebol. Nos “esperanças”, actualmente denominados sub-21, Hélder seria chamado à disputa da edição de 1976 do Torneio de Toulon, ao longo do qual acabaria por somar 4 internacionalizações.
Depois de uma época a sublinhar-se como um dos pilares dos “Estudantes, a verdade é que Hélder, inicialmente ainda a partilhar os deveres à baliza com os colegas, acabaria por perder algum protagonismo para Marrafa. Com o final da temporada de 1978/79 e com a despromoção da “Briosa”, talvez à procura de mais oportunidades para jogar, o guarda-redes optaria pela mudança para o Académico de Viseu. Ainda no 2º escalão, o jogador faria parte do plantel que devolveria a agremiação beirã ao patamar máximo. Nas duas épocas seguintes, voltaria a assumir-se como um dos grandes intérpretes a vogar entre os “grandes” e as belas exibições, que fariam dele o 2º atleta de sempre com mais partidas disputadas na 1ª divisão pelos “Viriatos”, levá-lo-iam a dar um novo salto na carreira.
A transferência para o Sporting de Braga na temporada de 1982/83, grupo que durante essa época disputaria a Supertaça, levá-lo-ia, no começo, a épocas algo discretas. Contudo, a partir da campanha de 1984/85, tirando algumas excepções, Hélder passaria a ser visto como um dos grandes esteios dos “Guerreiros”. Essa preponderância acabaria por empurrá-lo aos trabalhos da principal selecção portuguesa. Chamado por Juca, o primeiro a treiná-lo no já aludido emblema minhoto, o guarda-redes não conseguiria somar qualquer internacionalização “A”. Ainda assim, em algumas ocasiões haveria de ocupar um lugar no banco de suplentes e, a exemplo, seria inscrito nas fichas de jogos dos particulares frente a Angola e ao Brasil, respectivamente a 29 de Março e a 8 Junho de 1989.
Ao fim de 8 anos a vestir a camisola do Sporting de Braga, Hélder voltaria a mudar de rumo, dessa feita para passar a defender as cores do Beira-Mar. Mantendo-se na disputa da 1ª divisão, o destaque dessa sua temporada de estreia com a colectividade de Aveiro surgiria na Taça de Portugal e com a chegada à derradeira partida da prova. No Estádio Nacional do Jamor, chamado por Vítor Urbano, o guardião faria parte do “onze” escolhido para a importante peleja. Infelizmente para o seu emblema, a boa exibição que conseguiria fazer frente ao FC Porto seria insuficiente para evitar a derrota e os “Aurinegros”, depois de cumprido o prolongamento, sucumbiriam perante o 3-1 final.
Com o Beira-Mar a revelar-se como o último emblema primodivisionário da sua carreira, o guardião, após 17 campanhas no patamar maior do futebol português, ainda envergaria emblemas de outras agremiações. Nacional da Madeira, Amares e Monfortense, transformar-se-iam nos clubes a colorir a derradeira etapa da caminhada competitiva do jogador. Depois de “pendurar as luvas” no termo da campanha de 1996/97, quando já contava com 42 anos de idade, o antigo futebolista ainda voltaria a ligar-se à modalidade. Como treinador de guarda-redes, os maiores destaques viriam com o regresso ao Sporting de Braga e com a passagem pelos espanhóis do Tenerife.

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